sexta-feira, janeiro 30, 2009

Freeport? Não há já suficientes casos de Administração danosa?

Administração danosa ou expectativa frustrada?



Artigo 235º do Código Penal

Administração danosa:

1 – Quem, infringindo intencionalmente normas de controlo ou regras económicas de uma gestão racional, provocar dano patrimonial importante em unidade económica do sector público ou cooperativo é punido com pena de prisão até cinco anos ou com multa até 600 dias.

2 - A punição não tem lugar se o dano se verificar contra a expectativa fundada do agente.



Jornal de Negócios - 16 Outubro 2008

Texto de João Cândido da Silva

Pela estrada fora

O mínimo que se pode dizer sobre as conclusões do relatório produzido pelo Tribunal de Contas a respeito das parcerias público-privadas no sector rodoviário, é que se trata de um documento impressionante. Com uma frieza implacável, o conteúdo do documento:

Sobre o asfalto onde rolam estas operações, o acelerador vai sempre a fundo se o que está em causa é derreter o dinheiro dos contribuintes.

A gestão e aplicação criteriosa dos recursos públicos são valores votados ao mais chocante desprezo, nos terrenos pantanosos onde cresce a rede de estradas nacionais. O documento impressiona pelo retrato que faz do caos que reina neste domínio. Denuncia a quase completa ausência de transparência nas poucas contas que vão sendo apresentadas, impedindo o escrutínio a que deviam estar sujeitas. Coloca a nu a escassa capacidade do Estado no acompanhamento dos contratos celebrados com as entidades privadas, sublinhando hábitos instalados de negligência. Mas há mais.

O texto evidencia o facto de a eficácia e eficiência dos elevados gastos efectuados com base na sangria dos cofres públicos não serem objecto de avaliação. Gasta-se, e muito, sem cuidar de verificar se os meios utilizados atingiram os fins desejados. Revela, também, que os riscos dos negócios para o Estado são simplesmente ignorados. E que este, sem planificação nem estratégia, vai tapando buracos à medida que vão surgindo, improvisando de acordo com a inspiração do momento.

Podia dar-se o caso de as graves denúncias efectuadas pelo Tribunal de Contas abrangerem algum período específico, situação em que as responsabilidades poderiam ser facilmente apuradas, desde que para tal houvesse vontade. Mas não é esse o caso. Para desconforto de quem se interesse por conhecer, mais de perto, a orgia esbanjadora que reina nas parcerias público-privadas, os governos que ficam mal na fotografia são todos aqueles que estiveram em funções desde 1999 até à actualidade. Na esclarecedora obra assinada por Guilherme d’Oliveira Martins, ninguém sai bem. Ou não será bem assim?

A incompetência, o desleixo e a irresponsabilidade reveladas pelos inquilinos do sector público que gerem e tomam decisões sobre as parcerias, colocam o Estado numa posição de fraqueza. Onde devia estar uma entidade zelosa e diligente, fica o vazio. E este é devidamente preenchido pelo vasto leque de fornecedores de serviços que, certamente, não se queixam de ver o seu volume de negócios crescer por conta dos devaneios de quem gere dinheiro que, não sendo de ninguém, pode ser deitado à rua.

Por tudo isto, até se compreende que o Tribunal de Contas tenha decidido divulgar o relatório ao serão de uma sexta-feira. Em véspera de fim-de-semana, quem quer arreliar-se com o facto de as parcerias público-privadas nas estradas já terem absorvido mais de mil milhões de euros em oito anos? E quem quer angustiar-se por se prepararem para sugar dez por cento do produto interno bruto nos próximos 20 anos
?


Artigo 235º do Código Penal - Administração danosa:

1Quem, infringindo intencionalmente normas de controlo ou regras económicas de uma gestão racional, provocar dano patrimonial importante em unidade económica do sector público é punido...


Em suma, segundo o Tribunal de Contas nas palavras de João Cândido da Silva:

a) Sobre o asfalto onde rolam estas operações, o acelerador vai sempre a fundo se o que está em causa é derreter o dinheiro dos contribuintes.

b) A gestão e aplicação criteriosa dos recursos públicos são valores votados ao mais chocante desprezo...

c) A quase completa ausência de transparência nas poucas contas que vão sendo apresentadas, impedindo o escrutínio a que deviam estar sujeitas.

e) Gasta-se, e muito, sem cuidar de verificar se os meios utilizados atingiram os fins desejados.

f) Revela, também, que os riscos dos negócios para o Estado são simplesmente ignorados.

g) Onde devia estar uma entidade zelosa e diligente, fica o vazio (...) devidamente preenchido pelo vasto leque de fornecedores de serviços que, certamente, não se queixam de ver o seu volume de negócios crescer por conta dos devaneios de quem gere dinheiro [público]... já terem absorvido mais de mil milhões de euros em oito anos, e se prepararem para sugar dez por cento do produto interno bruto nos próximos 20 anos.



Artigo 235º do Código Penal - Administração danosa:

2 - A punição não tem lugar se o dano se verificar contra a expectativa fundada do agente.

Excertos de uma entrevista a Sócrates ao Acção Socialista sobre os Estádios do Euro 2004 (19/5/2004):

Sócrates - "O Governo aprendeu. Começou por ter as maiores dúvidas e reservas quanto ao Euro 2004, a fazer-lhe críticas muito pueris, próprias de quem não percebeu nada do que estava em causa. O Euro 2004 não é um torneio de futebol, é muito mais do que isso. É um grande acontecimento que projecta internacionalmente o nosso país".

Sócrates - "Nós definimos como orientação que Portugal devia ser um país capaz de realizar grandes eventos desportivos internacionais".

Sócrates - "Pois, mas a construção dos dez estádios não um odioso, é bem necessário ao país. Portugal tinha que fazer este trabalho. É também uma das críticas mais infantis que tenho visto, a ideia de que se Portugal não tivesse o Euro não tinha gasto dinheiro nos estádios. Isso é uma argumentação própria de quem é ignorante.

Sócrates - "Ouvi recentemente responsáveis pelo Euro dizerem que é já claro, em relação ao que o Estado gastou e ao que recebeu, que estamos perante um grande sucesso económico."


O Tribunal de Contas também já se tinha pronunciado sobre os Estádios do Euro:

No Diário de Notícias e no Correio da Manhã:

- Mais de mil milhões de euros de investimento público total (no Euro 2004).

- Tribunal de Contas (TC) questiona se o elevado montante de apoios públicos ao campeonato organizado por Portugal no Verão de 2004 não poderia ter tido uma utilização mais eficiente noutras áreas de relevante interesse e carência pública.

- Tribunal de Contas refere que os novos estádios do Euro 2004 estão sobredimensionados, o que pode ser constatado pelas baixas taxas de ocupação, da ordem dos 20 a 35%.

- O dinheiro investido neste espectáculo de grande escala não teve grande retorno. Quase seis meses depois do Euro 2004, alguns estádios onde foram investidos milhões de euros para receber a prova estão «às moscas». Dos recintos do Euro2004, só os dos «três grandes» tiveram sucesso comercial.

- Numa auditoria desenvolvida pelo Tribunal de Contas junto dos estádios de Guimarães, Braga, Leiria, Coimbra, Aveiro, Loulé e Faro, ficou claro que as autarquias se endividaram para os próximos 20 anos.

- As sete autarquias que receberam jogos do Euro 2004 contraíram empréstimos bancários no valor global de 290 milhões de euros para financiar obras relacionadas com o campeonato.

- Na sequência destes empréstimos, as câmaras terão que pagar juros no montante de 69,1 milhões de euros, nos próximos 20 anos, refere o relatório de auditoria do Tribunal de Contas.



Comentário:

Pelo que ficou dito, o Tribunal de Contas parece indicar de forma inequívoca que, tanto nas parcerias público-privadas no sector rodoviário como no caso dos estádios do Euro 2004, se aplica o nº 1 do Artigo 235º do Código Penal:

1 – Quem, infringindo intencionalmente normas de controlo ou regras económicas de uma gestão racional, provocar dano patrimonial importante em unidade económica do sector público ou cooperativo é punido com pena de prisão até cinco anos ou com multa até 600 dias.

2 - A punição não tem lugar se o dano se verificar contra a expectativa fundada do agente.

Alguém acredita que os danos que se verificam hoje nas parcerias público-privadas no sector rodoviário, e se verificaram com os estádios do Euro 2004, foram contra as expectativas fundadas dos agentes políticos que os aprovaram?


Um curto excerto da Auditoria à Gestão das Parcerias Público-Privadas executada pelo Tribunal de Contas:

"Verificou-se o desenvolvimento de projectos sem motivos de tráfego que o justificassem, prejudicando a aferição do value for money das respectivas Parcerias Público-Privadas."



E quanto ao novo Aeroporto e aos TGVs, em relação aos quais o primeiro-ministro Sócrates se mostra tão empenhado:

Opinião de Miguel Sousa Tavares - Expresso 07/01/2006:

«Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos da Ota e do TGV, [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita

«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»

terça-feira, janeiro 27, 2009

Uma bolha infectada no pé, ou antes, experiências médicas nazis, salvaram a vida a um rabino em Auschwitz


Num post de 9/10/2007 com o título «Os sobreviventes do Holocausto», coloquei um trecho que fazia parte de uma entrevista ao rabino Israel Rosenfeld, publicada no jornal Intermountain Jewish News de 4 de Fevereiro de 2005. Esta entrevista foi apagada da Internet.


Eis o trecho do post:

«O rabino Israel Rosenfeld falou pela primeira vez da sua experiência em Auschwitz ao jornal Intermountain Jewish News, a 27 de Janeiro de 2005, exactamente 60 anos depois do dia em que foi libertado de Auschwitz:

... o trabalho duro, combinado com tudo o resto, conjugaram-se para fazer de Rosenfeld um jovem muito doente. Uma bolha não tratada no pé cresceu e piorou até que se tornou numa infecção debilitante na parte de trás da perna. Por fim, já não podia estar de pé, e muito menos andar, diz ele, enquanto levanta a perna das calças para mostrar a cicatriz deixada pela infecção de há seis décadas atrás. Na altura, a meio do Inverno de 1944-45, foi colocado na enfermaria de Auschwitz, incapaz de trabalhar. Isto provavelmente salvou-lhe a jovem vida

[... the hard work, combined with everything else, combined to make young Israel very sick. An untreated blister on his foot steadily grew worse until it became a debilitating infection on the back of his leg. Eventually, he could no longer stand, let alone walk, he says, lifting his pant leg to show the still-vivid scar left behind by the raging infection of six decades ago. By then, it was the middle of the winter of 1944-45, and he was placed in the Auschwitz infirmary, unable to work. It probably saved the youth's life.]



Contudo, dois anos depois:

Em Fevereiro de 2007, o rabino Israel Rosenfeld contou a um grupo de sete jovens uma versão substancialmente diferente sobre a causa do mal que lhe tolhera a perna em Auschwitz:

«O rabino Rosenfeld contou como sobreviveu miraculosamente ao campo de concentração, embora tenha depois passado três meses num hospital incapaz de estar de pé ou caminhar, porque as pernas tinham sofrido cortes fruto das experiências médicas a que os nazis o submeteram

[Rabbi Rosenfeld spoke about how he miraculously survived the concentration camp, although afterwards he spent three months in a hospital unable to stand or walk, his legs having been cut up by the Nazis performing medical experiments on him.]



Vale a pena ler o artigo do Intermountain Jewish News:

O mundo recorda a libertação de Auschwitz

Por CHRIS LEPPEK, Editor Assistente do IJN (Intermountain Jewish News) - 4/2/2005

(Tradução minha)

Sessenta anos, até hoje, 27 de Janeiro de 2005, foi o tempo que levou para que o rabino Israel Rosenfeld viesse a público falar do tempo que passou em Auschwitz.

Rosenfeld recusou todas as oportunidades anteriores para falar disso publicamente, recusando mesmo, polidamente, uma entrevista à Shoah Visual History Foundation [Fundação de História Visual do Holocausto]. Na mesma linha, nunca leu uma palavra escrita por Elie Wiesel ou qualquer outro autor que escrevesse sobre o Holocausto, nem nunca viu um único fotograma do filme «A Lista de Schindler» ou de qualquer outro filme desse tipo.

"Hoje, é a primeira vez que estou a falar acerca disso," disse o rabino Rosenfeld ao Intermountain Jewish News a 27 de Janeiro de 2005, exactamente 60 anos depois do dia da sua libertação de Auschwitz. Em 25 anos na Hillel Academy – 16 dos quais como director – e em ocupações subsequentes, e como autor de livros encomendados pela Torah Umesorah, o rabino Rosenfeld ganhou a reputação de um educador dedicado e talentoso, como um homem nobre e atencioso – mas não como um homem de sofrimento.

Rosenfeld nasceu em 1928 na província da Carpátia na parte oriental da então Checoslováquia. A região era habitada então por cerca de 100,000 judeus, "a maior parte camponeses pobres, madeireiros, lenhadores – a maior parte piedosos, pessoas religiosas, mas não muito letrados," diz ele.

O seu pai David estudou durante uma década judaísmo hassídico. O resto da família incluía a sua mãe Chana, a irmã mais velha Leah e o seu irmão mais novo Yoel.

Em Maio de 1944, na cidade de Chust onde viviam muitos dos cerca de 100,000 judeus da região, Rosenfeld, a sua família e muitos judeus foram colocados a bordo de carruagens de comboio para gado. O seu destino era uma pequena cidade polaca de nome Oswiecim, próxima de um lugar a que os alemães chamavam Auschwitz.

Rosenfeld lembra-se que saíram cerca do meio-dia de quinta-feira de Chust e chegaram a Auschwitz ao meio-dia de Sábado. Afirma que se lembra muito pouco do pesadelo que foi a viagem.

"Claro que foi quando chegámos a Auschwitz que os verdadeiros problemas começaram," afirma o rabino numa voz que se torna sombria. Lembra-se de chicotes, guardas, cães, comandos berrados, gritos e tiros.

A sua família foi quase imediatamente separada – "não segundo um esquema, mas caoticamente" – mas o rabino Rosenfeld e o seu pai conseguiram ficar juntos. Ele lembra-se de passar pelo imponente e infame portão principal de Auschwitz, próximo do qual Josef Mengele fazia o seu trabalho de escolha, mas ele não se lembra pessoalmente do arqui-nazi, nem dos seus infames comandos "para a esquerda" e "para a direita".

"Quero que perceba que eu vinha directamente do seminário rabínico," diz Rosenfeld. "O meu conhecimento das coisas do mundo era nulo. Eu não fazia ideia de quem eram os SS ou a Gestapo. Tudo o que soube foi que o meu pai me agarrou pela mão e levou-me para fora dali. Se não o tivesse feito, eu teria provavelmente terminado também noutro lugar."

Estes primeiros momentos caóticos foram a última vez que Rosenfeld viu a sua mãe e irmã por um longo período de tempo e a última vez em que viu o seu irmão mais pequeno. Essa lembrança, talvez mais do que tudo o resto, ainda persegue o rabino Rosenfeld.

"Nunca mais voltei a ver o meu irmão mais novo," diz, sem sequer tentar resistir às lágrimas. "Não posso descrever os meus pensamentos aterrorizados, os meus pesadelos, o meu irmãozinho, o que é que ele deve ter sentido quando o gás o alcançou, não sabendo que os seus pais eram impotentes para o salvar. Uma criancinha inocente."

Rosenfeld sonhou com isto todas as noites durante um quarto de século, diz, e ainda sente o fenómeno ilógico e poderoso conhecido por «culpa de sobrevivente» - "perguntando como é que eu sobrevivi e eles não."

Rosenfeld, contudo, tinha ainda o seu pai. Foram ambos destacados para unidades de trabalho, ou comandos, e viviam na mesma secção do complexo de Auschwitz mas em barracões diferentes. Estavam juntos sempre que havia oportunidade.

"Estávamos no mesmo campo. Ele viu-me sofrer. Eu vi-o sofrer. Chorámos juntos." Lembra-se do seu pai rezar nos barracões e dar ao seu filho a sua ração de pão. "Éramos muito, muito chegados," diz o rabino em lágrimas.

Durante os meses que passaram em Auschwitz, pai e filho trabalhavam normalmente em diferentes projectos, principalmente cavando fundações e carregando cimento para novos edifícios. O primeiro saco de cimento que o rabino Rosenberg carregou, pesando cerca de 50 quilos, deixou-o estendido no chão. Um alemão disse-lhe: "Não mereces o pão que comes," um aviso claro.

Mas outros prisioneiros ajudaram o jovem dando-lhe como trabalho empilhar os sacos, em vez de carregar com eles. Mesmo assim, o trabalho duro, combinado com tudo o resto, conjugaram-se para fazer de Rosenfeld um jovem muito doente. Uma bolha não tratada no pé cresceu e piorou até se tornar numa infecção debilitante na parte de trás da perna. Por fim, já não podia estar de pé, e muito menos andar, diz ele, enquanto levanta a perna das calças para mostrar a cicatriz deixada pela infecção de há seis décadas atrás.

Na altura, a meio do Inverno de 1944-45, foi colocado na enfermaria de Auschwitz, incapaz de trabalhar. Isto provavelmente salvou-lhe a jovem vida.

O Exército Vermelho Soviético estava a aproximar-se de Auschwitz e os alemães, desejosos de manter a sua população de escravos, esvaziaram virtualmente Auschwitz da sua população prisional, conduzindo-a numa marcha forçada para ocidente. Abandonando o resto do campo, deixaram apenas para trás as várias centenas de prisioneiros na enfermaria, incluindo o rabino Rosenfeld. O pai do rabino foi levado na marcha forçada para Buchenwald, onde, segundo Rosenfeld, foi morto a uma semana da libertação do campo.

Os últimos dias em Auschwitz são ainda confusos para o rabino Rosenfeld, que os vivenciou próximo da morte por causa da infecção e da febre.

Vieram aviões e metralharam o complexo, incluindo a enfermaria, diz Rosenfeld. Hoje, ainda não tem a certeza se eram aviões aliados ou do eixo. Sabe apenas que um homem da sua cidade natal o tirou da enfermaria, porque as balas tinham pegado fogo ao edifício. Mas estava a nevar e frio, e o fogo apagou-se rapidamente, e assim puderam voltar para dentro.

Muitos doentes morreram no ataque e no incêndio. Mais tarde, aqueles que sobreviveram foram procurar sob as almofadas dos mortos, esperando encontrar um pedaço de pão escondido.

O campo foi abandonado durante 10 dias enquanto os combates continuavam furiosamente à volta dele. "Havia tiroteio por todos os lados," afirma o rabino Rosenfeld. "Os canhões estavam a disparar. Aviões."

Na manhã do dia 27 de Janeiro de 1945, tudo estava acabado. O primeiro tanque russo entrou.

Rosenfeld afirma que nessa altura pesava 22 quilos. "Às vezes ouve-se o cliché pele e osso. Eu era só pele e osso." Rosenfeld foi parar a um hospital da Cruz Vermelha em Oswiecim, onde lhe fizeram várias operações para recuperar o uso da perna.

Foram precisos vários meses de recuperação dolorosa e uma série de viagens frustrantes e cansativas através da Europa para localizar a sua mãe e irmã, tendo ambas sobrevivido às provações.

Encontrando a sua casa em Chust ocupada por uma família cigana, a reduzida família Rosenfeld foi finalmente acomodada pelo governo checo na região dos sudetas, da qual milhões de alemães tinham acabado de ser expulsos [in the Sudeten region, from which millions of Germans had just been ousted].

Rosenfeld estudou num seminário rabínico e um professor do colégio ajudou-o e à sua família a emigrar para a América e finalmente tornar-se um professor judeu.

"Se eu sinto ódio? Sim, sinto. Por quem? Na verdade não sei. Todo o mundo esteve envolvido. O que é que aconteceu? A humanidade foi-se abaixo."



O texto deste artigo que foi apagado na Internet ficou gravado no disco. O original pode ser visto nas seguintes imagens (clicar para ampliar):







sexta-feira, janeiro 23, 2009

O embuste da «Crise Financeira» – os credores dos bancos evaporaram-se?



Por Michel Chossudovsky

Onde é que se meteram os Credores dos Bancos?

Diz-se que as maiores instituições financeiras estão numa situação confusa, endividadas a credores não identificados. Desde o desencadear do colapso financeiro, a identidade dos credores dos bancos permanece um mistério.

Ao longo dos anos, o establishment financeiro estabeleceu hedge funds privados registados em nome de indivíduos ricos. Grandes quantidades de riqueza foram transferidas de grandes instituições financeiras para estes hedge funds privados, os quais, em grande medida, escapam à regulamentação governamental.

Por que é que os bancos estão endividados? A quem? Serão eles as vítimas ou os receptores? Serão eles os devedores ou os credores?

Os maiores bancos da América têm, ao longo dos anos, filtrado parte dos seus lucros excedentários para vários dispositivos financeiros susbtitutos: hedge funds, contas registadas em paraísos bancários, offshores seguros nos trópicos, etc.

Enquanto estas transferências de milhares de milhões de dólares são efectuadas electronicamente de uma entidade financeira para outra, a identidade dos credores nunca é mencionada. Quem está a recolher estas dívidas multi-bilionárias, as quais são, em grande parte, consequência da manipulação financeira?

O colapso dos valores de mercado das acções dos bancos foi, com toda a probabilidade, conhecido antecipadamente. Os bancos já mudaram o seu saque para um paraíso financeiro seguro.

Os bancos continuam a navegar em águas «revoltas» depois de terem recebido centenas de milhares de milhões de dólares de dinheiro de socorro financeiro.

Para onde é que o dinheiro do socorro financeiro está a ir? Quem é que se está a aproveitar dos muitos milhares de milhões de dólares de dinheiro de ajuda do governo? Este processo está a contribuir para uma concentração de riqueza privada sem precedentes.

A imprensa financeira reconhece a existência de milhares de milhões de dólares de "dívida interbancária". Mas nem uma palavra é mencionada acerca dos credores.

Para todo o devedor há um credor. Não será este o dinheiro que as elites financeiras devem a si mesmas?

Quem quer que possua estes biliões acabará por transformá-los em algo tangível. Esses senhores transformarão a sua enorme riqueza de papel na aquisição de activos bem reais.


O acordar do dia seguinte:

E após as esperanças e as promessas da tomada de posse presidencial do Presidente Obama, os americanos da classe média, que investiram em acções "seguras" dos bancos, perceberão que parte das poupanças de toda uma vida foi mais uma vez confiscada.


quarta-feira, janeiro 21, 2009

Simon Wiesenthal – o caçador de nazis – nega as conclusões dos Julgamentos de Nuremberga


Carta de Simon Wiesenthal ao Jornal militar norte-americano "The Stars and Stripes", edição europeia, Domingo, 24 de Janeiro de 1993 (pág. 14).



Gaseamentos na Alemanha

"Surgiu uma carta neste jornal intitulada "Erro nas Câmaras de Gás" (5 de Janeiro de 1993). Já que sou citado nesta carta, acho necessário declarar o seguinte:

É verdade que não existiam campos de extermínio em solo alemão e portanto não existiram gaseamentos em massa tal como os que aconteceram em Auschwitz, Treblinka e noutros campos. Uma câmara de gás estava a ser construída em Dachau, mas nunca chegou a ser terminada.


Gaseamentos, contudo, aconteceram em Mauthausen, que na altura pertencia à Alemanha.

O programa de eutanásia nazi incluía quatro instituições (Hartheim próximo de Linz, Hadamar, Sonnestein próximo de Pirna, e Grafenegg), nas quais pessoas, física e mentalmente deficientes, foram mortas – muitas vezes com a ajuda de gás. Todas estas quatro instituições estavam localizadas em solo alemão.

Foram encerradas na sequência de protestos mas antes serviram como uma espécie de escola para assassínios em massa: a partir de 1942 os membros das SS que lá prestaram serviço foram transferidos para os grandes campos de concentração, tais como Treblinka, Sobibor e Belzec na Polónia."

Simon Wiesenthal

Viena, Áustria

(Clicar na imagem para aumentar)

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Terrorismo psicológico sionista numa universidade americana

Deborah Esther Lipstadt (na foto) é uma historiadora americana e autora do livro Denying the Holocaust [Negando o Holocausto]. É professora de Judaísmo Moderno e Estudos do Holocausto na Universidade Emory e consultora do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos. Em 1994, foi nomeada pelo Presidente Bill Clinton para o Conselho do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, ente cumpriu dois mandatos.


(Crítica na Amazon.com) - No livro Denying the Holocaust [Negando o Holocausto], Deborah Lipstadt faz uma vigorosa análise das tentativas de negação do Holocausto nazi, investiga a história do revisionismo do Holocausto e afirma que este já não pode ser ignorado por mais tempo, mostrando como os negacionistas do Holocausto, antes descartados como uma minoria extremista lunática, tem crescido em número e influência durante os últimos 20 anos. Lipstadt apresenta numerosos exemplos de tentativas para provar que o extermínio de seis milhões de judeus é um embuste; que apenas alguns milhares de judeus morreram nos campos de concentração de doença; que os bombardeamentos aliados das cidades alemãs foram piores do que qualquer crime nazi; e que as “verdadeiras vítimas” da Segunda Guerra Mundial foram o povo alemão.

Estas distorções da história documentada, argumenta a autora, ameaçam minar a nossa tradição racionalista ocidental e legitimam a politização da história. Para Lipstadt o traço comum entre os negacionistas do Holocausto é uma "pura diatribe anti-semita" mostrando os judeus como um povo com a mania da vitimização. Lipstadt argumenta veementemente contra o facto de se dar aos revisionistas um fórum em nome da liberdade de expressão. Lipstadt sustenta que "as respostas ao negacionismo do Holocausto tanto por estudantes e universidades demonstram a susceptibilidade de um segmento educado e privilegiado ao pensamento que cria um clima favorável à reescrita da história."


A Sra. Deborah Esther Lipstadt possui um Blogue que dá pelo nome:

Reagindo a um cartoon que compara a Cisjordânia palestiniana a um gueto nazi, desenhado por um jovem estudante, Dylan Woodliff, no jornal universitário de Emory (Emory Wheel), a senhora Deborah Esther Lipstadt, em três posts, esmaga contundentemente o pouco avisado aluno:


(Blogue de Deborah Lipstadt) - Terça-feira, 18 de Novembro de 2008

Um cartoon anti-semita no jornal escolar da universidade de Emory [nos EUA] gera uma torrente de críticas em todo o campus universitário


Na última sexta-feira um cartoon inquestionavelmente anti-semita apareceu no jornal escolar da universidade de Emory, «The Wheel». Foi-me enviado o cartoon e uma explicação do cartonista.

O cartoon estava dividido em duas partes. Uma mostrava o muro/cerca entre a Cisjordânia (Margem Ocidental) e Israel com soldados israelitas em frente do muro, e na outra parte estavam judeus num gueto com guardas nazis a guardá-lo. Por baixo, em maiúsculas, a seguinte frase: A EXPERIÊNCIA É O MELHOR PROFESSOR.

A explicação do cartonista condenava o muro e culpava-o por criar o fosso económico entre israelitas e palestinianos. Alegava também que NÃO estava a comparar a situação na Cisjordânia com o Holocausto. [Não obstante o cartoon estar a fazer isso precisamente]. O cartonista afirmou também que não desejara ser ofensivo. [Apesar de o ter sido de facto].

O cartoon estava também acompanhado por uma opinião discordante de dois estudantes que afirmavam que o cartoon era uma forma de negação do Holocausto e anti-semita.

E mais interessante do que o cartoon foi o que aconteceu a seguir.

A universidade começou a ouvir falar no assunto no Domingo. Em dia e meio, 40 membros da faculdade assinaram uma carta ao editor condenando o cartoon. Incluíam pessoas de pelos menos 4 fés diferentes [Cristã, Judaica, Muçulmana, Budista], diferentes grupos étnicos, e diferentes disciplinas. Além disso pessoas de outras universidades escreveram as suas próprias cartas ao editor.

Em minha opinião a história é esta. E não o cartoon e a tentativa desastrada do cartonista de criar um cartoon sobre um problema sério.

É o que se deve retirar desta história. Pessoas que pontos de vista díspares da situação política e com atitudes muito diferentes acerca da situação israelo-palestiniana foram capazes de colocar as suas diferenças de parte e condenar um cartoon grosseiramente mal informado e nocivo.

O que se segue é uma carta conjunta da faculdade - Carta da Universidade em resposta ao cartoon (17/11/2008):

Ao Editor:

O cartoon publicado no jornal Emory Wheel comparando judeus a Nazis é historicamente errado, menospreza o Holocausto, calunia Israel e o povo judeu e, em nossa opinião, é francamente anti-semita. O jornal Emory Wheel deve a todos os seus leitores uma retratação e uma desculpa. Reconhecemos o direito do Emory Wheel à Primeira Emenda, e expressamos o nosso próprio direito a denunciar o conteúdo dogmático e irresponsável que o jornal possa publicar.

(Assinam 40 membros da faculdade, entre os quais, a própria Deborah Lipstadt).


E também a opinião de Deborah Lipstadt:

Um Cartoon falso e nocivo - Por Deborah Lipstadt (uma opinião sobre o assunto)

No jornal Wheel de sexta-feira aparecia um cartoon perturbante comparando directamente os guetos nazis com a cerca de separação que os israelitas erigiram na Cisjordânia. Esta equiparação é historicamente falsa e extremamente nociva. Os alemães colocaram judeus de toda a Europa em guetos para morrerem lentamente de fome, de privações e de doenças ou para terem uma morte mais rápida com uma bala ou com gás venenoso.

Independentemente do que cada um possa pensar da cerca/muro (a maior parte é uma cerca), não foi construída com este propósito. Foi edificada como um mecanismo defensivo. Mesmo que alguém se oponha a ela, não se pode ignorar o facto de que reduziu enormemente os bombistas homicidas (também chamados de forma errada “bombistas suicidas”) de alvos israelitas. Não existia nenhuma cerca/muro antes de existirem ataques bombistas a autocarros, escolas e outros alvos civis. A cerca foi construída em resposta a estes ataques.

Com respeito à disparidade de riqueza que Woodcliff parece culpar a cerca/muro, esta disparidade existia muito antes da cerca/muro lá estar. A Autoridade Palestiniana recebeu incontáveis milhares de milhões de dólares para ajudar o seu povo. Durante o regime corrupto do já falecido Yasser Arafat a maior parte destes fundos desapareceram. (Procurem nos bancos suíços, ou em Paris onde a sua viúva vive uma vida de grande magnificência.) Os fundos obviamente não eram usados para ajudar o povo palestiniano, uma grande parte dele a sofrer terrivelmente.

Quando Israel retirou da Faixa de Gaza, deixou atrás de si quintas férteis, estufas com sistemas avançados hidropónicos para o cultivo de vegetais, e outras instalações que poderiam ter sido utilizadas para melhorar a sorte dos palestinianos. A maior parte foi destruída pelos palestinianos. Fundos internacionais foram arranjados para ajudar os residentes de Gaza. Também estes tiveram pouco aproveitamento. Entretanto, continuam a ser disparados rockets (foguetes) de Gaza contra cidades israelitas. Um bombardeio de rockets no Sábado mandou 18 israelitas para o hospital. Em resposta, Israel fechou a fronteira entre Gaza e Israel, aumentando ainda mais o sofrimento dos residentes de Gaza.

Existe um problema sério no Médio Oriente mas a comparação irreflectida de Woodliff entre judeus e nazis não é só desinformação, demonstra um certo preconceito – anti-semitismo – que não ajuda nunca a esclarecer a situação. O que quer que se pense da política israelita, descrevê-la como parecida com a política nazi de assassínio dos judeus europeus é estar a incorrer em anti-semitismo e numa forma de negação do Holocausto.

Por fim, estou espantada com a nota explicativa que Woodliff acrescentou ao desenho. Nenhum cartoon editorial precisa de uma explicação ou de uma adenda. Se o cartonista for bom, o seu trabalho fala por si mesmo. Com isto encerrei as minhas alegações.

Posted by Deborah Lipstadt at 10:19 AM 4 comments
Labels: Antisemitism: Contemporary, Holocaust Denial, Lipstadt: Op-eds/ Articles/ Interviews




(Blogue de Deborah Lipstadt) - Terça-feira, 18 de Novembro de 2008

Um cartoon que diz tudo, onde não são necessárias explicações


Legenda: Que vizinhos tão inamistosos que eles são.

Com agradecimentos ao Bruce's Mideast Soundbites por ter encontrado este cartoon...

Posted by Deborah Lipstadt at 3:11 PM 4 comments
Labels: Antisemitism: Contemporary, Campus Issues




(Blogue de Deborah Lipstadt) - Sábado, 22 de Novembro de 2008

Encontro com o "infame" cartonista de Emory: uma experiência enriquecedora

Ontem à tarde encontrei-me com Dylan Woodliff, o jovem que desenhou o cartoon no jornal universitário Emory Wheel comparando o muro/cerca entre a Cisjordânia e Israel anterior a 1967 aos guetos sob o domínio nazi.

Depois de ouvir os seus professores e os seus colegas dizerem que ele era um "bom rapaz" que se tinha metido em algo que o ultrapassava, enviei-lhe um e-mail a dizer que me encontrava com ele. Ele concordou imediatamente.

A minha motivação para fazer isto tinha dois objectivos. Senti, baseada no que me disseram sobre a sua "explicação" que acompanhava o cartoon, que se tinha metido num assunto que o ultrapassava. Talvez houvesse oportunidade para fazer a nossa obrigação, educar. Queria que ele percebesse porque é que aquilo que tinha feito era tão incorrecto.

Em segundo lugar, ele tinha sido sujeito a uma chuva de críticas, críticas bem merecidas mas críticas de qualquer forma. É muito raro um só estudante fazer alguma coisa que provoca a crítica inequívoca de 46 professores às suas acções. Eu estava preocupada com ele. É uma carga muito pesada para uma pessoa – particularmente um estudante – enfrentar. Queria que ele soubesse que embora tivesse condenado bastante o que ele tinha fizera, sentia empatia por ele como pessoa.

Encontrei um estudante arrependido que estava preocupado que as pessoas pensassem que ele era anti-semita e que tinha arruinado o seu futuro. [Na Era do Google estas coisas não desaparecem]. Encontrei um estudante que tentou provar o seu ponto de vista sobre as políticas do Médio Oriente e o fez de uma forma impensada e mal informada.

Não falámos muito sobre o cartoon porque nessa altura ele já tinha percebido que tinha feito asneira e que nunca deveria ter feito essa analogia. De facto, contei-lhe como, no passado, tentei, numa ocasião provar o meu ponto de vista sobre uma coisa e, ao fazê-lo, ter dito algo estúpido, furioso, ou excessivo. O meu ponto de vista perdeu-se porque todos se concentraram na forma excessiva como eu me tinha exprimido.

Assegurei-lhe que não tinha dúvidas de que ele não era anti-semita. De facto, se eu pensasse de outro modo nem me teria preocupado em encontrar-me com ele.
Na tarde anterior tinha-me também encontrado com Sal Rizzo, o editor do jornal Emory Wheel. Acho que também percebeu que ele e a redacção do jornal tinham falhado na sua obrigação de assegurar um jornalismo responsável. Não estou a falar de censura. Obviamente que eles têm liberdade de fazer asneira… como fizeram majestosamente. Eu falei de sentido crítico.

Os dois estudantes compreenderam que por terem usado esta falsa e perniciosa analogia acabaram por dar um tiro no próprio pé. Ninguém discutiu a política do Médio Oriente. O que discutiram foi essa analogia insensata.

Estes dois encontros lembraram-me que fazemos muito pela nossa educação nas escolas mas que a educação mais importante é fora delas. Penso que aprenderam algo… tal como eu.

Posted by Deborah Lipstadt at 4:04 AM 13 comments
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Comentário (meu):

Manter nas escolas a consciência do massacre sistemático dos Judeus

domingo, janeiro 11, 2009

O embuste do «Pico Petrolífero» confere ao monopólio do petróleo, além de lucros astronómicos, o controlo energético do planeta



New York Times - 26/09/1995: Geoquímico afirma que os campos petrolíferos podem reabastecer-se naturalmente



Petróleo sustentável?

Por Chris Bennett - WorldNetDaily.com - 25 de Maio de 2004

(Tradução minha)

No mar, a cerca de 130 quilómetros da costa do estado da Luisiana, fica uma montanha, a maior parte submersa, e cujo topo é conhecido por Ilha Eugene. A parte submarina é assustadora, uma torre a pique projectando-se das profundidades do Golfo do México, com fendas profundas e falhas perpendiculares que expelem espontaneamente gás natural. Uma importante jazida de crude de petróleo foi descoberta nas proximidades nos finais dos anos 60, e nos anos 70, uma plataforma chamada Eugene 330 estava a produzir activamente cerca de 15.000 barris por dia de crude de petróleo de alta qualidade.

Nos finais dos anos 80, a produção da plataforma desceu para menos de 4.000 barris por dia, e foi necessário bombear o petróleo. De repente, em 1990, a produção subiu novamente para os 15.000 barris diários, e as reservas que tinham sido estimadas em 60 milhões de barris nos anos 70, foram recalculadas para 400 milhões de barris. Curiosamente a idade geológica medida do novo petróleo era quantitativamente diferente do petróleo bombeado nos anos 70.

Análises dos registos sísmicos revelaram a presença de uma "profunda falha" na base da jazida da Ilha Eugene donde estava a jorrar um rio de petróleo de alguma fonte mais profunda e previamente desconhecida.

Resultados semelhantes foram observados noutros poços de petróleo do Golfo do México. Resultados similares foram encontrados nos poços de petróleo da Baía Cook no Alasca. O mesmo se passou nos poços de petróleo do Uzbequistão. O mesmo aconteceu no Médio Oriente, onde se tem feito a exploração e a extracção de petróleo há pelos menos 20 anos, as reservas conhecidas duplicaram. Actualmente existem qualquer coisa como 680 mil milhões de barris nas reservas de petróleo do Médio Oriente.

Para criar tanto petróleo seria necessária uma grande pilha de dinossauros mortos e plantas pré-históricas a fermentar. Poderá haver outra origem para o crude de petróleo?

Uma teoria intrigante que corre agora entre as equipas de pesquisa das companhias petrolíferas sugere que o crude de petróleo pode ser, na realidade, um produto natural inorgânico, e não o resultado de uma decomposição orgânica durante tempos incomensuráveis. A teoria aponta para que possam haver enormes reservas de petróleo ainda por descobrir a maiores profundidades que eclipsam as estimativas mundiais actuais.


A teoria é simples: o crude de petróleo forma-se num processo natural inorgânico que ocorre entre o manto e a crosta terrestre, algures entre 8 e 30 quilómetros de profundidade. O mecanismo sugerido funciona da seguinte maneira:

1) O Metano (CH4) é uma molécula vulgar que se encontra em grandes quantidades no nosso sistema solar e existe em grandes concentrações a grande profundidade na Terra.

2) Na camada entre o manto e a crosta, aproximadamente a 6 quilómetros abaixo da superfície terrestre, correntes de gases comprimidos à base de metano elevam-se rapidamente atingindo bolsas a alta temperatura causando a condensação dos hidrocarbonetos mais pesados. O resultado desta condensação é normalmente conhecido por crude de petróleo.

3) Alguns gases comprimidos à base de metano migram para bolsas e jazidas que extraímos com o nome de gás natural.

4) Nos "arrefecedores" geológicos, regiões mais tectonicamente estáveis à volta do mundo, o crude de petróleo deposita-se em jazidas.

5) Nos "aquecedores" geológicos, áreas vulcânicas tectonicamente mais activas, o petróleo e o gás natural continuam a condensar-se e acabam por oxidar-se, produzindo dióxido de carbono e vapor, que é expelido por vulcões activos.

6) Periodicamente, dependendo das variações geológicas e dos movimentos terrestre, o petróleo vem à superfície em quantidade, criando as vastas jazidas de areia betuminosa do Canadá e da Venezuela, ou as contínuas infiltrações encontradas sob o Golfo de México e no Uzbequistão.

7) Periodicamente, dependendo das variações geológicas, os vastos e profundos lagos de petróleo escapam-se e tornam a encher jazidas já conhecidas de petróleo.


Existem numerosas observações através das regiões produtoras de petróleo em todo o Globo que apoiam esta teoria, e a lista dos proponentes começa com Mendelev (que criou a tabela periódica de elementos) e inclui o Dr. Thomas Gold (director fundador do Centro de Radiofísica e Pesquisa Espacial da Universidade de Cornell) e o Dr. J.F. Kenney da Gas Resources Corporations de Houston no Texas.

No seu livro de 1999, "The Deep Hot Biosphere," [A Biosfera quente e profunda], o Dr. Gold apresentou provas convincentes da formação de petróleo inorgânico. Ele salientou que todas as estruturas geológicas onde o petróleo é encontrado correspondem a formações terrestres profundas, e não a deposições aleatórias que encontramos em rochas sedimentares, a fósseis associados ou até à vida corrente da superfície.

O Dr. Gold observou também que amostras de petróleo extraídas de várias profundidades do mesmo campo petrolífero tinham as mesmas propriedades químicas – as propriedades químicas do petróleo não variam com a profundidade ao contrário dos fósseis. Outra coisa interessante é o facto de que o petróleo é encontrado em grandes quantidades através de formações geográficas onde a quantidade de vida pré-histórica não é suficiente para produzir as jazidas existentes de petróleo. Então, donde veio o petróleo?

Outro facto interessante é que todos os campos petrolíferos do mundo libertam hélio. O hélio está de tal forma presente em todos os campos petrolíferos que detectores de hélio são usados como ferramentas na prospecção de petróleo. O hélio é um gás inerte e um produto básico da desintegração radiológica do urânio e do tório, identificado em quantidade a grandes profundidades sob a superfície terrestre, a 3o0 quilómetros ou mais. O hélio não é encontrado em quantidades significativas em áreas não produtoras de metano, petróleo ou gás natural. Não faz parte dos cerca de doze elementos comuns associados à vida. É encontrado através do sistema solar assim como um produto perfeitamente inorgânico.

Ainda mais intrigante são as provas de que várias jazidas de petróleo em todo o mundo estão a voltar a encher-se, tal como a jazida da Ilha Eugene – não a partir dos lados, como seria de esperar de jazidas orgânicas contínuas, mas de baixo para cima.

O Dr. Gold acredita verdadeiramente que o petróleo é uma "sopa renovável e primordial, continuamente produzida pela Terra sob condições ultra-quentes e pressões tremendas. À medida que esta substância se desloca para a superfície, as bactérias unem-se a ela, fazendo com que pareça ter uma origem orgânica que remota ao tempo dos dinossauros."

Companhias de petróleo mais pequenas e equipas inventivas estão a usar esta teoria para justificar perfurações de petróleo em profundidade no Alasca e no Golfo do México, entre outros lugares, com algum sucesso. O Dr. Kenney previu que partes da Sibéria contêm uma jazida de petróleo igual ou maior do que as já foram descobertas no Médio Oriente.

Pode ser isto verdade?

Em Agosto de 2002, no "Proceedings of the National Academy of Sciences (US)," o Dr. Kenney publicou um estudo, que tinha um título parcial: "The genesis of hydrocarbons and the origin of petroleum." [A origem dos hidrocarbonetos e a origem do petróleo]. O Dr. Kenney e três co-autores russos concluem:

O sistema Hidrogénio-Carbono não evolui espontaneamente para hidrocarbonetos a pressões abaixo dos 30 Kbar, mesmo no ambiente mais favorável. O sistema Hidrogénio-Carbono evolui para hidrocarbonetos a pressões encontradas no manto da Terra e a temperaturas consistentes com esse ambiente.

O Dr. Kenney é citado por ter afirmado que "físicos competentes, químicos, engenheiros e homens conhecedores da termodinâmica sabem já desde o último quartel do século XIX que o petróleo não evolui de materiais biológicos."

Profundamente entranhada na nossa cultura está a crença de que nalgum ponto no futuro relativamente próximo veremos a última bomba a trabalhar no último poço de petróleo em funcionamento a chiar, e que não haverá nada a fazer. O fim da Idade do Petróleo. E a não ser que descubramos outra fonte de energia barata, o mundo tornar-se-á rapidamente um sítio muito mais tenebroso e mais perigoso.

Se o Dr. Gold e o Dr. Kenney estão correctos, este cenário de "fim do mundo tal como o conhecemos" simplesmente não acontecerá. Pensem nisso... enquanto reservas profundas de crude petrolífero inorgânico, não inesgotável e de extracção comercialmente praticável abastecerão o mundo com combustível barato. O Dr. Gold afirmou que as actuais reservas mundiais de crude petrolífero poderão multiplicar-se por 100.


O embuste do «Pico Petrolífero», sugerindo grande escassez e finitude a médio prazo do ouro negro, confere ao monopólio do petróleo, além de lucros astronómicos, o controlo energético do planeta. Para manter este monopólio e a alegada carência petrolífera têm-se declarado inúmeras guerras. Só neste século XXI já podem ser contabilizadas as guerras do Afeganistão, Iraque (mais de um milhão de mortos), Líbano, Palestina, Darfur, Geórgia...

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Jon Stewart - 50% dos governadores do Estado do Illinois estão encarcerados por corrupção

Jon Stewart, do Daily Show, relata-nos com muito humor mais um caso de corrupção nos Estados Unidos:

CNN: O governador do Illinois, Blagojevich tentou extorquir contributos para a campanha de pessoas com contratos estaduais… Blagojevich tentou vender o lugar no Senado que o Presidente eleito, Barack Obama, deixara vago.

Fox News: Blagojevich tentou conseguir o cargo de embaixador ou ser nomeado Secretário da Saúde e Recursos Humanos. Ele queria um emprego para a mulher. Ele queria dinheiro. …Blagojevich queria despedir a Comissão Editorial do "Chicago Tribune".

Jon Stewart: Sabem que mais? Deixem-me simplificar isto. Do que não está ele a ser acusado?

Personagem de um filme antigo de cowboys: "De molestar um cavalo morto."

Jon Stewart: Presumo que seja um exagero. É óbvio que Blagojevich não fez nada que chegue ao nível de maldade da bestialidade necrófaga.

Fox News: O governador Blagojevich, diz a Acusação, tentou extorquir uma contribuição de 50 mil dólares do director de um hospital pediátrico, ameaçando negar ao hospital fundos estaduais.

Jon Stewart: Era melhor teres f… um cavalo morto. Blagojevich andava a extorquir um hospital pediátrico!

Jon Stewart: Infelizmente, o suborno não é novidade no Estado de Illinois. O anterior governador, George Ryan, deixou o cargo quando foi acusado de corrupção e está actualmente a cumprir uma pena de seis anos. Mas não é tudo. Três dos últimos sete governadores do Illinois foram parar à prisão. Então isto totaliza 4 dos últimos 8 governadores do Illinois que são encarcerados por corrupção: 50%.

Jon Stewart: Ouçam meninos, ser governador do Estado de Illinois pode parecer deslumbrante, mas é um beco sem saída. É um bilhete de saída para lado nenhum. 50% dos governadores do Illinois acabam presos. Por amor de Deus! Sabiam, e isto é verdade, que apenas 48% dos homicidas são presos pelo seu crime? É mais provável serem presos se se tornarem governadores do Illinois, do que se tornarem homicidas. Por isso, hoje digo-vos isto: a escolha é vossa, meninos. Façam a escolha inteligente.


Vídeo legendado em português:

quarta-feira, janeiro 07, 2009

O Mito dos combustíveis fósseis - Ninguém até hoje sintetizou petróleo em laboratório com uma proveta de algas


Jerome R. Corsi

WorldNetDaily.com - 17 de Novembro de 2005

(Tradução minha)


De que forma é que os 'fósseis' se transformam em 'combustível'?

Examinemos em profundidade os alegados processos químicos pelos quais plantas e dinossauros em decomposição supostamente se decompuseram em "combustível fóssil."

Richard Heinberg, um dos principais académicos do New College of California (Santa Rosa) adeptos do "Pico Produtivo" e que é autor de "Powerdown: Options and Actions for a Post-Carbon World" [Corte da Energia: Opções e Acções num Mundo pós-petróleo], diz-nos que "a afirmação de que o petróleo é de origem não orgânica (abiótica) necessita de muitos argumentos, porque tem de ultrapassar as provas abundantes" que ligam "acumulações de petróleo específicas a origens biológicas específicas através de uma cadeia de processos bem conhecidos que têm sido demonstrados, em princípio, sob condições laboratoriais." Portanto, se o que Heinberg afirma é verdade, não deverão existir problemas em descobrir a fórmula precisa, demonstrada em condições laboratoriais e segundo a qual a vida de plantes e animais se decompõe em combustível de hidrocarbonetos.

Seppo Korpela, do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade do Estado de Ohio, fornece-nos uma descrição precisa do processo químico envolvido. Ele argumenta que os combustíveis fósseis se formam quando "as primeiras camadas sedimentares" no fundo de uma bacia ficam privadas de oxigénio de tal forma que a matéria orgânica nela depositada não se decompõe, "como acontece com um composto no ambiente comum." Então, "bactérias anaeróbicas começam a trabalhar e transformam o material orgânico numa substância denominada querogénio [Kerogen]. O querogénio pode ser considerado como um petróleo não amadurecido." O termo "anaeróbico" refere-se ao processo de ocorrer na ausência de oxigénio. Quando o querogénio é encontrado a profundidades entre os 1.800 metros e os 4.000 metros, e quando a temperatura e a pressão são as "certas", o querogénio "a rocha onde se originam os hidrocarbonetos desfaz-se em petróleo. Esta zona é chamada a janela do petróleo. A profundidades superiores a 4.000 metros, as temperaturas são tão altas que o petróleo se transforma em gás."

O querogénio (kerogen), no fim de contas, não é um termo químico. O querogénio é um termo vago (que deriva da palavra grega keros, que significa cera) que o glossário da indústria petrolífera define da seguinte forma:

Querogénio - A ocorrência natural, de material orgânico sólido e insolúvel que ocorre nas rochas onde se originam os hidrocarbonetos e que pode produzir petróleo depois de aquecidas.

O Dicionário Webster define querogénio de uma forma algo circular: "material betuminoso ocorrendo no xisto e produzindo petróleo quando aquecido." No entanto, Webster, define betume como "qualquer de várias misturas de hidrocarbonetos (como o alcatrão) normalmente em conjunto com os seus derivados não-metálicos que ocorrem naturalmente ou resíduos destilados obtidos de forma natural pelo calor de substâncias como o petróleo." O querogénio não é um termo tipicamente encontrado nos livros de química ou usado especificamente por químicos profissionais. O uso do termo querogénio é geralmente um sinal de que está a lidar com um geólogo ou engenheiro petrolífero e não com um cientista químico.

Ker Than, um colunista do LiveScience.com, fornece a explicação habitual de como o querogénio supostamente se transforma em “combustível fóssil.”

Na teoria em voga, o material orgânico morto acumula-se no fundo dos oceanos, nos leitos dos rios ou pântanos, misturando-se que lama e areia. Com o tempo, mais sedimentos acumulam-se sobre os existentes e o calor e a pressão resultantes transformam a camada orgânica numa substância escura e maleável chamada querogênio. As moléculas de querogénio acabam por quebrar, partindo-se em moléculas mais pequenas e mais leves compostas quase unicamente por átomos de carbono e de hidrogénio. Dependendo de quão liquida ou gasosa for esta mistura, assim se tornará em petróleo ou gás natural.

Os livros de química não fornecem geralmente nenhuma fórmula para o querogênio. O que encontramos nos livros de química são muitas descrições de como os hidrocarbonetos se formam quando os átomos de carbono e de hidrogénio se juntam em ligações covalentes. Portanto, o metano é CH4, é o primeiro membro da série do alcano, tendo os outros membros dois, três, e quatro átomos de carbono e chamam-se etano, propano e butano, respectivamente. Ainda temos de encontrar um livro de química que refira querogénio ou descreva alguma combinação de algas antigas, minúsculos animais marinhos do Mesozóico, ou dinossauros com os ingredientes suficientes para a formação de hidrocarbonetos saturados comuns como o metano, o etano, o propano ou o butano. O metano é também encontrado frequentemente em planetas como Saturno (e na sua lua Titã) onde a ciência nunca detectou a presença de plantas ou animais vivos.
Às vezes os livros de química retornam à sabedoria convencional e fornecem uma vaga descrição verbal de "gás natural" como tendo sido formado pela "decomposição anaeróbica de plantas e animais” (como já chamámos a atenção, "anaeróbica refere-se a um processo que ocorre na ausência de oxigénio). Os livros, contudo, esquecem-se de mencionar qualquer experiência laboratorial onde este processo tenha sido demonstrado.

A transformação de "querogénio" em "combustível fóssil" parece mais ser uma matéria de fé, do que um processo observado que possa ser descrito por uma fórmula química precisa que possamos replicar em laboratório. Esta é uma queixa comum dos cientistas que propõem a teoria da origem do petróleo de forma abiótica (inorgânica) e de grande profundidade na Terra. O astrónomo Thomas Gold, expressou este ponto sucintamente na página 85 do seu livro de 1998, "The Deep Hot Biosphere: The Myth of Fossil Fuels." [A Quente e Profunda Biosfera: o Mito dos combustíveis fósseis]. "Ninguém até hoje sintetizou petróleo bruto ou carvão de pedra em laboratório com uma proveta de algas ou fetos (plantas)."

Análises cientificas publicadas tentando descrever "a noção do decomposição do querogénio em petróleo" tendem a começar com o problema fundamental da definição. «Considerem este exemplo:».

É importante não esquecer que o nome querogênio, ao contrário da nomenclatura química habitual, não representa uma substância com uma determinada composição química. Na verdade, querogénio é um nome genérico como lípidos ou proteínas. Os resultados das discussões teóricas, embora normalmente elaboradas, ficam sempre sem especificar em fórmulas químicas rigorosas que identifiquem os processos de transformação química.

Em contraste, o metano tem sido sinteticamente produzido em laboratório com a total especificação da fórmula química envolvida na combinação de óxido de ferro, carbonato de cálcio e água para produzir metano nas condições de pressão da parte superior do manto da Terra. Os cientistas que fizeram a experiência concluíram:

A observação da formação de metano nas pressões detectadas no manto terrestre é significativa porque demonstra a existência de séries de reacções químicas de matérias de origem inorgânica para formação de hidrocarbonetos no interior da Terra e sugere que a provisão de hidrocarbonetos na massa da Terra pode ser maior do que é assumido convencionalmente.

Cientistas também analisaram recentemente dados espectrográficos que validam a formação de metano em Marte por interacção de rochas fluidas na crusta, sem indícios de envolvimento de processos biológicos ou orgânicos.

Cientistas que propõem a teoria inorgânica da origem do petróleo argumentam que a teoria do "Combustível-Fóssil" viola basicamente a segunda lei da termodinâmica, um princípio que defende que a energia se dispersa sempre que pode e que nunca retrocede. Por exemplo, quando se solta o gargalo de um balão o ar escapa; o ar nunca retornará novamente para o balão a não ser que seja forçado. Thomas Gold declarou esse princípio:

Seria verdadeiramente surpreendente se a Terra tivesse obtido os seus hidrocarbonetos de uma fonte que a biologia já fora buscar a outra fonte – o dióxido de carbono – que teria sido recolhido da atmosfera por organismos foto-síntetizadores para produzir hidratos de carbono, e, então, de alguma maneira, tornados a processar pela geologia em hidrocarbonetos.

Por outras palavras, o "combustível fóssil" de antiga vida vegetal ou protoplasma exigiria que de alguma forma o ar voltasse a entrar dentro do balão, uma corrente de energia de direcção invertida contrária à segunda lei da termodinâmica. Por outras palavras, dinossauros mortos e florestas antigas seguem naturalmente a lei da entropia, "pó ao pó", não a noção de um revitalizado "combustível fóssil" resultante do "pó ao petróleo".
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segunda-feira, janeiro 05, 2009

O Mito do «Pico Petrolífero» - O petróleo NÃO é um combustível fóssil

Visto do topo, a sonda de perfuração faz um furo até à jazida de petróleo [a preto na imagem], depois traz o petróleo para a superfície para ser refinado. Todos os geólogos ocidentais acreditaram que o petróleo é formado localmente pela decomposição de matéria orgânica [vida marinha por exemplo], que então migra para cima para a jazida, onde é aprisionado por uma camada de rocha impermeável sobreposta à jazida de petróleo ou gás que impede a migração dos fluidos. Tudo muito simples e fácil de acreditar, mas os russos provaram que os geólogos ocidentais estavam irremediavelmente enganados.

Durante os anos quarenta e cinquenta, os engenheiros de jazidas de petróleo russos aperceberam-se de que, de alguma forma, as suas jazidas se tornavam a encher a partir de baixo, não obstante não existir lá nenhuma matéria em decomposição. Tudo o que existia por baixo era granito e basalto maciços, significando que o petróleo estava a ser produzido no manto da Terra, antes de migrar lentamente entre 100 e 250 quilómetros para a jazida existente em cima.


Por Jerry Mazza

Online Journal - 29/9/2005

(Tradução minha)


«Pico Petrolífero» - É tão simples acreditar nesta ideia. O petróleo contribui grandemente para poluir o ambiente. A era industrial intensificou enormemente o seu uso. Quanto mais o usamos, mais perdemos ar puro, e até o ozono. E, portanto, quase parece uma justiça divina que estejamos quase a esgotar este chamado "combustível fóssil" num período que poderá variar entre as próximas décadas e os próximos duzentos anos, este hidrocarboneto simultaneamente maldito e abençoado que levou milhões de anos a produzir.

E, por isso, até parece que tivemos o que merecemos: uma sociedade movida a petróleo a qual, assim que o petróleo se esgotar, sofrerá aniquilações em massa da população, fome, guerra, desaceleração económica total e um regresso às cavernas. E, portanto, teremos o nosso profeta da Wilderness.com, Michael Ruppert, a predizer isto de forma constante. E o seu livro bíblico, Crossing the Rubicon, terá como subtítulo a ideia: O Declínio do Império Americano e o Fim da Era do Petróleo. Bom, não, nem por isso, de maneira nenhuma.

Para começar, o petróleo não é um combustível fóssil. Esta é uma teoria que foi avançada por cientistas do século dezoito. Passados 50 anos, cientistas alemães e franceses puseram em causa a teoria do petróleo de raízes biológicas. De facto, o petróleo é inorgânico e não o resultado de uma longa degradação de matéria biológica. E o petróleo, para o bem ou para o mal, é uma fonte de energia renovável. Tal como o carvão, e o gás natural, o petróleo torna a encher as suas jazidas a partir de fontes no manto da Terra. É esta a verdadeira e autêntica ciência do petróleo.

De facto, cientistas russos e ucranianos dos anos 50, separados dos abastecimentos de petróleo do mundo ocidental, dedicaram-se ao problema e, por volta dos anos 60, demoliram por completo a ideia de que o petróleo era um "combustível fóssil". Será então de espantar que a Rússia seja um dos maiores produtores de petróleo? O isolamento da Guerra-fria forçou a Rússia e perfurar mais fundo, literalmente, para encontrar petróleo a maiores profundidades na terra em certos lugares, e a procurar noutros lugares onde ninguém pensaria que pudesse jamais existir. Isto enquanto a América, que alegava que a produção e a descoberta de petróleo já tinha atingido o auge e iria desaparecer nas próximas décadas, se sentiu obrigada a fazer a guerra para tirar o petróleo de outros povos: Afeganistão, Iraque, Irão, a Bacia do Cáspio, Sudão, etc.

E para os outros que têm petróleo, a América tem de ameaçar militarmente como o fez na Venezuela ameaçando matar o seu presidente que não cedeu em vender todo o seu petróleo à América. E com os sauditas, tem de protegê-los dos seus próprios terroristas e de algum Saddam que possa aparecer. E a América deita-se na cama com eles desde que consiga ficar com a parte de leão do seu petróleo, e decidir quem fica com o resto. E nisto se estabelece o génio do mal, o secreto e dissimulado ‘Pico Petrolífero’.

Se o petróleo, como o carvão e o gás natural, se restabelece sozinho na natureza, se vamos provavelmente ter mais do que ter menos, como é que se pode continuar a ganhar muito dinheiro com ele? Certamente que não será oferecendo o petróleo a um preço razoável. Depois da Segunda Grande Guerra, o petróleo estava a cerca de 25 cêntimos o galão (3,78 litros) nas bombas de gasolina. Mesmo tomando em conta a espiral inflacionista, em 2005 pagava-se 3,50 dólares o galão em Nova Iorque, um preço 14 vezes maior. Uma semana depois das férias de verão (a estação de maior consumo), o petróleo baixou para os 3 dólares o galão. Muitos já devem ter reparado que o preço do petróleo sobe todos os verões, desce de preço depois do verão acabar, sobe novamente no meio do Inverno quando as contas do aquecimento disparam, e as pessoas velhas e pobres não têm dinheiro para pagar esses aumentos e começam a gelar e a morrer de frio nas suas próprias casas.

Alguém está a servir de isco aos corretores de petróleo americanos, porque o “Pico Petrolífero” é um conceito muito útil para fazer a guerra para o controlo das reservas petrolíferas. Por isso, um barril de crude pode subitamente saltar dos 20 para os 70, para os 100 dólares o barril, ou para duzentos, trezentos ou quatrocentos dólares o barril, dando, portanto, uma expansão exponencial dos lucros às companhias petrolíferas e aos fornecedores de petróleo que apreciam bastante a ideia de ter uma “procura inelástica” para a sua gasolina. O “Pico Petrolífero”, como realça o escritor Dave Mcgowan, pode até levar companhias de petróleo como a Shell a fechar instalações extremamente lucrativas, como aquela que possui em Bakersfield, na Califórnia.

A instalação de Bakersfield, como outras na Califórnia, segue a falha geológica de Santo André, que na sua linha ao logo do Estado está cheia de crude rico em petróleo e campos de gás natural, produtos de infiltração do manto da Terra, das placas tectónicas, ou como diria Dave Mcgowan, a “soltar gases” e barulho à medida que se movem. De facto, o petróleo e a família dos hidrocarbonetos são muitas vezes encontrados em vulcões e falhas geológicas, tal como o são em desertos, fissuras aquosas e bacias marinhas. O assunto deve ser desmistificado.

A verdadeira razão pela qual uma companhia como a Shell Oil encerraria uma instalação como a de Bakersfield seria para a terraplenar, para parar a sua produção, refinação e fornecimento, para fazer subir os preços do petróleo. É terrivelmente simples. E está-se a fazer hoje a mesma coisa no Iraque, terraplenando um país, para controlar e reduzir o seu fornecimento de petróleo. Nunca foi para instalar nenhuma democracia.

Ao mesmo tempo, está-se a levar o apocalipse à população iraquiana, provocando mais de um milhão de mortos, destruindo as suas infra-estruturas, água, esgotos, electricidade, jornais e televisão, hospitais, tudo. Está-se a descentralizar as cidades iraquianas, conduzindo as suas populações para o campo, ou bombardeando-os até regressarem à Idade da Pedra como os generais americanos gostam de dizer. E o Iraque, tal como o Afeganistão, é o paradigma do futuro, na forma como se afundará e destruirão países, cidades, até as americanas, como por exemplo Nova Orleães, cujo golfo é rico em petróleo, e por cujos portos passa uma larga percentagem dos fornecimentos americanos. Os criminosos políticos americanos estão a dizimar a população iraquiana para engordar os lucros dos barões do petróleo como David Rockefeller. Nas palavras de McGowan:

Os dirigentes das grandes companhias de petróleo Rockefeller deviam ir parar à cadeia por venderem de forma fraudulenta produtos com preço tabelado assim como enganarem nos impostos que pagam (devido às reduções de impostos pela ‘cota de exaustão’ que eles sabiam ser mentira). Esta história de petróleo como combustível fóssil é talvez a maior fraude dos últimos 200 anos. Uma aptidão permanente em vender petróleo inorgânico renovável fazendo-o passar por um produto artificialmente escasso, combinada com todas as ideologias necessária para vender o motivo da escassez artificial, todos os milhões que eles já fizeram e continuam a fazer com a fraude, todos os dinheiros públicos que têm roubado, etc, etc, etc.

Neste conceito de ‘Pico Petrolífero’ está o segredo do sistema para manter o mundo refém. Não que não devamos tomar medidas para não usar petróleo de forma exagerada, não que não devamos evitar a preservação, ou mesmo parar de perfurar o planeta e procurar formas orgânicas para viver. Mas agora, já que estamos aqui e existem milhares de milhões de pessoas para sustentar, não devemos permitir que um vastíssimo número dessas pessoas seja prejudicado, assassinado, maltratado, por causa de carências fingidas, economias submetidas por preços escandalosos, que as pessoas que trabalham se vejam em dificuldades para pagar o transporte para o emprego, o aquecimento das suas casas, a preparação dos alimentos e a participação numa sociedade organizada. Não devemos deixar que os monstros, os Bilderbergers, as elites e os oligarcas usem o ‘Pico Petrolífero’ e destruam o mundo.

Acreditar no ‘Pico Petrolífero’ não é um preço a pagar para evitar o custo de procurar petróleo de novas maneiras, para determinar um preço da matéria-prima justo e consistente. O custo em sangue e vidas e o futuro das nações é um preço demasiado elevado para a palermice do ‘Pico Petrolífero’. De facto, compreender que o petróleo é um recurso auto renovável coloca a agenda neoconservadora sob uma nova perspectiva. Em vez de olhar para o ‘Pico Petrolífero’ como os últimos dias de uma civilização tecnológica a perder literalmente o seu poder, devemos considerá-lo como um avanço da manipulação em direcção a um poder fascista e subjugador, ou seja: outra forma de amedrontar o mundo fazendo-o acreditar que os seus recursos estão no fim, e que devemos ser conduzidos para uma e outra guerra que deve ser travada para sobrevivermos.

E não aceitarmos a mentira, a manipulação do ‘Pico Petrolífero’, tal não significa que não procuremos novos sistemas para o desenvolvimento. Basta pôr os barões do petróleo de aviso. Tal dar-nos-á a oportunidade de unir as pessoas, de acabar com a falsa escassez, de partilhar recursos, de ter paz, de aliviar a pobreza com a abundância de recursos de hidrocarbonetos renováveis, assim como com a abundância da imaginação humana. Ou então acabaremos com outra manchete de Ruppert: «Será a China o fim do jogo?», outra obra de paranóia inútil a vender a destruição, outras operações encobertas para uma nova geração de crentes. Mais guerra, guerra sem fim, para enriquecer os que já são ricos, para empobrecer os que já são pobres. Como foi divulgado pelas Energy Information Administration e International Energy Agency: "Não existe escassez de petróleo".

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