segunda-feira, abril 25, 2011

Para o presidente da CIP, António Saraiva, o milhão de precarizados e os mais de 600 mil desempregados existentes em Portugal ainda não são suficientes

.
A "insuficiente" precariedade e os "luxuosos" salários de que goza a esmagadora maioria dos portugueses não pode, na opinião de certos reptéis, atrapalhar o Lucro.



António Saraiva
Presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP)


Diário Económico - 21.04.11

A CIP, Confederação da Indústria Portuguesa, defendeu ontem, num documento entregue à 'troika', que a retribuição dos trabalhadores possa ser reduzida "por acordo".

Este é um dos pontos da área laboral que a confederação levou ontem à reunião com o FMI, BCE e Comissão Europeia.

A entidade liderada por António Saraiva apoia ainda a eliminação dos critérios preferenciais hoje previstos para a extinção de postos de trabalho quando está em causa despedimento colectivo ou por extinção de posto.

Actualmente, a eliminação de postos idênticos deve obedecer a uma ordem de critérios (nomeadamente antiguidade no posto, na categoria ou na empresa). Ainda em termos de despedimento, a CIP pede a alteração constitucional do artigo que consagra a segurança no emprego e a proibição de despedimentos sem justa causa. E também pede que fique consagrado, no Código do Trabalho, que os comportamentos já enunciados na legislação constituam "automaticamente" justa causa de despedimento.



Comentário

Em 2008, um quinto da população activa portuguesa, cerca de um milhão de trabalhadores, tinha trabalho precário. A estes somam-se, pelo menos, mais de 100 mil trabalhadores em actividades clandestinas, sobretudo na construção civil, na restauração e em pequenas empresas. Desde então, estes números têm aumentado diariamente.

E de acordo com o INE, Portugal terminou o ano de 2010 com uma taxa de desemprego de 10,5%, representando 602.600 desempregados, sendo que, destes, 63.800 são licenciados.

Mas parece que para os reptéis que dirigem a grande indústria nacional (nas mãos da Grande Finança Internacional), a instabilidade, a incerteza e os salários miseráveis com que vive um número tão grande de portugueses, constituem um luxo que o Lucro não pode nem deve tolerar.

.

segunda-feira, abril 18, 2011

Daily Show com Jon Stewart – A apropriação do petróleo Líbio pelos Estados Unidos da América

.
Um vídeo a não perder:


Canal de TV - O Pentágono declarou que navios e submarinos das Nações Unidas e da Grã-Bretanha dispararam mais de 110 mísseis Tomahawk sobre Tripoli e Misrata. Atingiram vinte alvos líbios de defesa antiaérea e antimíssil.

Jon Stewart – Estamos em guerra? Outra vez? Não quero ser chato, mas já não temos duas guerras? As guerras não são crianças. Não podemos ignorar a mais nova, porque as duas mais velhas tratam dela...

And goes on, and on...


terça-feira, abril 12, 2011

Se há dois mil anos atrás, na sua infinita misericórdia, Jesus açoitou e expulsou os cambistas (banqueiros) do Templo, que deveremos fazer hoje, nós, simples pecadores, em relação a essa escumalha?

.


Jesus, ao chegar ao átrio do Templo de Jerusalém, deparou-se com os mercadores que ali vendiam e compravam. Fez então um açoite de cordéis e expulsou-os a todos do Templo, com as ovelhas e os bois. Deitou por terra o dinheiro dos banqueiros e derrubou-lhes as mesas; e disse: "Tirai isto daqui; não façais da casa de Meu Pai um covil de ladrões". (Evangelho segundo São Mateus).


Publicado no Recanto das Letras - 11.03-2011

É sabido que Jerusalém, na época de Jesus, além de ser um grande ponto de confluência comercial, era, também, o centro religioso de uma vasta região, onde centenas de milhares de pessoas se dirigiam para realizar o seu acto de devoção a Iavé, em especial na época da Páscoa, pagando os seus dízimos e oferecendo sacrifícios, facto coordenado e controlado pelos sacerdotes, escribas e fariseus.

Todo o israelita, após atingir a idade adulta, tinha a obrigação de fazer ofertas a Iavé, pagando, em moeda hebraica, uma determinada quantia ao tesouro do templo. Na festa da Páscoa judaica, a adoração no templo deveria ser acompanhada de uma "oferta", em dinheiro, e/ou do sacrifício de um animal, o mais puro possível, de preferência, sem manchas.

Ocorre que, por ser aceita no templo apenas a moeda hebraica, os cambistas, que ficavam no pátio do templo, vendiam aos fiéis, por um preço exorbitante, tal moeda. Além disso, como os animais a serem oferecidos deveriam ser sem defeitos, era muito difícil e dispendioso que os mesmos fossem trazidos até ao templo, principalmente os de maior porte, restando, aos peregrinos, comprá-los, também, dos comerciantes locais, ou seja, era uma dupla extorsão – a venda da moeda hebraica e a venda de animais para serem sacrificados. Lamentavelmente, os sacerdotes recebiam um percentual dos lucros decorrentes de tais negociações.

Somente pelo extorsão, já seria compreensiva a ira de qualquer pessoa que almeja a justiça e a não exploração das pessoas, em especial dos mais necessitados. Quem de nós não se sente assim quando presencia ou toma conhecimento de episódios de
exploração da população carente, cuja prática, normalmente, é realizada exactamente por aqueles que deveriam, ou, pelo menos, poderia, protegê-los ou ajudá-los?

Dessa forma, pode-se aceitar e entender tamanha ira de Jesus ao presenciar tal facto, não apenas pelo comércio nas dependências do templo, mas, principalmente, pela exploração e extorsão do povo mais humilde, com a lamentável participação dos sacerdotes e dos aristocratas, em nome de práticas de adoração e veneração a Iavé. Em nome de Deus, ludibriavam e exploravam o povo. Em nome de que deus?



************************************


Não será nossa obrigação fuzilar a escumalha que criou
dívidas brutais ao país, em obras faraónicas e inúteis,
para o entregar de mão beijada aos vendilhões?




Há dois mil anos, Jesus, na Sua infinita bondade, não hesitou em açoitar os cambistas-banqueiros do Templo, ao presenciar, irado, a exploração e extorsão do povo mais humilde, com o conluio dos sacerdotes e dos aristocratas [os actuais políticos e grandes empresários].

Não teremos nós, hoje, a obrigação de colocar perante pelotões de fuzilamento, em sucessivas levas, a escumalha [figuras da área financeira, dirigentes políticos e do sector empresarial do Estado] que criou dívidas brutais ao país, com toda a sorte de obras faraónicas e inúteis sempre acompanhadas de gigantescas derrapagens orçamentais?

A seguir, uma lista de inutilidades deliberadamente executadas para servirem de pretexto à oferta da riqueza nacional, pertença das gerações actuais e futuras, à Grande Finança Internacional:

«Centro Cultural de Belém, Casa da Música no Porto, Estádios do Euro 2004, Expo98, Aeroporto de Beja, Metro Sul do Tejo, Pontes, Submarinos, 700 quilómetros de Auto-estradas excedentárias, Parcerias Público-Privadas (PPP), empresas públicas, consultorias, e já se abalançavam para novas auto-estradas, um mega-aeroporto e vários traçados de TGV...»



E por fim, o FMI


O dinamarquês Poul Thomsen (à esquerda na imagem), a trabalhar há cerca de 20 anos no FMI, vai ser o responsável da instituição na negociação do pacote de austeridade que Portugal terá de implementar em troca da ajuda externa. À direita, um experiente açoitador de vendilhões, hoje com armamento mais actualizado e de olhos postos no cabrão que veio a soldo da Grande Finança Internacional.
.

terça-feira, abril 05, 2011

Uma sugestão aos gregos para debelar a crise da dívida soberana

.

Na mira: um presidente de um banco, um político corrupto ou um jornalista venal?


São cada vez em maior número aqueles que reconhecem a existência a nível mundial de uma associação parasitária - um Cartel Bancário Internacional - propriedade de meia dúzia de indivíduos e que mexe todos os cordelinhos financeiros a nível planetário de forma a explorar, espoliar e sugar países e respectivas populações até à medula.

Para tanto, o Cartel Bancário Internacional apoderou-se das instituições políticas e mediáticas a operar nos Estados Nacionais. Usurparam, pela corrupção, os grandes partidos políticos (normalmente dois, e que se revezam eternamente no poder), e adquiriram as televisões e jornais cuja tarefa tem sido ordenar aos cidadãos o que hão-de fazer, o que hão-de pensar, como se hão-de governar e em quem deverão votar (como diria Eça).

Em Dezembro de 2010, na sequência da gravíssima «crise da dívida soberana» engendrada pelo Cartel Bancário Internacional, cerca de 200 manifestantes gregos perseguiram o antigo ministro dos transportes Kostis Hatzidakis quando este saia do Parlamento, gritando: «Ladrões! Tenham vergonha!» Atiraram-lhe pedras e bateram-lhe com paus. Pois bem, estas medidas já mostraram não ser suficientes...



Estando a Grécia provavelmente na situação mais aflitiva em relação à «crise financeira», é aqui deixada uma sugestão «made in USA» que poderá ajudar no futuro próximo a pátria de Aristóteles, assim haja helénicos com coragem, determinação e que prefiram morrer de morte matada do que de morte morrida:

Entre 3 e 22 de Outubro de 2002, os norte-americanos John Allen Williams, de 41 anos, e Lee Boyd Malvo, de 17 anos, lançaram-se numa série de assassínios que manteve a região de Washington mergulhada em pânico. Dissimulados no porta-bagagens de um Chevrolet Caprice, os dois homens alvejaram 13 pessoas, das quais apenas três sobreviveram aos ataques, que à data deixaram a polícia a mãos com uma investigação difícil: as vítimas nada tinham em comum e eram alvejadas nos locais mais díspares.



Carabina Bushmaster XM15 (calibre .223)


Ao examinar o veículo, a polícia encontrou uma carabina Bushmaster XM15 (calibre .223), uma arma de alta potência e extremamente precisa. O carro tinha sido modificado para funcionar como uma plataforma de tiro. Possuía dois buracos, um para um telescópio de mira, além de um tripé. Desta forma, disparando do carro, o atirador não era detectado pelos sensores de calor.



Seguindo esta técnica, simples e com elevada taxa de sucesso, bastariam no máximo dez gregos, com eles no sítio, para que os incessantemente martelados clichês: "vêm aí muitos sacrifícios", "é preciso acalmar os mercados", "vivemos acima das nossas possibilidades", "é necessário fazer cortes", "eliminar a gordura do Estado", etc., etc., etc., se evaporassem em poucas semanas do palavrório político-mediático, e, talvez, com eles, as pornográficas dívidas soberanas e respectivos juros.
.

Os gregos poderiam, a título de exemplo, começar o desbaste por aqui:

1 – Presidente do Attica Bank – Agathangelos Kapaneus

2 - Ministro das Finanças do Partido da Nova Democracia (ND) – Abraxas Nikodemos

3 – Líder parlamentar do Partido Socialista (PASOK) – Ophion Phaidros

4 - Director de Informação do canal TV Helénica – Phoibos Seilenos

5 - Comentador político do canal Acheloos TV - Pontios Sanacharibos


E etc. por aí fora...
.