terça-feira, dezembro 27, 2011

E grão a grão… se desencadeia uma revolução

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Que as musas e as ninfas que têm vindo a inspirar os indómitos algarvios, possam incendiar, a breve prazo, o espírito de todas as gentes lusas...

É a quarta sabotagem na Via do Infante em 15 dias

As tochas e algarvios assinalados,
Que da austral Via do Infante,
Por actos nunca de antes praticados,
Passaram ainda além do relutante,
Em investidas e riscos esforçados,
Mais do que prometia o protestante,
E entre portagens iníquas ensaiaram,
A rebelião que tantos reclamaram;


A caixa de passagem de cabos de fibra óptica, que serve as portagens da Via Infante de Sagres entre Olhão e Tavira foi vandalizada esta manhã por desconhecidos, que cortaram os cabos de fibra ótica existentes no interior do alçapão. É a quarta sabotagem em 15 dias.

Trata-se do quarto incidente semelhante desde a introdução de portagens na autoestrada do Algarve, a 08 de dezembro.

O incidente ocorre 10 dias depois de uma outra caixa por onde passavam cabos fibra ótica ter sido vandalizada junto ao nó de Boliqueime.

Quatro dias antes, no dia 13, desconhecidos incendiaram e dispararam tiros de caçadeira contra o pórtico instalado entre Algoz e Guia, provocando ferimentos ligeiros a um funcionário da concessionária Euroscut.

Na madrugada do dia anterior, dia 12, um pórtico de cobrança de portagens junto ao nó de Boliqueime foi baleado e uma estrutura de apoio com meios informáticos foi incendiada naquele que constituiu o primeiro incidente do género.


E aqueles, que por arremetidas valerosas
Se vão das portagens libertando;
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terça-feira, dezembro 20, 2011

Quão alta é a fasquia de sacrifícios que a carneirada deste rectângulo está disposta a aceitar?

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O Primeiro-ministro necessita urgentemente de ideias arejadas


O Menu do Governo para hoje - 20.12.2011
Rumo ao empobrecimento nacional

1 - Governo vai apresentar até Março diploma que facilita despedimentos

O Governo vai até março submeter ao Parlamento um diploma que deverá possibilitar às empresas o despedimento individual do trabalhador por inadaptação e por não cumprimento dos objetivos acordados com o colaborador.
De acordo com a nova versão do memorando de entendimento, a que Lusa teve acesso, o despedimento passará a ser significativamente mais fácil, bastando que o trabalhador não cumpra os objetivos acordados com a empresa, não se adapte ao posto de trabalho ou exista um colaborador que a empresa considere mais bem colocado para o efeito.


2 - Redução de 380 milhões na Educação com racionalização da rede e pessoal

A redução de custos na Educação, com o objetivo de poupar 380 milhões de euros, racionalizando a rede escolar e criando agrupamentos, diminuindo ao mesmo tempo as necessidades de pessoal, estão nas metas do memorando revisto da "troika".


3 - Governo terá de poupar quase o dobro com a saúde em 2012

O Governo terá de poupar quase o dobro nos custos com o setor da saúde que o estipulado na primeira revisão do memorando de entendimento com a 'troika', passando assim de 550 para 1.000 milhões de euros.


Comentário

Em vez de emigrar (como sugerem os government boys), porque não esburacar certas cabeças apostadas em oferecer a riqueza nacional a meia dúzia de agiotas e conduzir o Povo à penúria?

Que faltará ainda para que a Fome e a Miséria se sobreponham ao Medo e à Bovinidade?
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segunda-feira, dezembro 19, 2011

Auschwitz - A Criação de um Mito

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Auschwitz


Juiz Wilhelm Stäglich
(11 Novembro 1916 – 5 Abril 2006)



Excerto inicial de «Auschwitz: a judge looks at the evidence»

«Auschwitz: um juiz examina as provas»



[Tradução minha]

Em todos os períodos da História, os homens sujeitaram-se a certas ilusões. A ilusão talvez mais difundida do nosso tempo é a de que as pessoas são agora mais profundamente, de forma mais abrangente, e, acima de tudo, mais rigorosamente informadas do que alguma vez foram. Na realidade, o que acontece parece ser exactamente o contrário.

A qualidade da informação disseminada pelos modernos meios de comunicação está na proporção inversa da sua quantidade. Esta observação geral também se aplica à veracidade de partes específicas de informação. Quem quer que já tenha lido uma reportagem sobre um acontecimento acerca do qual tenha conhecimento em primeira-mão poderá atestar que a descrição está em desacordo – às vezes de forma radical – com o que realmente aconteceu.

Este não é o lugar para examinar as muitas causas de tais distorções. De uma coisa não pode haver dúvidas: toda a "informação" relacionada com a política que aparece nos mass media hoje é projectada para servir um objectivo. A louvada "independência" dos meios de comunicação é pouco mais do que um tranquilizador caderno de banalidades. Todavia, de vez em quando, pontos de vista ostensivamente dissidentes surgem nos mass media, de forma a dar alguma substância às pretensões de "equilíbrio", que não alteram em nada o facto de que a clique que, em virtude da sua enorme riqueza, controla amplamente os meios de comunicação está principalmente interessada em manipular indivíduos e nações de forma a alcançar os seus objectivos. O objectivo supremo da propaganda é, tal como afirmou brilhantemente Emil Mair-Dorn, "conseguir que milhões de pessoas forjem entusiasticamente as grilhetas da sua própria servidão".


Número de corporações que controlam a maioria dos media norte-americanos

(jornais, revistas, estações de TV e rádio, livros música, filmes, vídeos, agências noticiosas e fotográficas)


Um dos mais deprimentes exemplos de um povo a forjar as suas próprias grilhetas pode ser observado na tenacidade quase fanática com que tantos alemães arrastam sentimentos de culpa que lhes foram inculcados sobre uma época durante a qual uma dura necessidade impeliu o povo alemão a procurar um caminho independente para o seu futuro. Muitas coisas contribuíram para o nosso complexo de culpa nacional, mas mais do que tudo o resto é o efeito da deliberada desinformação acerca do passado alemão.

Como resultado deste artificial e absolutamente infundado complexo de culpa, em momento algum desde a queda do Terceiro Reich foi o povo alemão capaz de prosseguir os seus próprios interesses políticos. Propaganda falsa de uma qualidade e raio de acção talvez único na História despojou insidiosamente – e portanto ainda mais eficientemente - o povo alemão da auto-confiança nacional necessária a uma tal política. Tal como um indivíduo não pode avançar sem uma medida saudável de auto-estima pessoal, também um povo sem um sentido de auto-estima pode manter a sua independência política. A longo prazo, esta propaganda política disfarçada de "historiografia" pode ter efectivamente um efeito letal numa nação.

Desempenhando um aspecto central neste complexo de culpa nacional está o Mito de Auschwitz. Durante a guerra, um número de campos de concentração foram estabelecidos próximo de Auschwitz, uma cidade industrial de cerca de 12.000 habitantes situada a cerca de 50 km a oeste de Cracóvia. Durante os anos 1960s, mas especialmente depois do denominado Julgamento de Auschwitz de 1963-1965, o nome desta cidade evoluiu para um sinónimo de "genocídio". Nos campos de concentração da região de Auschwitz – assim reza a história – milhões de judeus foram sistematicamente mortos sob as ordens da liderança do Terceiro Reich. Hoje, a palavra "Auschwitz" tem quase a força mítica das fábulas e lendas tradicionais, e é neste sentido, também, que a expressão "O Mito de Auschwitz" deve ser entendido. Na verdade, o Mito de Auschwitz tornou-se num dogma quase religioso. Não é tolerado nenhum cepticismo em relação a ele, nem muitas vezes expresso. Utilizando habilmente o Mito de Auschwitz para se representar a si próprio como a sacrossanta personificação da "Humanidade" – e o povo alemão como a personificação do mal absoluto – o judaísmo internacional exigiu direitos sobre um status privilegiado entre as nações.


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Excerto da entrevista de Nahum Goldmann ao jornal «Le Nouvel Observateur», de 25 de Outubro de 1976:

«Sem as indemnizações alemãs, que começaram a chegar durante os primeiros dez anos da existência como Estado, Israel não teria metade da sua infra-estrutura actual: todos os comboios de Israel são alemães, os barcos são alemães, assim com a electricidade, uma grande parte da indústria... já sem falar das pensões individuais destinadas aos sobreviventes. Hoje [1976], Israel recebe ainda, anualmente, centenas de milhões de dólares em moeda alemã».


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Da mesma forma, forças dentro da Alemanha, e fora dela, utilizaram o Mito de Auschwitz para evitar ou suprimir qualquer discussão objectiva sobre a era do Terceiro Reich. Sempre que os alemães mostram sinais de se desviar do que Golo Mann chamou "o desejável ponto de vista sociopedagógico da história" (das volkspädagogisch erwünschte Geschichtsbild), basta articular a palavra-chave "Auschwitz" para remover quaisquer dúvidas sobre a depravação básica do povo alemão. Não apenas a menção de "Auschwitz" trava qualquer discussão racional sobre o Terceiro Reich, como, para além de "Auschwitz", este símbolo do mal absoluto, tudo o mais se torna inconsequente; pode também ser usado para lançar uma sombra sobre qualquer outro aspecto do passado alemão. Desde que o Mito de Auschwitz mantenha o seu terrível poder, a recuperação da nossa auto-estima nacional é virtualmente impossível.


Origens do Mito de Auschwitz

Quando se investiga a evolução da lenda do extermínio, é realmente difícil compreender como é que o Mito de Auschwitz veio a ocupar um lugar de tal destaque. Certamente que já em 1944 os inventores da lenda tinham escolhido Auschwitz como o lugar do "extermínio dos judeus" e foram suficientemente perspicazes para sustentar esta alegação com uma publicação oficial do governos dos Estados Unidos, o "War Refugee Board Report" [Relatório da Agência dos Refugiados de Guerra], tal como o Dr. Butz demonstrou. Contudo, o Relatório, ficou relegado para o esquecimento depois da guerra. Pelo menos na Alemanha, a propaganda da "câmara de gás" centrou-se largamente nos campos do próprio Reich, embora o Tribunal Militar Internacional tenha declarado na sua decisão, com base no testemunho ajuramentado de Rudolf Höss, o ex-comandante de Auschwitz, que cerca de 2.500.000 judeus tinham sido assassinados em "câmaras de gás" no campo. Quase imediatamente após a guerra, surgiram tensões graves entre os Aliados ocidentais e a Rússia Soviética, tendo como resultado que uma linha de demarcação, a "Cortina de Ferro" fosse desenhada entre as respectivas esferas de influência. Em parte por essa razão, em parte por outras, os Aliados ocidentais nunca inspeccionaram a área de Auschwitz. Recorde-se a declaração de Stephen F. Pinter, um advogado do Departamento da Guerra que estava estacionado em Dachau há 17 meses:

«Foi-nos dito que existia uma câmara de gás em Auschwitz, mas como estava na zona de ocupação russa, não nos foi permitido investigar porque os russos não o permitiram

Portanto havia uma certa incerteza sobre qual seria a posição que os soviéticos iriam acabar por tomar sobre o "extermínio dos judeus" especialmente porque Estaline era conhecido como sendo um "anti-semita".

Por qualquer razão, o Mito de Auschwitz não foi amplamente publicitado até meados da década de 1950. Pelo menos, ainda não tinha adquirido o significado crucial que lhe é atribuído hoje em dia. Ainda não era feita nenhuma distinção entre os vários campos quando a "Solução Final" – a destruição física dos judeus europeus alegadamente ordenada pela liderança do Terceiro Reich – era discutida. Supostamente todos os campos tinham tido o mesmo papel nesta enorme "conspiração da morte". Todos os campos de concentração, dizia-se, tinham uma ou mais "câmara de gás" na qual os judeus eram asfixiados com cianeto volátil (na forma de "Zyclon B" um fumigante registado) ou monóxido de carbono - in usu vulgi – "gaseados". Mesmo nas últimas edições do seu "trabalho padrão", A Solução Final, Gerald Reitlinger afirma:

Deste modo, todos os campos de concentração da Alemanha acabaram por ter uma câmara de gás de algum tipo, embora não necessariamente semelhante à de Auschwitz. A câmara de gás de Dachau, por exemplo, foi preservada pelas autoridades americanas de ocupação como uma lição prática, mas a sua construção foi atrasada e o seu uso restrito a algumas vítimas experimentais, judeus ou prisioneiros de guerra russos, que tinham sido presos pela Gestapo de Munique.


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Numa página do site do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos diz o seguinte:

«Em 1942, a área do crematório foi construída próxima do campo principal. Incluía o crematório velho e o crematório novo (Barrack X) com uma câmara de gás. Não existem provas credíveis de que a câmara de gás tenha sido usada para matar seres humanos

Até Maio de 2003, qualquer visitante da câmara de gás de Dachau podia ler num painel a seguinte frase em cinco línguas diferentes:


CÂMARA DE GÁS
disfarçada de "sala de chuveiros"

nunca foi usada como câmara de gás


Câmara de Gás de Dachau

A fotografia deste painel pode, ainda hoje, ser observada no site de "The Holocaust History Project" [Projecto de História do Holocausto], uma empresa americana sem fins lucrativos


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Nas declarações de Reitlinger sobre a "câmara de gás" de Dachau nota-se uma atitude de resguardo. Já em 1960, o Institut für Zeitgeschichte [Instituto de História Contemporânea] em Munique sentiu-se na obrigação de emitir a seguinte declaração, talvez em resposta às descobertas do historiador francês Paul Rasinier:

«Nem em Dachau, nem em Bergen-Belsen, nem em Buchenwald foram gaseados judeus ou outros prisioneiros. A câmara de gás de Dachau nunca foi terminada e colocada em operação… O extermínio em massa por gaseamento dos judeus começou em 1941-42, e ocorreu em muito poucos lugares, seleccionados exclusivamente para esse objectivo e equipados com as instalações técnicas necessárias, sobretudo no território da Polónia ocupada (mas em nenhum lugar do Reich alemão propriamente dito).»

Se a declaração de Reitlinger foi uma atitude de resguardo, a afirmação do Instituto de História Contemporânea foi uma retirada geral. O que a tornou tão sensacional foi, não apenas o facto de haver uma multidão de ex-prisioneiros que tinham testemunhado terem havido "gaseamentos" nos campos de concentração do Reich, mas também o caso de vários comandantes destes campos terem assinado "confissões" afirmando a existência de alegadas "câmaras de gás". No Tribunal Militar Internacional de Nuremberga, o Promotor Chefe Britânico, Sir Hartley Shawcross, citou Dachau, Buchenwald, Mauthausen, e Oranienburgo como locais onde o assassínio era "tratado como uma indústria de produção em massa em câmaras de gás e fornos".

Durante um longo período, Auschwitz e outros campos que se encontravam nos territórios orientais da ocupação alemã tiveram um papel secundário na lenda do extermínio. Mas depois do Dr. Martin Broszat, um membro principal do Instituto de História Contemporânea, ter feito as declarações acima, a opinião de que quaisquer campos de concentração na Alemanha eram "fábricas da morte" tornou-se completamente insustentável.

Contudo, a alegação de que cerca de seis milhões de judeus tinham morrido vítimas da "Solução Final" era tão vital aos interesses dos inventores e promotores da lenda do extermínio que eles não a podiam descartar de forma nenhuma. Essa acusação era não apenas uma forma de manter o povo alemão sob a submissão política, mas também se tinha tornado uma fonte muito lucrativa de rendimento para os judeus internacionais.

O número de seis milhões era a base das "reparações" que a República Federal da Alemanha se obrigou a pagar ao Estado de Israel e às organizações internacionais judaicas, a somar aos pagamentos compensatórios aos judeus individualmente, tendo começado nos princípio dos anos 1950s e continuando até hoje. Só por isso, o número de seis milhões, acerca do qual certos escritores já expressaram sérias e bem fundadas dúvidas por outros motivos, não pode ser abandonado, mesmo depois de ter ficado definitivamente estabelecido que nenhum dos campos no Reich alemão propriamente dito eram "campos de extermínio".


Donde, a necessidade de manter o número de seis milhões levou os mitólogos do extermínio a alterar a sua ênfase dos campos na Alemanha para os campos da Polónia ocupada pela Alemanha. Auschwitz, indubitavelmente o maior complexo de campos tornou-se o ponto focal da alegação do extermínio. Desde que os polacos se atribuíram a si próprios a tarefa de remodelar o campo num "Museu de Auschwitz" – uma acção que significava que os soviéticos iriam manter a lenda do extermínio, algo acerca do qual havia alguma incerteza depois do julgamento do Tribunal Militar Internacional – os propagandistas do extermínio já não tinham razões para se coibirem.

Embora a campanha de propaganda de Auschwitz tenha sido mantida agressivamente desde o início, ainda havia muita coisa a alcançar. Para começar, os "campos de extermínio" na Polónia ocupada tinham sido mencionados no alegado Relatório Gerstein, um documento alegadamente escrito por um homem das SS chamado Kurt Gerstein. Ao princípio, ninguém parecia levar este documento a sério, e nem sequer foi admitido como prova no julgamento do Tribunal Militar Internacional de Nuremberga. Circularam pelo menos três versões: duas versões francesas e uma alemã. Numerosas passagens nestes textos variam de uma versão para outra. Segundo a versão francesa publicada em 1951, os seguintes "campos de extermínio" estavam em funcionamento a 17 de Agosto de 1942:

1) Belzec, na estrada de Lublin-Lwow. Máximo [de mortes] por dia: 15.000 pessoas.

2) Sobibor, não sei exactamente onde fica, 20.000 pessoas por dia.

3) Treblinka, a 120 km a NNE de Varsóvia.

4) Majdanek, próximo de Lublin (em preparação).

Nota-se que o supostamente bem informado Gerstein não inclui Auschwitz nesta lista, embora se considere agora que os alegados "assassínios em massa" tenham lá começado na Primavera de 1942. (As primeiras "câmaras de gás" eram, assim é afirmado, duas casas de campo convertidas). Já que, segundo este documento, Gerstein era responsável pela aquisição e distribuição do Zyclon B, ele estaria seguramente a par da existência de Auschwitz. De facto, Auschwitz é mencionado como um "campo de extermínio" na parte final da versão inglesa do documento – assim como Theresienstadt, Oranienburgo, Dachau, Belsen, e Mauthausen-Gusen! Esta versão do "Relatório Gerstein" (a que aparece no livro do Dr. Butz) foi usada pelos americanos nos "julgamentos" que eles próprios realizaram no seguimento do julgamento do Tribunal Militar Internacional de Nuremberga.


À medida que os anos passaram, Auschwitz foi perdendo importância. Uma década depois da guerra, o público não sabia virtualmente nada sobre ele. Isto pode ser atribuído em parte ao facto dos soviéticos não permitirem a estranhos inspeccionarem o complexo de Auschwitz. Mais ainda, nenhum dos soldados alemães e austríacos internados em Auschwitz, que serviu durante vários meses como um campo de prisioneiros soviético, encontraram quaisquer traços dos alegados assassínios em massa, nem em Birkenau, supostamente o verdadeiro campo de extermínio, ou então não os reportaram depois da sua libertação. Evidentemente, restos dos crematórios ainda podiam ser vistos, mas a quantidade de escombros não condizia com o que seria deixado por crematórios do tamanho requerido para a exterminação em massa de vários milhares de pessoas por dia.

Pode-se perguntar: se esta alegação fosse verdadeira, porque é que os soviéticos não exibiram imediatamente o campo aos jornalistas de todo o mundo e colocado as provas dos alegados assassínios em massa sob controlo internacional? Deixo ao leitor a tarefa de responder a esta questão por si próprio. Ainda menos compreensível é o facto da maioria dos alemães não oferecerem virtualmente nenhuma resistência à campanha de propaganda que começou em meados dos anos 1950s. Não questionaram porque é que Auschwitz foi subitamente trazido para a ribalta como o maior campo de extermínio de todos, um campo no qual os judeus eram "gaseados" aos milhões. Todos pareciam ter esquecido o velho provérbio germânico: «Wer einmal lügt, dem glaubt man nicht» [Quem mente uma vez, mente sempre]. Dado que as mentiras sobre Dachau, Bergen-Belsen, Buchenwald e outros campos duraram pouco mais do que uma década, acusações semelhantes sobre Auschwitz deveriam ter sido olhadas com a maior das suspeições.

Evidentemente que aqui devemos levar em conta o facto de que, mesmo hoje, muitos alemães nada sabem sobre a forma vergonhosa como foram enganados em relação aos campos de concentração em território alemão. Incontáveis alemães ainda acreditam nas mentiras que lhes foram contadas, porque nem o governo nem os mass media deram a publicidade que as reveladora admissão do Dr. Brozat merecia.

Contudo, só isso não é suficiente para explicar o estabelecimento e a forma como se entranhou o Mito de Auschwitz. Nem mesmo o segmento da nossa população mais familiar com o embuste da "câmara de gás" de Dachau, por exemplo, está imune ao Mito de Auschwitz. Quem quer siga a imprensa nacionalista sabe que até aí Auschwitz é muitas vezes usado como um sinónimo de "genocídio". Em parte, esta confirmação implícita do Mito de Auschwitz pode ser o resultado de uma falta de atenção imperdoável. Mas existe também envolvida alguma crença genuína, que ficou clara para mim em resultados dos debates que tive com os editores destas publicações. Em apoio das suas posições, citam normalmente as revelações do primeiro Julgamento de Auschwitz em Frankfurt. Na realidade, a verdadeira razão para que a aceitação pública do Mito de Auschwitz estar tão largamente aceite deve ser a confiança ilimitada que as decisões dos tribunais alemães gozam junto do povo alemão. Não obstante os numerosos erros judiciários da justiça, a autoridade judicial e a objectividade são ainda consideradas acima de qualquer suspeita. Se esta confiança se justifica quando abordamos os julgamentos tão flagrantemente políticos como o chamado Julgamento de Auschwitz em Frankfurt, é uma questão que surgirá muitas vezes no curso da nossa investigação. Neste ponto, deveria ser suficiente salientar que nunca poderá ser missão dos tribunais pronunciarem-se sobre o veredicto final em questões históricas, algo que alguns grupos consideram ser o verdadeiro objectivo dos chamados "Julgamentos dos Crimes de Violência Nazis", dos quais o Julgamento de Auschwitz é o primeiro exemplo.

Levando em linha de conta a importância do Mito de Auschwitz, e o estranho estudo das suas causas, está na hora dos factos serem sistematicamente investigados e escrutinados. [...]
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quarta-feira, dezembro 14, 2011

Mengele - o Anjo da Morte de Auschwitz (so we have been informed)

Retirado do site scrapbookpages.com. Segundo a homepage do site, este tem como objectivo auxiliar os viajantes com interesse em história – especialmente no capítulo do Holocausto Judeu.

(Tradução minha)


O homem à esquerda é Josef Mengele, o oficial médico SS que seleccionou judeus para serem gaseados e que levou a cabo experiências médicas desumanas em prisioneiros.

O Dr. Josef Mengele era um dos 30 oficiais SS em Auschwitz II, também conhecido por Birkenau, que decidia quem viveria e quem devia morrer nas câmaras de gás. Mengele chegou a Birkenau nos princípios de Maio de 1943, mesmo na altura em estava a começar a segunda epidemia de tifo em Birkenau. O próprio Mengele apanhou tifo enquanto estava em Birkenau.

Mengele foi alcunhado como o "Anjo da Morte" pelos prisioneiros porque tinha a face de um anjo, e, no entanto, cruelmente, fazia selecções para as câmaras de gás de Birkenau. Mengele era simpático para as crianças do campo mas fazia experiências com elas como se fossem ratos de laboratório. Mengele ofereceu-se como voluntário para fazer as selecções em Birkenau, mesmo quando não era o seu turno, porque queria encontrar pessoas para as suas pesquisas médicas em genética e doenças hereditárias, que ele tinha já começado antes da guerra. Em particular, queria encontrar gémeos para as pesquisas que já tinha começado antes de ser colocado em Birkenau.

Mengele era conhecido por todos os prisioneiros pelo seu charme e por ser bem-parecido. Segundo Gerald L. Posner e John Ware, os autores de "Mengele, the Complete Story," [Mengele, A História completa], muitas crianças do campo de Birkenau “adoravam Mengele” e chamavam-lhe "Tio Pepi". Esta informação foi dada por Vera Alexander, uma sobrevivente de Birkenau, que disse que o Dr. Mengele trouxe chocolate e as roupas mais bonitas para as crianças, incluindo fitas do cabelo para as meninas.



O Dr. Mengele tinha um doutoramento em antropologia assim como uma licenciatura em medicina, que tirou em Julho de 1938 na Universidade de Frankfurt. Fez o doutoramento em 1935 com uma tese sobre “Pesquisa Racial e Morfológica sobre o osso do maxila inferior em quatro grupos raciais.” Em Janeiro de 1937, o Dr. Mengele foi nomeado investigador assistente no Instituto da Hereditariedade, Biologia e Pureza Racial da Universidade de Frankfurt. Trabalhou como assistente do Professor Otmar Freiherr von Verschuer, um geneticista que andava a fazer pesquisa em gémeos. Como director, durante a guerra, do Kaiser Wilhelm Institute de Antropologia, Estudos Genéticos na Hereditariedade Humana, em Berlim, von Verschuer assegurou os fundos necessários para as experiências de Mengele em Auschwitz.

Os resultados das pesquisas de Mengele em gémeos eram enviados para o Instituto. A autorização para as pesquisa genéticas de Mengele foi dada pelo Conselho de Pesquisa Alemão em Agosto de 1943.

Olga Lengyel, uma prisioneira do campo de Birkenau, escreveu no seu livro intitulado "Cinco Chaminés" que ouviu falar através aos outros prisioneiros acerca do Dr. Mengele antes de o conhecer. Lengyel escreveu que ouvira dizer que o Dr. Mengele era "bem-parecido" mas que ficou surpreendida ao ver como Mengele era "atraente". Acrescentou: "embora Mengele estivesse a tomar decisões que significavam extermínio, ele era tão agradavelmente auto-convencido como qualquer homem pode ser."

Lengyel descreveu como o Dr. Mengele tomava todas as precauções médicas enquanto assistia a um parto em Auschwitz, embora, apenas meia hora depois, enviasse a mãe e o bebé para serem gaseados e queimados no crematório. A própria Lengyel foi seleccionada para a câmara de gás, mas conseguiu fugir do grupo de mulheres que tinha sido seleccionado, antes que chegasse o camião que levaria as prisioneiras para o crematório.


A primeira selecção sistemática para as câmaras de gás de Birkenau foi feita quando um transporte de judeus chegou a Auschwitz a 4 de Julho de 1942. Exactamente no dia anterior, o campo de Birkenau ficou em quarentena devido a uma epidemia de tifo.

O comboio parou a pouca distância da estação de Auschwitz junto a uma plataforma de madeira chamada "Rampa dos Judeus", onde se procedia à selecção. Os Judeus que eram considerados em condições para trabalhar eram levados para o campo principal de Auschwitz, que ficava próximo da "Rampa dos Judeus". Aí tomavam banho de chuveiro, as cabeças eram rapadas, era-lhes tatuado um número no antebraço esquerdo, e era-lhes feito um cartão de registro.

Os que não eram considerados aptos para o trabalho, eram levados imediatamente de camião da "Rampa dos Judeus" para duas câmaras de gás em Birkenau, que estavam localizadas em duas casas agrícolas convertidas chamadas "a pequena casa vermelha" e "a pequena casa branca". Pelo menos 75% dos Judeus em cada transporte de 2,000 ou 3,000 prisioneiros eram considerados inaptos para o trabalho e eram destinados à câmara de gás. A pequena casa vermelha também chamada Bunker I, tinha uma capacidade de 800 pessoas em duas salas e a pequena casa branca, chamada Bunker 2, tinha uma capacidade de 1,200 em quatro salas.

A todos os prisioneiros que chegavam era-lhes dito que primeiro tomavam um banho de chuveiro. Os prisioneiros que eram mesmo seleccionados para trabalhar, tomavam um banho a sério, mas os outros eram levados em camião para as duas casas agrícolas, onde as câmaras de gás estavam disfarçadas de salas de chuveiros.

A pequena casa branca estava situada na parte oeste do campo de Birkenau, atrás da Central de Sauna que começou em funcionamento em 1943, e próximo do Krema 4. O nome da "Central de Sauna" provém do facto de ser a localização das câmaras de ferro onde a roupa dos prisioneiros era desinfectada com vapor quente. A Central de Sauna tinha também uma sala com 50 chuveiros.

A pequena casa vermelha estava localizada a norte do sítio onde o Krema 5 foi construído em 1943. Tanto o Krema IV como o Krema V possuíam câmaras de gás homicidas, disfarçadas de salas de chuveiros, onde eram lançados os grão de Zyklon-B através de janelas exteriores, matando lá dentro as vítimas que não suspeitavam de nada.

Um oficial das SS procede à selecção de um grupo de Judeus recém-chegado a Auschwitz.
O destino era o trabalho forçado ou a morte na câmara de gás
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Embora Josef Mengele só começasse a fazer parte do pessoal de Birkenau em Maio de 1943, sobreviventes testemunharam durante o julgamento Aliado dos crimes de guerra que ele procedeu a selecções em 1942. Para além da selecção inicial quando os comboios de transporte chegavam a Birkenau, haviam mais selecções de mulheres no campo. O Dr. Mengele era o médico chefe dos alojamentos das mulheres, e ele aparecia periodicamente para seleccionar mulheres para trabalhar ou para a câmara de gás. Uma das mulheres que sobreviveu a uma destas selecções foi Sophia Litwinska, uma Polaca Judia que era casada com um homem ariano.

Sophia Litwinska fez um depoimento juramentado que fez parte do julgamento britânico do pessoal SS de Bergen-Belsen no Outono de 1945. Alguns tinham trabalhado anteriormente em Birkenau e eles estavam a ser julgados tanto por crimes cometidos em Birkenau como em Belsen. Franz Hoessler era o comandante do campo das mulheres em Birkenau em 1942; foi transferido para Belsen em Dezembro de 1944.

Como foi citado no livro "O Julgamento de Belsen", Sophia Litwinska afirmou o seguinte no seu depoimento:

"Em Auschwitz, a 24 de Dezembro de 1942, eu estava na parada com cerca de mais 19,000 outros prisioneiros, todos mulheres. Presentes na parada estavam o Dr. Mengele, Konig e Tauber. Eu fui uma das 3,000 prisioneiras escolhidas do grupo de 19,000 pelos médicos e levadas para as nossas barracas, onde fomos despidas por outras prisioneiras e as nossas roupas foram levadas. Nós fomos levadas numa espécie de camiões basculantes para a rampa da câmara de gás. Eram grandes camiões basculantes, cerca de oito ao todo e com cerca de 300 pessoas em cada um. À chegada à câmara de gás, a parte de trás do camião levantou e nós deslizámos pela rampa abaixo através de algumas portas até pararmos numa sala larga."

"A sala tinha chuveiros a toda a volta, toalhas, sabão e muitos bancos. Também havia pequenas janelas próximas do tecto. Muitas pessoas aleijaram-se ao deslizar pela rampa e ficaram deitadas onde caíram. Aquelas de nós que se podiam sentar nos bancos fizeram-no e imediatamente a seguir as portas da sala foram fechadas. Os meus olhos começaram a chorar, comecei a tossir e tive uma dor no meu peito e garanta. Algumas das outras pessoas caíam e outras tossiam e espumavam da boca. Depois de estar na sala cerca de dois minutos, a porta foi aberta e um homem SS entrou usando uma máscara de gás. Chamou pelo meu nome e então tirou-me da sala e fechou rapidamente a porta outra vez. Quando cheguei cá fora, vi o SS Franz Hoessler, que identifiquei como Nº 1 na fotografia 9. Ele levou-me para o hospital, onde fiquei durante seis semanas, recebendo tratamento especial do Dr. Mengele. Nos primeiros dia que estive no hospital não conseguia comer nada sem vomitar. Só pensava que tinha sido tirada da câmara de gás porque tinha um marido de raça ariana e, por isso, estava numa categoria diferente dos outros prisioneiros, que eram todos Judeus. Hoje sofro de um coração fraco e tive dois ataques desde que estive em Belsen. Não conheço os nomes de nenhuma das pessoas que entraram na câmara de gás comigo."



Não é claro a qual das quatro câmaras de gás de Birkenau, Litwinska se está a referir. As câmaras de gás do Krema IV e do Krema V estavam no subsolo e tinham "janelas pequenas próximas do tecto", por onde os grãos eram atirados pelos homens das SS. Mas nenhuma destas câmaras de gás tinha uma "rampa de câmara de gás" para lançar as vítimas para a câmara de gás de "camiões basculantes."

De acordo com os desenhos feitos por Walter Dejaco, um dos arquitectos do edifício Krema II, o projecto original mostrava uma rampa para corpos para fazer escorregar os corpos para o vestíbulo entre as duas morgues, que foram mais tarde convertidas numa sala para as pessoas se despirem e numa câmara de gás. A rampa para corpos nunca foi construída. Dejaco foi absolvido por um tribunal na Áustria em 1972; no seu julgamento, os desenhos da rampa para corpos foram apresentados como prova. (A morgue do campo de Sachsenhausen tem uma rampa para corpos que pode ser vista ainda hoje).

Não existiam fornos crematórios em Birkenau em 1942, e no campo principal de Auschwitz existiam apenas três fornos, que podiam incinerar 340 corpos num período de 24 horas. Os corpos dos Judeus que eram gaseados em Birkenau em 1942 eram enterrados em valas comuns próximo da pequena casa vermelha.

Os corpos foram mais tarde desenterrados e incinerados em piras, de forma a não contaminar a água no subsolo de Birkenau. Os corpos de milhares de prisioneiros que morreram na epidemia de tifo, que esteve descontrolada por volta de 3 de Julho de 1942, também foram exumados e incinerados. O comandante do campo Hoess escreveu na sua autobiografia que “O número de corpos em valas comuns chegava aos 107,000.”

Otto Moll, o homem das SS que estava encarregue de desenterrar os corpos das valas comuns em Birkenau em 1942, contesta a versão de Hoess; a 16 de Abril de 1946, Moll contou a um interrogador em Nuremberga:

“Quando eu estive encarregue destas escavações, tal como lhe disse antes, junto com outro camarada, o que Hoess confirmou hoje, nós colocámos de 30,000 a 40,000 pessoas nessas valas comuns. Foi o trabalho mais terrível que pode ser feito por um ser humano.”

A foto abaixo mostra o Dr. Josef Mengele com Rudolf Hoess e Josef Kramer a descansar em Solahuette, um retiro dos SS próximo de Birkenau. Kramer foi o comandante de Birkenau em 1944 quando esta foto foi tirada. Em Dezembro de 1944, foi transferido para Bergen-Belsen, que se tornou então num campo de concentração. O campo de Bergen-Belsen tinha sido antes um campo de detenção para Judeus que estivessem disponíveis para trocar com os Aliados por civis alemães detidos as prisões Britânicas e Americanas. Hoess era o comandante da guarnição militar ss de Auschwitz em 1944.


Josef Mengele, Rudolf Hoess e Josef Kramer

Mengele ganhou a Cruz de ferro de 2ª classe pouco depois de ter sido enviado para a Ucrânia em Junho de 1941 na altura da invasão alemã da União Soviética. Em Janeiro de 1942, Mengele juntou-se à prestigiada 5ª Divisão Panzer, alcunhada de Divisão Viking. Em Julho de 1942 foi condecorado com a Cruz de Ferro de 1ª classe depois de ter tirado dois soldados feridos de um tanque em chamas, sob fogo inimigo no campo de batalha, e lhes ter administrado cuidados médicos.

Depois de ter sido ferido em batalha na frente russa em 1942, Mengele foi promovido a capitão [Hauptsturmführer] e foi enviado para o departamento da Raça e Relocalização [Race and Resettlement Office] em Berlim, o mesmo departamento onde Adolf Eichmann estava encarregue de transportar os Judeus para “relocalização no leste,” um eufemismo nazi para enviar Judeus para derem gaseados em campos da morte.

Em Maio de 1943, o Dr. Josef Mengele chegou a Auschwitz e foi designado para chefiar as necessidades médicas do campo dos Ciganos. A seguinte citação provém do livro “Mengele, a história Completa”:

Poucos dias depois da sua chegada, enquanto Auschwitz estava a lutar contra uma das suas muitas epidemias tifóides, Mengele estabeleceu uma reputação de eficiência radical e impiedosa. O pântano próximo tornava difícil a obtenção de água potável e era uma ameaça constante por causa dos mosquitos. (O próprio Mengele contrairia malária em Junho de 1943). Outros médicos SS tinham falhado nas suas tentativas de restringir o tifo nas proximidades das barracas do campo. A solução de Mengele foi demonstrada numa das setenta e oito acusações formuladas em 1981 pelo Ministério Público da Alemanha Ocidental, quando as autoridades julgavam que ele ainda estava vivo. Em termos de provas detalhadas, este mandato de prisão é o mais incriminador e completo documento que já alguma vez foi compilado contra ele. Segundo o mandato, a 25 de Maio de 1943, “Mengele enviou 507 ciganos e 528 ciganas suspeitos de terem tifo para a câmara de gás.” “Acusa também Mengele de “a 25 ou 26 de Maio ter poupado aqueles ciganos que eram alemães enquanto mandava aproximadamente outros 600 para serem gaseados.”


De acordo com o livro “Mengele, a História Completa,” um surto grave de tifo atingiu as mulheres do campo de Birkenau em finais de 1943, quando o Dr. Mengele era o medico chefe da zona das mulheres. Cerca de 7,000 a 20,000 mulheres no campo estavam seriamente doentes e Mengele propôs uma solução radical para parar a epidemia.

A citação seguinte é do Dr. Ella Lingens, um médico austríaco que era prisioneiro político em Birkenau. Numa entrevista pessoal dada a S. Jones e K. Rattan a 14 de Fevereiro de 1984, o Dr. Lingens disse o seguinte como está citado em “Mengele, a História Completa”:

Mengele enviou um bloco inteiro de 600 mulheres judias para a câmara de gás e limpou o bloco. Depois mandou desinfectá-lo de cima a baixo. A seguir mandou colocar depósitos para chuveiros entre este bloco e o próximo, e as mulheres do próximo bloco vinham desinfectar-se e eram transferidas para o bloco já limpo. Aqui era-lhes fornecida uma camisa de noite nova e limpa. O bloco a seguir era limpo desta maneira e por aí fora até todos os blocos estarem desinfectados. Fim do tifo! O terrível foi ele não ter podido colocar as primeiras 600 mulheres em qualquer lado.


O campo de Birkenau tinha 172 hectares. Sete pequenas vilas tinham sido destruídas para dar espaço para o campo; era como uma pequena cidade com um total de 300 edifícios. Havia um total de 140,000 prisioneiros no campo em 1943, mas as barracas tinham capacidade para 200,000 prisioneiros. Havia muito espaço para colocar estas 600 mulheres, mesmo que tivesse de montar tendas no campo de futebol que ficava próximo de uma das câmaras de gás de Birkenau, mas o Dr. Mengele não tentou arranjar um espaço para elas porque tinha um total desrespeito pela vida humana, desde que se tratassem de Judeus e Ciganos ao seu cuidado. Na avaliação do seu desempenho, o seu superior complementou-o na tarefa de parar a epidemia de tifo: não houve menção das 600 mulheres que ele assassinou para conseguir este resultado.

Josef Mengele morreu a 7 de Fevereiro de 1979 com um ataque de coração quando estava a nadar em Embu, no Brasil. Só depois de alguns anos após a sua morte é que sobreviventes começaram a aparecer com histórias acerca de crimes que ele cometeu em Birkenau, e começou uma massiva caça ao homem para o encontrar.

Depois da guerra, o Dr. Josef Mengele trabalhou numa quinta com outro nome durante alguns anos, e depois escapou para a América do Sul; nunca foi levado a julgamento como criminoso de guerra. Se tivesse sido capturado e levado a julgamento, a Dr. Gisella Perl estava preparada para testemunhar contra ele. A Dr. Perl trabalhou como médica sob as ordens de Mengele e era ela própria uma prisioneira. Segundo o livro “Mengele, a História Completa,” a Dr. Perl afirmou que uma prisioneira chamada Ibi escapou por seis vezes da câmara de gás saltando para fora do camião que estava a levar prisioneiras da “Rampa dos Judeus” para a câmara de gás. O Dr. Mengele ficou furioso quando descobriu que ela tinha regressado à fila de selecção.

A seguinte citação é tirada do livro de Gisella Perl, entitulado “Eu era um médico em Auschwitz,” publicado em 1948:

“Ainda estás aqui?” Dr. Mengele abandonou a cabeça da fila, e com alguns passos largos alcançou-a. Agarrou-a pelo pescoço e começou a bater-lhe na cabeça até esta ficar numa pasta de sangue. Bateu-lhe, esbofeteou-a, esmurrou-a, sempre na cabeça – gritando o mais alto possível, “Queres escapar, não queres? Não podes escapar agora. Isto não é um camião, não podes saltar. Vais arder como os outros, vais ganir, sua Judia suja,” e continuou a bater-lhe na pobre cabeça desprotegida. Enquanto eu assistia, vi os seus belos olhos inteligentes desaparecerem sob uma camada de sangue. As orelhas já não existiam. Talvez ele as tenha despedaçado. E, em poucos segundos, o seu nariz ficou achatado, partido, uma massa sangrenta. Fechei os olhos, incapaz de suportar mais aquilo, e quando os voltei a abrir, o Dr. Mengele tinha parado de lhe bater. Mas em vez de uma cabeça humana, o corpo alto e magro da Ibi levava um objecto redondo vermelho-sangue nos seus ombros ossudos, um objecto irreconhecível, demasiado horrível para ver; ele empurrou-a novamente para a fila. Meia hora depois, o Dr. Mengele regressou ao hospital. Tirou um bocado de sabão perfumado da sua mala e, assobiando alegremente com um sorriso de profunda satisfação na cara, começou a lavar as mãos.


Segundo o testemunho de Rudolf Hoess no Tribunal Militar Internacional de Nuremberga em 1956, o marechal-de-campo SS Heinrich Himmler deu repetidas ordens no sentido do pessoal nos campos de concentração estarem proibidos “de utilizar violência física contra os prisioneiros.” De acordo com os sobreviventes de Birkenau, o Dr. Mengele perdia frequentemente as estribeiras e batia nos prisioneiros, no entanto nunca foi punido pelos seus oficiais superiores.

Dois outros sobreviventes do Holocausto que escaparam à morte saltando do camião que levava Judeus para a câmara de gás, foram Gloria Lyon, então com 14 anos, e a sua irmã de 12 anos, que estavam entre os Judeus húngaros enviados para Birkenau em 1944. Lyon falou para alunos do 10º ano da escola secundária de Oceana na baía de São Francisco em Fevereiro de 2008.

A seguinte citação vem de um artigo nos jornais escrito por Jane Northrop no site da Web www.insidethebayarea.com acerca do tormento de Gloria Lyon no campo de Birkenau:

No campo, a família foi separada. O pai de Lyon e os irmãos foram numa direcção, e Lyon e a sua mãe estavam noutro grupo. A sua irmã mais nova, que tinha 12 anos, era para ir com um grupo diferente, mas saltou da parte de trás do camião e correu para se juntar à mãe e à irmã.

“Isto salvou-lhe a vida. Os outros foram enviados para a câmara de gás,” disse Lyon. [...]

Eles sofreram as infames experiências do Dr. Josef Mengele. A grupos inteiros de pessoas foi-lhes dito para se despirem e se apresentarem ao médico para um “exame médico.”

“Foi precisa muita energia para encarar o Dr. Mengele. Alguns foram-se abaixo mais rapidamente do que outros,” disse Lyon. Quando os prisioneiros desmaiavam, eram levados para o outro lado do edifício, donde nenhum prisioneiro alguma vez regressou.

Quando a própria Lyon desmaiou no gabinete do médico em Dezembro, foi enviada para o outro lado.

Nua e aterrorizada, foi colocada com outros prisioneiros enfraquecidos num camião guardado por tropas SS. O guarda falou-lhe em húngaro, que ela percebia por ter vivido na Checoslováquia. O guarda disse que sabia quem ela era, porque era muito raro tantos membros de uma só família permanecerem vivos.

O camião tinha como destino a câmara de gás, mas se ela quisesse saltar da parte de trás, ele não a travaria ou ninguém que quisesse ir com ela. Ele prometeu não o denunciar. Nenhum dos outros prisioneiros, contudo, quis juntar-se a ela.

“Toda a gente estava esfomeada e sem esperança,” disse Lyon.

Ela saltou e viu uma trincheira onde se poderia esconder num cano. Estava tão magra em resultado dos meses de fome que conseguiu caber na cano e ficar escondida. Escondeu-se ali sem comida ou roupa. Ainda estava no campo, mas ao menos tinha escapado da câmara de gás.

“Não me lembro de ter sentido frio. Lembro-me de me ter sentido triunfante. Senti que tinha derrotado o exército alemão,” disse. Quando a sua fuga foi detectada, soou um alarme mas ninguém a encontrou no seu esconderijo.

Depois de 24 horas na escuridão, seguiu uma luz brilhante que se revelou ser uma barraca não guardada. O pequeno grupo de surpresos prisioneiros levou-a para dentro. Este grupo, com Lyon entre eles, foi metido em camiões para gado e levados para fora de Auschwitz. Lyon desejou ver a mãe e a irmã mais uma vez, mas sabia que enfrentava uma morte certa se fosse descoberta em Auschwitz.

Depois de três dia de viagem, o grupo chegou a Bergen-Belsen, um campo de concentração onde o crematório ardia dia e noite. Foi aí que Lyon passou o seu 15º aniversário.



Entre os sobreviventes de Auschwitz-Birkenau estava Philip Riteman, um Judeu Polaco enviado para o campo em 1941, que teve a presença de espírito para mentir sobre a sua idade de forma a ser seleccionado para a fila destinada a trabalho escravo. Num discurso que Riteman proferiu para os alunos de Riverview e Central Collegiate em Moose jaw, Canadá em Maio de 2008, tal como foi reportado por Lacey Sheppy ino Moose Jaw Times Herald a 23 de Maio de 2008, Riteman disse que tinha crescido em Szereszow, na Polónia, uma cidade de cerca de 25,000 pessoas – não muito diferente de Moose Jaw. Estava no 5º ano quando a guerra começou em 1939. Os Ritemans foram reunidos e enviados para o gueto de Pruzhany, onde viveram durante nove meses num quarto de três por quatro metros, com mais duas famílias.

O seguinte é de um artigo escrito por Lacey Sheppy, que foi publicado a 23 de Maio de 2008 no Moose Jaw Times Herald:

Em 1941, a família de Riteman foi colocada num comboio com cerca de mais 10,000 pessoas. Sete dias depois, depois de ser comprimido com outras 100 pessoas numa carruagem sem comida, água ou casa de banho, o comboio parou finalmente… em Auschwitz-Birkenau. À medida que os olhos de Riteman se ajustaram à luz do sol, ele viu algo que ainda o persegue até hoje.

“Estava uma mulher na casa dos vinte, bonita, que saiu do comboio, nunca me vou esquecer dela porque usava sapatos de salto alto.”

A mulher tinha uma criança nos braços. Um soldado nazi tirou-lhe o bebé e esmagou-lhe a cabeça contra o pavimento.

Quando a mãe tentou agarrar o bebé, gritando e chorando, o soldado espetou-lhe uma baioneta no estômago.

“Era só sangue, sangue por todo o lado,” disse Riteman.

Sem tempo para pensar naquilo que tinha acabado de ver, Riteman foi colocado na fila para ser separado. Embora só tivesse 14, Riteman mentiu acerca da sua idade e disse aos Nazis que tinha 17.

Riteman – com outros homens e jovens, rapazes saudáveis – foram separados num grupo, enquanto as mulheres, os velhos e os enfermos foram para outro.

Os trabalhadores foram enviados para o campo para trabalhar, enquanto o resto – os pais de Riteman, avós, cinco irmãos, duas irmãs, nove tias e tios e muitos primos – foram enviados para a câmara de gás.



A história de Riteman nao é única. Numerosos sobreviventes de Auschwitz foram salvos da câmara de gás por mentirem acerca da sua idade e houve muitas testemunhas que viram os notoriamente indisciplinados soldados nazis bater com a cabeça de bebés contra a árvore mais próxima ou contra o chão, sem ninguém intervir.

Funcionários de Auschwitz de férias em Solahuette:

A foto acima mostra membros do pessoal de Auschwitz no verão de 1944 brincando com auxiliares femininas, também chamadas Helferinnen, em férias no retiro das SS em Solahuette, a 30 quilómetros do campo. Os homens das SS estavam a divertir-se, sem quaisquer preocupações, enquanto 3,000 Judeus eram gaseados por dia e incinerados em Birkenau.


Segundo o livro intitulado “Mengele, a História Completa”, de Gerald L. Posner e John Ware, Dr. Josef Mengele passou 21 meses no campo de Auschwitz-Birkenau, e durante esse tempo, enviou 400,000 prisioneiros para a morte nas câmaras de gás de Birkenau. Levando em conta que o Dr. Mengele não podia trabalhar quando esteve doente com malária e tifo, seleccionou 20,000 Judeus e Ciganos por mês para serem mortos, segundo Posner e Ware.

O seguinte excerto é de “Mengele, a História Completa”:

A memória deste homem delicado, sem um cabelo fora do sítio, a sua camisa verde escura bem passada, a cara bem lavada, o boné com a caveira das SS inclinada para um lado, permanece vívida para aqueles que sobreviveram ao seu exame detalhado quando chegavam à estação de Auschwitz. Botas polidas ligeiramente afastadas, o polegar apoiado no cinto da pistola, avaliava a presa com aqueles olhos perscrutadores e impenetráveis, Morte para a esquerda, vida para a direita.

Quatrocentas almas – bebés, crianças pequenas, jovens raparigas, mães, pais, e avós – foram enviados despreocupadamente para o lado esquerdo com o movimento de uma varinha segura numa mão enluvada. Mengele era o fornecedor chefe das câmaras de gás e para o crematório. Tinha uma expressão que dizia ‘Eu sou o poder,’ disse um sobrevivente. Nessa altura, Mengele tinha apenas 32 anos de idade.



As duas histórias mais famosas acerca do Dr. Josef Mengele: uma sobre a sua tentativa de mudar olhos castanhos para azuis e outra sobre coser duas crianças juntas, costas com costas, para criar gémeos siameses.

Vera Alexander, uma sobrevivente de Birkenau, foi uma testemunha da experiência dos gémeos siameses. O Dr. Mengele morreu em 1979 mas a sua morte foi mantida em segredo pelos seus amigos e família. Em Outubro de 1985, quando estava em curso uma intensiva caça ao homem a Mengele, Vera Alexander afirmou o seguinte numa entrevista para a produção televisiva “À procura de Mengele,” como foi citado no livro “Mengele, a História Completa”:

Um dia Mengele trouxe chocolate e roupas especiais. No dia seguinte, os homens das SS vieram e levaram duas crianças. As duas crianças estavam comigo, Totó e Nino. Um deles era corcunda. Dois ou três dias mais tarde, um homem das SS trouxe-os de volta num estado terrível. Foram cortados. O corcunda estava cosido à outra criança, de costas um para o outro, os seus punhos também. Cheirava terrivelmente a gangrena. As incisões estavam sujas e as crianças choraram todas as noites.


Segundo Gerald L. Posner e John Ware, os autores do livro “Mengele, a História Completa”, Mengele já tinha começado uma bizarra tentativa de mudar olhos castanhos para azuis antes da chegada do Dr. Miklos Nyiszli, um médico Judeu húngaro, a 29 de Maio de 1943. O Dr. Nyiszli foi escolhido para ajudar o Dr. Mengele a fazer autópsias nos corpos no Crematório II ou Krema II.

O Dr. Mengele tinha um interesse particular em estudar pessoas que tinham olhos de cor diferentes.

A história da experiência da cor dos olhos em 36 crianças em Birkenau foi contada pelo Dr. Vexler Jancu, um prisioneiro Judeu de Birkenau.

Como citado em “Mengele, a História Completa,” O Dr. Jancu disse o seguinte: Em Junho de 1943 fui ao campo dos Ciganos em Birkenau. Vi uma tábua de madeira. Em cima dela estavam vários exemplares de olhos. Todos tinham um número e uma letra. Os olhos iam do amarelo pálido até ao azul brilhante, verde e violeta.


O Dr. Mengele escapou de Auschwitz antes do campo ser libertado pelo exército da União Soviética, e levou consigo todos os seus artigos de investigação. Estes artigos caíram mais tarde nas mãos dos aliados, mas nunca chegaram a ser publicados. Os resultados das experiências do Dr. Mengele estão hoje guardados num cofre em Israel. O testemunho de alguns do Judeus que foram objecto das experiências e pesquisas de Mengele, foram publicados, mas não os resultados nem os seus artigos de investigação sobre a condição genética e doenças dos Judeus.

Houve alegações de vários sobreviventes de Birkenau que o Dr. Mengele mandou incinerar 300 crianças vivas a céu aberto.

Como citado em “Mengele, a História Completa,” um prisioneiro russo de Birkenau chamado Annani Silovich Perko afirmou o seguinte numa declaração juramentada feita ao promotor público em Moscovo em Setembro de 1973:

Passado um bocado, um grande grupo de oficiais das SS chegou em motas, Menguele estava entre eles. Guiaram para o pátio e desceram das motas. Depois de chegarem, rodearam as chamas; ardiam horizontalmente. Nós observávamos o que se iria seguir. Passado um bocado, chegaram camiões, camiões basculantes com crianças lá dentro. Os camiões eram cerca de dez. Depois de entrarem no pátio, um oficial deu uma ordem e os camiões fizeram marcha-atrás em direcção ao fogo e começaram a lançar aquelas crianças para o fogo, dentro da cova. As crianças começaram a gritar; algumas conseguiram rastejar para fora da cova a arder; um oficial deu a volta e com um pau empurrou-os para dentro, aos que conseguiram sair. Hoess e Mengele estavam presentes e davam ordens.

Um quadro de um sobrevivente do Holocausto representa crianças a serem queimadas vivas.

A seguinte citação é de um livro intitulado “A Mente Criminal” da Dr. Katherine Ramsland que escreveu 25 livros sobre psicologia criminal:

Além dos burocratas e dos militares, Hitler também inspirava alguns médicos a cumprir a sua visão horrível, particularmente o Anjo da Morte de Auschwitz, Josef Mengele. Um líder na visão biomédica nazi, ele especializou-se em anomalias genéticas. Chegando a Auschwitz a 30 de Maio de 1943, ficou a comandar o processo de selecção. Aparecia junto dos transporte de prisioneiros com um ar elegante e com um olhar decidia o destino de cada pessoa. Enviava qualquer um com uma imperfeição para a câmara de gás e escolhia outros para trabalhar ou para as suas experiências abomináveis.

Mengele gostava da sua posição de poder. A confirmação do ideal nazi de purificação da raça era o que o motivava. No entanto, ninguém sabia o que esperar dele. Tanto separava famílias e matava com impunidade, ora punha-se no papel de médico preocupado ou caprichosamente permitia a algumas pessoas viver. No seu desejo de aperfeiçoar a eficiência do campo como uma máquina de morte, ensinou a outros médicos a forma de dar injecções de fenol a uma longa fila de prisioneiros, acabando rapidamente com as suas vidas. Também matou pessoas a tiro, e segundo alguns relatos atirou bebés vivos para o crematório. Ao longo de tudo isto, ele manteve um eficaz comportamento distante e via-se a si próprio como um “cientista.”

A grande paixão de Mengele era a pesquisa em gémeos. Estes eram pesados, medidos, e comparados em todos os sentidos. Alguns, ele matava-os para exames patológicos, dissecando uns e deixando algumas partes preservadas. Outros, operava sem anestesia, removendo membros ou órgãos sexuais. Se um gémeo morresse durante a experiência, o outro deixava de ter utilidade, portanto era simplesmente gaseado.

Ainda assim, mesmo já os tendo seleccionado para mutilação ou morte, brincava com eles e mostrava-lhes grande afeição. Até lhes dava uma boleia no seu carro no caminho para a câmara de gás. Mais tarde, podia passear com as suas cabeças ou prender os olhos deles com um pino a um quadro.

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segunda-feira, dezembro 12, 2011

Ao definir um Estado soberano, o sociólogo Max Weber atribui-lhe o monopólio do uso da violência legítima

Mas quando os escalões mais elevados de um Estado estão completamente infiltrados por capangas de uma Máfia Financeira, que podem fazer os cidadãos senão reagir violentamente? Mais, não será um dever patriótico insurgirem-se recorrendo à força?

Um tiro certeiro no sensor óptico de algo ou alguém próximo de Boliqueime
(curiosamente, a terra natal do sr. Silva)



Um pórtico de cobrança de portagens na Via do Infante (A22), junto ao nó de Boliqueime, foi baleado esta segunda-feira de madrugada e uma estrutura de apoio com meios informáticos foi incendiada, disse à Lusa fonte da GNR de Faro.


«As pessoas estão indignadas e podem comportar-se de forma menos adequada», disse à Lusa João Vasconcelos, um dos membros da comissão, sublinhando que aquele movimento «tinha alertado para o risco» de ocorrência de «atitudes deste tipo».

Por outro lado, João Vasconcelos sublinhou que «as pessoas estão a corresponder» ao apelo de boicote formulado pela comissão, não utilizando a Via do Infante nas suas deslocações.

«Tínhamos proposto duas alternativas - ou passavam na Via do Infante sem pagar ou não utilizavam a via. As pessoas escolheram não utilizar e estão a utilizar a EN125, que está entupida em vários pontos, como é o caso da zona mais junto à fronteira», disse.

Uma estrutura de apoio com meios informáticos foi incendiada
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sexta-feira, dezembro 09, 2011

No blogue «Ladrões de Bicicletas» - Salvar a Democracia

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Artigo publicado no blogue:



Sexta-feira, 9 de Dezembro de 2011

Postado por Nuno Serra



«Nas próximas 24 horas, os líderes europeus poderão aprovar o terrível plano de Merkel e Sarkosy, que permite abolir o direito a escolher políticas económicas progressistas. (...) Aterrorizados pelos grandes bancos, os governos europeus pretendem mudar as constituições e os tratados da União Europeia, banindo de forma permanente despesa pública essencial. E isto é insane: nos anos trinta, foi precisamente a despesa pública que permitiu que a Europa e os Estados Unidos escapassem à Grande Depressão. A Europa precisa de regular os bancos com rigor, e não de amarrar as mãos dos nossos governos.
Vivemos em democracia, o que significa que os nossos líderes não deveriam sequer poder decidir sozinhos sobre este plano. É necessário que sejam apresentadas propostas que impliquem a sua aprovação pelos cidadãos e parlamentos nacionais. Temos apenas 24 horas para salvar as nossas democracias deste ataque - o nosso apelo massivo poderá forçar os líderes a respeitar a democracia, regular os bancos, rejeitar a auteridade e investir no futuro.»


Excertos do texto que acompanha a petição lançada pela Avaaz e que pode ser assinada aqui. A lista de subscritores será divulgada junto dos líderes dos países membros e da comunicação social no final da cimeira europeia.



Comentário

«... nos anos trinta, foi precisamente a despesa pública que permitiu que a Europa e os Estados Unidos escapassem à Grande Depressão»


Falso! Mil vezes falso! Os "nossos governantes" não passam de testas de ferro dos Grandes Bancos. Estes, com a sua capacidade de criar dinheiro a partir do nada, injectam ou retiram biliões na economia a seu bel-prazer, ora semeando riqueza, ora colhendo-a. O esquema é simples:


Por
Sheldon Emry [Tradução minha]

Em 1930 os Estados Unidos não tinham falta de capacidade industrial, propriedades rurais férteis, trabalhadores experientes e determinados e famílias laboriosas. Tinham um amplo e eficiente sistema de transportes ferroviários, redes de estradas, e canais e rotas marítimas. As comunicações entre regiões e localidades eram as melhores do mundo, utilizando telefone, teletipo, rádio e um sistema de correios governamental perfeitamente operacional.

Nenhuma guerra destruiu as cidades do interior, nenhuma epidemia dizimou, nem nenhuma fome se aproximou do campo. Só faltava uma coisa aos Estados Unidos da América em 1930: Uma adequada disponibilidade de moeda para negociar e para o comércio.

No princípio dos anos 30 do século XX, os banqueiros, a única fonte de dinheiro novo e crédito, recusaram deliberadamente empréstimos às indústrias, às lojas e às propriedades rurais. Contudo, eram exigidos os pagamentos dos empréstimos existentes, e o dinheiro desapareceu rapidamente de circulação. As mercadorias estavam disponíveis para serem transaccionadas, os empregos à espera para serem criados, mas a falta de dinheiro paralisou a nação.

Com este simples estratagema a América foi colocada em "depressão" e os banqueiros apropriaram-se de centenas e centenas de propriedades rurais, casas e propriedades comerciais. Foi dito às pessoas, "os tempos estão difíceis" e "o dinheiro é pouco". Não compreendendo o sistema, as pessoas foram cruelmente roubadas dos seus ganhos, das suas poupanças e das suas propriedades.

A Segunda Guerra Mundial acabou com a "Depressão". Os mesmos banqueiros que no início dos anos trinta não faziam empréstimos em tempos de paz para a compra de casas, comida e roupas, de repente tinham biliões ilimitados para emprestar para aquartelamentos militares, rações de combate e uniformes.

Uma nação que em 1934 não conseguia produzir alimentos para venda, repentinamente podia produzir milhões de bombas para enviar para a Alemanha e para o Japão.

Com o súbito aumento da quantidade de dinheiro, as pessoas eram contratadas, as propriedades rurais vendiam os seus produtos, as fábricas começaram a funcionar em dois turnos, as minas foram reabertas, e "A Grande Depressão" acabou!

Alguns políticos foram considerados culpados pela depressão e outros ficaram com os méritos por ter acabado com ela. A verdade é que a falta de dinheiro causada pelos bancos trouxe a depressão, e a quantidade adequada de dinheiro acabou com ela. Nunca foi dito às pessoas a simples verdade de que os banqueiros que controlam o nosso dinheiro e crédito usaram esse controlo para saquear a América e colocá-los a todos na escravidão.
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terça-feira, dezembro 06, 2011

Democracia ou Mafia? É chegado o tempo de passar das palavras aos actos

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Não há um único dia em que os actuais "governantes" portugueses (futuros funcionários bancários) não anunciem à população portuguesa um novo imposto, um novo corte, um novo sacrifício, um novo atalho para a miséria...


O ainda Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, espancado e acossado por uma multidão enfurecida que já nada tem a perder, tenta explicar que o empobrecimento geral do país a favor do enriquecimento da Banca é a única forma de sair da «Crise».


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No Jornal Expresso de 1/9/2007, o jornalista Fernando Madrinha explicou sucintamente de que forma a Banca, a mais poderosa, interligada e influente mafia do planeta, utiliza a política e os políticos para saquear os Estados Nacionais:

[...] «Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais
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domingo, dezembro 04, 2011

Anne Frank - um exemplo da incompreensível rotação dos prisioneiros judeus pelos diversos campos de extermínio nazis

A história de Anne Frank começa na Alemanha dos anos 20. Os seus pais, Otto Frank e Edith Holländer casaram-se numa sinagoga no dia 12 de Maio de 1925. Nove meses depois, no dia 16 de Fevereiro de 1926, a primeira filha do casal, Margot, nasceu em Frankfurt am Main. No dia 12 de Junho de 1929, nasceu Annelise Frank (Anne Frank).

Em 1933, com a subida ao poder de Adolf Hitler, a família Frank decidiu mudar-se para a relativamente segura Amesterdão, na Holanda. Para tanto, no verão desse ano, Edith, Margot e Anne Frank foram morar com a avó materna Holländer, em Aachen, enquanto o pai, Otto Frank, partiu para Amsterdão para organizar as coisas. No dia 5 de dezembro de 1933, Edith e Margot, a mãe e a irmã de Anne Fraank, mudaram-se para Amesterdão. Em Fevereiro de 1934, Anne Frank juntou-se aos pais em Amesterdão.

No verão de 1937, a família Van Pels trocou Osnabrück na Alemanha, por Amesterdão. No dia 1 de Junho de 1938, Otto Frank em parceria com Hermann van Pels inaugurou a Pectacon B.V., especializada na produção de ervas utilizadas no tempero de carne. No dia 8 de Dezembro do mesmo ano, Fritz Pfeffer trocou a Alemanha pela Holanda. Em Março de 1939, a situação dos judeus na Alemanha começou a ficar intolerável.

Mesmo com muitos membros do Partido Nazi presentes no seu território, a Holanda tratava muito bem os seus refugiados judeus e os Frank sentiram-se seguros juntamente com seus vizinhos judeus.

No dia 5 de Julho de 1942, Edith Frank recebeu um documento registrado convocando Margot Frank para ir para o campo de trabalhos forçados de Westerbork, na Alemanha.

Diante de tal facto, Otto Frank, o pai de Anne Frank, decidiu antecipar a ida da família para o esconderijo localizado em Prinsengracht, 263 (local onde funcionava seu escritório e que desde o ano anterior estava sendo preparado para se tornar esconderijo da família caso fosse necessário).

A 13 de Julho de 1942, a família Van Pels, Hermann, Auguste e Peter, mudou-se para o Anexo Secreto. No dia 16 de Novembro, Fritz Pfeffer chegou ao esconderijo como o oitavo clandestino.

Durante dois anos os moradores do Anexo Secreto fizeram parte de uma grande família, morando num confinado espaço e vivendo sob o constante medo de serem descobertos pelos nazis e pelos seus simpatizantes. Foi durante este período que Anne Frank escreveu o seu famoso diário.

A 4 de Agosto de 1944 o Anexo Secreto foi invadido de surpresa pela polícia nazi e os moradores foram presos.


Depois de presos, os oito moradores do Anexo Secreto foram levados para uma prisão em Amesterdão e no dia 8 de Agosto foram transferidos para Westerbork, um campo de triagem para judeus no norte da Holanda. A 3 de Setembro de 1944 foram todos deportados para Auschwitz (Polónia), onde chegaram no dia 6 de Setembro de 1944. À chegada ao campo de concentração de Auschwitz, Anne Frank e os outros sete residentes do Anexo foram poupados à morte nas câmaras de gás.


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A família Frank


Otto Heinrich Frank, pai de Anne Frank, foi o único dos oito moradores do Anexo a sobreviver, sendo libertado de Auschwitz pelo Exército Vermelho no dia 27 de Janeiro de 1945. Otto Frank morreu em Basileia, Suiça, no dia 19 de Agosto de 1980 com 91 anos.





Edith Hollander Frank, mãe de Anne Frank, morreu com 44 anos na enfermaria de Auschwitz-Birkenau, no dia 6 de Janeiro de 1945, vítima de inanição.



Margot Frank, a irmã mais velha de Anne Frank, foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com Anne Frank e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen, campo de concentração perto de Hannover (Alemanha), onde morreu com 18 anos, possivelmente no final de Fevereiro de 1945, vítima da epidemia de tifo que matou milhares de prisioneiros no local. O seu corpo foi provavelmente enterrado nas valas comuns de Bergen Belsen.

Anne Frank foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com a irmã e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen onde morreu com 16 anos, possivelmente no final de Fevereiro ou início de Março de 1945, vítima de tifo. Provavelmente o seu corpo também foi enterrado nas valas comuns do campo que foi libertado por tropas inglesas a 12 de Abril de 1945.



A família van Pels



Hermann van Pels morreu nas câmaras de gás de Auschwitz, de acordo com o único testemunho de Otto Frank, Hermann, em Outubro ou Novembro de 1944, com 55 anos. Pouco depois as câmaras de gás foram desactivadas.




Auguste van Pels, esposa de Hermann van Pels, foi transferida de Auschwitz com Anne e Margot, por volta de 28 de Outubro de 1944, para Bergen Belsen. Em Fevereiro de 1945 foi transferida para Buchenwald, depois foi transferida para Theresienstadt em 9 de Abril de 1945, e aparentemente foi transferida para outro campo de concentração depois disso. É certo que não sobreviveu, mas não se sabe a data de sua morte.


Peter van Pels, filho dos Pels, foi forçado a participar da marcha da morte de Auschwitz a 16 de Janeiro de 1945 até ao campo de concentração de Mauthausen, Áustria, onde, segundo a Cruz Vermelha, morreu no dia 5 de Maio de 1945, com 18 anos, três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.




Fritz Pfeffer


Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e novamente transferido paro o campo de concentração de Neuengamme, onde morreu no dia 20 de Dezembro de 1944, com 55 anos, com uma inflamação nos intestinos.




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Em suma

Dos oito prisioneiros judeus, principais personagens do diário de Anne Frank, apenas três permaneceram em Auschwitz com sortes diferentes:

1 - Hermann Pels foi «gaseado» em Auschwitz segundo o «único testemunho» de Otto Frank (o pai de Anne Frank).

2 - Edith Frank, mãe de Anne Frank, morreu na enfermaria de Auschwitz vítima de inanição.

3 - Otto Frank, pai de Anne Frank, sobreviveu a Auschwitz, sendo libertado pelo Exército Vermelho.


Os outros cinco elementos foram todos transferidos, alguns por diversas vezes:

4 e 5 - As irmãs Margot e Anne Frank foram transferidas de Auschwitz para o campo de concentração de Bergen Belsen, onde morreram de tifo.

6 - Peter Pels foi transferido de Auschwitz para Mauthausen onde morreu três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.

7 - Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e depois para Neuengamme, onde morreu com uma inflamação nos intestinos.

8 - Auguste Pels foi transferida de Auschwitz para Bergen Belsen, depois para Buchenwald, depois para Theresienstadt, e aparentemente para outro campo de concentração depois disso. Pensa-se que não terá sobrevivido.


Questão

Se o objectivo dos nazis era exterminar judeus, como se explica que deste grupo de oito judeus que se encontrava em Auschwitz, o local de extermínio nazi por excelência, apenas um tenha sido «gaseado», de acordo com o «único testemunho» de Otto Frank? E porque andaram os outros a saltar de campo em campo (tendo a senhora Auguste Pels passado por cinco campos de extermínio diferentes)?
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