sexta-feira, fevereiro 21, 2014

Alemães propõem que se trabalhe menos horas pelo mesmo salário




Alemães sugerem 30 horas de trabalho contra o desemprego


11 de Fevereiro de 2013


Um grupo de 100 académicos e políticos alemães estão a pedir um horário de 30 horas semanais sem um corte nos salários, noticia hoje o jornal alemão Tageszeitung, citado pela CNBC. Os peticionários argumentam que uma semana de trabalho mais curta é a melhor forma de lidar com o aumento da taxa de desemprego no país, contribuindo também para o aumento da produtividade dos trabalhadores.

O desemprego alemão subiu para os 7,4% em Janeiro, mas ainda está muito abaixo dos 26% registados em Espanha. Contudo, um grupo de 100 alemães argumenta, numa carta aberta publicada hoje num jornal alemão, que a redução do horário de trabalho semanal pode ajudar os trabalhadores do país.

O plano, que foi concebido por políticos de partidos de esquerda, filósofos e académicos, sugere que a semana de trabalho de 30 horas pode ser introduzida gradualmente ao longo de vários anos. Os peticionários também defendem que a redução do horário de trabalho iria melhorar significativamente a produtividade dos trabalhadores, o que iria, por seu turno, ajudar os empregadores a pagar os salários na íntegra.

Precisamos de um projecto da sociedade como um todo para reduzir o horário de trabalho. Isto já não pode ser apenas uma questão política de negociação colectiva”, defende na carta aberta o professor universitário de direito comercial Hein-Josef Bontrup.

O mesmo responsável adianta que os líderes dos sindicatos argumentaram que os trabalhadores tinham muitas dúvidas em relação à semana com menos horas de trabalho, por recearem que isso poderia motivar salários mais baixos e uma maior carga de trabalho. Mas Bontrup sustenta que esta perspectiva se trata de uma falha na compreensão da medida.


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Uma resposta aos que se agarram desesperadamente a um paradigma que surgiu com a revolução industrial – O Emprego – quando se percebe que este está a agora desaparecer em todo o lado a uma velocidade vertiginosa. Tudo devido à evolução tecnológica exponencial a todos os níveis.

O fim do emprego trará também o fim do capitalismo e, sobretudo, o fim do parasitismo financeiro.


«Bem pensado – mas nunca substituirão o cavalo»,
disseram os cépticos quando viram os primeiros automóveis.



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* Nos primeiros tempos da aviação, o astrónomo americano William Pickering, que predisse a existência de Plutão, preveniu o público de que:

«A mente popular imagina frequentemente gigantescas máquinas voadoras atravessando o Atlântico a grandes velocidades e transportando numerosos passageiros como um moderno paquete… Parece-me seguro afirmar que tais ideias são totalmente visionárias, e mesmo que uma máquina conseguisse atravessar o Atlântico com um ou dois prisioneiros, os custos seriam proibitivos...»

Três décadas mais tarde, em Julho de 1939, foi inaugurada a primeira linha aérea transatlântica com um hidroavião Boeing 314, o Yankee Clipper da Pan American, transportando 19 passageiros.




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* Em 1924, o engenheiro electrotécnico inglês Alan Archibald Swinton, um dos pioneiros do de raios catódicos, fez uma palestra na Radio Society da Grã-Bretanha sobre «Visão à Distância». Diria então: «Provavelmente não valerá a pena que alguém se dê ao trabalho de consegui-la.» Quatro anos mais tarde, a General Electric Company inaugurava, no estado de Nova Iorque, a primeira rede de televisão do Mundo.




* «História dos Grandes Inventos - Selecções do Reader’s Digest – 1983, pág 62».


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A automação e a inteligência artificial têm tido um desenvolvimento avassalador. A máquina, de forma crescente, possui mais dados, mais conhecimento e melhor capacidade de decisão. Cada vez é mais inteligente e mais autónoma. E cada vez menos precisa de ser dirigida pelo homem.

A tecnologia está cada vez mais próxima de produzir sozinha. O desenvolvimento tecnológico é exponencial em todos os campos que se considere. Donde, no binómio homem-máquina na produção, o homem tem cada vez menos peso. Em breve não terá praticamente nenhum e a máquina produzirá sozinha.

Nessa altura, a fábrica totalmente automatizada não poderá ser privada. Porque não existirão trabalhadores com salários, e sem salários não há poder de compra. Sem poder de compra não há vendas. Sem vendas não há lucros. Sem lucros não há empresas privadas. Qualquer empresa automatizada, seja o que for que produza, terá necessariamente de pertencer ao grupo, à comunidade, à sociedade.

O número crescente de desempregados a par do desenvolvimento exponencial do hardware e do software estão aí para prová-lo. Vamos acelerar a transição ou vamos permanecer agarrados a um passado de emprego condenado ao desastre social?

É a tecnologia que está a substituir o homem no trabalho. É por isso que o velho paradigma do emprego está moribundo. É necessário criar rapidamente, com o auxílio da tecnologia, um mundo mais justo, mais redistributivo e mais humano.




Comentário

O processo paradigmático acima descrito não tem necessariamente de ficar à espera de uma revolução tecnológica completa que o conclua. Muito sofrimento humano pode ser evitado com revoltas, ora pacíficas, ora violentas, consoante os casos, contra a vermina financeira (e respetivos serviçais – na política, na justiça e nos media) que carcome, devora e parasita a humanidade.