sexta-feira, julho 29, 2005

Palavras leva-as o vento




A família do homem brasileiro morto a tiro por atiradores que o confundiram com um bombista suicida revelou ontem à noite como a polícia alterou a versão do incidente.

Uma prima de Menezes, afirmou que altos graduados da Scotland Yard desdizeram-se quanto ao facto de que o electricista brasileiro estava a actuar de forma suspeita, e que, portanto, os agentes não tiveram outra opção senão atirar.

Vivien Figueiredo declarou que a polícia lhe tinha dito que ele estava a usar um casaco leve e não um casaco volumoso capaz de esconder explosivos por baixo. Os agentes também afirmaram, imediatamente após o tiroteio, que Menezes não tinha ligado aos avisos da polícia e tinha saltado por cima da grade da bilheteira na estação de metropolitano de Stockwell.

Agora a polícia já diz que ele usou o seu bilhete para entrar na estação. A Sra. Figueiredo afirmou: “Eles estão a dizer que ele não fez nada de errado quando foi morto, portanto porque é que não dizem isto publicamente?”

A polícia disparou sete vezes na cabeça e uma vez no ombro à queima-roupa.

A Sra. Figueiredo expressou também a sua revolta pela notícia de que um dos agentes envolvidos no tiroteio fatal foi de férias com a família.



Comentário:

Eliminar, com oito tiros à queima-roupa, suspeitos que não agem como tal e que não se parecem como tal, é, muito provavelmente, das situações mais stressantes que se podem deparar a um agente de Blair.

As férias são por isso inteiramente merecidas. Pobre homem, esperemos que consiga recuperar do trauma e retornar rapidamente ao activo. A guerra ao terrorismo continua a contar com ele.

4 comentários:

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