quinta-feira, junho 14, 2007

A crua realidade de um país a caminhar para o abismo, enquanto sucessivos governos «apostam» criminosamente em CCBs, Expos, Estádios, Otas e TGVs



Em Portugal empobrece-se a trabalhar. Há dois milhões de pobres no nosso país. Mais de um terço dos pobres é trabalhador por conta de outrem com baixíssimos salários e em permanente degradação. E outro terço é reformado com reformas de miséria. Esta é a realidade.

Realidade é a destruição e deslocalização de empresas. É Portugal ter hoje a maior taxa de desemprego dos últimos vinte anos. É a existência de mais de 600 mil desempregados reais. É o facto de milhares de trabalhadores portugueses voltarem a emigrar e a sujeitar-se ao trabalho escravo e sem direitos. É o desemprego de longa duração a aumentar assustadoramente, com mais de metade (51,7 por cento) dos trabalhadores no desemprego nesta situação.

Realidade é o nosso país ser na União Europeia (UE) o que tem a maior desigualdade na distribuição do rendimento. É os trabalhadores portugueses terem dos mais baixos salários dos países da UE e preços de serviços e bens essenciais dos mais elevados. É o nosso país apresentar o pior indicador de trabalhadores pobres na UE a 25. É o termos das mais elevadas taxas de risco de pobreza da EU entre aqueles que trabalham. É o sermos o país com menos justiça social e um dos mais desiguais na distribuição dos rendimentos.

Realidade é que aumenta a idade da reforma e diminui o valor das pensões. É a existência de novos e mais duros sacrifícios que resultam do agravamento dos impostos dos bens de consumo e dos rendimentos do trabalho, incluindo dos reformados. É o aumento das taxas de juro e do endividamento, que ampliam as dificuldades e angústias de milhões de portugueses com a complacência e o silêncio cúmplice do Governo.

Realidade é o crescimento da precariedade dos vínculos e das condições de trabalho e o aumento da instabilidade e insegurança da vida dos jovens. É mais de um milhão e duzentos mil trabalhadores terem vínculos precários, dos quais mais de meio milhão são jovens. É o eternizar a situação de precariedade com os contratos a prazo, os recibos verdes, a prestação de serviços, as bolsas de investigação, os apoios de inserção, o trabalho temporário.

Realidade é Portugal ser o terceiro país da União Europeia com maior percentagem de trabalhadores com contratos não permanentes. Ocupando a mesma posição quando o assunto é emprego por conta própria. Juntando a isto o trabalho a tempo parcial, verifica-se que 40,9 por cento do emprego total em Portugal não apresenta a forma de contrato de trabalho sem termo e a tempo completo.

Realidade bem diversa é a circunstância de, ao mesmo tempo que se agrava a situação dos trabalhadores e da generalidade da população, os lucros dos grupos económicos e financeiros subirem todos os anos. Em 2006 os cinco principais bancos nacionais, juntamente com a EDP, a PT, a Galp e a Sonae tiveram 5300 milhões de euros de lucros, mais 14,4 por cento do que em 2005. Como o é alguns dos gestores de empresas privadas ganharem 130 (!!!) vezes mais que um trabalhador com o salário mínimo nacional.

Realidade é o nosso país estar aprisionado pelos interesses dos grupos económicos e financeiros. Cujos lucros aumentam todos os anos, à custa dos sacrifícios da maioria do povo e do comprometimento do desenvolvimento do país.


Comentário:

O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, recusou-se a comentar a medida do Banco Central Europeu (BCE) de subir as taxas de juro de referência, considerando que a autoridade monetária europeia é independente do poder político: "Não devo comentar da oportunidade dessas decisões", disse. "É de facto um aspecto negativo que está para além do poder de intervenção do Governo", sublinhou o ministro. Ainda assim, para Teixeira dos Santos, o preço do dinheiro continua a ser baixo.

11 comentários:

  1. Estás muito doente meu pobre país de chulos e de gatunos.

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  2. Não bastava ser isso tudo e ainda somos os que mais contribuímos para o orçamento europeu em percentagem do PIB

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  3. Quando do lançamento do Euro, a europa toda em festa eu cá pensei com meus botões: Moeda única? algo parecido com os princípios da ALCA. A moeda sendo única a política monetária tem que ser a mesma para todos os países que a aderiram.
    Resultado: países mais ricos, mais ricos e os mais pobres , mais pobres.

    Abraços Diogo.

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  4. UM GRAVE ATAQUE ÁS LIBERDADES E Á DEMOCRACIA ESTA A SER PREPRETADO NA BLOGOSFERA NESTE MOMENTO ...
    EU CONSIDERO QUE É URGENTE SOLIDARIEDADE COM O BOLG PORTUGAL PROFUNDO AGORA , JÁ ...COLOCANDO UM BANNER NOS NOSSOS BLOG'S "EU SOU LEITOR DIARIO DO PORTUGAL PROFUNDO"...
    FICA Á TUA CONSIDERAÇÃO...

    PORTUGAL ESTA A AFUNDAR!!!
    BOM FIM DE SEMANA
    BEIJÃO GRANDE

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  5. Ao inimputavel

    Vá ver tem lá a sua resposta.

    Já agora responda a pergunta que lá está.

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  6. Laurentina,

    Se o autor do Portugal Profundo, que desmascarou as mentiras do «engenheiro» Sócrates, for julgado, devemo-nos juntar todos e ir ao tribunal. Para vermos a cara da acusação e a cara dos juízes. Para vermos a cara dos corruptos e chapar-lhes com isso na cara. Isto não é a América.

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  7. ASSINO POR BAIXO DO QUE ESCREVES ...CONCORDO PLENAMENTE .
    ISTO É QUE VAI SEMELHANTE POUCA VERGONHA!!!
    TUDO COMEÇOU COM A MARIA BUFA...

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  8. E eis como por dois três pontos de melhora da Economia o feito deste governo socialista bem pode reduzir-se ao aprofundamento do fosso entre uns poucos cada vez mais ricos e a maioria de pobres que votou nele.

    Que lembra quando as rãs escolheram um rei que as governasse e em breve se viram a ser comidas uma a uma, até que o depuseram.

    Acontece é que este rei, manhoso, decidiu comer-nos em conjunto, virando uma parte contra a outra.

    E está tudo como louco, com Abrantes contra Tomar e Tomar contra Torres Novas, enganados em conjunto.

    Tanto que aí está a Laurentina a dizer de um Balbino que toma a árvore pela floresta, intentando ocupar-nos de um nada ou quase, como se a divisão já não sobrasse.

    amélie

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  9. Nesta pequena aldeia lusa
    a que chamamos País
    não há intenção que induza
    começar tudo de raiz

    Os vícios são mais que muitos
    dos que se encontram acomodados
    cada vez estão menos juntos
    os que se sentem explorados

    Razão porque persiste
    toda esta bandalheira
    a união nem sequer existe
    para acabar com roubalheira

    Os que nos andam a lixar
    esses sim estão mais unidos
    pois não querem acabar
    por um dia ser vencidos

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  10. Caro Diogo,

    com pouco tempo, mas por ca ando ainda.
    Isto de que fala nada mais 'e do que o projecto "Global 2000" a funcionar 'as mil maravilhas.

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