Texto de Miguel Sousa Tavares - Expresso 18/08/2007
Os ricos
O que faz impressão na lista dos cem mais ricos de Portugal é constatar que as suas fortunas acumuladas representam 22% de toda a riqueza do país e que o fosso entre os que mais ganham e os que menos ganham é o maior de toda a Europa comunitária a quinze. E faz impressão pensar que, enquanto os trabalhadores por conta de outrem e a generalidade da classe média e média-baixa viu os seus rendimentos subir entre zero e três por cento no ano passado, os cem mais ricos aumentaram a sua riqueza em 36%. E fizeram-no essencialmente através da bolsa - ou seja, não pelo desempenho das suas empresas, não pela criação de riqueza para o país, mas sim através da simples especulação com o dinheiro. Mais interessante ainda seria podermos dispor da lista dos cem maiores pagadores de impostos do país em nome individual, para compararmos com os cem mais ricos. Ou sabermos quanto pagaram de impostos sobre os lucros as empresas ou fundações onde se abrigam os cem mais, para compararmos com os que, vivendo apenas do seu trabalho, pagam 42% de IRS. Aí, sim, poderíamos perceber a dimensão da injustiça social e fiscal em que vivemos.
Mas, num país que alimenta essa coisa indecorosa que é o «off-shore» da Madeira (um simples território de evasão fiscal promovida pelo Estado), num país onde mais de metade das fundações servem apenas para fugir ao fisco, onde dois terços das empresas nunca declaram lucros, onde se baptiza de ‘empresário’ quem nunca criou um posto de trabalho nem produziu um euro de riqueza facturável, onde os gestores públicos recebem indemnizações escandalosas para saírem de uma empresa e passarem para outra e onde o Estado oferece de graça (e ainda paga os encargos) o seu maior museu para albergar uma colecção de arte privada emprestada, não é de admirar que a generalidade das pessoas não acredite na seriedade dos meios pelos quais alguns se tornaram tão ricos. É que não se pode ter tudo: boa cama e boa fama.
Comentário:
Há quem se contente com boa cama e boa mama. Para muitos indígenas tal é sinônimo de boa fama.
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Os ricos
O que faz impressão na lista dos cem mais ricos de Portugal é constatar que as suas fortunas acumuladas representam 22% de toda a riqueza do país e que o fosso entre os que mais ganham e os que menos ganham é o maior de toda a Europa comunitária a quinze. E faz impressão pensar que, enquanto os trabalhadores por conta de outrem e a generalidade da classe média e média-baixa viu os seus rendimentos subir entre zero e três por cento no ano passado, os cem mais ricos aumentaram a sua riqueza em 36%. E fizeram-no essencialmente através da bolsa - ou seja, não pelo desempenho das suas empresas, não pela criação de riqueza para o país, mas sim através da simples especulação com o dinheiro. Mais interessante ainda seria podermos dispor da lista dos cem maiores pagadores de impostos do país em nome individual, para compararmos com os cem mais ricos. Ou sabermos quanto pagaram de impostos sobre os lucros as empresas ou fundações onde se abrigam os cem mais, para compararmos com os que, vivendo apenas do seu trabalho, pagam 42% de IRS. Aí, sim, poderíamos perceber a dimensão da injustiça social e fiscal em que vivemos.
Mas, num país que alimenta essa coisa indecorosa que é o «off-shore» da Madeira (um simples território de evasão fiscal promovida pelo Estado), num país onde mais de metade das fundações servem apenas para fugir ao fisco, onde dois terços das empresas nunca declaram lucros, onde se baptiza de ‘empresário’ quem nunca criou um posto de trabalho nem produziu um euro de riqueza facturável, onde os gestores públicos recebem indemnizações escandalosas para saírem de uma empresa e passarem para outra e onde o Estado oferece de graça (e ainda paga os encargos) o seu maior museu para albergar uma colecção de arte privada emprestada, não é de admirar que a generalidade das pessoas não acredite na seriedade dos meios pelos quais alguns se tornaram tão ricos. É que não se pode ter tudo: boa cama e boa fama.
Comentário:
Há quem se contente com boa cama e boa mama. Para muitos indígenas tal é sinônimo de boa fama.
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Os ricos são uma espécie fascinante, talvez porque sejam cada vez menos em número e cada vez mais ricos. O elemento mais banal vivido por eles torna-o especial (eles, os ricos, já o são), e os bons e maus momentos emocionais expostos aos olhos de milhões aproximam os ricos dos mortais
ResponderEliminarResta a nós os lacaios, padecer para enriquece-los mais ainda. Em todo o mundo é assim.
ResponderEliminarAbraços
O que faz impressão na lista dos cem mais ricos de Portugal é constatar que as suas fortunas acumuladas representam 22% de toda a riqueza do país e que o fosso entre os que mais ganham e os que menos ganham é o maior de toda a Europa comunitária a quinze...
ResponderEliminar*******
Pois é, amigo Diogo, é como diz, ou seja, o mexilhão é que se f..e
Abraço
Quando é que vamos a casa deles buscar o que é nosso?
ResponderEliminarÉ verdade Nicolaias. A posse é apenas uma convenção. Temos de deixar de ser tão convencionais.
ResponderEliminarComo é que um simples mortal acumula tanta riqueza como 20.000 pessoas? Por que misteriosos desígnios?
Não escondem a ostentação
ResponderEliminaros novos ricos deste País
já só se deslocam de avião
e não sou eu quem vos diz
E a propósito deste post...voltarei com quentes e boas a seu tempo!!
ResponderEliminarPassei para deixar um abraço. Tenho andado tremendamente ocupada com um assunto que vai dar pano para mangas ,de uma tremenda injustiça, escrevi para o Procurador G.R. e o resto da corja ...P.R. , M.F. e outros filhos da puta , vou dar 3 semanas para ver se me respondem ...caso contrario vou publicar no Blog para conhecimento da comunidade e depois vou para a TV...
Bem e finalmente ao fim de 4 anos de um acidente em serviço e ja com 70% de incapacidade motora, fui entretanto chamada para me apresentar a uma junta médica no dia 4 de Setembro, vamos ver o circo que vai dar.
Corja de bandidos!!
Vou estar mais afastada do blog por esta semana porque realmente ando muito cansada física e psiquicamente.
Volto com certeza com força antes da festa do Avante...ehehehehehe, onde se Deus quiser conto ir.
Beijão grande