Três comunistas alentejanos, eufóricos com os resultados das últimas legislativas, decidem festejar com uma nova actividade lúdica.
Sugere um:
- Oh camaradas, já chega de sueca e dominó. Tou farto dessa merda!
Diz outro:
- Atão e se fossemos jogar golfiii?
Pergunta o primeiro:
- Atão oh compadri, cum'é quisso se joga?
Responde o primeiro:
- Atão joga-se com um pau, umas bolas e um buraco.
Responde o outro:
- Atão tá beim, ê cá posso dar o pau.
Diz o segundo:
- Prontos ê cá dou as bolas.
Exclama o terceiro:
- Bom, camaradas, ê cá nã jogo, nâ!!!
Também três centristas lisboetas, desgostosos com os resultados das últimas legislativas, decidem, para esquecer, praticar uma actividade mais arejada.
Sugere Lobo Xavier:
- Meus caros colegas, chega de bridge, gamão e scrabble. Já abomino esses jogos!
Diz Telmo Correia:
- Então, e se jogássemos golfe?
Pergunta Paulo Portas:
- E será que temos todos os apetrechos necessários?
Responde Lobo Xavier:
- Eu tenho tacos wood e iron. E para situações difíceis tenho o sand, o pitch e o putter.
Diz Telmo Correia:
- Eu tenho bolas de cobertura em Surlyn, ideais para executar pancadas a curta distância.
Exclama Paulo Portas, com a bandeirola na mão:
- Então, do que é que estamos à espera?
O objectivo supremo da propaganda é conseguir que milhões de pessoas forjem entusiasticamente as grilhetas da sua própria servidão [Emil Maier-Dorn].
quinta-feira, março 31, 2005
Eslováquia - Portugal
Até me vêm as lágrimas aos olhos cada vez que vejo o Deco a cantar o Hino Nacional antes de cada desafio da Selecção das Quinas...
quarta-feira, março 30, 2005
As Aspirinas dão de comer a muita gente...
Todos sabemos que os medicamentos e as farmácias são um dos últimos "negócios da China" que persistem neste país. Os farmacêuticos, através de um "lobbying" poderoso, sempre conseguiram manter a venda de medicamentos, até de uma simples aspirina, um exclusivo das farmácias.
Ora bem, agora que o Governo de Sócrates anunciou com pompa e circunstância que a venda de medicamentos sem receita médica vai poder ser feita noutros estabelecimentos, podemos mais uma vez perceber que este é mesmo um GRANDE negócio.
Supers e hipermercados, restaurantes e cafés, até bombas de combustíveis, todos estão interessados, e muito, em vender esses fármacos.
Se eu tivesse que apostar, diria que quer vai ganhar esta guerra, se realmente a promessa de Sócrates avançar, vai ser quem está a jogar nos dois tabuleiros. E quem é? Bom, quem está dos dois lados é o Estado, que vai decidir e que é dono de um dos interessados, a Galp. Ainda por cima, o Estado quer vender a gasolineira, em breve e ao melhor preço possível.
Um dos administradores da Galp já admitiu preto no branco em vários jornais o grande interesse neste negócio.... Por isso, eu aposto que.... vão ser as bombas de serviço vão ganhar mais um "negócio da China"...
Ora bem, agora que o Governo de Sócrates anunciou com pompa e circunstância que a venda de medicamentos sem receita médica vai poder ser feita noutros estabelecimentos, podemos mais uma vez perceber que este é mesmo um GRANDE negócio.
Supers e hipermercados, restaurantes e cafés, até bombas de combustíveis, todos estão interessados, e muito, em vender esses fármacos.
Se eu tivesse que apostar, diria que quer vai ganhar esta guerra, se realmente a promessa de Sócrates avançar, vai ser quem está a jogar nos dois tabuleiros. E quem é? Bom, quem está dos dois lados é o Estado, que vai decidir e que é dono de um dos interessados, a Galp. Ainda por cima, o Estado quer vender a gasolineira, em breve e ao melhor preço possível.
Um dos administradores da Galp já admitiu preto no branco em vários jornais o grande interesse neste negócio.... Por isso, eu aposto que.... vão ser as bombas de serviço vão ganhar mais um "negócio da China"...
A hora atlântica
João Carlos Espada, consagrado escriba do Expresso, escrevia na sua coluna a 5 de Março de 2005:
A visita de George W. Bush à Europa assinalou o reencontro transatlântico. Não desapareceram as divergências entre os vários parceiros ocidentais - e nenhuma aliança entre povos livres pode existir sem divergências. Mas desapareceu o anti-americanismo militante dos líderes franceses e alemães. Foi o reencontro da aliança atlântica, em grande parte promovido sob a égide no novo presidente português da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.
É importante recordar quem ficou de fora deste reencontro: o Sr. Zapatero. Tendo retirado unilateralmente as tropas espanholas do Iraque, Zapatero ficou de fora da família atlântica. É bom lembrar-lhe este facto, pois ele disse que Portugal e Espanha acertaram os relógios com a vitória eleitoral dos socialistas portugueses. Além de típica arrogância espanhola, essa afirmação é deslocada. A nossa hora é atlântica, não a de Madrid.
Ora acontece, meu caro Espada, que a 18 de Março de 2005, treze dias depois do seu avisado comentário, os media noticiaram o seguinte:
O presidente francês, Jacques Chirac, recebeu no Palácio do Eliseu o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e os chefes de Governo de Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e Alemanha, Gerhard Schröder. É a primeira vez que o presidente espanhol participa numa cimeira deste tipo.
Na relação entre a Rússia e a União Europeia (UE), os quatro vêm "a chave para a implementação definitiva da paz, da democracia e do estado de direito no nosso continente", disse o presidente francês, Jacques Chirac, numa conferência de imprensa conjunta.
Chirac evocou a "vontade de construir juntos uma comunidade de destino" entre a UE e a Rússia, e acrescentou que, se bem que isso vá exigir "esforços de adaptação" e "tempo", disse que "estamos resolutos" a trabalhar por ela "juntos", porque é a via da paz e da democracia "na grande Europa".

Donde, estimado Espada, se podem tirar várias conclusões:
1 - Zapatero saiu, por livre iniciativa, do clube dos mentirosos (das armas de destruição maciça no Iraque), que você denomina «família atlântica», para se juntar à família da Grande Europa, como a foto claramente demonstra. Zapatero escolheu, ao contrário do seu antecessor, não se aninhar aos pés de Bush como fizeram Blair, Berlusconi e o «trotskista» José Manuel Barroso.
2 – O Oceano Atlântico abarca seis fusos horários. A que hora atlântica é que se refere? À de Paris, à de Madrid, à de Reykjavik ou à de Washington? Cinco graus, apenas, separam Lisboa e Madrid. São vinte minutos solares. O tempo de beber uma imperial.
3 – Quanto ao anti-americanismo não tenho a certeza do que isso seja. Já quanto ao anti-bushismo e ao anti-neoconservadorismo estão mais fortes que nunca. Em todos os fusos horários. Tanto deste, como do outro lado do Atlântico.
4 - Apelidar de "reencontro transatlântico" a visita de George W. Bush à Europa é um pouco forte. Troque o termo “reencontro” por “desencontro” e talvez consiga transmitir uma imagem mais fidedigna do que se passou.
A visita de George W. Bush à Europa assinalou o reencontro transatlântico. Não desapareceram as divergências entre os vários parceiros ocidentais - e nenhuma aliança entre povos livres pode existir sem divergências. Mas desapareceu o anti-americanismo militante dos líderes franceses e alemães. Foi o reencontro da aliança atlântica, em grande parte promovido sob a égide no novo presidente português da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.
É importante recordar quem ficou de fora deste reencontro: o Sr. Zapatero. Tendo retirado unilateralmente as tropas espanholas do Iraque, Zapatero ficou de fora da família atlântica. É bom lembrar-lhe este facto, pois ele disse que Portugal e Espanha acertaram os relógios com a vitória eleitoral dos socialistas portugueses. Além de típica arrogância espanhola, essa afirmação é deslocada. A nossa hora é atlântica, não a de Madrid.
Ora acontece, meu caro Espada, que a 18 de Março de 2005, treze dias depois do seu avisado comentário, os media noticiaram o seguinte:
O presidente francês, Jacques Chirac, recebeu no Palácio do Eliseu o seu homólogo russo, Vladimir Putin, e os chefes de Governo de Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e Alemanha, Gerhard Schröder. É a primeira vez que o presidente espanhol participa numa cimeira deste tipo.
Na relação entre a Rússia e a União Europeia (UE), os quatro vêm "a chave para a implementação definitiva da paz, da democracia e do estado de direito no nosso continente", disse o presidente francês, Jacques Chirac, numa conferência de imprensa conjunta.
Chirac evocou a "vontade de construir juntos uma comunidade de destino" entre a UE e a Rússia, e acrescentou que, se bem que isso vá exigir "esforços de adaptação" e "tempo", disse que "estamos resolutos" a trabalhar por ela "juntos", porque é a via da paz e da democracia "na grande Europa".

Donde, estimado Espada, se podem tirar várias conclusões:
1 - Zapatero saiu, por livre iniciativa, do clube dos mentirosos (das armas de destruição maciça no Iraque), que você denomina «família atlântica», para se juntar à família da Grande Europa, como a foto claramente demonstra. Zapatero escolheu, ao contrário do seu antecessor, não se aninhar aos pés de Bush como fizeram Blair, Berlusconi e o «trotskista» José Manuel Barroso.
2 – O Oceano Atlântico abarca seis fusos horários. A que hora atlântica é que se refere? À de Paris, à de Madrid, à de Reykjavik ou à de Washington? Cinco graus, apenas, separam Lisboa e Madrid. São vinte minutos solares. O tempo de beber uma imperial.
3 – Quanto ao anti-americanismo não tenho a certeza do que isso seja. Já quanto ao anti-bushismo e ao anti-neoconservadorismo estão mais fortes que nunca. Em todos os fusos horários. Tanto deste, como do outro lado do Atlântico.
4 - Apelidar de "reencontro transatlântico" a visita de George W. Bush à Europa é um pouco forte. Troque o termo “reencontro” por “desencontro” e talvez consiga transmitir uma imagem mais fidedigna do que se passou.
terça-feira, março 29, 2005
Putin-Bush: Gambito Recusado
A 17 de Outubro de 2003, Vladimir Putin afirmou que a Rússia ainda possuía “quantidades significativas de mísseis balísticos intercontinentais SS-19 que nunca foram colocados estrategicamente, e, portanto, não faziam parte das negociações de desarmamento, que continuam desactivados para uma emergência. “Estes são os mais poderosos mísseis do mundo”, afirmou Putin, acrescentando que seriam as armas ideais para furar qualquer potencial escudo de mísseis defensivos americanos. Rumores não confirmados sugerem que a Rússia possui no mínimo duzentos SS-19 armazenados.
Apenas uma semana depois, a 24 de Outubro de 2003, o Presidente Putin redefiniu os limites dos acessos americanos ao Hemisfério Oriental quando inaugurou uma nova base aérea russa em Kant no Quirguistão, 30 quilómetros a leste de uma base americana alugada em Manas, usada para apoiar operações “contra-terroristas” no Afeganistão. Na mesma altura os chineses movimentaram um esquadrão de aviões de combate Sukhoi 27 para a base aérea de Kashi, que é a mais próxima da fronteira com o Quirguistão.

Na cerimónia de inauguração Putin afirmou: “Ao construir um escudo aéreo no Quirguistão nós desejamos reforçar a segurança nesta região, cuja estabilidade é crescentemente um factor significante,” Putin enfatizou que a base de Kant era agora um dissuasor para terroristas e extremistas de TODOS os tipos (a deterrent for terrorists and extremists of ALL kinds).
25 de Novembro de 2004 – O presidente Vladimir Putin anunciou a semana passada que a Rússia iria desenvolver uma nova geração de armas nucleares que as outras potências ainda não possuem. Putin afirmou numa conferência de oficiais em Moscovo: “Nós continuaremos a persistir na construção consistente das forças armadas, em geral, incluindo a componente nuclear, e novas tecnologias de sistemas de mísseis nucleares que outras potências nucleares ainda não possuem e não possuirão,” e acrescentou “eu quero que todos compreendam isto”.
Depois da Geórgia e da Ucrânia, cujas revoluções constituíram duras derrotas para a diplomacia russa, o Kremlin tenta agora não perder o Quirguistão e passou à ameaça: "O Quirguistão é nosso aliado pelo Tratado de Segurança Colectiva. Penso que a chamada 'oposição' deve ter cabeça e encontrar forças para se acalmar e fazer voltar o desenrolar dos acontecimentos ao campo do diálogo político", declarou Serguei Ivanov, ministro da Defesa da Rússia.
O Tratado de Segurança Colectiva foi assinado por algumas repúblicas da antiga União Soviética (Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tajiquistão) e prevê o apoio militar a um dos signatários caso seja vítima de agressão.
Comentário:
Após duas derrotas (revolução das "rosas" na Geórgia e "laranja" na Ucrânia), Valdimir Putin disputa uma terceira partida com o campeão mundial Bush. Está a ser uma partida movimentada, pois Bush escolheu uma variante um tanto aguda, ganhando uma capital «Bishkek» mas arriscando-se ao deixar uma base militar no extremo. Putin sacrificou a qualidade complicando a sua situação e conferiu certa instabilidade à posição. Tendo em conta o seu estilo de jogo combativo, tal comportamento é perfeitamente compreensível. Depois de mais um erro de Putin, Bush assume vantagem real, mas comete algumas imprecisões e Putin poderá ainda empatar. Claro que a tensão natural de estar a disputar um título de potência mundial influencia decisivamente os lances, e o presidente com nervos mais sólidos pode sair com uma vantagem considerável. Vamos à partida...
Apenas uma semana depois, a 24 de Outubro de 2003, o Presidente Putin redefiniu os limites dos acessos americanos ao Hemisfério Oriental quando inaugurou uma nova base aérea russa em Kant no Quirguistão, 30 quilómetros a leste de uma base americana alugada em Manas, usada para apoiar operações “contra-terroristas” no Afeganistão. Na mesma altura os chineses movimentaram um esquadrão de aviões de combate Sukhoi 27 para a base aérea de Kashi, que é a mais próxima da fronteira com o Quirguistão.

Na cerimónia de inauguração Putin afirmou: “Ao construir um escudo aéreo no Quirguistão nós desejamos reforçar a segurança nesta região, cuja estabilidade é crescentemente um factor significante,” Putin enfatizou que a base de Kant era agora um dissuasor para terroristas e extremistas de TODOS os tipos (a deterrent for terrorists and extremists of ALL kinds).
25 de Novembro de 2004 – O presidente Vladimir Putin anunciou a semana passada que a Rússia iria desenvolver uma nova geração de armas nucleares que as outras potências ainda não possuem. Putin afirmou numa conferência de oficiais em Moscovo: “Nós continuaremos a persistir na construção consistente das forças armadas, em geral, incluindo a componente nuclear, e novas tecnologias de sistemas de mísseis nucleares que outras potências nucleares ainda não possuem e não possuirão,” e acrescentou “eu quero que todos compreendam isto”.
Depois da Geórgia e da Ucrânia, cujas revoluções constituíram duras derrotas para a diplomacia russa, o Kremlin tenta agora não perder o Quirguistão e passou à ameaça: "O Quirguistão é nosso aliado pelo Tratado de Segurança Colectiva. Penso que a chamada 'oposição' deve ter cabeça e encontrar forças para se acalmar e fazer voltar o desenrolar dos acontecimentos ao campo do diálogo político", declarou Serguei Ivanov, ministro da Defesa da Rússia.
O Tratado de Segurança Colectiva foi assinado por algumas repúblicas da antiga União Soviética (Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tajiquistão) e prevê o apoio militar a um dos signatários caso seja vítima de agressão.
Comentário:
Após duas derrotas (revolução das "rosas" na Geórgia e "laranja" na Ucrânia), Valdimir Putin disputa uma terceira partida com o campeão mundial Bush. Está a ser uma partida movimentada, pois Bush escolheu uma variante um tanto aguda, ganhando uma capital «Bishkek» mas arriscando-se ao deixar uma base militar no extremo. Putin sacrificou a qualidade complicando a sua situação e conferiu certa instabilidade à posição. Tendo em conta o seu estilo de jogo combativo, tal comportamento é perfeitamente compreensível. Depois de mais um erro de Putin, Bush assume vantagem real, mas comete algumas imprecisões e Putin poderá ainda empatar. Claro que a tensão natural de estar a disputar um título de potência mundial influencia decisivamente os lances, e o presidente com nervos mais sólidos pode sair com uma vantagem considerável. Vamos à partida...
segunda-feira, março 28, 2005
Férias judiciais

Jorge Bacelar Gouveia é doutor em Direito Público pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa (1999), sendo licenciado (1989) e mestre (1993) em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Jorge Bacelar Gouveia escreveu um artigo de opinião no Diário de Notícias (24/03/2005). Comentamo-lo a bold-negrito:
Uma das medidas mais marcantes do Programa de Governo recentemente apreciado foi a da redução das férias judiciais de Verão para um mês (sendo agora de dois, de 15 de Julho e 15 de Setembro), medida que logo surpreendeu diversos sectores que a entenderam num contexto isolado. «O meu sector, confesso, foi um dos que não a soube contextualizar.»
Mas a bondade desta solução tem de ser vista em razão dos seus propósitos, partindo-se do pressuposto de que não terá sido certamente agora que nesta matéria se descobriu a pólvora então as férias eram exageradas e nunca ninguém nelas reparou «é bizarro, na realidade!», tendo o XVII Governo Constitucional tido o genial pensamento de ver a luz que os outros não enxergaram durante décadas? «Pessoalmente nunca enxerguei, e já lá vão quatro décadas e tal.»
Obviamente que não, porque as férias judiciais se inserem no estatuto global dos operadores judiciários, que ao entrarem nessas profissões sabiam das coisas boas e más com que iam contar «uma delas o excessivo tempo de inacção», sendo as férias com uma duração um pouco superior à da generalidade da função pública «o dobro, sensivelmente» uma dessas vantagens.
Mudar um dos direitos dessas profissões, reduzindo a sua amplitude, pode ser problemático não só em nome dos direitos adquiridos «muito justa e merecidamente», constitucionalmente relevantes, mas sobretudo porque a evolução global do Direito da Função Pública, nos últimos anos, acelerada no tempo dos Governos socialistas, tem sido a da função premial dos suplementos de férias para os funcionários não faltosos, que já vão muito para além dos antigos 22 dias úteis «embora bastante aquém dos 44».
Por outra parte, importa também referir que quem conhece os tribunais facilmente se apercebe de que esse tempo de férias é pouco gozado «aqui não me ocorre nenhum comentário decoroso», havendo juízes e funcionários de turno - que logicamente não podem estar em férias - e havendo muitos que aproveitam a calmaria das férias para reorganizar trabalho «leia-se viajar», para pôr processos em ordem «leia-se noitadas», para redigir sentenças mais exigentes do ponto de vista doutrinário «leia-se golfe e snowboard», para tanto tendo de estudar e de consultar bibliotecas «leia-se sun, sea and sex».
Apenas numa coisa a redução das férias não se apresenta injustificada «???» é que, sendo a justiça um serviço público «deve existir uma maior consciencialização desse facto», nenhuma razão existe para que se paralise num certo período de Verão para além dos processos urgentes, que correm durante as férias «agora que fala nisso...». Basta olhar os outros serviços públicos, as forças armadas, o policiamento ou as repartições de finanças, para perceber que isto é exacto «É verdade! Muito poucos terão reparado».
Evidentemente que a redução das férias judiciais é, no meio de argumentos contra e a favor, um problema bem menor «dir-se-ia quase microscópico», para além de tacticamente contraproducente por indispor os operadores judiciários «quem é que não se sentiria agastado, tacticamente falando?», na sua máxima extensão, já que essa alteração atinge outros grupos de profissionais e não apenas os magistrados e os funcionários judiciais os advogados e os seus escritórios, para além de outros serviços que lhe estão conexos. «Os conexos seriam, de longe, os mais incomodados!».
E corre-se ainda o risco bem mais dramático de não ser através da redução das férias judiciais que o crónico problema do atraso na aplicação da justiça possa eficazmente resolver-se «o resultado poderá mesmo ser catastrófico», mas apenas se dando à opinião pública a ideia de que há uns privilegiados que deixarão de ter as férias gordas que tinham «puro engano». Alguém de bom senso acredita que é por haver menos um mês de férias que os processos passarão a ter uma outra velocidade, afrontando os juízes ao reduzir-se-lhes um direito de décadas? «Eu não, mas a sensatez é-me intrínseca!»
O que importa é seriamente falar das medidas que verdadeiramente resolvam o problema dos atrasos e das ineficiências da justiça em Portugal, medidas que têm de ser sistémicas para combater uma crise profunda e cultural, muitas delas já devidamente identificadas. «É gratificante ouvir perorar de forma tão inteligente e objectiva!»
(...)
É nestas matérias - e noutras - que se mostra a maturidade de uma boa governação. Aguardamos «ansiosamente por 15 de Julho».
domingo, março 27, 2005
Zé Policarpo

O patriarca de Lisboa, Zé Policarpo, em entrevista desassombrada ao Jornal de Notícias pronunciou-se em relação aos referendos sobre o Tratado da Constituição Europeia e sobre o do aborto.
Vejamos algumas das declarações do nosso Zé Policarpo, que é considerado um forte candidato ao lugar do polaco Karol Wojtila.
«...quando houver referendo,[sobre o Tratado da Constituição Europeia] voto "sim", porque me parece que é uma etapa necessária na construção da União Europeia. É o processo que, ao longo da história, foi mais longe e o mais conseguido na união entre países da Europa. Quem embarcou nesse navio não é no alto mar que vai desistir da viagem. Tudo fará para que a viagem corra bem.»
Zé, porque é que estás a meter o bedelho onde não és chamado? Olha o 41º, nº4 da Constituição da República Portuguesa, “As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado...”.
Alguém foi chamado a dizer se queria embarcar? Deixa-te de merdas, Zé!
Que percebes tu de construção europeia? Tu mal tens tempo para te coçar nessa azáfama da cura das almas...e às vezes até enjoas nas viagens...
«Os "media" têm dito que há a ameaça de a França optar pelo "não". Se isso acontecer, volta tudo ao princípio e cá estaremos para ver o que acontece à União sem este passo importante, que foi desejado por todos e longamente trabalhado não só por parlamentares como por vários organismos da sociedade civil.»
Zé, meu sacana que estás sempre no gozo! Então foi desejado por todos e a França ameaça optar pelo “não”?! Sempre foste danado para a brincadeira!
«Se houvesse alguma coisa no Tratado que agredisse directamente o que a Igreja defende, aconselharia o "não" com clareza. Mas, não creio que haja no Tratado algo que um cristão não possa votar. O que se tem de dizer aos católicos é se sim ou não querem ir em frente nesse barco. Seria um erro histórico criar, neste momento, dificuldades à União Europeia. As pessoas que vão fazer campanha pelo "não" são os antieuropeístas do costume.»
Pois claro Zé! O Cristianismo está sempre do lado dos mais fortes na luta contra os oprimidos, por isso nada de reclamações e toca a votar pela Europa do grande capital! E se o barco for ao fundo quase que aposto que vais ser o primeiro a saltar Zé, porque graças a deus que lá curto de jaqueta não és nada!
Pois os sacanas do costume que têm a mania de lutar para acabar com a pobreza, é quase certo que vão tentar entravar o processo...
Invoca, frequentemente, a dignidade da vida humana como razão primeira para dizer não ao aborto.
«A grande questão é saber onde é que começa a vida humana. A posição da Igreja é muito clara a vida humana começa desde o princípio. Por isso, não é uma questão religiosa, mas de direito fundamental.»
Olha lá Zezinho, já leste o 66º do Código Civil Português? “1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida. 2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento.”
Abre-me esse olho Sacana! Onde é que tu tens andado para ainda não teres reivindicado que os fetos devem poder celebrar negócios jurídicos?!
«No último referendo, em Lisboa, surgiram quatro associações de apoio à maternidade. Mas o que se faz no dia-a-dia, com mulheres em situação de risco, não é para publicitar.»
Boa Zé! Aqui estiveste bem porque o segredo é a alma do negócio. Deixa para “os do costume” a publicidade contra os julgamentos das mulheres que abortam, porque esses não são pessoas de trabalho como tu e têm tempo...
Queira deus que esta grande alma, quando desta vida se for, não esteja muito tempo no purgatório e, sobretudo, que não desça de divisão...!
Comunicado do Dr. Santana

Santana Lopes decidiu, após muita ponderação (e ainda o acusam de impulsivo, errático, falta de sentido de estado e sabe-se lá mais o quê...), regressar à Câmara de Lisboa.
Eis o comunicado que dirigiu aos eleitores, com comentários nossos, a anunciar o seu regresso:
2005-03-15
Comunicado aos Lisboetas
«Ao reassumir funções de Presidente da Câmara Municipal de Lisboa quero saudar calorosamente todos os Lisboetas.»
Sempre notável a forma apaixonada como abraça a causa pública.
Onde se lê “lisboetas” deve ler-se “eleitores”.
«Como é público, suspendi o mandato autárquico em Julho último por ter sido chamado ao exercício do cargo de Primeiro-Ministro num momento particularmente difícil.»
Ou seja, “Eu gosto é das autarquias mas lá tive de ir tapar as trapalhadas do Durão”.
«Regresso à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa para cumprir um dever que muito me honra. Faço-o com gosto, quando, como sempre, surgiram outros desafios na minha vida profissional. Quero, por isso, deixar claro que dou todo o meu trabalho até ao final do mandato sem procurar vantagens materiais.»
Tem tido uma vida profissional riquíssima embora desde há uns vinte e tal anos a esta parte a tenha posto de lado para poder aparecer na televisão.
Ah Santana andas sempre a trabalhar à borla! Por isso é que nunca hás-de ser um bom partido...a continuares assim ainda te vais sentar no colinho do outro...
«Na ponderação que fiz, tendo terminado a missão que fui chamado a desempenhar, nenhuma razão superior existia que justificasse a renúncia a este mandato que, para todos, representa uma viragem na condução dos destinos de Lisboa. Sempre disse, mesmo quando exerci funções de Primeiro-Ministro que não há trabalho mais bonito em política do que o trabalho autárquico.»
Foi sem dúvida uma viragem! Antes a cidade até estava relativamente bem.
Quando se leva um pontapé no cu como levaste, até passar uma esfregona num vãozinho de escada te ficaria bem...
«Regresso a sete meses das Eleições Autárquicas mas o dever não se mede em função do tempo que falta para terminar um mandato. Estou aqui para cumprir o programa que os Lisboetas sufragaram a 16 de Dezembro de 2001. Também em 1991, o Dr. Jorge Sampaio regressou à Presidência da Câmara Municipal de Lisboa depois de ter suspendido o mandato para disputar Eleições Legislativas com um resultado semelhante.»
Pois não mede, para quem não tem onde cair morto nem que faltassem duas semanas...e olha que ainda vais a tempo de construir outro Parque Mayer, outro Túnel e de mudar pela centésima vez o local da futura Feira Popular...
«É devida uma palavra de louvor e de agradecimento ao Professor Doutor António Pedro Carmona Rodrigues pela forma tão dedicada e competente como, nos últimos sete meses, conduziu os destinos da Cidade correspondendo ao desafio que juntos aceitámos em 2001.»
Sim, o Professor Doutor merece o agradecimento por ter tentado disfarçar as azelhices do menino...
«Voltamos a trabalhar em conjunto. Do mesmo modo, continuo a contar com uma equipa excepcional para levar este trabalho até ao final do mandato e cumprir o programa com o empenho e colaboração de todos os Lisboetas para que, juntos, façamos de Lisboa uma Cidade cada vez melhor.»
Ó Santana o Programa está praticamente cumprido...só faltava isso das casas para os jovens, mas como outro dia foste a uma discoteca anunciar que até 2012 eles vão poder continuar a alugar quartos na Reboleira, a malta já está toda descansada.
Todos juntos vais ver que não vai custar nada levares outra “biqueirada” no cu!
PEDRO SANTANA LOPES
Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Paços do Concelho, 15 de Março de 2005
Bem hajas apóstolo predilecto de Francisco Sá Carneiro!
sábado, março 26, 2005
Índios!
Há dois dias, Jeff Weise de 17 anos, aluno da escola secundária de Red Lake situada numa reserva índia no Minnesota nos EUA, assassinou a tiro os avós, logo pela manhã e dirigiu-se em seguida para a escola onde entrou a sorrir e a disparar contra todos os que lhe iam aparecendo. Matou dez pessoas e suicidou-se em seguida.
Esta reserva índia é uma das mais pobres do Minnesota, aí vivem cerca de cinco mil pessoas da tribo Ojibwa.
Após a conquista do Oeste nos EUA, o governo norte-americano foi “instalando” os índios em reservas para que pudessem brincar à vontade aos índios e cowboys sem que estivessem sempre a perder como nos filmes de Hollywood.
Os assassinatos perpetrados por alunos em escolas nos Estados Unidos da América são relativamente frequentes e encarados com normalidade pela sociedade. Os pais americanos tentam sempre colocar os seus filhos em estabelecimentos de ensino próximos de lojas de venda de armas para que estejam mais protegidos, porque como a venda de armas na América é muito acessível os alunos poderão sempre lá dar um saltinho nos intervalos das aulas quando algum “calmeirão” se esteja a armar em faquir.

O liceu de Red Lake, cenário do massacre cometido por um jovem de 17 anos
Esta reserva índia é uma das mais pobres do Minnesota, aí vivem cerca de cinco mil pessoas da tribo Ojibwa.
Após a conquista do Oeste nos EUA, o governo norte-americano foi “instalando” os índios em reservas para que pudessem brincar à vontade aos índios e cowboys sem que estivessem sempre a perder como nos filmes de Hollywood.
Os assassinatos perpetrados por alunos em escolas nos Estados Unidos da América são relativamente frequentes e encarados com normalidade pela sociedade. Os pais americanos tentam sempre colocar os seus filhos em estabelecimentos de ensino próximos de lojas de venda de armas para que estejam mais protegidos, porque como a venda de armas na América é muito acessível os alunos poderão sempre lá dar um saltinho nos intervalos das aulas quando algum “calmeirão” se esteja a armar em faquir.
O liceu de Red Lake, cenário do massacre cometido por um jovem de 17 anos
quinta-feira, março 24, 2005
Descubra as diferenças
História 1 - O bêbado e a dama de preto
Começou a música e um bêbado levantou-se cambaleando e dirigindo-se a uma
senhora vestida de preto, pediu-lhe para dançar. Ouviu a seguinte resposta:
- Não, por quatro motivos:
a) Primeiro, o senhor está bêbedo!
b) Segundo, isto é um velório!
c) Terceiro, não se dança o Pai Nosso!
d) E quarto porque "Madame" é a puta que o pariu. Eu sou o padre!
História 2 - As bases do PP e Paulo Portas
Os democrata-cristãos, ainda atordoados pela derrota nas eleições, desejavam que o seu líder continuasse a presidir aos destinos do partido. Obtiveram, no entanto, a seguinte resposta:
- Não por quatro motivos:
a) Primeiro, não consegui contribuir para uma maioria de Centro-Direita!
b) Segundo, não consegui evitar uma maioria absoluta de um só partido!
c) Terceiro, não consegui atingir os 10% dos votos!
d) E quarto porque não consegui tornar o partido na terceira força política!
Nestas duas histórias, semelhantes na aparência, existem, contudo, algumas diferenças:
Na primeira temos um bêbado, um padre e quatro motivos vigorosos.
Na segunda temos um astuto, um partido e quatro motivos falaciosos.
Começou a música e um bêbado levantou-se cambaleando e dirigindo-se a uma
senhora vestida de preto, pediu-lhe para dançar. Ouviu a seguinte resposta:
- Não, por quatro motivos:
a) Primeiro, o senhor está bêbedo!
b) Segundo, isto é um velório!
c) Terceiro, não se dança o Pai Nosso!
d) E quarto porque "Madame" é a puta que o pariu. Eu sou o padre!
História 2 - As bases do PP e Paulo Portas
Os democrata-cristãos, ainda atordoados pela derrota nas eleições, desejavam que o seu líder continuasse a presidir aos destinos do partido. Obtiveram, no entanto, a seguinte resposta:
- Não por quatro motivos:
a) Primeiro, não consegui contribuir para uma maioria de Centro-Direita!
b) Segundo, não consegui evitar uma maioria absoluta de um só partido!
c) Terceiro, não consegui atingir os 10% dos votos!
d) E quarto porque não consegui tornar o partido na terceira força política!
Nestas duas histórias, semelhantes na aparência, existem, contudo, algumas diferenças:
Na primeira temos um bêbado, um padre e quatro motivos vigorosos.
Na segunda temos um astuto, um partido e quatro motivos falaciosos.

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