sábado, julho 09, 2005

C A L O T E I R O S

Um terço dos 36 clubes profissionais de futebol está impedido de inscrever jogadores por não ter apresentado até ao passado dia 6, na Liga, as certidões comprovatórias do pagamento das contribuições à Segurança Social e ao Ministério das Finanças. A notícia vem no DN de hoje, aqui.

Não me parece mal que os clubes de futebol sejam obrigados a pagar impostos, nomeadamente os devidos à segurança social. Até porque os clubes de futebol são das instituições que mais dinheiro recebem do estado, tanto em forma de subsídios, como em incentivos ou na forma de estádio de futebol prontos a funcionar… mas, também, não me pareceria mal se todas as empresas fossem obrigadas ao mesmo. É que, também elas recebem subsídios de toda a forma e feitio e muitas, muitas, muitas mesmo devem balúrdios à segurança social. Se bem me lembro, aquele senhor filho da dona do autódromo do Estoril deve 10 milhões de euros… como se chama ele? Teotónio Pereira? Aquele que é amigo de confiança do Paulo Portas… sim, e dirigente do PP, claro!... é esse mesmo. E caloteiros deste calibre há muitos. E é por causa desses calotes que me andam a dizer que o estado social está falido, que não há maneira de pagar reformas no futuro… Se os clubes de futebol não podem inscrever jogadores, os empresários caloteiros, ou as suas empresas, também deviam ser penalizados de alguma forma. Como? Talvez criminalizando esse tipo de dívida… não sei, acham que estou a exagerar?

Paranóia obsessiva

Um anónimo colocou o seguinte comentário ao meu post anterior:


Reconheço em todos os seus textos uma obsessiva paranóia contra tudo o que é Americano ou a eles esteja ligado!

Embora concorde parcialmente com algumas das crónicas, não vejo uma verdadeira crítica a quem comete este tipo de assassínios, instrumentalizados ou não!

Eu não desculpo bin Laden, ETA, IRA, Bush etc., sejam eles quem forem, pois matam gente inocente, e sabem que o fazem, mesmo que instrumentalizados! São bárbaros! São sádicos! São vazios de ideologia pois nenhuma justifica isto!



Resposta:

Está enganado. Eu não tenho nenhuma paranóia obsessiva contra tudo o que é americano. Os americanos são pessoas como outras quaisquer, sejam da Europa, da América Latina, de África ou da Ásia. Culturalmente estamos até muito próximos – Europeus e Norte-Americanos.

Os “meus textos”, como lhes chama, (mas cuja autoria pertence, na sua esmagadora maioria, a autores muito melhor informados do que eu), pretendem modestamente denunciar aquilo que julgo ser um dos maiores e mais brutais embustes da história moderna: um governo norte-americano, inteiramente dominado pelo complexo militar-petrolífero-mediático, executou um atentado contra o “seu próprio povo” (11 de Setembro), de forma a conseguir um justificativo, aos olhos da opinião pública americana e mundial, para levar a cabo uma agenda sinistra:

- Militarização da economia norte-americana;

- Conquista do Médio Oriente e da bacia do Cáspio, onde se concentram a maior parte das reservas mundiais de petróleo;

- Impedir o surgimento de outra potência que lhes possa fazer frente, económica ou militarmente (Europa, Rússia, China ou Japão);

- Imposição de um estado securitário nos Estados Unidos.

Se repiso, uma e outra vez, vários ângulos deste assunto, é no intuito de querer dar a conhecer várias opiniões e eventos que não se ajustam ou contradizem a versão oficial propalada, ad nauseum, pelos impérios da comunicação social.

Em 1983 existiam 50 grandes corporações de media que controlavam praticamente todos os filmes, televisões, rádios, jornais, revistas, etc. Hoje, são apenas cinco: Time Warner, Viacom, News Corporation, Disney e Bertelsmann). Donde, a facilidade em controlar a "verdade" ter subido exponencialmente.

Trata-se de uma batalha muito desigual. De um lado cinco mega-corporações que controlam quase toda a informação, que apregoam e nos impingem a “Guerra ao Terrorismo”. Do outro, apenas meia dúzia de publicações e de filmes independentes como, por exemplo, ("Fahrenheit 9/11" de Michael Moore ou "Le Monde selon Bush" de William Karel).

É contudo a Internet, a maior base de dados da história, a única estrutura que tem poder para furar a barragem de (des)informação, muita dela fabricada, manipulada, torcida e controlada, que os media massificadores nos servem diariamente nos telejornais e na imprensa.

Na Internet encontra-se de tudo. Porque é que não investiga? Utilize a sua inteligência, o seu sentido crítico e o seu bom senso para separar o trigo do joio. Informe-se sobre técnicas de propaganda e manipulação. Talvez reconheça algumas nos jornais que lê e nos telejornais que assiste.

sexta-feira, julho 08, 2005

Continue Mr. Blair

Manuel Queiroz – Subdirector do Correio da Manhã – 8 de Julho de 2005

Tony Blair é um dos poucos líderes políticos actuais que tem ideias e não tem medo delas. Por isso conseguiu o que nenhum trabalhista conseguira antes – ser reeleito para um terceiro mandato no Governo.

Seria catastrófico para o Ocidente – e para o Mundo – que Tony Blair esmorecesse. Por muitas razões, e uma delas é ser um dos poucos que pode influenciar George W. Bush. E porque tem convicções.

Londres 2005 segue-se a Madrid 2004 e a Nova Iorque 2001. Haverá mais, seguramente. Cabe ao Ocidente não desistir. E Blair chefia a mais velha democracia do mundo. Continue, Mr. Blair.



Comentário:

quinta-feira, julho 07, 2005

Good job, Mr.Bliar and Mr. amBush




A Al-Qaeda ataca de novo!

FABRICANDO UM INIMIGO - 5 de Fevereiro de 2003 - por Michel Chossudovsky

Um dos principais objectivos da propaganda de guerra é "fabricar um inimigo". Como o sentimento anti-guerra cresce e a legitimidade política da administração Bush escasseia, as dúvidas quanto à existência deste "inimigo externo" devem ser afastadas.

Neste contexto, a propaganda pretende afogar a verdade e matar a evidência de que a Al-Qaeda de Osama bin Laden foi fabricada e transformada em "Inimigo Número Um".

A prisão em massa de indivíduos com origem no Médio Oriente a partir de 11 de Setembro de 2001 sob acusações inventadas não é motivada por considerações de segurança. Sua principal função é proporcionar "credibilidade" ao medo e à campanha de propaganda. Cada prisão, amplamente publicitada pelos media empresariais, repetida dia após dia, "dá um rosto" a este inimigo invisível. Serve também para disfarçar o facto de que a Al-Qaeda é uma criatura da CIA. O "Inimigo Número Um" não é um inimigo e sim um instrumento.

Por outras palavras, a campanha de propaganda executa duas importantes funções.

- Primeiro, deve assegurar que o inimigo seja considerado uma ameaça real.

- Segundo, deve distorcer a verdade — isto é, deve ocultar "o relacionamento" entre este "inimigo fabricado" e os seus criadores dentro do aparelho de inteligência militar.

Assim, a natureza e a história do Al-Qaeda de Osama bin Laden e as brigadas islâmicas desde a guerra soviético-afegã devem ser suprimidas porque se chegar a um público mais vasto a legitimidade da assim chamada "guerra ao terrorismo" entra em colapso como um castelo de cartas. E neste processo, a legitimidade dos principais actores políticos e militares é ameaçada.

Como resposta a uma iminente crise política, a campanha de medo e desinformação tornou-se super directa. Todas as cadeias noticiosas foram subitamente inundadas com relatos e advertências de "futuros ataques terroristas". Uma declaração com palavras cuidadosamente escolhidas (destinadas visivelmente a instilar o medo) do vice-presidente Dick Cheney contribuiu para preparar o cenário:

"Penso que as perspectivas de um futuro ataque aos EUA são quase uma certeza... Isto pode acontecer amanhã, na próxima semana ou no próximo ano, mas eles continuarão a tentar. E temos de estar preparados".

O que Cheney está realmente a dizer-nos com isto é que o nosso "activo de inteligência", criado por nós, vai atacar outra vez. Então, se esta "criatura da CIA" estivesse a planear novos ataques terroristas, seria de esperar que a CIA fosse a primeira a saber disso. Com toda a probabilidade, a CIA também controla as chamadas "advertências" provenientes de fontes da própria CIA sobre "futuros ataques terroristas" nos EUA e por todo o mundo.

Através de um exame cuidadoso das notícias acerca de reais, "possíveis" ou "futuros" ataques terroristas verifica-se que a campanha de propaganda apresenta um padrão constante. Conceitos semelhantes aparecem simultaneamente em centenas de relatos dos media:

Eles invariavelmente indicam que os grupos terroristas envolvidos têm "laços com bin Laden" ou à Al-Qaeda, ou são "simpatizantes de bin Laden".

Os relatos apontam muitas vezes para a possibilidade de ataques terroristas, "mais cedo ou mais tarde" ou "nos próximos dois meses".

Os relatos frequentemente levantam a questão dos chamados "alvos soft", indicando a probabilidade de baixas civis.

Indicam que futuros ataques terroristas poderiam ocorrer num certo número de países aliados (incluindo Grã Bretanha, França, Alemanha) em que a opinião pública é fortemente contrária à dita guerra ao terrorismo conduzida pelos EUA.

Para ser "eficaz" a campanha de medo e desinformação não pode confiar unicamente em "advertências" não confirmadas de ataques futuros, exige também ocorrências terroristas "reais" ou "incidentes", os quais dão credibilidade aos planos de guerra da administração. A propaganda endossa a necessidade de executar "medidas de emergência" bem como de acções militares retaliatórias.



Comentário:

Faço minhas as palavras de Chossudovsky: a verdade questiona e eclipsa a mentira.

Infelizmente, nos media, o princípio parece ser o inverso: quanto maior a mentira, maior a probabilidade de acreditarem nela.

E acrescento: mentirosos, filhos da puta, oligarcas e assassinos!

António Supositório Vitorino

Acabei de o ouvir no telejornal. O grande Vitorino falou e o mundo parou de espanto para o escutar!Confesso que quando o homem começou a debitar sobre o bombardeamento de Londres e às tantas expeliu, “... mas se há uma lição que podemos tirar daqui...", eu ainda pensei que ele se iria referir às causas do terrorismo, à desumana ocupação da Palestina, à bárbara invasão do Iraque, à continuada sucção dos recursos petrolíferos dos países árabes pelos EUA e demais grandes potências seja directamente seja através dos fantoches que eles mantêm no poder nos países produtores, enfim...à necessidade de resolução dos grandes desequilíbrios mundiais provocados pela gula exploradora dos "gurus" do elitismo socio-económico..., Eis que o grande Vitorino vomita esta pérola, “... há que investir na prevenção do terrorismo, trocar informações, não lhes dar tréguas...". Ah grande Vitorino, isso é o mesmo que combater a fome em África com supositórios! Que pena não teres nascido supositório!
É gente assim que nos faz hesitar...até quase que apetece aderir à AL não sei o quê para ajudar o Presidente Bush a manter o negócio do Iraque.

Preliminares

A China acusa os Estados Unidos de proteccionismo comercial. O governo americano impediu que uma empresa chinesa, a CNOOC Ltd., adquirisse a UNOCAL Corp., uma empresa petrolífera de capitais norte-americanos. Bush simplesmente mandou bloquear a transacção, alegando que constituía “uma ameaça à segurança nacional”… argumento que caiu mal entre os chineses, provocou mesmo azia forte no governo de Pequim: “exigimos que o Congresso dos Estados Unidos mande corrigir o erro que é politizar assuntos comerciais e económicos e que pare de interferir nas trocas comerciais entre empresas dos dois países”, declarou o Ministro dos Negócios Estrangeiros da China. Já vi declarações de guerra parecidas com esta declaração… e, o que se passa é, de facto, o preliminar de uma guerra. Uma guerra pelo controlo das fontes energéticas e das matérias-primas essenciais. O surgimento da China como potência global está a alterar os antigos equilíbrios geopolíticos e a aumentar a tensão internacional. O apetite chinês por combustíveis é irreprimível. O governo chinês ordenou às suas empresas para adquirirem tudo o que puderem no que respeita a exploração petrolífera, de modo a permitir a manutenção do ritmo de crescimento e a agressiva industrialização do país.
Este litígio à volta da aquisição da Unocal Corp., foi também o primeiro confronto entre a China e a multinacional petrolífera gigante Chevron Corp., que também pretende adquirir a empresa, mas por apenas 16 mil milhões de dólares, enquanto os chineses da CNOOC ofereciam 19 mil milhões de dólares…
Em Washington, os políticos realçam o facto da empresa chinesa ser estatal, isto é, “pertencer ao Partido Comunista da China”, o que “faz aumentar a ameaça”. Só de imaginar uma importante empresa norte-americana nas mãos dos comunistas chineses deve ter provocado insónias a muitos yankees… agora, penso que, hoje, já não faz sentido continuar valorar o termo “comunista” do mesmo modo, mas enquanto lhes der jeito, os comunistas continuarão a comer criancinhas ao pequeno-almoço.
Depois dos problemas motivados pela invasão têxtil chinesa, depois dos americanos terem reparado que o seu deficit comercial com a China já ronda os 160 mil milhões de dólares, depois dos americanos terem acusado a China de manter uma cotação artificial do yuan só para manter as suas exportações muito baratas, depois da China estar a ser acusada de manter uma classe operária sem quaisquer direitos sociais… a tensão política entre os dois países não podia ser maior. Tanto mais que problemas adjacentes continuam por resolver, casos do programa nuclear norte-coreano, em que a China acusa os EUA de “demonizar” o governo de Pyongyang. A questão de Taiwan permanece outro foco de tensão, mas o governo chinês parece estar a marcar pontos com a sua política de “aproximação entre as duas margens”.
Vamos ver o que acontece no próximo Outono, quando está prevista uma visita a Washington do presidente chinês, Hu Juntao. Se a visita abortar… Wall Street vai tremer… é que a China tem andado a comprar “toneladas” de acções no mercado americano, investimento calculado em 600 mil milhões de dólares. A retaliação chinesa pode ser, pura e simplesmente, largar aquilo tudo duma vez… e o “crash” de 1929 poderá repetir-se.
A coisa está a aquecer. Let`s wait and see...

quarta-feira, julho 06, 2005

Leituras de Verão para desanuviar o espírito



A Guerra da América ao Terrorismo

No seguimento do 11 de Setembro

por Michel Chossudovsky

Nesta segunda edição do best seller de 2002 de Michel Chossudovsky, o autor ultrapassa a cortina de fumo colocada pelos meios de comunicação dominantes, de que o 11 de Setembro foi uma “falha das agências de segurança”. Através de uma pesquisa meticulosa, o autor desvela o plano dos serviços secretos americanos da defesa que estão por trás dos ataques do 11 de Setembro, e o encobrimento e cumplicidade de membros chave da administração Bush.

A edição aumentada e actualizada centra-se na campanha de propaganda do 11 de Setembro, na utilização de ameaças terroristas e avisos como uma justificação para a militarização da justiça,o reforço da lei civil e a utilização do 11 de Setembro como pretexto para a invasão do Iraque.

Segundo Chossudovsky, a denominada “guerra ao terrorismo” é uma fabricação completa baseada na ilusão de que um homem, Osama bin Laden, conseguiu ludibriar o aparelho de informações norte-americano que possui um orçamento de 30 mil milhões de dólares.

A “guerra ao terrorismo”é uma guerra de conquista. A globalização é a marcha final para a “Nova Ordem Mundial”, dominada por Wall Street e pelo complexo militar-industrial americano.

O 11 de Setembro de 2001 foi o momento que a administração Bush aguardava, a denominada “crise útil” que forneceu um pretexto para empreender uma guerra sem fronteiras.

A estratégia americana consiste em estender as fronteiras do Império Americano de modo a facultar o controlo completo por parte das grandes corporações americanas, enquanto instala na América as instituições de um estado securitário.

Chossudovsky revela um enorme embuste – Uma complexa teia de logros com o objectivo de defraudar o povo americano e o resto do mundo no sentido de aceitarem uma solução militar que ameaça o futuro da humanidade.

Milhões de pessoas têm sido enganadas em relação às causas e consequências do 11 de Setembro. Quando pessoas nos Estados Unidos e no Mundo descobrirem que a Al-Qaeda não é um inimigo externo mas uma criação da política externa norte-americana e da CIA, a legitimidade da guerra desmoronar-se-á como um castelo de cartas.

Através do país, a imagem de um “inimigo externo”, é instilado na consciência dos americanos. A Al-Qaeda está a ameaçar a América e o mundo. A anulação da democracia sob a legislação «Patriot» é apresentada como um meio de proporcionar “segurança doméstica” e sustentar as liberdades civis.

O relatório da Comissão do 11 de Setembro esconde o apoio secreto dos Estados Unidos ao terrorismo internacional, enquanto cria a ilusão de que a América e a “Civilização Ocidental” estão sob ameaça”. Os vários avisos terroristas e os alertas laranjas criaram, na América, uma atmosfera de medo e intimidação.



E outra obra de referência:


O Hamas é uma criação da Mossad

por Hassane Zerouky

Graças à Mossad, o “Instituto de informações e operações especiais” de Israel, foi permitido ao Hamas reforçar a sua presençanos territórios ocupados. Entretanto, o Movimento de Libertação Nacional Fatah de Arafat bem como a esquerda Palestiniana foram sujeitas às mais brutais formas de repressão e intimidação.

Não nos devemos esquecer que foi Israel, quem de facto criou o Hamas. Segundo Zeev Sternell, historiador na Universidade Hebraica de Jerusalem, “Israel julgou que era uma táctica inteligente colocar os Islamistas contra a Organização de Libertação da Palestina (OLP)”.

(...)

O Hamas construiu o seu poder através dos vários actos de sabotagem ao processo de paz, numa forma compatível com os interesses do governo Israelita. Por seu lado, este último procurou, de várias formas, evitar a aplicação dos acordos de Oslo. Por outras palavras, o Hamas estava a cumprir as funções para as quais tinha sido originalmente criado: evitar a criação do Estado Palestiniano. E, a este respeito, o Hamas e Ariel Sharon, estão de acordo; estão exactamente no mesmo comprimento de onda.



Comentário:

Existem nestas duas obras um ou mais plágios, não se chegando a perceber quem plagia quem:

Ou Osama bin Laden, líder da Al-Qaeda, plagiou Ahmed Yassin, líder do Hamas;

Ou George Bush, presidente dos Estados Unidos, plagiou Ariel Sharon, primeiro-ministro de Israel;

Ou Michel Chossudovsky, autor de “AMERICA'S WAR ON TERRORISM", plagiou Hassane Zerouky, autor de “Hamas is a Creation of Mossad”.

terça-feira, julho 05, 2005

TGV e Ota: lucros a alta velocidade

O governo de Sócrates vai apresentar um conjunto draconiano de medidas, para combater o défice implícito do Orçamento do Estado 2005 que ronda os 7%.

Entre essas medidas encontram-se o encerramento de serviços da administração pública, o aumento do imposto sobre os combustíveis, a introdução do pagamento de portagens em algumas SCUT e a eventual criação de um seguro de saúde obrigatório, para financiar o défice do sector. Outra medida é a redução do período de subsídio ao desemprego.

Mas outras duas medidas, estas infinitamente mais lucrativas, perfilam-se no curto prazo:

O primeiro-ministro garantiu hoje (5 de Julho de 2005) que as linhas ferroviárias de alta velocidade e o novo aeroporto da Ota serão concretizados e que o Governo está "determinado" em acabar com anos de hesitações em relação a estes projectos.


Diário de Notícias - Sexta, 1 de Julho de 2005

Serão 14 mil milhões de euros para o TGV (quase três mil milhões de contos), mais três mil milhões de euros para o novo aeroporto da Ota (600 milhões de contos). Ambos são projectos para concluir em oito anos e os dois serão “substancialmente financiados por consórcios privados através de concessões”. Ontem, o ministro Manuel Pinho anunciou a aplicação até 2009 de 1,5 mil milhões no comboio de alta velocidade e de 650 milhões no novo aeroporto da Ota. Os estudos, projectos e concursos já têm condições para começar a ser lançados.

José Sócrates subscreveu ontem formalmente, com o seu próprio Governo, a decisão de tornar o comboio de alta velocidade e o novo aeroporto da Ota nos dois grandes investimentos portugueses no arranque do século XXI. Numa apresentação ainda preliminar do programa de infra-estruturas prioritárias deste Governo - cujo montante saltou dos 20 mil milhões de euros para 25 mil milhões até 2009 -, o TGV, orçamentado em 14 mil milhões de euros, e a Ota, calculada em 3 mil milhões, representarão o maior investimento público de sempre.




TGV. Ontem o ministro da Economia, Manuel Pinho, anunciou que 1,5 mil milhões anunciados se destinam ao transporte de alta velocidade. Não é uma verba que impressione muito face ao custo total de 14 mil milhões, mas é preciso sublinhar que, estando o processo ainda muito atrasado, se trata de dinheiro para fazer estudos, avançar com projectos de engenharia e, sobretudo, realizar a primeira vaga de expropriações. Não é de excluir que, até 2009, se avance com uma ou outra empreitada.

Ota. Em relação ao aeroporto da Ota, os 650 milhões ontem atribuídos vão destinar-se, em primeiro lugar, a fazer estudos, nomeadamente de impacto ambiental. E serão o músculo financeiro indispensável para lançar concursos de construção e de concessão da futura aerogare, sendo que é provável que se faça um concurso para consórcios internacionais que assegurem ambas as coisas.



A opinião dos insiders:

Para Braamcamp Sobral, presidente da Rave (Rede de Alta Velocidade), a prioridade na ligação a Aveiro/Salamanca "é colocar Viseu no mapa ferroviário". Segundo este responsável, "não faz sentido manter a situação actual". O primeiro troço a avançar, diz Braamcamp Sobral, será "Aveiro/Viseu", depois, "vamos resolver os problemas mais perto da fronteira. A intenção é fasear o projecto".

Carlos Nunes, director-geral da Fergrupo, empresa ligada ao grupo espanhol Comsa, expressa bem as expectativas do sector quando diz ao DN que a alta velocidade "é o pão das empresas para os próximos anos".

Responsáveis da Somague, integrada no grupo espanhol Sacyr, realçaram a importância que o projecto tem para o sector da construção, considerando-o "estruturante para o País".



No entanto, há sempre velhos do Restelo que são invariavelmente do contra:

Aníbal Rodrigues, jornalista do Público, escreveu a 17 de Dezembro de 2003:

Manuel Queiró acredita que o traçado do TGV, anunciado na Cimeira Ibérica do mês passado, "não é um projecto do Governo", mas sim de "um grupo exterior". "Este não é um projecto de um Governo, é um projecto de um grupo exterior que se impôs sucessivamente aos dois [últimos] Governos", denunciou o dirigente do CDS/PP, anteontem à noite, em Coimbra, num debate onde foi discutido o impacte do transporte ferroviário de grande velocidade na região centro.

"É de um grupo exterior que não tem rosto, que não aparece ou só dá a cara fugazmente", reforçou o ex-deputado centrista, sem contudo nomear responsáveis." Na sua opinião, "é o menos transparente do ponto de vista político, [uma vez que] não foi apresentado à opinião pública, ao Parlamento e nem sequer ao Conselho de Ministros."

Na opinião do antigo parlamentar do CDS/PP o conjunto de traçados dado a conhecer na Cimeira Ibérica realizada na Figueira da Foz (Porto-Vigo, Aveiro-Vilar Formoso, Lisboa-Porto, Lisboa-Badajoz e Évora-Faro-Huelva) "foi apresentado ao país como um facto consumado; três dias depois foram aprovados os fundos comunitários." Circunstâncias que o levaram a considerar: "Isto é uma 'blitzkrieg' [guerra relâmpago]."

Prevendo que "a história vai emitir um julgamento muito severo sobre isto", Queiró acrescentou: "Os espanhóis já tiveram aquilo que queriam e nós escusamos de fazer mais asneiras do que aquelas que já fizemos." "É preciso começar a actuar para emendar a asneira - se não for possível parar esta asneira, é sinal de que já não há cidadania."



E a opinião de um jornalista de Leiria:

A distância mínima aconselhável entre paragens do TGV, ainda não está bem estudada. Há quem diga que é de cerca de 350 km, há quem aponte para cerca de 500 km. Deste modo, um hipotético TGV Lisboa/Porto, a justificar-se, não admitiria qualquer paragem intermédia.

Da mesma forma que um hipotético TGV Lisboa/Madrid quando muito admitiria apenas uma paragem, mas já em território espanhol. E digo sempre a justificar-se porque está averiguado que se toda a gente que hoje viaja de comboio e de avião entre Lisboa/Porto, Lisboa/Madrid e Porto/Madrid passasse a viajar no TGV, essa clientela não era sequer suficiente para pagar os custos de funcionamento do comboio de alta velocidade. Quem pagaria o resto? E isto é só no que respeita a passageiros porque quanto a mercadorias nem pensar em TGV, dado o acréscimo de custos de investimento que acarreta.

A Espanha e a França já assim o decidiram, mas os teóricos (distraídos?) da RAVE (Rede de Alta Velocidade) ainda continuam a planear o transporte de mercadorias em alta velocidade até à fronteira, para depois terem de utilizar redes comuns no resto da Europa.



Os ambientalistas Portugueses e Espanhóis contra os projectos de alta velocidade Portugal-Espanha emitiram um comunicado a 14 de Novembro de 2003:

A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente (CPADA) e os Ecologistas en Acción lamentam os acordos entre Espanha e Portugal para o desenvolvimento de linhas exclusivas de alta velocidade ferroviária, considerando que terão graves consequências ambientais e uma escassa utilidade social, denunciando a situação de deterioração e abandono em que se encontram as linhas férreas em ambos os países.

A Alta Velocidade tem como objectivo unir grandes cidades em pouco tempo, competindo com o avião, sem realizar paragens intermédias. Desta forma, contribui para aumentar os desequilíbrios territoriais, fomenta a concentração em grandes urbes e deixa sem comunicação o resto do território, pelo que contribuirá para marginar ainda mais as regiões próximas da linha, de ambos os países, que “o vêem passar”. Isto foi o que ocorreu com a implementação das duas linhas que existem em Espanha, que deixaram à margem e sem comunicação ferroviária as muitas povoações que antes a tinham. A isto junta-se o seu alto preço, que empurrou outro sector importante de viajantes para o uso do transporte individual como única opção, chegando à conclusão da sua escassa utilidade social. Assim, o TGV é um transporte elitista, utilizado em grande medida por viajantes que desejam ir e voltar no mesmo dia (executivos de empresas e funcionários) ou por pessoas de alto poder administrativo.

Outra das consequências mais graves da construção destas linhas exclusivas para alta velocidade é devida aos elevados custos de construção que a um desinvestimento na via férrea convencional, que se vai abandonando, com vias em mau estado, encerramento de linhas e supressão de serviços, inutilizando-se como meio de comunicação regional e estatal, apesar das suas indubitáveis vantagens ambientais e sociais e fomentando portanto o uso do automóvel que acaba por ser a única opção. Este abandono é especialmente notável nas linhas que cruzam a fronteira entre os dois países.

As organizações consideram que a opção por um transporte sustentável num futuro imediato, será precisamente o desenvolvimento das linhas férreas convencionais, que podem chegar a velocidades de 220-240 km/h (como acontece na Suécia), com o chamado comboio de velocidade alta, com consumos energéticos muito menores e reduzidos impactes ambientais. Um comboio que, combinando e articulando as ligações de curta distância, regionais e de longa distância e o transporte de mercadorias, se pode converter na coluna vertebral do sistema de transportes e uma alternativa ao transporte por estrada, hoje convertido num dos maiores predadores ambientais, tanto pela ocupação do território, como pelas suas emissões poluentes.



Comentário:

- Manuel Queiró acredita que o TGV, "não é um projecto do Governo", mas sim obra de um grupo exterior que não tem rosto, que não aparece ou só dá a cara fugazmente".

- Um jornalista de Leiria afirma que está averiguado que se toda a gente que hoje viaja de comboio e de avião entre Lisboa/Porto, Lisboa/Madrid e Porto/Madrid passasse a viajar no TGV, essa clientela não era sequer suficiente para pagar os custos de funcionamento do comboio de alta velocidade.

- Os ambientalistas portugueses e espanhóis acrescentam que devido ao seu alto preço o TGV é um transporte elitista, utilizado em grande medida por viajantes que desejam ir e voltar no mesmo dia (executivos de empresas e funcionários) ou por pessoas de alto poder administrativo.


Estou convencido que Manuel Queiró, tal como os ambientalistas e milhares de outros que julgam perceber da poda, não conseguem enxergar os enormes benefícios que estas obras «estruturantes» vêm trazer aos grandes empreiteiros nacionais e internacionais, e aos seus subsidiados: os políticos e os partidos que os albergam.

A única dúvida que se levanta é se os 14 mil milhões de euros que se vão gastar no TGV (quase três mil milhões de contos), não seriam melhor aplicados em mais estádios de futebol. Os dez estádios que foram construídos e que custaram 800 milhões de Euros (160 milhões de contos), revelaram-se, como é sabido, claramente insuficientes para responder à procura de lugares cativos por parte dos amantes da bola. Ora, 14 mil milhões de euros dariam para construir duzentos novos estádios, número mais conforme às reais necessidades dos aficionados do desporto rei do nosso país.

Quanto à lengalenga habitual sobre se o dinheiro não seria melhor aplicado em saúde, emprego, educação, necessidades básicas ou outras vanidades que tais, não passa de populismo barato e reles demagogia.

segunda-feira, julho 04, 2005

Censura e lagartixas



Nos Estados Unidos, o presidente da Corporation for Public Broadcasting (Corporação para Emissão Pública) estabeleceu uma lista negra de personalidades que não devem voltar a ser convidadas para programas de rádio e de televisão. A lista abarca editorialistas e políticos que se opõem à continuação da guerra no Iraque, e abrange certos líderes republicanos como o senador Chuck Hagel.

A Corporation for Public Broadcasting (CPB) é uma instância para-administrativa que, entre outras, distribui as subvenções federais às rádios e televisões locais. O seu novo presidente, Kenneth Y. Tomlinson, dirigiu a «A Voz da América» durante a presidência de Reagan, e seguidamente o Reader’s Digest.



Comentário:

Tem toda a razão, Kenneth Y. Tomlinson, em vetar, em rádios e televisões, a presença de indivíduos que desejam botar um discurso anti-guerra, anti-ocupação e anti-hidrocarbonetos.

Ambicionando, a horda que controla hoje a América, tornar-se nos «Serviços Planetários de Petróleo e Derivados», e possuindo o Iraque as segundas maiores reservas mundiais de petróleo, justo é que possam amordaçar os trambolhos fala-baratos que desacreditam o conceito “real politic”.

Quanto aos mais de 1.740 soldados americanos que já morreram no Iraque desde o início da guerra, somados aos 13.000 que ficaram feridos, constituem um ridículo preço a pagar pelos enormes benefícios económicos e geo-estratégicos que esta ocupação proporciona.

No que toca aos iraquianos, cujos mortos ascendiam, em Outubro de 2004, a mais de cem mil (número que provavelmente já duplicou), estão, para os patronos de Tomlinson, em termos de importância na escala animal, situados algures entre os cefalópodes e os lamelibrânquios.

Já a respeito da canalha que paga a mesada a Tomlinson, estar a compará-la com répteis será excessivamente insultuoso. Que mal fizeram as pobres lagartixas?

quinta-feira, junho 30, 2005

Aiatolas versus máquinas electrónicas

26 de junho de 2005



O novo presidente iraniano critica EUA e diz que quer Irão poderoso e moderno
No seu primeiro discurso após vencer as eleições para a Presidência do Irão, Mahmoud Ahmadinejad prometeu transformar o Irão num símbolo e exemplo para os países muçulmanos de como se deve exercer a democracia.

Segundo Ahmadinejad, os iranianos colocaram em "xeque-mate" seus inimigos, termo com o qual designa frequentemente os Estados Unidos.

"Na rude guerra psicológica que actualmente se trava, o Irão colocou em xeque-mate os seus inimigos pela sua ampla participação eleitoral", declarou o actual presidente da Câmara de Teerão na televisão pública. "Desta forma, o Irão desbaratou todas as efabulações imaginadas contra o país no mundo", acrescentou.

O Guia Supremo do Irão, o aiatola Ali Khamenei, reforçou as palavras de Ahmadinejad ao afirmar que os iranianos "humilharam profundamente" os Estados Unidos com a "transparência de sua democracia", manifestada durante a eleição presidencial.

"Apesar de seus discursos, o vosso inimigo foi profundamente humilhado pela vossa grandeza e a transparência de vossa democracia", declarou o número um iraniano numa mensagem lida na televisão estatal.

"Vocês mostraram todos vossos recursos de solidez e poderio contra as políticas expansionistas da arrogante potência", disse após a vitória de Ahmadinejad.

A porta-voz do Departamento de Estado, Joanne Moore, disse que o resultado não muda a visão dos EUA sobre o Irão. "Continuamos a achar que o Irão está fora de sintonia com os países da região na luta por liberdade", declarou Moore.

Analistas políticos esperam que Ahmadinejad faça mudanças amplas na gestão da indústria estatal de petróleo após repetidos comentários durante a campanha nos quais ele acusou as "máfias poderosas" de monopolizar a receita do petróleo.

"Cortarei as mãos das máfias que dominam o nosso petróleo. Apostarei a minha vida nisso... As pessoas precisam de ver nas suas vidas a sua parte na riqueza do petróleo", disse ele durante a campanha.

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Eleiçoes nos Estados Unidos - Novembro de 2004

Timothy BANCROFT-HINCHEY – - Voto electrónico e máquinas viciadas

De acordo com as máquinas, no Condado de Hernando, não houve votos registados. Facto estranho num condado que vota a favor dos democratas e onde muitas pessoas foram votar.

No Ohio, 14,6% dos votos foram obtidos através de máquinas de voto electrónico, susceptíveis de manipulação fraudulenta. Os Republicanos tinham tentado, com sucesso, impedir que houvesse um registo de papel ligado a estas máquinas, resultando no facto de que nunca se pode verificar como foi registado qualquer voto.

Sem registo de papel, as muitas pessoas que disseram que votaram em Kerry mas que a máquina registou Bush, não têm fundamento nenhum para apresentarem uma reclamação.

Na Florida, que há quatro anos votou a favor dos Democratas, registou-se um aumento no voto a favor de Bush em 128% nestas máquinas, em alguns lugares foi de 400% e em Liberty County, 700%. E Kerry diminuiu 21%, em média, num estado democrata.

Ohio, por exemplo, comprou as suas máquinas electrónicas à Diebold Corporation, cujo Presidente executivo, Wally O’Dell, é Republicano, angariador de fundos para a campanha de Bush e prometeu “ajudar o Ohio a entregar os seus votos ao Presidente”.

Porque será que o facto de Bush ganhar mais uma vez por fraude eleitoral não surpreende ninguém? Será por ele e o seu regime terem passado quatro anos a mentir? Mas por que razão é que o John Kerry (o candidato democrata) desistiu tão facilmente, quando estes abusos estavam a ser cometidos? Não sabia? Não foi informado?

Será que há algo mais sinistro? Será por exemplo que há uma entidade neo-conservadora supra-partidária nos Estados Unidos da América, controlada e orquestrada pela clique de elites corporativas (Cheney), uma corporação cinzenta que dita a política externa e interna de Washington sem que ninguém realmente perceba quem ou o que é?



Comentário:

Retórica à parte, os percursos e objectivos políticos de Bush e Ahmadinejad são, de facto, curiosamente semelhantes:

- Ambos são fundamentalistas radicais.

- Ambos querem o poder político do Irão (directo, ou por interpostos fantoches).

- Ambos querem o domínio do petróleo iraniano.

- Ambos foram eleitos presidentes dos respectivos países. Ahmadinejad com o apoio dos aiatolas e Bush com o apoio de máquinas electrónicas viciadas. Não sei o que é que será mais repugnante!