
O objectivo supremo da propaganda é conseguir que milhões de pessoas forjem entusiasticamente as grilhetas da sua própria servidão [Emil Maier-Dorn].
segunda-feira, fevereiro 27, 2006
sexta-feira, fevereiro 24, 2006
Ossama - o fantasma da Propaganda e da Desinformação

Texto de de Michel Chossudovsky, professor de Economia na Universidade de Ottawa:
Os arquitectos militares do Pentágono estão perfeitamente conscientes do papel central da propaganda de guerra. Engendrada pelo Pentágono, pelo Departamento de Estado e pela CIA, já foi lançada uma Campanha de medo e desinformação [fear and disinformation campaign (FDC)] . A distorção grosseira da verdade e a manipulação sistemática de todas as fontes de informação constituem uma parte integral da estratégia de guerra. Em consequência do 11 de Setembro, o secretário da Defesa Donald Rumsfeld criou o Gabinete de Influência Estratégia [Office of Strategic Influence (OSI)] , ou Gabinete de Desinformação" ["Office of Desinformation"] como foi rotulado pelos seus críticos:
"O Departamento da Defesa afirmou ter necessidade de fazer isso, e estavam realmente a caminho de espalhar histórias falsas em países estrangeiros — num esforço para influenciar a opinião pública por todo o mundo. (Entrevista com Steve Adubato, Fox News, 26 Dezembro de 2002.)
Um certo número de agências governamentais e informação - com ligações ao Pentágono - estão envolvidas em várias componentes da campanha de propaganda. A realidade é apresentada de pernas para o ar. Actos de guerra são anunciados como "intervenções humanitárias" destinados a uma "mudança de regime" e à "restauração da democracia". A ocupação militar e o massacre de civis são apresentados como "manutenção da paz". A abolição de liberdades civis - no contexto da assim chamada "legislação anti-terrorista" - é retratada como um meio para proporcionar "segurança interna" e promover liberdades civis. E subjacentes a estas realidades manipuladas, declarações sobre "Osama bin Laden" e "armas de destruição em massa", que circulam abundantemente nas cadeias noticiosas, são apresentadas como a base para um entendimento dos acontecimentos mundiais.
Para sustentar a agenda de guerra, estas "realidades fabricadas", canalizadas numa base diária para o interior das cadeias noticiosas devem tornar-se verdades indeléveis, tornando-se parte de um vasto consenso político e dos meios de comunicação. Desta forma, os media corporativos - embora actuando independentemente do aparelho militar de informações - são um instrumento desta evolução totalitária do regime.
Em estreita ligação com o Pentágono e a CIA, o Departamento de Estado montou também a sua própria unidade de propaganda "soft-sell" (civil), dirigida pelo subsecretário de Estado para Diplomacia Pública e Negócios Públicos, Charlotte Beers, uma figura poderosa na indústria da publicidade. Trabalhando em ligação com o Pentágono, Beers foi nomeado para chefe da unidade de propaganda do Departamento de Estado logo após o 11 de Setembro. O seu mandato é "para actuar contra o anti-americanismo no exterior" (Sunday Times, Londres 5 de Janeiro de 2003). O seu gabinete no Departamento de Estado destina-se a:
"assegurar que a diplomacia pública (cativar, informar e influenciar audiências públicas internacionais) seja praticada em harmonia com os negócios públicos (estendendo-se a americanos) e com a diplomacia tradicional para promover os interesses e a segurança dos EUA e proporcionar a base moral para a liderança americana no mundo".
A componente mais poderosa da Campanha de Medo e Desinformação (FDI) pertence à CIA, a qual secretamente subsidia autores, jornalistas e críticos por intermédio de uma rede de fundações privadas e organizações patrocinadas pela CIA. A CIA influencia também o âmbito e a direcção de muitas produções de Hollywood. Desde o 11 de Setembro, um terço das produções de Hollywood são filmes de guerra. "As estrelas de Hollywood e os autores de guiões apressam-se a reforçar a nova mensagem de patriotismo, aconselhando-se com a CIA e inspirando-se junto dos militares acerca de possíveis ataques terroristas na vida real". "A soma de todos os medos" ("The Sum of All Fears") , dirigido por Phil Alden Robinson, que pinta o cenário de uma guerra nuclear, recebeu o endosso e o apoio tanto do Pentágono como da CIA.
A desinformação é rotineiramente "espalhada" pelos operacionais da CIA nas redacções do principais diários, revistas e canais de TV. Firmas de relações públicas externas são frequentemente utilizadas para criar "falsas histórias". Isso foi cuidadosamente documentado por Chaim Kupferbert em relação aos acontecimentos do 11 de Setembro: "Alguns, relativamente poucos, correspondentes bem relacionados forneciam os 'furos de reportagem', que obtinham cobertura nas relativamente escassas fontes de notícias dos principais meios de comunicação, onde os parâmetros de debate são ajustados e a "realidade oficial" é consagrada.
Iniciativas de desinformação encoberta, sob os auspícios da CIA, também são canalizadas através de vários "procuradores" de informação noutros países. Desde o 11 de Setembro essas iniciativas resultaram numa disseminação diária de informação falsa referente a alegados "ataques terroristas". Em virtualmente todos os casos relatados (na Grã Bretanha, França, Indonésia, Índia, Filipinas, etc.) afirmam que os "supostos grupos terroristas" têm "ligações à Al-Qaeda de Osama bin Laden" sem naturalmente admitir o facto (amplamente documentado por relatórios de agências de informações e documentos oficiais) que a Al-Qaeda é uma criação da CIA.
segunda-feira, fevereiro 20, 2006
11 de Setembro - Quid Bono? Quem beneficia?

Video do Discurso de despedida do Presidente Eisenhower à Nação - 17 de Janeiro de 1961 (amabilidade do Navio Negreiro):
Esta conjunção de uma imensa instituição militar e uma enorme indústria de armamento é um facto novo na experiência americana. A influência total – económica, política, e até espiritual – é sentida em qualquer cidade, repartição ou ministério do Governo Federal. Nós reconhecemos a necessidade imperativa deste desenvolvimento. Mas não podemos deixar de compreender as suas graves implicações. O nosso trabalho, recursos e meios de vida estão todos envolvidos; assim como a própria estrutura da nossa sociedade.
Nas reuniões do governo, temos de nos precaver contra a aquisição de influência injustificada, desejada ou não, por parte do complexo militar-industrial. O potencial para o crescimento desastroso de poder indevido existe e persistirá.
Não devemos nunca deixar que a influência desta combinação coloque em perigo as nossas liberdades ou processos democráticos. Não devemos dar nada por adquirido. Apenas um alerta e uma cidadania inteligente podem forçar o entendimento entre o enorme complexo militar-industrial e os nossos métodos pacíficos e os nossos objectivos, de tal forma que a segurança e a liberdade possam prosperar em conjunto.

O orçamento militar Americano pedido pela Administração Bush para o ano fiscal de 2007 é de 462.7 milhares de milhões de dólares.
• Para o ano fiscal de 2006 foi de 441.6 milhares de milhões de dólares
• Para o ano fiscal de 2005 foi de 420.7 milhares de milhões de dólares
• Para o ano fiscal de 2004 doi de 399.1 milhares de milhões de dólares
• Para o ano fiscal de foi de 396.1 milhares de milhões de dólares
• Para o ano fiscal de 2002 foi de 343.2 milhares de milhões de dólares
• Para o ano fiscal de 2001 foi de 310 milhares de milhões de dólares
• E foi de 288.8 milhares de milhões de dólares , em 2000
No princípio de 2006 o Congresso já aprovou um fundo adicional de 300 milhares de milhões de dólares para operações no Iraque e no Afeganistão.
Comentário:
Mal sabia Bin Laden que os seus atentados iriam dar tantos proventos ao complexo militar-industrial. Este terrorista, se não existisse, tinha de ser inventado!
sábado, fevereiro 18, 2006
Cheney - implacável, seja na caça à perdiz ou ao petróleo

Outro - Senhor, parece que você acertou no seu companheiro de caça!
Cheney - E então? Dêm-lhe uma medalha, digam-lhe que ele tem o obrigado de uma nação agradecida e que se cale em relação a isto.
A Polícia do estado do Texas afirmou que não apresentará uma acusação formal contra o vice-presidente americano, Dick Cheney, após o final de uma investigação sobre o acidente de caça no qual o político feriu o advogado Harry Whittington, no rosto, no pescoço e no peito.
Em entrevista à emissora Fox News transmitida ontem, o vice-presidente admitiu que tinha tomado uma cerveja durante o almoço.
Entretanto, o vice-presidente afirma que durante a caça "ninguém estava bebendo. Ninguém estava bêbado. Não é uma boa idéia caçar com alguém que beba".
"No fim de contas, fui eu quem apertou o gatilho e atirou contra o meu amigo", disse Cheney na entrevista.
Comentário:
Se Cheney reage assim com os amigos quando estão em causa apenas umas perdizes, o que não fará no caso de enormes jazidas petrolíferas? Se estivesse na pele de Blair não dormia descansado!
quinta-feira, fevereiro 16, 2006
Terroristas internacionais

WASHINGTON - Uma base de dados do governo americano com supostos terroristas internacionais e seus aliados inclui 325 mil nomes, um número quatro vezes maior do registrado quando a lista foi criada, em 2003, afirma nesta quarta-feira o jornal americano "The Washington Post".
A lista é mantida pelo Centro Nacional de Contra-terrorismo (NCTC, na sigla em inglês). A reportagem do jornal afirma que, segundo autoridades do NCTC, o número real de pessoas presentes na lista estaria em torno de 200 mil, já que uma mesma pessoa pode aparecer mais de uma vez porque seu nome é escrito de várias formas ou porque possui mais de um nome.
Um membro do órgão, que não quis ser identificado, afirmou ao diário que a grande maioria dos que constam da lista não é americana e que não mora nos EUA.
De acordo com o jornal, defensores das liberdades civis e especialistas na área de protecção à privacidade mostraram-se surpresos com o tamanho da base de dados do NCTC e disseram estar preocupados com a possibilidade de um grande número de pessoas inocentes estar na lista do governo.
O jornal disse que as autoridades se recusaram a dizer quantos nomes haviam sido incluídos em função do polémico programa de escutas telefónicas dentro dos EUA.
Comentário:
Será que nomes como: George W. Bush,, Dick Cheney, Paul Wolfowitz, Donald Rumsfeld, Karl Rove, Richard Perle, Colin Powell, Scooter Libby, Tom Ridge, Arnold Schwarzenegger, Newt Gingrich, Ari Fleischer, John Poindexter, Nelson Rockefeller, Trent Lott, John Ashcroft, Gonzales, Rick Santorum, Andy Card, Stephen Hadley, Darrell Issa, Armitage, Steve Hadley, Bill Kristol, Condoleezza Rice, Peter Ueberroth, McClintock, Ralph Reed, Liz Cheney, George Nethercutt Jr., Tommy Thompson e Bill Frist também fazem parte da lista?
É que, como autores materiais do orifício causado no Pentágono e da implosão das Torres Gémeas e do edifício número 7 do World Trade Center, que causaram cerca de três mil mortos, esta rapaziada merecia seguramente um lugar de destaque em qualquer lista terrorista digna desse nome.
quarta-feira, fevereiro 15, 2006
Os Números do Holocausto

Um holocausto é para todos os efeitos uma ignomínia. Seja com quem for. Seja por que números forem.
Quanto ao holocausto judeu em particular, as fontes oficiais não parecem entender-se quanto ao número aproximado de vítimas:
Em entrevista concedida na segunda-feira à «Antena 1» pelo embaixador iraniano em Lisboa, na qual o diplomata pôs em causa a dimensão do número de vítimas do Holocausto. Mohammed Taheri afirmou que "para se incinerar seis milhões de pessoas são precisos 15 anos", considerando que a questão ainda não foi totalmente esclarecida.
A fazer fé em fontes oficiais, Taheri pode ter alguma razão:
8.000.000 – Fonte: Gabinete de investigação de Crimes de Guerra Francês, doc 31, 1945.
6.000.000 – Fonte: citado no livro “Auschwitz Doctor” de Miklos Nyiszli
4.000.000 – Fonte: citado num documento soviético de 6 de Maio de 1945 e reconhecido no julgamento dos crimes de guerra de Nuremberga. Este número foi também citado no «The New York Times» a 18 de Abril de 1945.
2.000.000 a 4.000.000 – Fonte:citado por Yehuda Bauer em 1982 no seu livro «A History of the Holocaust». Contudo, em 1989 Bauer reduziu este número para 1.600.000 a 22 de Setembro no “The Jerusalem Post”.
1.100,000 a 1.500.000 – Fonte: estimativas de Yisrael Gutman e de Michael Berenbaum no seu livro de 1984, «Anatomy of the Auschwitz Death Camp».
1.000.000 – Fonte: Jean-Claude Pressac, no seu livro de 1989 «Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers».
900.000 – Fonte: relatado a 3 de Agosto de 1990, por «Aufbau», um jornal judeu de Nova Iorque.
775.000 a 800.000 – Fonte: número revisto por Jean-Claude Pressac, avançado no seu livro de 1993, « The Crematoria of Auschwitz: The Mass Murder's Machinery».
135.000 a 140.000 – Fonte: estimativa baseada em documentos apoiados pelo “International Tracing Service” da Cruz Vermelha.
terça-feira, fevereiro 14, 2006
segunda-feira, fevereiro 13, 2006
Uma história mal contada e outra história por contar



Um amigo internauta enviou-me uma tese interessante :
A história dos cartoons dinamarqueses pode estar muito mal contada. Há quem pense que a publicação dos cartoons foi combinada entre os americanos e os europeus de modo a preparar o terreno para a invasão do Irão.
É bem possível que a publicação dos cartoons tenha sido combinada, mas, nesse caso, teria sido entre os europeus e os muçulmanos, precisamente para evitar uma guerra que nem uns nem outros querem. Os Estados que estão sob ameaça de invasão pelos americanos, ateiam a fogueira para se protegerem. Os amigos americanos estavam a empurrar a Europa para os ajudar a invadir o Irão, pois sozinhos já não o conseguem fazer. Mas com esta encenação a Europa está a tentar arranjar uma maneira de escapar: "não é altura de atacar, o que é preciso é, ao contrário, apaziguar os muçulmanos, etc...". As potências europeias tendem a servir-se da diplomacia dos países periféricos para divulgar as suas posições. O seu porta-voz de serviço foi o nosso MNE (já não é a primeira vez, a outra foi aquando da discussão do orçamento comunitário em que ele atacou a Inglaterra) que mostrou muita compreensão pela indignação dos muçulmanos. Logo a seguir Zapatero disse praticamente o mesmo na recepção a Putin. Os outros estão, agora, em posição de seguir-lhes as pegadas.
Interessante também a crónica do General Loureiro dos Santos no Publico de 10/02/2006: há alguns países interessados no armamento nuclear de potências regionais, como o Irão, para contrabalançar o poderio da super-potência americana. Só que, neste caso, Sr. General, o verdadeiro CASUS BELLI pode muito bem ser outro: no próximo dia 20 de Março vai abrir a Bolsa da Valores para o petróleo do Irão onde este passará a ser transaccionado em euros em vez de dólares.
Como por acaso, o Iraque, antes de ser invadido, ia precisamente tomar esta medida. Não é curioso que ainda ninguém tenha contado esta história?
Porquê agora o Irão?
Um novo século americano?, o Iraque e as guerras ocultas do euro-dólar - F. William Engdahl
Apesar do aparentemente rápido êxito militar dos Estados Unidos no Iraque, o dólar americano ainda está à espera de obter benefícios enquanto divisa de porto seguro. Este é um desfecho inesperado, já que muitos negociantes de divisas estavam à espera de um reforço do dólar quando fosse conhecida a vitória dos Estados Unidos. O capital está a fugir do dólar, em grande parte em benefício do euro. Muita gente começa a interrogar-se se a situação objectiva da economia americana não estará muito pior do que o mercado de acções sugere. O futuro do dólar está longe de ser uma preocupação menor que interessa apenas aos bancos ou aos negociantes de divisas. Está no cerne da Pax Americana ou, como se diz, do Século Americano, o sistema de acordos sobre o qual assenta o papel da América no mundo.
No entanto, apesar de o dólar estar a cair firmemente em relação ao euro após o fim das lutas no Iraque, parece que Washington piora deliberadamente a queda do dólar com comentários públicos. O que se está a passar é um jogo de poderes do mais alto significado geopolítico, talvez o mais sinistro, desde o aparecimento dos Estados Unidos em 1945 como líder do poder económico mundial.
A coligação de interesses que convergiu na guerra contra o Iraque, uma necessidade estratégica para os Estados Unidos, não incluiu apenas os falcões neo-conservadores altamente audíveis e visíveis em redor do secretário da Defesa Rumsfeld e do seu representante, Paul Wolfowitz. Também incluiu poderosos interesses permanentes, de cujo papel global depende a influência económica americana, tais como o influente sector energético em redor da Halliburton, da Exxon Mobil, da Chevron Texaco e doutras gigantescas multinacionais. Incluiu também os enormes interesses da indústria de defesa americana em redor da Boeing, da Lockheed-Martin, da Raytheon, da Northrup-Grumman e doutras. O objectivo destes gigantescos conglomerados da defesa e da energia não é apenas conseguir uns tantos gordos contratos do Pentágono para reconstruir as instalações petrolíferas iraquianas e encher as algibeiras de Dick Cheney ou doutros. É um jogo pela própria continuação do poder americano nas próximas décadas do novo século. Não quer dizer que [não] haja lucros no processo, mas isso é apenas um subproduto do objectivo estratégico global.
Neste jogo pelo poder, o que é menos visível é o papel de preservação do dólar como divisa de reserva mundial, factor motor principal que influenciou a ambição de Washington pelo poder sobre o Iraque nos últimos meses. Vendo bem as coisas, o domínio americano no mundo assenta sobre dois pilares — a superioridade militar esmagadora, principalmente no mar; e o controlo dos fluxos económicos mundiais através do papel do dólar enquanto divisa de reserva mundial. Cada vez é mais evidente que a guerra do Iraque foi travada principalmente por causa da preservação do segundo pilar – o papel do dólar – e não do primeiro – o militar. No papel do dólar, o petróleo é um factor estratégico.
domingo, fevereiro 12, 2006
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Alto e pára o baile - avisa Putin

O ministro da Defesa Russo, Sergei Ivanov, preveniu , numa entrevista a um jornal na quinta-feira, contra um confronto internacional com o Irão com base no seu programa nuclear, afirmando que o mesmo teria consequências irreversíveis.
“Nunca permitiremos um confronto que possa conduzir a um conflito”, disse Ivanov numa entrevista ao jornal italiano La Stampa, antes das conversações entre a Rússia e o Irão em Moscovo na próxima semana acerca do controverso programa.
“Qualquer tentativa para empurrar o Irão para uma demonstração de força pode ter consequências irreversíveis”, afirmou.
“Eu tenho esperança nas conversações entre a Rússia e o Irão marcadas para meados de Fevereiro com a participação provável da China”, disse.
A Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) votou por levar o Irão ao Conselho de Segurança das Nações Unidas por causa do seu embrionário programa de energia nuclear, o qual o Ocidente suspeita que está a ser usado para encobrir um programa de desenvolvimento de armas nucleares, uma acusação que Teerão nega.
Moscovo propôs que os iranianos levassem a cabo o enriquecimento do urânio em solo russo de forma a acalmar os receios de que Teerão produza uma bomba nuclear, ao mesmo tempo garantindo o seu acesso ao combustível nuclear.
Os dois países combinaram encontrar-se em Moscovo na quinta-feira, com a Rússia desejosa de chegar a um acordo negociado e defender os seus interesses económicos – que incluem um acordo de mil milhões de dólares para a construção do primeiro reactor iraquiano.
O Irão, que afirma desejar enriquecer urânio apenas para produzir energia nuclear, despoletou uma crise ao retomar as actividades de conversão de urânio em Agosto último e a pesquisa de enriquecimento a 10 de Janeiro.
Na segunda-feira, notificaram oficialmente a Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) que iriam retomar o enriquecimento completo de urânio, dando por fim a um congelamento de dois anos dos trabalhos em resposta à votação da Agência em levar o problema ao Conselho de Segurança.
Afirmam que o seu programa nuclear é apenas para energia, enquanto os Estados Unidos e a União Europeia acreditam que o Irão está a tentar desenvolver armas atómicas.
Ivanov estava em Itália a participar a uma reunião dos ministros da defesa da NATO na Sicília.
Comentário:
Se somarmos estas declarações de Ivanov sobre o Irão (com o apoio da China), ao convite de Putin ao Hamas para se deslocar a Moscovo a fim de debater o processo de paz no Médio Oriente, somos levados a pensar que os passeios triunfais de Bush pelo Médio Oriente e pela Ásia Central podem ter os dias contados.
Se Sharon não estivesse já em estado vegetativo, arriscava-se a ter um enfarte.