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quinta-feira, setembro 21, 2017

New York Post - Anne Frank pode não ter escrito o famoso Diário

Diário de Anne Frank - testes levados a cabo nos laboratórios do Departamento Federal de Investigação Criminal Alemão (BKA) mostraram que partes do Diário foram escritas com esferográfica. Como as esferográficas não estavam disponíveis antes de 1951, o BKA concluiu que estas partes teriam sido acrescentadas posteriormente [após a morte de Anne Frank em 1945].



Tradução do artigo:

New York Post – 9 Outubro 1980 - Al Fredricks

Anne Frank pode não ter escrito o famoso Diário

Um relatório do Departamento Federal de Investigação Criminal Alemão (BKA) indica que partes do Diário de Anne Frank foram alteradas ou acrescentadas depois de 1951, lançando dúvidas sobre a autenticidade de todo o Diário, divulgou o semanário alemão der Spiegel.

O Diário, um relato diário da angústia de uma jovem judia e da sua família escondidos na sua casa em Amsterdão durante a invasão nazi, comoveu milhões de pessoas.

O manuscrito foi examinado por ordem de um tribunal alemão ocidental na sequência de uma acção judicial por difamação interposta por Otto Frank, pai de Anne e o único membro da família a sobreviver aos campos de concentração, contra Ernst Roemer por este ter divulgado a alegação de que o livro era uma fraude.

Esta foi a segunda acção judicial contra Roemer, de há muito um crítico do livro, segundo Frank. Na primeira acção judicial, o tribunal decidiu a favor de Frank que considerou que o testemunho de historiadores e grafologistas era suficiente para autenticar o Diário.

Contudo, em Abril, pouco tempo antes da morte de Otto Frank a 19 de Agosto, o manuscrito foi entregue aos técnicos do BKA [Departamento Federal de Investigação Criminal Alemão] para ser examinado.

O manuscrito, na forma de três cadernos de capa dura e 324 páginas soltas atadas a um quarto caderno, foi examinado com equipamento especial.

Os resultados dos testes levados a cabo nos laboratórios do BKA mostram que partes do Diário, especificamente do quarto volume, foram escritas com esferográfica. Como as esferográficas não estavam disponíveis antes de 1951, o BKA concluiu que estas partes teriam sido acrescentadas posteriormente [após a morte de Anne Frank em 1945].

O exame do manuscrito, contudo, não descobriu nenhuma prova conclusiva que possa pôr fim às especulações sobre a autenticidade dos três primeiros cadernos [do Diário].

segunda-feira, setembro 18, 2017

Exemplos da caligrafia de Anne Frank escritos com poucos meses de intervalo. É possível acreditar que estes dois textos tenham sido escritos pela mesma pessoa?

Anne Frank


The New York Times – 8 de Junho de 1989: "[Em resposta aos detractores que afirmavam que Anne Frank não tinha escrito o Diário], o Governo holandês, após de anos de investigação, provou pela primeira vez a autenticidade do diário de Anne Frank até ao último detalhe."

"A escrita de Miss Frank [Anne Frank] foi analisada minuciosamente por especialistas, assim como amostras de sua escrita e de 78 das suas colegas de turma. Os especialistas levaram em conta que, por vezes, Miss Frank usava uma caligrafia cursiva normal [palavras com as letras ligadas - cursive lettering] e, às vezes, um estilo de caligrafia desconectado [letras separadas - disconnected printing style]".

"Usar umas vezes uma caligrafia cursiva e outras vezes uma caligrafia desconectada é uma característica comum "aplicável à escrita dos jovens", disseram os especialistas. As amostras de sua escrita estão incluídas no livro para sustentar a conclusão de que o diário foi realmente escrito apenas por Anne Frank."



A seguir, dois exemplos de caligrafia atribuídos a Anne Frank. A acreditar nas datas, estes dois textos foram escritos com quatro meses de intervalo. Podem-se comparar separadamente os próprios textos e as assinaturas de Anne:

O primeiro texto, escrito quatro meses antes do segundo, é um fac-símile [cópia exacta] da epígrafe do Diário (Jornal de Anne Frank). Mostra uma caligrafia adulta e cursiva - palavras com as letras ligadas [cursive lettering]:




O segundo texto é um fac-símile de um texto escrito quatro meses depois por Anne Frank na parte de trás de uma de suas fotografias (Journal de Anne Frank). Revela uma caligrafia mais infantil e desconectada [letras separadas - disconnected printing style]:




O Diário de Anne Frank (clicar para aumentar)

segunda-feira, setembro 04, 2017

A incongruente política de extermínio levada a cabo pelos nazis


É alegado que Anne Frank morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen devido ao tifo em março de 1945. Se o propósito dos nazis fosse exterminar todos os judeus, é muito estranho que Anne e a sua irmã Margot tivessem sido enviadas primeiro para o Campo de Extermínio de Auschwitz-Birkenau em setembro de 1944, e que, em dezembro de 1944, tenham sido transferidas para Bergen-Belsen, um Campo de Convalescença para onde eram trazidos prisioneiros de outros campos de concentração, demasiado doentes para trabalhar. [Jewish Virtual Library]

Todas estas transferências das duas irmãs - do Campo de Westerbork na Holanda, para o Campo de Auschwitz-Birkenau na Polónia, e depois para o Campo de Bergen-Belsen na Alemanha, parecem demasiado incongruentes com a política de extermínio nazi. Como é que em tempo de guerra total, quando a Alemanha estava a ser bombardeada noite e dia, quando os transportes e o abastecimento de alimentos e outros bens estavam a ser tão severamente dificultados dentro da Alemanha, se procedia a esta política de movimentação contínua de prisioneiros judeus, de um lado para o outro, para os exterminar?

Bombardeamento da Alemanha pelos Aliados

quarta-feira, novembro 30, 2016

Anne Frank - um exemplo da incompreensível rotatividade dos prisioneiros judeus pelos diversos campos de extermínio nazis


Sendo Auschwitz o maior, o mais completo e o mais eficaz dos campos de extermínio nazis, dispondo de cinco enormes câmaras de gás que chegavam a gasear 20 mil pessoas por dia, porque motivo, dos oito residentes da casa de Anne Frank (em Amsterdão) que foram levados para Auschwitz, cinco deles foram transferidos para outros campos e, dos três que ficaram, um sobreviveu, outro morreu na enfermaria e só um terá sido gaseado (segundo um único testemunho - o do pai de Anne Frank)?



A história de Anne Frank começa na Alemanha dos anos 20. Os seus pais, Otto Frank e Edith Holländer casaram-se numa sinagoga no dia 12 de Maio de 1925. Nove meses depois, no dia 16 de Fevereiro de 1926, a primeira filha do casal, Margot Frank, nasceu em Frankfurt am Main. No dia 12 de Junho de 1929, nasceu Annelise Frank (Anne Frank).

Em 1933, com a subida ao poder de Adolf Hitler, a família Frank decidiu mudar-se para a relativamente segura Amesterdão, na Holanda. Para tanto, no verão desse ano, a mãe Edith e as filhas Margot e Anne Frank foram morar com a avó materna Holländer, em Aachen, enquanto o pai, Otto Frank, partiu para Amesterdão para organizar as coisas. No dia 5 de dezembro de 1933, Edith e Margot, a mãe e a irmã de Anne Frank, mudaram-se para Amesterdão. Em Fevereiro de 1934, Anne Frank juntou-se aos pais em Amesterdão.

No verão de 1937, a família Van Pels trocou Osnabrück na Alemanha, por Amesterdão. No dia 1 de Junho de 1938, Otto Frank em parceria com Hermann van Pels inaugurou a empresa Pectacon B.V., especializada na produção de ervas utilizadas no tempero de carne. No dia 8 de Dezembro do mesmo ano, Fritz Pfeffer trocou a Alemanha pela Holanda. Em Março de 1939, a situação dos judeus na Alemanha começou a ficar intolerável.

Mesmo com muitos membros do Partido Nazi presentes no seu território, a Holanda tratava muito bem os seus refugiados judeus, e os Frank sentiram-se seguros juntamente com seus vizinhos judeus.

No dia 5 de Julho de 1942, Edith Frank recebeu um documento registado convocando Margot Frank para ir para Westerbork, um campo de triagem para judeus no norte da Holanda.

Diante de tal facto, Otto Frank, o pai de Anne Frank, decidiu antecipar a ida da família para o esconderijo localizado em Prinsengracht, 263 (local onde funcionava o seu escritório e que desde o ano anterior estava sendo preparado para se tornar o esconderijo da família caso fosse necessário).


A casa em Amesterdão onde se situava o Anexo Secreto

A 13 de Julho de 1942, a família Van Pels, Hermann, Auguste e Peter, mudou-se para o Anexo Secreto. No dia 16 de Novembro, Fritz Pfeffer chegou ao esconderijo como o oitavo clandestino.

Durante dois anos, os oito moradores do Anexo Secreto fizeram parte de uma grande família, morando num confinado espaço e vivendo sob o constante medo de serem descobertos pelos nazis e pelos seus simpatizantes. Foi durante este período que Anne Frank escreveu o seu famoso diário.

A 4 de Agosto de 1944, o Anexo Secreto foi invadido de surpresa pela polícia nazi e os moradores foram presos.

Depois de presos, os oito moradores do Anexo Secreto foram levados para uma prisão em Amesterdão, e no dia 8 de Agosto foram transferidos para Westerbork. A 3 de Setembro de 1944, foram todos deportados para Auschwitz (Polónia), onde chegaram no dia 6 de Setembro de 1944. À chegada ao campo de concentração de Auschwitz, Anne Frank e os outros sete residentes do Anexo foram poupados à morte nas câmaras de gás.

Auschwitz - para onde foram enviados os oito moradores do Anexo Secreto


**********************************


A família Frank

Otto Heinrich Frank, Edith Hollander Frank, Margot Frank e Anne Frank


Otto Heinrich Frank, pai de Anne Frank, foi o único dos oito moradores do Anexo a sobreviver, sendo libertado de Auschwitz pelo Exército Vermelho no dia 27 de Janeiro de 1945. Otto Frank morreu em Basileia, Suiça, no dia 19 de Agosto de 1980 com 91 anos.

Edith Hollander Frank, mãe de Anne Frank, morreu com 44 anos na enfermaria de Auschwitz-Birkenau, no dia 6 de Janeiro de 1945.

Margot Frank, a irmã mais velha de Anne Frank, foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com Anne Frank e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen, campo de concentração perto de Hannover (Alemanha), onde morreu com 18 anos, possivelmente no final de Fevereiro de 1945, vítima da epidemia de tifo que matou milhares de prisioneiros no local. O seu corpo foi provavelmente enterrado nas valas comuns de Bergen Belsen.

Anne Frank foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com a irmã e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen onde morreu com 16 anos, possivelmente no final de Fevereiro ou início de Março de 1945, vítima de tifo. Provavelmente o seu corpo também foi enterrado nas valas comuns do campo que foi libertado por tropas inglesas a 12 de Abril de 1945.


**********************************


A família van Pels

Hermann van Pels, Auguste van Pels e o filho Peter van Pels


Hermann van Pels morreu nas câmaras de gás de Auschwitz, de acordo com o único testemunho de Otto Frank, em Outubro ou Novembro de 1944, com 55 anos. Pouco depois as câmaras de gás foram desactivadas.

Auguste van Pels, esposa de Hermann van Pels, foi transferida de Auschwitz com Anne e Margot, por volta de 28 de Outubro de 1944, para Bergen Belsen. Em Fevereiro de 1945 foi transferida para Buchenwald, depois foi transferida para Theresienstadt em 9 de Abril de 1945, e aparentemente foi transferida para outro campo de concentração depois disso. É certo que não sobreviveu (???), mas não se sabe a data de sua morte.

Peter van Pels, filho dos Pels, foi forçado a participar da marcha da morte de Auschwitz a 16 de Janeiro de 1945 até ao campo de concentração de Mauthausen, Áustria, onde, segundo a Cruz Vermelha, morreu no dia 5 de Maio de 1945, com 18 anos, três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.



Fritz Pfeffer

Fritz Pfeffer

Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e novamente transferido paro o campo de concentração de Neuengamme, onde morreu no dia 20 de Dezembro de 1944, com 55 anos, com uma inflamação nos intestinos.



**********************************

Em suma

Dos oito prisioneiros judeus, principais personagens do diário de Anne Frank, apenas três permaneceram em Auschwitz com sortes diferentes:

1 - Hermann Pels foi «gaseado» em Auschwitz segundo o testemunho de Otto Frank (o pai de Anne Frank).

2 - Edith Frank, mãe de Anne Frank, morreu na enfermaria de Auschwitz.

3 - Otto Frank, pai de Anne Frank, sobreviveu a Auschwitz, sendo libertado pelo Exército Vermelho.


Os outros cinco elementos foram todos transferidos, alguns por diversas vezes:

4 e 5 - As irmãs Margot e Anne Frank foram transferidas de Auschwitz para o campo de concentração de Bergen Belsen, onde morreram de tifo.

6 - Peter Pels foi transferido de Auschwitz para Mauthausen onde morreu três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.

7 - Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e depois para Neuengamme, onde morreu com uma inflamação nos intestinos.

8 - Auguste Pels foi transferida de Auschwitz para Bergen Belsen, depois para Buchenwald, depois para Theresienstadt, e aparentemente para outro campo de concentração depois disso. Pensa-se que não terá sobrevivido.


Questão

Se o objectivo dos nazis era exterminar judeus, como se explica que deste grupo de oito judeus que se encontrava em Auschwitz, o local de extermínio nazi por excelência, apenas um tenha sido «gaseado», de acordo com o «único testemunho» de Otto Frank? E porque andaram os outros a saltar de campo em campo (tendo a senhora Auguste Pels passado por cinco campos de extermínio diferentes)?

quinta-feira, outubro 22, 2015

Anne Frank - um exemplo da incompreensível rotatividade dos prisioneiros judeus pelos diversos campos de extermínio nazis


Sendo Auschwitz o maior, o mais completo e o mais perfeito dos campos de extermínio nazi, dispondo de cinco enormes câmaras de gás que chegavam a gasear 20 mil pessoas por dia, porque é que dos oito residentes da casa de Anne Frank e que foram levados para Auschwitz, cinco deles foram transferidos para outros campos e dos três que ficaram, um sobreviveu, outro morreu na enfermaria e só um foi gaseado (segundo um único testemunho de um dos residentes da casa)? 





A história de Anne Frank começa na Alemanha dos anos 20. Os seus pais, Otto Frank e Edith Holländer casaram-se numa sinagoga no dia 12 de Maio de 1925. Nove meses depois, no dia 16 de Fevereiro de 1926, a primeira filha do casal, Margot, nasceu em Frankfurt am Main. No dia 12 de Junho de 1929, nasceu Annelise Frank (Anne Frank).


Em 1933, com a subida ao poder de Adolf Hitler, a família Frank decidiu mudar-se para a relativamente segura Amesterdão, na Holanda. Para tanto, no verão desse ano, Edith, Margot e Anne Frank foram morar com a avó materna Holländer, em Aachen, enquanto o pai, Otto Frank, partiu para Amsterdão para organizar as coisas. No dia 5 de dezembro de 1933, Edith e Margot, a mãe e a irmã de Anne Fraank, mudaram-se para Amesterdão. Em Fevereiro de 1934, Anne Frank juntou-se aos pais em Amesterdão.

No verão de 1937, a família Van Pels trocou Osnabrück na Alemanha, por Amesterdão. No dia 1 de Junho de 1938, Otto Frank em parceria com Hermann van Pels inaugurou a Pectacon B.V., especializada na produção de ervas utilizadas no tempero de carne. No dia 8 de Dezembro do mesmo ano, Fritz Pfeffer trocou a Alemanha pela Holanda. Em Março de 1939, a situação dos judeus na Alemanha começou a ficar intolerável.

Mesmo com muitos membros do Partido Nazi presentes no seu território, a Holanda tratava muito bem os seus refugiados judeus e os Frank sentiram-se seguros juntamente com seus vizinhos judeus.

No dia 5 de Julho de 1942, Edith Frank recebeu um documento registrado convocando Margot Frank para ir para o campo de trabalhos forçados de Westerbork, na Alemanha.

Diante de tal facto, Otto Frank, o pai de Anne Frank, decidiu antecipar a ida da família para o esconderijo localizado em Prinsengracht, 263 (local onde funcionava seu escritório e que desde o ano anterior estava sendo preparado para se tornar esconderijo da família caso fosse necessário).

A 13 de Julho de 1942, a família Van Pels, Hermann, Auguste e Peter, mudou-se para o Anexo Secreto. No dia 16 de Novembro, Fritz Pfeffer chegou ao esconderijo como o oitavo clandestino.

Durante dois anos os moradores do Anexo Secreto fizeram parte de uma grande família, morando num confinado espaço e vivendo sob o constante medo de serem descobertos pelos nazis e pelos seus simpatizantes. Foi durante este período que Anne Frank escreveu o seu famoso diário.

A 4 de Agosto de 1944 o Anexo Secreto foi invadido de surpresa pela polícia nazi e os moradores foram presos.


Depois de presos, os oito moradores do Anexo Secreto foram levados para uma prisão em Amesterdão e no dia 8 de Agosto foram transferidos para Westerbork, um campo de triagem para judeus no norte da Holanda. A 3 de Setembro de 1944 foram todos deportados para Auschwitz (Polónia), onde chegaram no dia 6 de Setembro de 1944. À chegada ao campo de concentração de Auschwitz, Anne Frank e os outros sete residentes do Anexo foram poupados à morte nas câmaras de gás.


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A família Frank

Otto Heinrich Frank, pai de Anne Frank, foi o único dos oito moradores do Anexo a sobreviver, sendo libertado de Auschwitz pelo Exército Vermelho no dia 27 de Janeiro de 1945. Otto Frank morreu em Basileia, Suiça, no dia 19 de Agosto de 1980 com 91 anos.




Edith Hollander Frank, mãe de Anne Frank, morreu com 44 anos na enfermaria de Auschwitz-Birkenau, no dia 6 de Janeiro de 1945.






Margot Frank, a irmã mais velha de Anne Frank, foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com Anne Frank e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen, campo de concentração perto de Hannover (Alemanha), onde morreu com 18 anos, possivelmente no final de Fevereiro de 1945, vítima da epidemia de tifo que matou milhares de prisioneiros no local. O seu corpo foi provavelmente enterrado nas valas comuns de Bergen Belsen.


Anne Frank foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com a irmã e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen onde morreu com 16 anos, possivelmente no final de Fevereiro ou início de Março de 1945, vítima de tifo. Provavelmente o seu corpo também foi enterrado nas valas comuns do campo que foi libertado por tropas inglesas a 12 de Abril de 1945.




A família van Pels

Hermann van Pels morreu nas câmaras de gás de Auschwitz, de acordo com o único testemunho de Otto Frank, em Outubro ou Novembro de 1944, com 55 anos. Pouco depois as câmaras de gás foram desactivadas.






Auguste van Pels, esposa de Hermann van Pels, foi transferida de Auschwitz com Anne e Margot, por volta de 28 de Outubro de 1944, para Bergen Belsen. Em Fevereiro de 1945 foi transferida para Buchenwald, depois foi transferida para Theresienstadt em 9 de Abril de 1945, e aparentemente foi transferida para outro campo de concentração depois disso. É certo que não sobreviveu (???), mas não se sabe a data de sua morte.



Peter van Pels, filho dos Pels, foi forçado a participar da marcha da morte de Auschwitz a 16 de Janeiro de 1945 até ao campo de concentração de Mauthausen, Áustria, onde, segundo a Cruz Vermelha, morreu no dia 5 de Maio de 1945, com 18 anos, três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.





Fritz Pfeffer

Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e novamente transferido paro o campo de concentração de Neuengamme, onde morreu no dia 20 de Dezembro de 1944, com 55 anos, com uma inflamação nos intestinos.







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Em suma

Dos oito prisioneiros judeus, principais personagens do diário de Anne Frank, apenas três permaneceram em Auschwitz com sortes diferentes:

1 - Hermann Pels foi «gaseado» em Auschwitz segundo o «único testemunho» de Otto Frank (o pai de Anne Frank).

2 - Edith Frank, mãe de Anne Frank, morreu na enfermaria de Auschwitz.

3 - Otto Frank, pai de Anne Frank, sobreviveu a Auschwitz, sendo libertado pelo Exército Vermelho.


Os outros cinco elementos foram todos transferidos, alguns por diversas vezes:

4 e 5 - As irmãs Margot e Anne Frank foram transferidas de Auschwitz para o campo de concentração de Bergen Belsen, onde morreram de tifo.

6 - Peter Pels foi transferido de Auschwitz para Mauthausen onde morreu três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.

7 - Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e depois para Neuengamme, onde morreu com uma inflamação nos intestinos.

8 - Auguste Pels foi transferida de Auschwitz para Bergen Belsen, depois para Buchenwald, depois para Theresienstadt, e aparentemente para outro campo de concentração depois disso. Pensa-se que não terá sobrevivido.


Questão

Se o objectivo dos nazis era exterminar judeus, como se explica que deste grupo de oito judeus que se encontrava em Auschwitz, o local de extermínio nazi por excelência, apenas um tenha sido «gaseado», de acordo com o «único testemunho» de Otto Frank? E porque andaram os outros a saltar de campo em campo (tendo a senhora Auguste Pels passado por cinco campos de extermínio diferentes)?

terça-feira, maio 07, 2013

Anne Frank - um exemplo da incompreensível rotação dos prisioneiros judeus pelos diversos campos de extermínio nazis







A história de Anne Frank começa na Alemanha dos anos 20. Os seus pais, Otto Frank e Edith Holländer casaram-se numa sinagoga no dia 12 de Maio de 1925. Nove meses depois, no dia 16 de Fevereiro de 1926, a primeira filha do casal, Margot, nasceu em Frankfurt am Main. No dia 12 de Junho de 1929, nasceu Annelise Frank (Anne Frank).


Em 1933, com a subida ao poder de Adolf Hitler, a família Frank decidiu mudar-se para a relativamente segura Amesterdão, na Holanda. Para tanto, no verão desse ano, Edith, Margot e Anne Frank foram morar com a avó materna Holländer, em Aachen, enquanto o pai, Otto Frank, partiu para Amsterdão para organizar as coisas. No dia 5 de dezembro de 1933, Edith e Margot, a mãe e a irmã de Anne Fraank, mudaram-se para Amesterdão. Em Fevereiro de 1934, Anne Frank juntou-se aos pais em Amesterdão.

No verão de 1937, a família Van Pels trocou Osnabrück na Alemanha, por Amesterdão. No dia 1 de Junho de 1938, Otto Frank em parceria com Hermann van Pels inaugurou a Pectacon B.V., especializada na produção de ervas utilizadas no tempero de carne. No dia 8 de Dezembro do mesmo ano, Fritz Pfeffer trocou a Alemanha pela Holanda. Em Março de 1939, a situação dos judeus na Alemanha começou a ficar intolerável.

Mesmo com muitos membros do Partido Nazi presentes no seu território, a Holanda tratava muito bem os seus refugiados judeus e os Frank sentiram-se seguros juntamente com seus vizinhos judeus.

No dia 5 de Julho de 1942, Edith Frank recebeu um documento registrado convocando Margot Frank para ir para o campo de trabalhos forçados de Westerbork, na Alemanha.

Diante de tal facto, Otto Frank, o pai de Anne Frank, decidiu antecipar a ida da família para o esconderijo localizado em Prinsengracht, 263 (local onde funcionava seu escritório e que desde o ano anterior estava sendo preparado para se tornar esconderijo da família caso fosse necessário).

A 13 de Julho de 1942, a família Van Pels, Hermann, Auguste e Peter, mudou-se para o Anexo Secreto. No dia 16 de Novembro, Fritz Pfeffer chegou ao esconderijo como o oitavo clandestino.

Durante dois anos os moradores do Anexo Secreto fizeram parte de uma grande família, morando num confinado espaço e vivendo sob o constante medo de serem descobertos pelos nazis e pelos seus simpatizantes. Foi durante este período que Anne Frank escreveu o seu famoso diário.

A 4 de Agosto de 1944 o Anexo Secreto foi invadido de surpresa pela polícia nazi e os moradores foram presos.


Depois de presos, os oito moradores do Anexo Secreto foram levados para uma prisão em Amesterdão e no dia 8 de Agosto foram transferidos para Westerbork, um campo de triagem para judeus no norte da Holanda. A 3 de Setembro de 1944 foram todos deportados para Auschwitz (Polónia), onde chegaram no dia 6 de Setembro de 1944. À chegada ao campo de concentração de Auschwitz, Anne Frank e os outros sete residentes do Anexo foram poupados à morte nas câmaras de gás.


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A família Frank


Otto Heinrich Frank, pai de Anne Frank, foi o único dos oito moradores do Anexo a sobreviver, sendo libertado de Auschwitz pelo Exército Vermelho no dia 27 de Janeiro de 1945. Otto Frank morreu em Basileia, Suiça, no dia 19 de Agosto de 1980 com 91 anos.







Edith Hollander Frank, mãe de Anne Frank, morreu com 44 anos na enfermaria de Auschwitz-Birkenau, no dia 6 de Janeiro de 1945, vítima de inanição.





Margot Frank, a irmã mais velha de Anne Frank, foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com Anne Frank e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen, campo de concentração perto de Hannover (Alemanha), onde morreu com 18 anos, possivelmente no final de Fevereiro de 1945, vítima da epidemia de tifo que matou milhares de prisioneiros no local. O seu corpo foi provavelmente enterrado nas valas comuns de Bergen Belsen.



Anne Frank foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com a irmã e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen onde morreu com 16 anos, possivelmente no final de Fevereiro ou início de Março de 1945, vítima de tifo. Provavelmente o seu corpo também foi enterrado nas valas comuns do campo que foi libertado por tropas inglesas a 12 de Abril de 1945.




A família van Pels



Hermann van Pels morreu nas câmaras de gás de Auschwitz, de acordo com o único testemunho de Otto Frank, Hermann, em Outubro ou Novembro de 1944, com 55 anos. Pouco depois as câmaras de gás foram desactivadas.






Auguste van Pels, esposa de Hermann van Pels, foi transferida de Auschwitz com Anne e Margot, por volta de 28 de Outubro de 1944, para Bergen Belsen. Em Fevereiro de 1945 foi transferida para Buchenwald, depois foi transferida para Theresienstadt em 9 de Abril de 1945, e aparentemente foi transferida para outro campo de concentração depois disso. É certo que não sobreviveu, mas não se sabe a data de sua morte.





Peter van Pels, filho dos Pels, foi forçado a participar da marcha da morte de Auschwitz a 16 de Janeiro de 1945 até ao campo de concentração de Mauthausen, Áustria, onde, segundo a Cruz Vermelha, morreu no dia 5 de Maio de 1945, com 18 anos, três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.





Fritz Pfeffer


Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e novamente transferido paro o campo de concentração de Neuengamme, onde morreu no dia 20 de Dezembro de 1944, com 55 anos, com uma inflamação nos intestinos.







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Em suma

Dos oito prisioneiros judeus, principais personagens do diário de Anne Frank, apenas três permaneceram em Auschwitz com sortes diferentes:

1 - Hermann Pels foi «gaseado» em Auschwitz segundo o «único testemunho» de Otto Frank (o pai de Anne Frank).

2 - Edith Frank, mãe de Anne Frank, morreu na enfermaria de Auschwitz vítima de inanição.

3 - Otto Frank, pai de Anne Frank, sobreviveu a Auschwitz, sendo libertado pelo Exército Vermelho.


Os outros cinco elementos foram todos transferidos, alguns por diversas vezes:

4 e 5 - As irmãs Margot e Anne Frank foram transferidas de Auschwitz para o campo de concentração de Bergen Belsen, onde morreram de tifo.

6 - Peter Pels foi transferido de Auschwitz para Mauthausen onde morreu três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.

7 - Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e depois para Neuengamme, onde morreu com uma inflamação nos intestinos.

8 - Auguste Pels foi transferida de Auschwitz para Bergen Belsen, depois para Buchenwald, depois para Theresienstadt, e aparentemente para outro campo de concentração depois disso. Pensa-se que não terá sobrevivido.


Questão

Se o objectivo dos nazis era exterminar judeus, como se explica que deste grupo de oito judeus que se encontrava em Auschwitz, o local de extermínio nazi por excelência, apenas um tenha sido «gaseado», de acordo com o «único testemunho» de Otto Frank? E porque andaram os outros a saltar de campo em campo (tendo a senhora Auguste Pels passado por cinco campos de extermínio diferentes)?

domingo, dezembro 04, 2011

Anne Frank - um exemplo da incompreensível rotação dos prisioneiros judeus pelos diversos campos de extermínio nazis

A história de Anne Frank começa na Alemanha dos anos 20. Os seus pais, Otto Frank e Edith Holländer casaram-se numa sinagoga no dia 12 de Maio de 1925. Nove meses depois, no dia 16 de Fevereiro de 1926, a primeira filha do casal, Margot, nasceu em Frankfurt am Main. No dia 12 de Junho de 1929, nasceu Annelise Frank (Anne Frank).

Em 1933, com a subida ao poder de Adolf Hitler, a família Frank decidiu mudar-se para a relativamente segura Amesterdão, na Holanda. Para tanto, no verão desse ano, Edith, Margot e Anne Frank foram morar com a avó materna Holländer, em Aachen, enquanto o pai, Otto Frank, partiu para Amsterdão para organizar as coisas. No dia 5 de dezembro de 1933, Edith e Margot, a mãe e a irmã de Anne Fraank, mudaram-se para Amesterdão. Em Fevereiro de 1934, Anne Frank juntou-se aos pais em Amesterdão.

No verão de 1937, a família Van Pels trocou Osnabrück na Alemanha, por Amesterdão. No dia 1 de Junho de 1938, Otto Frank em parceria com Hermann van Pels inaugurou a Pectacon B.V., especializada na produção de ervas utilizadas no tempero de carne. No dia 8 de Dezembro do mesmo ano, Fritz Pfeffer trocou a Alemanha pela Holanda. Em Março de 1939, a situação dos judeus na Alemanha começou a ficar intolerável.

Mesmo com muitos membros do Partido Nazi presentes no seu território, a Holanda tratava muito bem os seus refugiados judeus e os Frank sentiram-se seguros juntamente com seus vizinhos judeus.

No dia 5 de Julho de 1942, Edith Frank recebeu um documento registrado convocando Margot Frank para ir para o campo de trabalhos forçados de Westerbork, na Alemanha.

Diante de tal facto, Otto Frank, o pai de Anne Frank, decidiu antecipar a ida da família para o esconderijo localizado em Prinsengracht, 263 (local onde funcionava seu escritório e que desde o ano anterior estava sendo preparado para se tornar esconderijo da família caso fosse necessário).

A 13 de Julho de 1942, a família Van Pels, Hermann, Auguste e Peter, mudou-se para o Anexo Secreto. No dia 16 de Novembro, Fritz Pfeffer chegou ao esconderijo como o oitavo clandestino.

Durante dois anos os moradores do Anexo Secreto fizeram parte de uma grande família, morando num confinado espaço e vivendo sob o constante medo de serem descobertos pelos nazis e pelos seus simpatizantes. Foi durante este período que Anne Frank escreveu o seu famoso diário.

A 4 de Agosto de 1944 o Anexo Secreto foi invadido de surpresa pela polícia nazi e os moradores foram presos.


Depois de presos, os oito moradores do Anexo Secreto foram levados para uma prisão em Amesterdão e no dia 8 de Agosto foram transferidos para Westerbork, um campo de triagem para judeus no norte da Holanda. A 3 de Setembro de 1944 foram todos deportados para Auschwitz (Polónia), onde chegaram no dia 6 de Setembro de 1944. À chegada ao campo de concentração de Auschwitz, Anne Frank e os outros sete residentes do Anexo foram poupados à morte nas câmaras de gás.


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A família Frank


Otto Heinrich Frank, pai de Anne Frank, foi o único dos oito moradores do Anexo a sobreviver, sendo libertado de Auschwitz pelo Exército Vermelho no dia 27 de Janeiro de 1945. Otto Frank morreu em Basileia, Suiça, no dia 19 de Agosto de 1980 com 91 anos.





Edith Hollander Frank, mãe de Anne Frank, morreu com 44 anos na enfermaria de Auschwitz-Birkenau, no dia 6 de Janeiro de 1945, vítima de inanição.



Margot Frank, a irmã mais velha de Anne Frank, foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com Anne Frank e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen, campo de concentração perto de Hannover (Alemanha), onde morreu com 18 anos, possivelmente no final de Fevereiro de 1945, vítima da epidemia de tifo que matou milhares de prisioneiros no local. O seu corpo foi provavelmente enterrado nas valas comuns de Bergen Belsen.

Anne Frank foi transferida, por volta de 28 de Outubro de 1944, com a irmã e Auguste van Pels de Auschwitz para Bergen Belsen onde morreu com 16 anos, possivelmente no final de Fevereiro ou início de Março de 1945, vítima de tifo. Provavelmente o seu corpo também foi enterrado nas valas comuns do campo que foi libertado por tropas inglesas a 12 de Abril de 1945.



A família van Pels



Hermann van Pels morreu nas câmaras de gás de Auschwitz, de acordo com o único testemunho de Otto Frank, Hermann, em Outubro ou Novembro de 1944, com 55 anos. Pouco depois as câmaras de gás foram desactivadas.




Auguste van Pels, esposa de Hermann van Pels, foi transferida de Auschwitz com Anne e Margot, por volta de 28 de Outubro de 1944, para Bergen Belsen. Em Fevereiro de 1945 foi transferida para Buchenwald, depois foi transferida para Theresienstadt em 9 de Abril de 1945, e aparentemente foi transferida para outro campo de concentração depois disso. É certo que não sobreviveu, mas não se sabe a data de sua morte.


Peter van Pels, filho dos Pels, foi forçado a participar da marcha da morte de Auschwitz a 16 de Janeiro de 1945 até ao campo de concentração de Mauthausen, Áustria, onde, segundo a Cruz Vermelha, morreu no dia 5 de Maio de 1945, com 18 anos, três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.




Fritz Pfeffer


Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e novamente transferido paro o campo de concentração de Neuengamme, onde morreu no dia 20 de Dezembro de 1944, com 55 anos, com uma inflamação nos intestinos.




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Em suma

Dos oito prisioneiros judeus, principais personagens do diário de Anne Frank, apenas três permaneceram em Auschwitz com sortes diferentes:

1 - Hermann Pels foi «gaseado» em Auschwitz segundo o «único testemunho» de Otto Frank (o pai de Anne Frank).

2 - Edith Frank, mãe de Anne Frank, morreu na enfermaria de Auschwitz vítima de inanição.

3 - Otto Frank, pai de Anne Frank, sobreviveu a Auschwitz, sendo libertado pelo Exército Vermelho.


Os outros cinco elementos foram todos transferidos, alguns por diversas vezes:

4 e 5 - As irmãs Margot e Anne Frank foram transferidas de Auschwitz para o campo de concentração de Bergen Belsen, onde morreram de tifo.

6 - Peter Pels foi transferido de Auschwitz para Mauthausen onde morreu três dias antes do campo ser libertado pelas tropas americanas.

7 - Fritz Pfeffer foi transferido de Auschwitz para Sachesenhausen e depois para Neuengamme, onde morreu com uma inflamação nos intestinos.

8 - Auguste Pels foi transferida de Auschwitz para Bergen Belsen, depois para Buchenwald, depois para Theresienstadt, e aparentemente para outro campo de concentração depois disso. Pensa-se que não terá sobrevivido.


Questão

Se o objectivo dos nazis era exterminar judeus, como se explica que deste grupo de oito judeus que se encontrava em Auschwitz, o local de extermínio nazi por excelência, apenas um tenha sido «gaseado», de acordo com o «único testemunho» de Otto Frank? E porque andaram os outros a saltar de campo em campo (tendo a senhora Auguste Pels passado por cinco campos de extermínio diferentes)?
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quinta-feira, setembro 03, 2009

Bergen-Belsen - Um campo de convalescença nazi para judeus demasiado doentes para trabalhar



Texto no site judaico-americano - Jewish Virtual Library:



[Tradução minha]

Bergen-Belsen foi um campo de concentração perto de Hanôver no noroeste da Alemanha, localizado entre as vilas de Bergen e Belsen. Construído em 1940, era um campo para prisioneiros de guerra para prisioneiros Franceses e Belgas. Em 1941, foi renomeado Stalag 311 e recebeu 20 mil prisioneiros russos.

O campo mudou de nome para Bergen-Belsen e foi convertido num campo de concentração em 1943. Os Judeus com passaporte estrangeiro eram ali detidos para serem trocados por nacionais alemães presos fora do país, embora poucas trocas tenham sido feitas. A cerca de 200 Judeus foi permitido emigrar para a Palestina e a cerca de 1.500 Judeus húngaros foi permitido emigrar para a Suíça, tendo ambas as migrações sido feitas sob o plano de troca por nacionais alemães.

Bergen-Belsen serviu principalmente como campo de detenção para prisioneiros Judeus. (...) [Bergen-Belsen] Foi concebido para albergar 10 mil prisioneiros, mas, no final da guerra, estavam lá detidos mais de 60 mil prisioneiros, devido ao grande número de prisioneiros evacuados de Auschwitz e de outros campos do Leste. Dezenas de milhar de prisioneiros de outros campos vieram para Bergen-Belsen após cruéis marchas da morte.

As condições no campo [de Bergen-Belsen] eram boas atendendo aos padrões dos campos de concentração e a maioria dos prisioneiros não era sujeita a trabalhos forçados. Porém, no começo da primavera de 1944 a situação deteriorou-se rapidamente. Em Março, Belsen foi renomeado um Ehrholungslager [Campo de Convalescença], para onde eram trazidos prisioneiros de outros campos de concentração, demasiado doentes para trabalhar, embora nenhum recebesse tratamento médico.


Mulheres sobreviventes em Bergen-Belsen, a 28 de Abril de 1945
(United States Holocaust Memorial Museum Photo Archives)



À medida que o Exército alemão retirava em face do avanço Aliado, os campos de concentração foram evacuados e os prisioneiros enviados para Belsen. As instalações do campo não podiam acomodar a súbita afluência de milhares de prisioneiros e os serviços - comida, água e os serviços sanitários – desmoronaram-se, levando à eclosão de doenças. Anne Frank e a irmã, Margot, morreram de tifo em Março de 1945, assim como outros prisioneiros numa epidemia de tifo.


Anne Frank e a sua irmã Margot Frank, evacuadas de Auschwitz,
morreram de tifo em Bergen-Belsen



Conquanto Bergen-Belsen não tivesse câmara de gás, mais de 35.000 pessoas morreram de fome, excesso de trabalho, doença, brutalidade e experiências médias sádicas. Em Abril de 1945, mais de 60 mil prisioneiros estavam encarcerados em Belsen, em dois campos separados por três quilómetros. O Campo nº 2 foi aberto apenas umas semanas antes sob a forma de um hospital militar e barracas.

Membros do 63º Regimento Anti-Tanque da Artilharia Real Britânica libertaram Belsen em Abril de 1945, e prenderam o seu comandante, Josef Kramer. A operação de socorro que se seguiu foi dirigida pelo Brigadeiro H. L. Glyn-Hughes, Vice-Director dos Serviços Médicos do Segundo Exército.

Quando o campo principal foi libertado pelos aliados, o evento recebeu uma enorme cobertura mediática e o mundo viu os horrores do Holocausto. Sessenta mil prisioneiros estavam presentes na altura da libertação. Depois disso [da libertação], 500 pessoas morriam diariamente de fome e tifo, chegando quase aos 14 mil mortos. Valas comuns foram escavadas para receber milhar de corpos daqueles que pereceram.


Corpos definhados eram atirados para valas comuns em Bergen-Belsen


Entre 18 de Abril e 28 de Abril, os mortos foram enterrados. A princípio, os guardas SS foram obrigados a apanhar e enterrar os corpos, mas por fim, os Britânicos tiveram de recorrer a bulldozers para empurrar os milhares de corpos para as valas comuns. A evacuação do campo começou a 21 de Abril. Depois de terem sido desparasitados, os prisioneiros foram transferidos para o Campo nº 2, que fora convertido temporariamente num hospital e num campo de reabilitação. À medida que cada barraca era evacuada, era queimada para combater a propagação do tifo. A 19 de Maio, a evacuação estava terminada e dois dias mais tarde a queima cerimonial das últimas barracas representaram o fim do primeiro estágio das operações de socorro. Em Julho, 6 mil ex-prisioneiros foram levados pela Cruz Vermelha para a Suécia para convalescença, enquanto os restantes ficaram no campo recém-edificado Displaced Person (DP) [pessoas deslocadas] à espera de repatriação ou emigração.


Queima das barracas infectadas com tifo em Bergen-Belsen
(United States Holocaust Memorial Museum Photo Archives)


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Em suma e de acordo com o texto do Jewish Virtual Library:

1 - As condições no campo de Bergen-Belsen eram boas atendendo aos padrões dos campos de concentração e a maioria dos prisioneiros não era sujeita a trabalhos forçados.

2 - Em Março de 1944, Bergen-Belsen foi renomeado um Campo de Convalescença, para onde eram trazidos prisioneiros de outros campos de concentração, demasiado doentes para trabalhar.

3 - Bergen-Belsen foi concebido para albergar 10 mil prisioneiros, mas, no final da guerra, estavam lá detidos mais de 60 mil prisioneiros, devido ao grande número de prisioneiros evacuados de Auschwitz e de outros campos do Leste.

4 - Em face do avanço Aliado, os campos de concentração foram evacuados e os prisioneiros enviados para Bergen-Belsen. As instalações do campo não podiam acomodar a súbita afluência de milhares de prisioneiros e os serviços - comida, água e os serviços sanitários – desmoronaram-se, levando à eclosão de doenças.

5 - Sessenta mil prisioneiros estavam vivos na altura da libertação. Depois da libertação, 500 prisioneiros morriam diariamente de fome e de tifo, chegando quase aos 14 mil mortos.

Ou seja, quase 30% de todas as mortes de prisioneiros acontecidas em Bergen-Belsen (de um total de 50.000), aconteceram depois da libertação do campo pelos Aliados.


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Clicar nas imagens para ampliar o texto no site judaico-americano
Jewish Virtual Library: