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segunda-feira, maio 02, 2016

Edward Alexander: a singularidade do Holocausto é um "capital moral" e os judeus devem "exigir soberania" sobre esta "valiosa propriedade"...




Malleus Holoficarum - Antonio Caleari - 2011 (págs 150-151)

Em essência, cada identidade foi formada numa história particular de opressão; os judeus, em concordância, inserem sua própria identidade étnica no Holocausto. Apesar disso, entre os grupos que denunciam a sua vitimização, incluindo negros, latinos, índios americanos, mulheres, gays e lésbicas, só os judeus não estão em desvantagem na sociedade americana.

De facto, a política de identidade e O Holocausto tiveram lugar entre os judeus americanos não pelo status de vítima, mas por eles não serem vítimas. [...] Uma infinidade de recursos públicos e privados tem sido investida para manter a memória do genocídio nazi. A maioria do que foi produzido não presta, não passa de um tributo ao engrandecimento judeu e não ao seu sofrimento.

[...] No rastro dos pavorosos ataques de Israel contra o Líbano em 1996, que culminou no massacre de mais de uma centena de civis em Qana, o colunista do Haaretz, Ari Sahvit, observou que Israel podia agir com impunidade porque "nós temos a Anti-Defamation League (...) o Yad. Vashem e o Museu do Holocausto". [...] Tomando os judeus irrepreensíveis, o dogma do Holocausto deixa Israel e a colónia judaica americana imune a censuras legítimas. [...]


Bombardeamento do Líbano por Israel


As pretensões de singularidade do Holocausto são intelectualmente pobres e moralmente desacreditadas, embora persistentes. A questão é: porquê, em primeiro lugar, um sofrimento único confere um direito único? O carácter de mal único do Holocausto, segundo Jacob Neusner, não só separa os judeus dos outros, como também dá aos judeus um "direito sobre todos esses outros". Para Edward Alexander, a singularidade do Holocausto é um "capital moral"; os judeus precisam "exigir soberania" sobre esta "valiosa propriedade".

De facto, o carácter único do Holocausto — esta "reivindicação" sobre outras, este "capital moral" serve como álibi privilegiado a Israel. "A singularidade do sofrimento judaico", sugere o historiador Peter Baldwin, "soma-se às demais reivindicações que Israel pode fazer (...) sobre outras nações." Portanto, de acordo com Nathan Glazer, O Holocausto, que se volta para a "peculiar distinção dos judeus", dá-lhes "o direito de se considerarem especialmente ameaçados e especialmente merecedores de todos os esforços necessários à sua sobrevivência". [...] ele tem sido usado para justificar políticas criminosas do Estado de Israel e o apoio americano a tais políticas. [...]


Não há melhor negócio que o negócio do holocausto