quinta-feira, janeiro 26, 2012

Hitler ter-se-á suicidado no seu bunker em Berlim ou fugido no fim da II Guerra Mundial?

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Sem legendas em português (locução em inglês)



Segundo os registos oficiais, Adolf Hitler suicidou-se no seu bunker subterrâneo enquanto as tropas aliadas atacavam Berlim no fim da Segunda Guerra Mundial. Mas ninguém o viu efectivamente morrer. Nenhum corpo foi apresentado. Nenhumas fotografias foram tiradas. Alguns acreditam que Hitler conseguiu escapar.

Então, nos anos noventa os russos revelaram provas secretas recolhidas do bunker de Hitler décadas antes que afirmam provar que ele terá morrido ali. Entre as provas está uma parte de um crânio. Investigadores tiveram acesso a esta prova e os resultados foram surpreendentes.



Comentário

Se Hitler fugiu, tão tarde, não o teria podido fazer sem o apoio explícito dos Aliados - soviéticos, americanos ou ambos.
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segunda-feira, janeiro 23, 2012

“O Estado-mercadoria e o fim da democracia”, onde se denuncia a dominação absoluta dos especuladores internacionais (leia-se o monopólio bancário) sobre o poder democrático

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DESVARIOS




"Eis o resultado da situação a que chegamos: «lixo»". A afirmação é do professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Mário Vieira de Carvalho, em artigo publicado no Público (18/4/2011) com o sugestivo título "O Estado-mercadoria e o fim da democracia", onde denuncia a dominação absoluta dos especuladores internacionais sobre o poder democrático, na pretensão de substituir a política pela economia, escondendo, de facto, uma agenda política que ultrapassa em muito a racionalidade económico-financeira proclamada. "São milhões de pessoas, Estados inteiros oferecidos em holocausto à gula do capitalismo de casino" diz o professor, para quem a subversão da democracia e do seu caráter profundamente plebiscitário é assim explicada: "Nunca a ideologia de dominação foi tão sofisticada. Já não lhe basta «assegurar» o sentido do voto. Pretende também torná-lo obsoleto." Trata-se, portanto, de um grave risco para o sistema democrático que está na base da nossa vida colectiva.

"Lixo" é a designação com que as agências de rating mimoseiam os países que falham em cumprir as exigências da sua (e dos organismos institucionais que lhes dão a devida cobertura) gula desmedida. Entidades predadoras das riquezas nacionais e de toda e qualquer ideia de coesão social, para quem a ética rima com ambição desmedida custe a quem custar, estes especuladores financeiros emparceiram com governos voluntariamente reféns desta descarada chantagem. Só assim se pode compreender, por exemplo, a conversão da dívida de bancos privados em dívida pública (veja-se, entre nós, o caso do escandaloso resgate financeiro do BPN) ou da viabilização de interesses megalómanos nas tristemente célebres Parcerias Público-Privadas. Trata-se, portanto, de um grave risco para o contrato social que esteve na origem das sociedades modernas e de uma ameaça direta aos direitos mais básicos da população.

O negócio da notação financeira é extremamente lucrativo. As receitas das duas maiores empresas do ramo, as norte-americanas Moody’s Corporation e a Standard & Poor’s (S&P) – curiosa designação: mediania e pobreza! – amealharam mais de 8 mil milhões de dólares (5570 milhões de euros) em receitas no ano de 2009 – um ano após o despoletar da crise mundial do subprime – tendo tido um incremento de lucros de cerca de 30% no primeiro caso e 20% no segundo, relativamente ao ano transato (novo aumento de lucros respectivamente de 10% e 13% ocorreu em 2010), aumentos alimentados pela dívida crescente dos países rotulados. Os governos destes países, apostados em resgatar a qualquer preço o setor privado e conseguir a liquidez necessária, emitiram montantes cada vez mais elevados de dívida pública e caíram no âmbito de atuação da notação financeira. Estas agências nada produziram, mas certamente muito destruíram, amealhando enormes quantidades de riqueza e movimentando verbas astronómicas. Com efeito, o retorno financeiro dos prestamistas – erradamente designados por investidores – que recorrem aos cálculos destas empresas nada tem a ver com qualquer atividade produtiva, mas com a compra, a juros proibitivos e mercê de todo o tipo de benefícios, das dívidas soberanas dos diversos países em dificuldades. Simples agiotagem, portanto.

Embora estas empresas tenham sido alvo de inúmeros processos criminais ligados à emissão de notações de risco enganadoras ou à classificação em alta de ativos tóxicos (com o conveniente compadrio das instituições bancárias nacionais e internacionais) e mesmo por violação de leis estaduais norte-americanas, mantêm uma valorização das suas ações na Bolsa nova-iorquina inversamente proporcional à enorme tragédia social que têm vindo a provocar. Foi assim, de resto, que se fez a propaganda desenfreada de fundos financeiros de risco (hedge funds) baseados nas hipotecas subprime que estiveram na origem da bolha imobiliária dos inícios do século XXI, com as dramáticas consequências conhecidas. Em 2006, nas vésperas da crise ser detonada (agosto de 2007), 80% dos títulos de subprime receberam a nota máxima (AAA) equivalente ao rating das obrigações do Tesouro dos EUA (nessa altura, 40% das receitas anuais da Moody’s, S&P e Fitch já provinham da notação financeira dos produtos subprime). Quando faliram, os gigantes americanos do mercado de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, a maior companhia de energia estadounidense Enron ou o conglomerado segurador AIG, apresentavam igualmente os ratings mais elevados. O Banco de Investimentos Lehman Brothers, o 4º maior dos EUA, quando em setembro de 2008 já estava com dificuldades em saldar as suas dívidas, foi classificado pela Fitch e a S&P com AA (Público, 26/6/2011). Agindo sem rigor, nem transparência, divulgando informação fraudulenta, depreciando concorrentes e favorecendo com classificações máximas aqueles que lhes solicitavam os respectivos serviços de consultadoria, fez-se, isso sim, a promoção da irresponsabilidade, da ganância e do aventureirismo, atitudes que dificilmente podem ser compagináveis com uma ética da responsabilidade tantas vezes invocada pelos dirigentes governamentais um pouco por todo o mundo. Com efeito, haverá algo de mais totalmente leviano do que a prossecução de políticas públicas conducentes às portas da bancarrota, como foi o caso de Portugal? Tal estado de coisas foi, aliás, feito com a complacência e cumplicidade despudorada das instâncias financeiras internacionais como o Banco Mundial ou, sobretudo, o FMI, que viu os seus próprios proventos aumentar graças aos empréstimos concedidos aos países europeus em crise – Irlanda, Grécia e agora Portugal –, tendo revisto em alta, em mais de 60%, os resultados operacionais para o ano de 2011 em relação a 2010. Trata-se, portanto, de um retorno direto aos pressupostos daquilo que foi designado por "capitalismo selvagem" que há 200 anos a esta parte fazia o esplendor da Inglaterra vitoriana, mas no presente a uma escala incomparavelmente alargada e proveitosa.

O que sobra de todos estes desvarios? A certeza de que, à medida que a crise se agrava, não só aqueles que a provocaram não são responsabilizados, como se converteram nos seus principais beneficiários.
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quarta-feira, janeiro 18, 2012

As maiores sociedades de advogados do país constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional

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Correio da Manhã - 10 Janeiro 2012

Texto de Paulo Morais, Professor Universitário


Poder & Associados

As grandes sociedades de advogados adquiriram uma dimensão e um poder tal que se transformaram em autênticos ministérios-sombra.

É dos seus escritórios que saem os políticos mais influentes e é no seu seio que se produz a legislação mais importante e de maior relevância económica.

Estas sociedades têm estado sobre-representadas em todos os governos e parlamentos.

São seus símbolos o ex-ministro barrosista Nuno Morais Sarmento, do PSD, sócio do mega escritório de José Miguel Júdice, ou a centrista e actual super-ministra Assunção Cristas, da sociedade Morais Leitão e Galvão Teles.

Aos quais se poderiam juntar ministros de governos socialistas como Vera Jardim ou Rui Pena.

Alguns adversários políticos aparentes são até sócios do mesmo escritório. Quando António Vitorino do PS e Paulo Rangel do PSD se confrontam num debate, fazem-no talvez depois de se terem reunido a tratar de negócios no escritório a que ambos pertencem.

Algumas destas poderosas firmas de advogados têm a incumbência de produzir a mais importante legislação nacional. São contratadas pelos diversos governos a troco de honorários milionários. Produzem diplomas que por norma padecem de três defeitos.

a) São imensas as regras, para que ninguém as perceba;

b) São muitas as excepções para beneficiar amigos;

c) E, finalmente, a legislação confere um ilimitado poder discricionário a quem a aplica, o que constitui fonte de toda a corrupção.

Como as leis são imperceptíveis, as sociedades de jurisconsultos que as produzem obtêm aqui também um filão interminável de rendimento.

Emitem pareceres para as mais diversas entidades a explicar os erros que eles próprios introduziram nas leis. E voltam a ganhar milhões. E, finalmente, conhecedoras de todo o processo, ainda podem ir aos grupos privados mais poderosos vender os métodos de ultrapassar a Lei, através dos alçapões que elas próprias introduziram na legislação.

As maiores sociedades de advogados do país, verdadeiras irmandades, constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional.



Comentário

Por aqui se vê como a teoria de Montesquieu da separação de poderes:

1) Poder Legislativo - com a função de elaborar leis;

2) Poder Executivo - com a tarefa de implementá-las e executá-las;

3) Poder Judicial - com a missão de julgar e decidir em função delas;

E que teria por objectivo contrabalançar o peso dessas entidades de forma a que nenhuma monopolizasse a soberania do Estado, se transformou num bacanal de favores, pornográfico e indiscriminado.

E assim, poderosas firmas de advogados, verdadeiras irmandades sobre-representadas em todos os governos e parlamentos, são contratadas pelos diversos governos para produzir a mais importante legislação nacional e cujos diplomas são imensos, confusos e imperceptíveis (para que ninguém os perceba), e discricionários, cheios de excepções e de alçapões (para facilitar e promover a corrupção).

Donde se conclui que, na prática, os famosos «três poderes independentes» não passam de um único polvo mafioso promíscuo com três braços. Tudo em alegre, democrática e lucrativa consonância.


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segunda-feira, janeiro 16, 2012

Uma velha de 70 anos (mas com alguma coisita de seu) defende a eliminação de idosos enfermos e sem cheta

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Manuela Ferreira Leite: «Alguém com setenta ou mais anos terá sempre direito a hemodiálise, se pagar


Excerto do Programa Contracorrente (35 segundos)





Durante o debate, a jornalista Ana Lourenço questionou o sociólogo António Barreto: "não acha abominável que se discuta se alguém com setenta anos tem direito a hemodiálise ou não?"

António Barreto moveu a cabeça dubitativo...

Manuela Ferreira Leite: Tem sempre direito, se pagar!

António Barreto: Abominável é sempre...

Manuela Ferreira Leite: Tem sempre direito, se pagar! O que não é possível é manter-se um Sistema Nacional de Saúde como o nosso, que é bom, gratuito para toda a gente. Para se manter isso, o Sistema Nacional de Saúde vai-se degradar em termos de qualidade de uma forma estrondosa. Então, nem para ricos, nem para pobres.

O socialista e antigo comissário europeu António Vitorino, que também estava no programa, reagiu dizendo: "A mim choca-me pessoalmente a frase da doutora Manuela Ferreira Leite, que é quem tem mais de 70 anos e quer fazer hemodiálise paga. Não era, de certeza absoluta, esta a frase que ela queria exactamente dizer, na medida em que não é possível dizer que as pessoas que precisam de fazer hemodiálise e que tenham dinheiro é que podem passar para além da meta de 70 anos. Não é possível definir a questão nesses termos porque estamos a tratar de um problema de direitos humanos".

A declaração de António Vitorino obrigou Manuela Ferreira Leite a reformular a sua intervenção, afirmando que "racionar significar sempre alguma coisa que não é para todos", mas que "racionamento não é exclusão" e que, por isso, apenas queria dizer que "uns têm [a hemodiálise] gratuitamente, outros não" – consoante a capacidade financeira.


Actualmente a hemodiálise é paga pelo Estado através daquilo a que se chama um "preço compreensivo", isto é, as instituições que prestam este tipo de cuidados recebem um valor global por semana e por doente, que abrange tanto o tratamento como os eventuais exames complementares de diagnóstico necessários. Os preços variam entre os 450 e os 470 euros por semana, o que significa que, por mês, o valor se aproxima dos 1900 euros. Em Portugal, cerca de 90% das unidades de tratamento são privadas. No país existem cerca de 14 mil pessoas que sofrem de doenças renais, das quais quase dez mil fazem diálise.

Posteriormente, em declarações à Antena 1, Carlos Silva, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, reagiu mostrando-se incrédulo com as declarações de Ferreira Leite. "Essa senhora não sabe o que está a dizer. Só se for a família dela que pode fazer isso", afirmou, lembrando que um doente sem este tratamento morre em poucos dias. E criticou a postura de Ferreira Leite, recordando que a social-democrata foi a mesma pessoa que sugeriu "que se podia suspender a democracia durante seis meses".


Comentário

Estou convencido que é desejo de muitas centenas de milhares de portugueses que essa social-democrata, de nome Manuela Ferreira Leite, venha, no curto prazo, a padecer de uma doença letal, dolorosa e prolongada, dessas em que a medicina, mesmo a tecnologicamente mais avançada e dispendiosa, se revele completamente incapaz de obviar um longo e dorido estertor final. Que a Manuela tenha a sua "ração" de sofrimento e desespero (não obstante a sua conta bancária), é da mais elementar justiça.
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quinta-feira, janeiro 05, 2012

O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro na SIC Notícias - "Nós não temos um combate à corrupção. Temos normas de branqueamento, que é uma coisa diferente..."

No I online de 9 Dezembro de 2011: «O PS vai propor alterações à lei do financiamento dos partidos e pretende reduzir as verbas destinadas às campanhas eleitorais. Os socialistas aproveitam para avançar com esta medida no âmbito do pacote “transparência e prevenção da corrupção” que apresentam hoje no parlamento.»

Sobre esta medida do PS, o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro, a quem nos anos mais próximos não deverá ser permitido voltar a pôr os pés numa televisão, explicou, de forma desassombrada, no programa «Opinião Pública» da SIC Notícias, como, em Portugal, as leis anticorrupção são feitas, não para combater a corrupção, mas para que não seja possível apanhar os corruptos...

Um vídeo que não aconselho ninguém a perder:



Palavras do fiscalista Tiago Caiado Guerreiro:

«Temos normas que tornam totalmente impossível apanhar um corrupto em Portugal. As normas são feitas exactamente para não ser possível apanhar as pessoas em situação de corrupção e não se conseguir provar em tribunal. Estes casos todos, que estão em tribunal, não vão dar em nada, porque a norma, mesmo que eles fossem filmados no acto de corrupção, seria difícil provar em tribunal com as normas que temos, quanto mais com advogados competentes (do lado dos corruptos).

Por outro lado, temos o Ministério Público que está organizado, e que sem culpa disso, para não conseguir investigar a corrupção, e também uma polícia judiciária que não tem meios para investigar a corrupção. Se juntarmos a isto, tribunais pouco treinados e normas que não funcionam, então isto é o paraíso dos corruptos. Aliás, todos nós conhecemos casos, ao longo do país todo, de fortunas inexplicáveis que continuam inexplicáveis e que apareceram de repente, após o exercício de cargos políticos ou em ligação com o Poder. Por isso,

… Agora, um conjunto enorme de medidas em vez de normas claras e transparentes sobre o que é que é a corrupção, e isto não é difícil de fazer, é copiar o que existe, por exemplo, nos cinco países menos corruptos do mundo, são normas que são muito transparentes, são normas que, ao contrário do que aqui está previsto, não se aplicam a toda a população portuguesa. Aplicam-se só a detentores de cargos políticos, por isso são muito mais focadas naqueles que têm o risco de praticar a corrupção e permite, por isso, um enfoque muito mais fácil da polícia judiciária, do ministério público, dos tribunais e dos outros órgãos de fiscalização.

… Todos nós sabemos que muita gente sai dos cargos públicos, políticos, e depois vai para a frente de grandes empresas e alguns deles criam grandes fortunas, quer dizer, tudo coisas que são inexplicáveis e inaceitáveis em sociedades civilizadas, excepto neste país, onde se pode bater sempre no contribuinte mas tratamos maravilhosamente bem os corruptos… Eu espero que isto não seja mais uma vez o que tem sido feito, que sempre que eles alteram as normas de corrupção, tornam-nas mais incompreensíveis e mais impossíveis de aplicar pelos tribunais e pela investigação.

Nós não temos um combate à corrupção. Temos normas de branqueamento, que é uma coisa diferente. Temos normas que permitem aos corruptos saírem de um julgamento todos praticamente ilibados... Há casos que eu acho terríveis. As parcerias público-privadas são de certeza casos de polícia e o BPN, são dois casos paradigmáticos em Portugal.»
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terça-feira, dezembro 27, 2011

E grão a grão… se desencadeia uma revolução

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Que as musas e as ninfas que têm vindo a inspirar os indómitos algarvios, possam incendiar, a breve prazo, o espírito de todas as gentes lusas...

É a quarta sabotagem na Via do Infante em 15 dias

As tochas e algarvios assinalados,
Que da austral Via do Infante,
Por actos nunca de antes praticados,
Passaram ainda além do relutante,
Em investidas e riscos esforçados,
Mais do que prometia o protestante,
E entre portagens iníquas ensaiaram,
A rebelião que tantos reclamaram;


A caixa de passagem de cabos de fibra óptica, que serve as portagens da Via Infante de Sagres entre Olhão e Tavira foi vandalizada esta manhã por desconhecidos, que cortaram os cabos de fibra ótica existentes no interior do alçapão. É a quarta sabotagem em 15 dias.

Trata-se do quarto incidente semelhante desde a introdução de portagens na autoestrada do Algarve, a 08 de dezembro.

O incidente ocorre 10 dias depois de uma outra caixa por onde passavam cabos fibra ótica ter sido vandalizada junto ao nó de Boliqueime.

Quatro dias antes, no dia 13, desconhecidos incendiaram e dispararam tiros de caçadeira contra o pórtico instalado entre Algoz e Guia, provocando ferimentos ligeiros a um funcionário da concessionária Euroscut.

Na madrugada do dia anterior, dia 12, um pórtico de cobrança de portagens junto ao nó de Boliqueime foi baleado e uma estrutura de apoio com meios informáticos foi incendiada naquele que constituiu o primeiro incidente do género.


E aqueles, que por arremetidas valerosas
Se vão das portagens libertando;
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terça-feira, dezembro 20, 2011

Quão alta é a fasquia de sacrifícios que a carneirada deste rectângulo está disposta a aceitar?

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O Primeiro-ministro necessita urgentemente de ideias arejadas


O Menu do Governo para hoje - 20.12.2011
Rumo ao empobrecimento nacional

1 - Governo vai apresentar até Março diploma que facilita despedimentos

O Governo vai até março submeter ao Parlamento um diploma que deverá possibilitar às empresas o despedimento individual do trabalhador por inadaptação e por não cumprimento dos objetivos acordados com o colaborador.
De acordo com a nova versão do memorando de entendimento, a que Lusa teve acesso, o despedimento passará a ser significativamente mais fácil, bastando que o trabalhador não cumpra os objetivos acordados com a empresa, não se adapte ao posto de trabalho ou exista um colaborador que a empresa considere mais bem colocado para o efeito.


2 - Redução de 380 milhões na Educação com racionalização da rede e pessoal

A redução de custos na Educação, com o objetivo de poupar 380 milhões de euros, racionalizando a rede escolar e criando agrupamentos, diminuindo ao mesmo tempo as necessidades de pessoal, estão nas metas do memorando revisto da "troika".


3 - Governo terá de poupar quase o dobro com a saúde em 2012

O Governo terá de poupar quase o dobro nos custos com o setor da saúde que o estipulado na primeira revisão do memorando de entendimento com a 'troika', passando assim de 550 para 1.000 milhões de euros.


Comentário

Em vez de emigrar (como sugerem os government boys), porque não esburacar certas cabeças apostadas em oferecer a riqueza nacional a meia dúzia de agiotas e conduzir o Povo à penúria?

Que faltará ainda para que a Fome e a Miséria se sobreponham ao Medo e à Bovinidade?
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segunda-feira, dezembro 19, 2011

Auschwitz - A Criação de um Mito

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Auschwitz


Juiz Wilhelm Stäglich
(11 Novembro 1916 – 5 Abril 2006)



Excerto inicial de «Auschwitz: a judge looks at the evidence»

«Auschwitz: um juiz examina as provas»



[Tradução minha]

Em todos os períodos da História, os homens sujeitaram-se a certas ilusões. A ilusão talvez mais difundida do nosso tempo é a de que as pessoas são agora mais profundamente, de forma mais abrangente, e, acima de tudo, mais rigorosamente informadas do que alguma vez foram. Na realidade, o que acontece parece ser exactamente o contrário.

A qualidade da informação disseminada pelos modernos meios de comunicação está na proporção inversa da sua quantidade. Esta observação geral também se aplica à veracidade de partes específicas de informação. Quem quer que já tenha lido uma reportagem sobre um acontecimento acerca do qual tenha conhecimento em primeira-mão poderá atestar que a descrição está em desacordo – às vezes de forma radical – com o que realmente aconteceu.

Este não é o lugar para examinar as muitas causas de tais distorções. De uma coisa não pode haver dúvidas: toda a "informação" relacionada com a política que aparece nos mass media hoje é projectada para servir um objectivo. A louvada "independência" dos meios de comunicação é pouco mais do que um tranquilizador caderno de banalidades. Todavia, de vez em quando, pontos de vista ostensivamente dissidentes surgem nos mass media, de forma a dar alguma substância às pretensões de "equilíbrio", que não alteram em nada o facto de que a clique que, em virtude da sua enorme riqueza, controla amplamente os meios de comunicação está principalmente interessada em manipular indivíduos e nações de forma a alcançar os seus objectivos. O objectivo supremo da propaganda é, tal como afirmou brilhantemente Emil Mair-Dorn, "conseguir que milhões de pessoas forjem entusiasticamente as grilhetas da sua própria servidão".


Número de corporações que controlam a maioria dos media norte-americanos

(jornais, revistas, estações de TV e rádio, livros música, filmes, vídeos, agências noticiosas e fotográficas)


Um dos mais deprimentes exemplos de um povo a forjar as suas próprias grilhetas pode ser observado na tenacidade quase fanática com que tantos alemães arrastam sentimentos de culpa que lhes foram inculcados sobre uma época durante a qual uma dura necessidade impeliu o povo alemão a procurar um caminho independente para o seu futuro. Muitas coisas contribuíram para o nosso complexo de culpa nacional, mas mais do que tudo o resto é o efeito da deliberada desinformação acerca do passado alemão.

Como resultado deste artificial e absolutamente infundado complexo de culpa, em momento algum desde a queda do Terceiro Reich foi o povo alemão capaz de prosseguir os seus próprios interesses políticos. Propaganda falsa de uma qualidade e raio de acção talvez único na História despojou insidiosamente – e portanto ainda mais eficientemente - o povo alemão da auto-confiança nacional necessária a uma tal política. Tal como um indivíduo não pode avançar sem uma medida saudável de auto-estima pessoal, também um povo sem um sentido de auto-estima pode manter a sua independência política. A longo prazo, esta propaganda política disfarçada de "historiografia" pode ter efectivamente um efeito letal numa nação.

Desempenhando um aspecto central neste complexo de culpa nacional está o Mito de Auschwitz. Durante a guerra, um número de campos de concentração foram estabelecidos próximo de Auschwitz, uma cidade industrial de cerca de 12.000 habitantes situada a cerca de 50 km a oeste de Cracóvia. Durante os anos 1960s, mas especialmente depois do denominado Julgamento de Auschwitz de 1963-1965, o nome desta cidade evoluiu para um sinónimo de "genocídio". Nos campos de concentração da região de Auschwitz – assim reza a história – milhões de judeus foram sistematicamente mortos sob as ordens da liderança do Terceiro Reich. Hoje, a palavra "Auschwitz" tem quase a força mítica das fábulas e lendas tradicionais, e é neste sentido, também, que a expressão "O Mito de Auschwitz" deve ser entendido. Na verdade, o Mito de Auschwitz tornou-se num dogma quase religioso. Não é tolerado nenhum cepticismo em relação a ele, nem muitas vezes expresso. Utilizando habilmente o Mito de Auschwitz para se representar a si próprio como a sacrossanta personificação da "Humanidade" – e o povo alemão como a personificação do mal absoluto – o judaísmo internacional exigiu direitos sobre um status privilegiado entre as nações.


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Excerto da entrevista de Nahum Goldmann ao jornal «Le Nouvel Observateur», de 25 de Outubro de 1976:

«Sem as indemnizações alemãs, que começaram a chegar durante os primeiros dez anos da existência como Estado, Israel não teria metade da sua infra-estrutura actual: todos os comboios de Israel são alemães, os barcos são alemães, assim com a electricidade, uma grande parte da indústria... já sem falar das pensões individuais destinadas aos sobreviventes. Hoje [1976], Israel recebe ainda, anualmente, centenas de milhões de dólares em moeda alemã».


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Da mesma forma, forças dentro da Alemanha, e fora dela, utilizaram o Mito de Auschwitz para evitar ou suprimir qualquer discussão objectiva sobre a era do Terceiro Reich. Sempre que os alemães mostram sinais de se desviar do que Golo Mann chamou "o desejável ponto de vista sociopedagógico da história" (das volkspädagogisch erwünschte Geschichtsbild), basta articular a palavra-chave "Auschwitz" para remover quaisquer dúvidas sobre a depravação básica do povo alemão. Não apenas a menção de "Auschwitz" trava qualquer discussão racional sobre o Terceiro Reich, como, para além de "Auschwitz", este símbolo do mal absoluto, tudo o mais se torna inconsequente; pode também ser usado para lançar uma sombra sobre qualquer outro aspecto do passado alemão. Desde que o Mito de Auschwitz mantenha o seu terrível poder, a recuperação da nossa auto-estima nacional é virtualmente impossível.


Origens do Mito de Auschwitz

Quando se investiga a evolução da lenda do extermínio, é realmente difícil compreender como é que o Mito de Auschwitz veio a ocupar um lugar de tal destaque. Certamente que já em 1944 os inventores da lenda tinham escolhido Auschwitz como o lugar do "extermínio dos judeus" e foram suficientemente perspicazes para sustentar esta alegação com uma publicação oficial do governos dos Estados Unidos, o "War Refugee Board Report" [Relatório da Agência dos Refugiados de Guerra], tal como o Dr. Butz demonstrou. Contudo, o Relatório, ficou relegado para o esquecimento depois da guerra. Pelo menos na Alemanha, a propaganda da "câmara de gás" centrou-se largamente nos campos do próprio Reich, embora o Tribunal Militar Internacional tenha declarado na sua decisão, com base no testemunho ajuramentado de Rudolf Höss, o ex-comandante de Auschwitz, que cerca de 2.500.000 judeus tinham sido assassinados em "câmaras de gás" no campo. Quase imediatamente após a guerra, surgiram tensões graves entre os Aliados ocidentais e a Rússia Soviética, tendo como resultado que uma linha de demarcação, a "Cortina de Ferro" fosse desenhada entre as respectivas esferas de influência. Em parte por essa razão, em parte por outras, os Aliados ocidentais nunca inspeccionaram a área de Auschwitz. Recorde-se a declaração de Stephen F. Pinter, um advogado do Departamento da Guerra que estava estacionado em Dachau há 17 meses:

«Foi-nos dito que existia uma câmara de gás em Auschwitz, mas como estava na zona de ocupação russa, não nos foi permitido investigar porque os russos não o permitiram

Portanto havia uma certa incerteza sobre qual seria a posição que os soviéticos iriam acabar por tomar sobre o "extermínio dos judeus" especialmente porque Estaline era conhecido como sendo um "anti-semita".

Por qualquer razão, o Mito de Auschwitz não foi amplamente publicitado até meados da década de 1950. Pelo menos, ainda não tinha adquirido o significado crucial que lhe é atribuído hoje em dia. Ainda não era feita nenhuma distinção entre os vários campos quando a "Solução Final" – a destruição física dos judeus europeus alegadamente ordenada pela liderança do Terceiro Reich – era discutida. Supostamente todos os campos tinham tido o mesmo papel nesta enorme "conspiração da morte". Todos os campos de concentração, dizia-se, tinham uma ou mais "câmara de gás" na qual os judeus eram asfixiados com cianeto volátil (na forma de "Zyclon B" um fumigante registado) ou monóxido de carbono - in usu vulgi – "gaseados". Mesmo nas últimas edições do seu "trabalho padrão", A Solução Final, Gerald Reitlinger afirma:

Deste modo, todos os campos de concentração da Alemanha acabaram por ter uma câmara de gás de algum tipo, embora não necessariamente semelhante à de Auschwitz. A câmara de gás de Dachau, por exemplo, foi preservada pelas autoridades americanas de ocupação como uma lição prática, mas a sua construção foi atrasada e o seu uso restrito a algumas vítimas experimentais, judeus ou prisioneiros de guerra russos, que tinham sido presos pela Gestapo de Munique.


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Numa página do site do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos diz o seguinte:

«Em 1942, a área do crematório foi construída próxima do campo principal. Incluía o crematório velho e o crematório novo (Barrack X) com uma câmara de gás. Não existem provas credíveis de que a câmara de gás tenha sido usada para matar seres humanos

Até Maio de 2003, qualquer visitante da câmara de gás de Dachau podia ler num painel a seguinte frase em cinco línguas diferentes:


CÂMARA DE GÁS
disfarçada de "sala de chuveiros"

nunca foi usada como câmara de gás


Câmara de Gás de Dachau

A fotografia deste painel pode, ainda hoje, ser observada no site de "The Holocaust History Project" [Projecto de História do Holocausto], uma empresa americana sem fins lucrativos


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Nas declarações de Reitlinger sobre a "câmara de gás" de Dachau nota-se uma atitude de resguardo. Já em 1960, o Institut für Zeitgeschichte [Instituto de História Contemporânea] em Munique sentiu-se na obrigação de emitir a seguinte declaração, talvez em resposta às descobertas do historiador francês Paul Rasinier:

«Nem em Dachau, nem em Bergen-Belsen, nem em Buchenwald foram gaseados judeus ou outros prisioneiros. A câmara de gás de Dachau nunca foi terminada e colocada em operação… O extermínio em massa por gaseamento dos judeus começou em 1941-42, e ocorreu em muito poucos lugares, seleccionados exclusivamente para esse objectivo e equipados com as instalações técnicas necessárias, sobretudo no território da Polónia ocupada (mas em nenhum lugar do Reich alemão propriamente dito).»

Se a declaração de Reitlinger foi uma atitude de resguardo, a afirmação do Instituto de História Contemporânea foi uma retirada geral. O que a tornou tão sensacional foi, não apenas o facto de haver uma multidão de ex-prisioneiros que tinham testemunhado terem havido "gaseamentos" nos campos de concentração do Reich, mas também o caso de vários comandantes destes campos terem assinado "confissões" afirmando a existência de alegadas "câmaras de gás". No Tribunal Militar Internacional de Nuremberga, o Promotor Chefe Britânico, Sir Hartley Shawcross, citou Dachau, Buchenwald, Mauthausen, e Oranienburgo como locais onde o assassínio era "tratado como uma indústria de produção em massa em câmaras de gás e fornos".

Durante um longo período, Auschwitz e outros campos que se encontravam nos territórios orientais da ocupação alemã tiveram um papel secundário na lenda do extermínio. Mas depois do Dr. Martin Broszat, um membro principal do Instituto de História Contemporânea, ter feito as declarações acima, a opinião de que quaisquer campos de concentração na Alemanha eram "fábricas da morte" tornou-se completamente insustentável.

Contudo, a alegação de que cerca de seis milhões de judeus tinham morrido vítimas da "Solução Final" era tão vital aos interesses dos inventores e promotores da lenda do extermínio que eles não a podiam descartar de forma nenhuma. Essa acusação era não apenas uma forma de manter o povo alemão sob a submissão política, mas também se tinha tornado uma fonte muito lucrativa de rendimento para os judeus internacionais.

O número de seis milhões era a base das "reparações" que a República Federal da Alemanha se obrigou a pagar ao Estado de Israel e às organizações internacionais judaicas, a somar aos pagamentos compensatórios aos judeus individualmente, tendo começado nos princípio dos anos 1950s e continuando até hoje. Só por isso, o número de seis milhões, acerca do qual certos escritores já expressaram sérias e bem fundadas dúvidas por outros motivos, não pode ser abandonado, mesmo depois de ter ficado definitivamente estabelecido que nenhum dos campos no Reich alemão propriamente dito eram "campos de extermínio".


Donde, a necessidade de manter o número de seis milhões levou os mitólogos do extermínio a alterar a sua ênfase dos campos na Alemanha para os campos da Polónia ocupada pela Alemanha. Auschwitz, indubitavelmente o maior complexo de campos tornou-se o ponto focal da alegação do extermínio. Desde que os polacos se atribuíram a si próprios a tarefa de remodelar o campo num "Museu de Auschwitz" – uma acção que significava que os soviéticos iriam manter a lenda do extermínio, algo acerca do qual havia alguma incerteza depois do julgamento do Tribunal Militar Internacional – os propagandistas do extermínio já não tinham razões para se coibirem.

Embora a campanha de propaganda de Auschwitz tenha sido mantida agressivamente desde o início, ainda havia muita coisa a alcançar. Para começar, os "campos de extermínio" na Polónia ocupada tinham sido mencionados no alegado Relatório Gerstein, um documento alegadamente escrito por um homem das SS chamado Kurt Gerstein. Ao princípio, ninguém parecia levar este documento a sério, e nem sequer foi admitido como prova no julgamento do Tribunal Militar Internacional de Nuremberga. Circularam pelo menos três versões: duas versões francesas e uma alemã. Numerosas passagens nestes textos variam de uma versão para outra. Segundo a versão francesa publicada em 1951, os seguintes "campos de extermínio" estavam em funcionamento a 17 de Agosto de 1942:

1) Belzec, na estrada de Lublin-Lwow. Máximo [de mortes] por dia: 15.000 pessoas.

2) Sobibor, não sei exactamente onde fica, 20.000 pessoas por dia.

3) Treblinka, a 120 km a NNE de Varsóvia.

4) Majdanek, próximo de Lublin (em preparação).

Nota-se que o supostamente bem informado Gerstein não inclui Auschwitz nesta lista, embora se considere agora que os alegados "assassínios em massa" tenham lá começado na Primavera de 1942. (As primeiras "câmaras de gás" eram, assim é afirmado, duas casas de campo convertidas). Já que, segundo este documento, Gerstein era responsável pela aquisição e distribuição do Zyclon B, ele estaria seguramente a par da existência de Auschwitz. De facto, Auschwitz é mencionado como um "campo de extermínio" na parte final da versão inglesa do documento – assim como Theresienstadt, Oranienburgo, Dachau, Belsen, e Mauthausen-Gusen! Esta versão do "Relatório Gerstein" (a que aparece no livro do Dr. Butz) foi usada pelos americanos nos "julgamentos" que eles próprios realizaram no seguimento do julgamento do Tribunal Militar Internacional de Nuremberga.


À medida que os anos passaram, Auschwitz foi perdendo importância. Uma década depois da guerra, o público não sabia virtualmente nada sobre ele. Isto pode ser atribuído em parte ao facto dos soviéticos não permitirem a estranhos inspeccionarem o complexo de Auschwitz. Mais ainda, nenhum dos soldados alemães e austríacos internados em Auschwitz, que serviu durante vários meses como um campo de prisioneiros soviético, encontraram quaisquer traços dos alegados assassínios em massa, nem em Birkenau, supostamente o verdadeiro campo de extermínio, ou então não os reportaram depois da sua libertação. Evidentemente, restos dos crematórios ainda podiam ser vistos, mas a quantidade de escombros não condizia com o que seria deixado por crematórios do tamanho requerido para a exterminação em massa de vários milhares de pessoas por dia.

Pode-se perguntar: se esta alegação fosse verdadeira, porque é que os soviéticos não exibiram imediatamente o campo aos jornalistas de todo o mundo e colocado as provas dos alegados assassínios em massa sob controlo internacional? Deixo ao leitor a tarefa de responder a esta questão por si próprio. Ainda menos compreensível é o facto da maioria dos alemães não oferecerem virtualmente nenhuma resistência à campanha de propaganda que começou em meados dos anos 1950s. Não questionaram porque é que Auschwitz foi subitamente trazido para a ribalta como o maior campo de extermínio de todos, um campo no qual os judeus eram "gaseados" aos milhões. Todos pareciam ter esquecido o velho provérbio germânico: «Wer einmal lügt, dem glaubt man nicht» [Quem mente uma vez, mente sempre]. Dado que as mentiras sobre Dachau, Bergen-Belsen, Buchenwald e outros campos duraram pouco mais do que uma década, acusações semelhantes sobre Auschwitz deveriam ter sido olhadas com a maior das suspeições.

Evidentemente que aqui devemos levar em conta o facto de que, mesmo hoje, muitos alemães nada sabem sobre a forma vergonhosa como foram enganados em relação aos campos de concentração em território alemão. Incontáveis alemães ainda acreditam nas mentiras que lhes foram contadas, porque nem o governo nem os mass media deram a publicidade que as reveladora admissão do Dr. Brozat merecia.

Contudo, só isso não é suficiente para explicar o estabelecimento e a forma como se entranhou o Mito de Auschwitz. Nem mesmo o segmento da nossa população mais familiar com o embuste da "câmara de gás" de Dachau, por exemplo, está imune ao Mito de Auschwitz. Quem quer siga a imprensa nacionalista sabe que até aí Auschwitz é muitas vezes usado como um sinónimo de "genocídio". Em parte, esta confirmação implícita do Mito de Auschwitz pode ser o resultado de uma falta de atenção imperdoável. Mas existe também envolvida alguma crença genuína, que ficou clara para mim em resultados dos debates que tive com os editores destas publicações. Em apoio das suas posições, citam normalmente as revelações do primeiro Julgamento de Auschwitz em Frankfurt. Na realidade, a verdadeira razão para que a aceitação pública do Mito de Auschwitz estar tão largamente aceite deve ser a confiança ilimitada que as decisões dos tribunais alemães gozam junto do povo alemão. Não obstante os numerosos erros judiciários da justiça, a autoridade judicial e a objectividade são ainda consideradas acima de qualquer suspeita. Se esta confiança se justifica quando abordamos os julgamentos tão flagrantemente políticos como o chamado Julgamento de Auschwitz em Frankfurt, é uma questão que surgirá muitas vezes no curso da nossa investigação. Neste ponto, deveria ser suficiente salientar que nunca poderá ser missão dos tribunais pronunciarem-se sobre o veredicto final em questões históricas, algo que alguns grupos consideram ser o verdadeiro objectivo dos chamados "Julgamentos dos Crimes de Violência Nazis", dos quais o Julgamento de Auschwitz é o primeiro exemplo.

Levando em linha de conta a importância do Mito de Auschwitz, e o estranho estudo das suas causas, está na hora dos factos serem sistematicamente investigados e escrutinados. [...]
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