O que os corações humanos criados em laboratório poderiam significar para a crise de Dadores de órgãos.
Um coração humano parcialmente "recelularizado", sendo cultivado num biorreator
Cientistas do Massachusetts General Hospital, em Boston deram um primeiro passo no sentido de desenvolver corações humanos em laboratório, o que poderá pôr fim à crise nacional de doação de órgãos.
Os cientistas retiraram do coração do dador todas as células que podiam causar a rejeição do destinatário e, seguidamente, usaram células estaminais para reconstruir o tecido.
Um estudo detalhando o processo lança luz sobre vários elementos-chave da bioengenharia do músculo do coração humano, afirmou o Dr. Harald C. Ott. Dr. Ott é professor assistente de cirurgia no hospital e um autor sénior do estudo, que foi publicado na revista Circulation Research no Outono passado.
"Embora limitado em vigor, estas foram as primeiras (minúsculas) batidas de um coração recém-formado gerado a partir de células estaminais humanas," disse o Dr. Harald C. Ott.
"Os cientistas têm ainda um longo caminho a percorrer até que possam criar corações funcionais integrais para os pacientes", acrescentou. "Um dia será possível fazer crescer um órgão inteiro usando as próprias células e tecidos do doente".
"Tal como acontece com muitos desenvolvimentos científicos, o tempo é um fator determinado pelo financiamento, pelo homem e pelo poder do cérebro", disse Ott. "O nosso estudo mostra que é teoricamente possível, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Como primeiro passo, eu acredito que partes do coração humano estarão disponíveis mais cedo do que enxertos de todo o coração, e estamos a seguir ativamente esta opção".
Quando esta técnica estiver disponível seria como um salva-vidas, já que há 4.153 pessoas em todo os EUA que precisam de um transplante de coração - e no ano passado, cerca de 402 pessoas morreram, enquanto estavam na lista de espera, de acordo com a United Network for Organ Sharing.