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domingo, junho 19, 2016

A judiaria não perdoa! Curiosamente, Elie Wiesel, o sobrevivente judeu mais famoso de Auschwitz (onde passou dez meses), no seu livro autobiográfico «Noite», não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que supostamente funcionaram em Auschwitz-Birkenau...


A justiça alemã condenou a cinco anos de prisão um ex-guarda do campo de concentração de Auschwitz, considerando-o "cúmplice" na morte de cerca de 170 mil pessoas entre janeiro de 1943 e junho de 1944.

Reinhold Hanning, no julgamento com 94 anos e, 73 anos antes, em Auschwitz com 21 anos

DN - 18/06/2016

Guarda do campo era acusado de responsabilidade em homicídio agravado ainda que sem envolvimento direto em execuções.

A justiça alemã condenou a cinco anos de prisão um ex-SS, que foi guarda no campo de concentração de Auschwitz, considerando-o "cúmplice" na morte de cerca de 170 mil pessoas entre janeiro de 1943 e junho de 1944.

Reinhold Hanning, de 94 anos, prestou serviço no campo desde o início de 1942, sendo o seu processo parte de um grupo de ações iniciadas pela justiça alemã nos últimos cinco anos contra antigos guardas e outros elementos afetados a campos de concentração ou de trabalho forçado durante a Segunda Guerra Mundial.

Estão em curso, no total, 11 inquéritos judiciais, três a outros antigos guardas de Auschwitz, três a guardas do campo de Majdanek e a três elementos da divisão SS Hitlerjugend. Nos restantes dois casos, que abrangem uma antiga telegrafista de Auschwitz, de 92 anos, e um antigo enfermeiro no mesmo campo, hoje com 95 anos, está a ser analisado o estado de saúde de ambos para decidir ou não da continuação dos processos.

Hanning permaneceu em silêncio e imóvel ao longo de todo o julgamento, que decorreu na cidade de Detmold e se iniciou a 11 de fevereiro, a maior parte do tempo de olhos baixos. Numa intervenção em abril pediu perdão às vítimas, dizendo então que tinha "vergonha de ter deixado suceder tantas injustiças, que conhecia perfeitamente, e de nada ter feito para as impedir".

O ex-SS integrou a Juventude Hitleriana antes de combater em França e na Ucrânia, onde foi gravemente ficou ferido e impossibilitado de regressar à frente de combate, sendo então transferido para o serviço do campo. Descrito como um "elemento da engrenagem" pela acusação, Hanning não foi acusado de nenhum crime específico, derivando a responsabilidade que lhe foi imputada da natureza do crime: extermínio em massa ou, na linguagem jurídica, "cumplicidade em homicídio agravado", ainda que sem envolvimento direto. Para a acusação, era claro que o militar "sabia que em Auschwitz eram assassinadas todos os dias pessoas inocentes".

Por seu turno, os advogados das partes civis - judeus que passaram pelo campo - salientaram que, pela primeira vez, a justiça alemã iria punir o papel de um SS nas "diferentes formas" de extermínio: a morte devido às condições de vida dos presos, as câmaras de gás e as execuções sumárias.

Para o presidente do Congresso Judaico Mundial, Ronald S. Lauder, Hanning "teve a sentença merecida" e o seu processo "constituiu um grande passo, ainda que tardio" naquilo que respeita "às mortes em massa sucedida em Auschwitz. A sentença não é, contudo, definitiva. Quer os advogados de Hanning quer a acusação podem recorrer da decisão do tribunal até à próxima sexta-feira.

Até hoje, segundo números oficiais, 106 mil militares alemães foram acusados de crimes de guerra, dos quais 13 mil foram julgados. Destes últimos, cerca de 6500 condenados.


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Ex-telegrafista de Auschwitz de 91 anos é levada à Justiça na Alemanha




Globo - 21/09/2015


Uma ex-telegrafista de Auschwitz, de 91 anos, foi encaminhada à justiça alemã por "cumplicidade" no extermínio de pelo menos 260 mil judeus em 1944, anunciou nesta segunda-feira (21) a procuradoria citada pela agência de notícias alemã DPA.

O tribunal de Kiel (norte do país) não divulgou a identidade da ex-telegrafista, que integrou um corpo feminino destinado a ajudar nos campos de concentração, dizendo apenas que ela foi processada pelo período de abril a julho de 1944. Estes três meses correspondem, nomeadamente, ao extermínio em massa de judeus húngaros, a um ritmo jamais alcançado nas câmaras de gás de Auschwitz-Birkenau.

O tribunal de Kiel deverá decidir no próximo ano se levará adiante um julgamento, dependendo da gravidade das acusações, mas também da saúde da acusada, um obstáculo frequente no julgamento de ex-nazistas, indicou o procurador-geral Heinz Döllel.

O caso será analisado pela justiça especializada em crimes cometidos por menores porque ela tinha menos de 21 anos no momento dos crimes.


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O judeu, Prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel

Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston.

Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.


Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau.


E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!



A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?


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Associated Free Press - 23.04.2009 - O presidente Barack Obama e o prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, numa cerimónia em Israel, em Abril de 2009, que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial:

Barack Obama e Elie Wiesel
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quarta-feira, fevereiro 24, 2016

O judeu Elie Wiesel, prisioneiro em Auschwitz, preferiu fugir com os nazis para a Alemanha do que esperar pelos libertadores Soviéticos...


O judeu, Prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel

Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston.

Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.


Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau. Ele diz, realmente, que os Alemães executaram Judeus, mas... com fogo, atirando-os vivos para as chamas incandescentes, perante muitos olhos de deportados.


Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

«Não muito longe de nós, chamas elevavam-se dum fosso, gigantescas chamas. Eles estavam a queimar algo. Um camião aproximou-se da cova e descarregou a sua carga – crianças pequenas. Bebés! Sim, eu vi – vi-o com os meus próprios olhos... Aquelas crianças nas chamas. (É surpreendente que eu não tivesse conseguido dormir depois daquilo? Dormir era fugir dos meus olhos.)»

«Um pouco mais longe dali estava outra fogueira com chamas gigantescas onde as vítimas sofriam "uma lenta agonia nas chamas". A coluna de Wiesel foi conduzida pelos Alemães a três passos da cova, depois a dois passos. A dois passos da cova foi-nos ordenado para virar à esquerda e ir-mos em direcção aos barracões.»



Pintura de um sobrevivente do Holocausto mostra

crianças a serem queimadas vivas pelos nazis em Auschwitz

E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Outro excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!



A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?


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Associated Free Press - 23.04.2009 - O presidente Barack Obama e o prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, numa cerimónia em Israel, em Abril de 2009, que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial:

Barack Obama e Elie Wiesel
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quarta-feira, maio 16, 2012

A retrocracia míope do líder neonazi grego versus a crença cega dos jugulares na «verdade oficial do holocausto» imposta pelos vencedores da II Guerra


Artigo publicado no blogue Jugular:


Terça-feira, 15 de Maio de 2012

Postado por Shyznogud





4 comentários:

De Comentador-1 a 15 de Maio de 2012 às 15:00

Não te admires se aparecerem por aqui pessoas a defender o mesmo.
Já tive oportunidade de ler noutro blog alguém a por em causa o nº de pessoas assassinadas nos campos de extermínio nazi, inclusive apresentava cálculos e tudo. Fiquei estupefacto pois o que estava em causa não era o extermínio em si mas sim o nº de pessoas assassinadas.


De Comentador-2 a 15 de Maio de 2012 às 16:36

Fique descansada, Shyznogud. Se este nazi se atrever a atacar os judeus gregos, será prontamente estripado e dado de oferenda a uns simpáticos suínos. Suínos gregos, claro. Há que respeitar as sensibilidades de cada um. :)


De Comentador-3 a 15 de Maio de 2012 às 18:43

Ninguém lhe dá um tiro entre os olhos?


De Comentador-4 a 15 de Maio de 2012 às 22:28

Não percebo a panca deste senhor com os fundamentalistas islâmicos. só vejo aqui razões pra ele e um tal primeiro-ministro iraniano serem melhores amigos. só coisas em comum, alguém que lhes faça um arranjadinho sff.

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Comentário meu, colocado ontem, que o autor do blogue decidiu censurar:

O judeu Elie Wiesel


Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston. Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.






Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que [supostamente] funcionaram em Auschwitz-Birkenau. Ele diz, realmente, que os Alemães executaram Judeus, mas... com fogo, atirando-os vivos para as chamas incandescentes, perante muitos olhos de deportados.


Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

«Não muito longe de nós, chamas elevavam-se dum fosso, gigantescas chamas. Eles estavam a queimar algo. Um camião aproximou-se da cova e descarregou a sua carga – crianças pequenas. Bebés! Sim, eu vi – vi-o com os meus próprios olhos... Aquelas crianças nas chamas. (É surpreendente que eu não tivesse conseguido dormir depois daquilo? Dormir era fugir dos meus olhos.)»


«Um pouco mais longe dali estava outra fogueira com chamas gigantescas onde as vítimas sofriam "uma lenta agonia nas chamas". A coluna de Wiesel foi conduzida pelos Alemães a três passos da cova, depois a dois passos. A dois passos da cova foi-nos ordenado para virar à esquerda e ir-mos em direcção aos barracões.»


E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Outro excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

«- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!»



A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?



Associated Free Press - 23.04.2009 - O presidente Barack Obama e o prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, numa cerimónia em Israel, em Abril de 2009, que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial:

Barack Obama e Elie Wiesel


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Quanto a Nikos Mihaloliakos, líder do partido neonazi grego Aurora Dourada, que negou a existência das câmaras de gás nazis (tal como fez o prisioneiro judeu Elie Wiesel), colocou a questão que todos os historiadores, que tivessem um pingo de honestidade e não se limitassem a papaguear a «estória» escrita pelos vencedores, deveriam fazer:

"Auschwitz, que Auschwitz? Eu não fui. O que aconteceu lá? Você estava lá?"

Considero o líder do partido neonazi grego, Nikos Mihaloliakos, um retrocrata (cracia - governo -- retro – anacrónico).

A solução para combater uma «Democracia Representativa» corrupta, que representa os grandes interesses financeiros e não as populações, não está em voltar atrás no tempo à procura de um «Estadista» impoluto, honesto e santo (como se alguma vez tivesse existido algum…).

A solução para combater as «Democracias Representativas» corruptas (e são todas) é apostar, através dos novos Media – sobretudo a Internet, em Democracias Semi-Representativas e Democracias Directas. A tecnologia hoje existente já o permite.

Nada de Ditadores, Reis ou Faraós...

sábado, agosto 14, 2010

O debate "franco, aberto, sem peias ou falsos pruridos" sobre Auschwitz, no blogue «O Cachimbo de Magritte»

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ANVS SCHOLAE


Artigo publicado por Carlos Botelho no Blogue "O Cachimbo de Magritte" a 13.08.2010

"Uma reportagem de uma visita de estudo feita por quinze alunos de Valpaços. A Auschwitz-Birkenau. Ouve-se aqui."

"Podia falar-se da insconciência do júbilo saltitante de quem parece mais ter chegado ao Oceanário ou a um festival de Verão, do que ao anus mundi. (Na verdade, o anus Occidentis...) Mas isso talvez fosse injusto: o que se ouve pode muito bem estar descontextualizado e reflectir apenas um desvio relativamente às nossas expectativas de adultos. O problema são os diálogos, as discussões que se podem ouvir: primeiro, julguei tratar-se de alunos dos 9º ou 10º Anos. Mas não. São alunos do 12º... Ao fim de quase doze anos de escolaridade é aquilo que se obtém. A imaturidade é inacreditável. Imaturidade histórica, cultural - talvez até se possa falar em imaturidade humana. Não são inteira nem fundamentalmente culpados por ela. O facto de viverem onde vivem contribuiu para o crime? Sim, mas só em parte. Acontece que a Escola existe para contribuir decisivamente para minorar ou contrariar esses constrangimentos."

"Aquelas raparigas e rapazes são vítimas de anos e anos de mediocridade castrante, da estupidificação da Escola portuguesa. Orientações políticas, visão da Escola como armazém de entretenimento infantilizante, directivas incompetentes, quantas vezes idiotas, opções curriculares, erosão da autonomia dos professores, perversões pedagógicas e da política disciplinar, etc."

[...]


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A este post de Carlos Botelho, no Blogue "O Cachimbo de Magritte", eu respondi com o seguinte comentário:

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O judeu Elie Wiesel


Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston. Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.


Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau.

E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!



A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?


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Este meu comentário que Carlos Botelho, o autor do post, considerou um «descarregar de obsessões, foi censurado:




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Face ao que foi afirmado pelo Prémio Nobel, Elie Wiesel (que tomou a decisão de fugir de Auschwitz com os nazis ante a proximidade dos soviéticos), atrevo-me a pensar que a censura ao meu comentário no blogue Cachimbo de Magritte não se deve tanto à imaturidade dos miúdos de Valpaços, mas antes, aos anos e anos de mediocridade castrante e à constante estupidificação mediática a que Carlos Botelho tem vindo a ser submetido.


A educação inteligente e responsável que Carlos Botelho, do blogue "O Cachimbo de Magritte", desejava para a nossa juventude
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terça-feira, julho 27, 2010

O judeu Elie Wiesel, prisioneiro em Auschwitz, preferiu fugir com os genocidas nazis para a Alemanha do que esperar pelos libertadores Soviéticos

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O judeu Elie Wiesel


Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston. Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.


Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau. Ele diz, realmente, que os Alemães executaram Judeus, mas... com fogo, atirando-os vivos para as chamas incandescentes, perante muitos olhos de deportados.


Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

«Não muito longe de nós, chamas elevavam-se dum fosso, gigantescas chamas. Eles estavam a queimar algo. Um camião aproximou-se da cova e descarregou a sua carga – crianças pequenas. Bebés! Sim, eu vi – vi-o com os meus próprios olhos... Aquelas crianças nas chamas. (É surpreendente que eu não tivesse conseguido dormir depois daquilo? Dormir era fugir dos meus olhos.)»

«Um pouco mais longe dali estava outra fogueira com chamas gigantescas onde as vítimas sofriam "uma lenta agonia nas chamas". A coluna de Wiesel foi conduzida pelos Alemães a três passos da cova, depois a dois passos. A dois passos da cova foi-nos ordenado para virar à esquerda e ir-mos em direcção aos barracões.»


E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Outro excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!



A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?


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Associated Free Press - 23.04.2009 - O presidente Barack Obama e o prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, numa cerimónia em Israel, em Abril de 2009, que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial:

Barack Obama e Elie Wiesel
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domingo, maio 03, 2009

Barack Obama prometeu confrontar os negacionistas do Holocausto sem dar conta que estava sentado ao lado de um


Associated Free Press - 23 de Abril de 2009

WASHINGTON (AFP) – Numa cerimónia na quinta-feira que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial, o presidente Barack Obama reafirmou os fortes laços que unem os Estados Unidos a Israel e prometeu confrontar os negacionistas do Holocausto.

"Existem aqueles que insistem que o Holocausto nunca ocorreu, aqueles que praticam todas as formas de intolerância – racismo, anti-semitismo, homofobia, xenofobia, sexismo e outras", disse Obama durante uma cerimónia no Plenário do Capitólio organizado pelo Museu Memorial dos Estados Unidos.

"Temos uma oportunidade e um dever de confrontar estes flagelos", afirmou Obama.

"Temos a oportunidade ... de nos comprometer-mos em resistir à injustiça, à intolerância e à indiferença sob qualquer forma que assuma, ou confrontando aqueles que dizem mentiras acerca da história ou fazendo tudo ao nosso alcance para impedir e acabar com as atrocidades como aquela que teve lugar no Ruanda, ou aquelas que estão a acontecer no Darfur", disse.

[...]

"A nação de Israel erguendo-se a partir da destruição do Holocausto", foi uma fonte de esperança para todos os que estão empenhados em combater a intolerância, afirmou Obama.

[...]

O Prémio Nobel da Paz Elie Wiesel, que sobreviveu aos campos de concentração nazis em Auschwitz e Buchenwald, utilizou o seu tempo no pódio do Plenário do Capitólio para criticar Ahmadinejad.

O líder iraniano é "o maior negacionista do Holocausto do mundo", disse Wiesel, cuja mãe e irmã morreram em Auschwitz, e o pai em Buchenwald.

"Ele utilizou novamente uma sessão solene das Nações Unidas para insultar o Estado de Israel duma forma que nenhuma pessoa civilizada nunca deveria fazer", afirmou Wiesel, agradecendo aos Estados Unidos por terem boicotado a sessão das Nações Unidas em Genebra.



O presidente Barack Obama e o prémio Nobel da Paz Elie Wiesel


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Se Barack Obama deseja, de facto, confrontar os negacionistas do Holocausto judeu, perdeu uma excelente oportunidade ao não ter colocado algumas questões pertinentes ao seu companheiro de pódio, Elie Wiesel.

Porque o Nobel da Paz Elie Wiesel, paladino da luta contra a intolerância e o anti-semitismo, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro em Auschwitz, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau. Ele diz, realmente, que os Alemães executaram Judeus, mas... com fogo; atirando-os vivos para as chamas incandescentes, perante muitos olhos de deportados.

Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

«Não muito longe de nós, chamas elevavam-se dum fosso, gigantescas chamas. Eles estavam a queimar algo. Um camião aproximou-se da cova e descarregou a sua carga – crianças pequenas. Bebés! Sim, eu vi – vi-o com os meus próprios olhos... Aquelas crianças nas chamas. (É surpreendente que eu não tivesse conseguido dormir depois daquilo? Dormir era fugir dos meus olhos.)»

«Um pouco mais longe dali estava outra fogueira com chamas gigantescas onde as vítimas sofriam “uma lenta agonia nas chamas”. A coluna de Wiesel foi conduzida pelos Alemães a "três passos" da cova, depois a "dois passos." "A dois passos da cova foi-nos ordenado para virar à esquerda e ir-mos em direcção aos barracões."»


E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai "escolheram" ir para ocidente com os Nazis e os SS em retirada em vez de serem "libertados" pelo maior aliado de América. Eles poderiam ter contado ao mundo inteiro tudo sobre Auschwitz dentro de poucos dias - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os Nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Outro excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!


As escolhas aqui feitas em Auschwitz por Elie Wiesel e o pai, em Janeiro de 1945, são extremamente importantes. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos de gentios, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher, por um lado, a libertação pelos Soviéticos com a possibilidade de contar a todo o mundo sobre as malfeitorias Nazis e ajudar à sua derrota - ou então fugir com os assassinos em massa Nazis, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?


Não obstante as surpreendentes contradições entre o livro autobiográfico «Noite» e a versão oficial do Holocausto, o Prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, deixa-nos algumas palavras de fraternidade e de esperança:

«Todo o Judeu, algures no seu ser, deve separar uma zona de ódio – saudável, ódio viril – para aquilo que os Alemães personificam e para o que persiste na Alemanha. Fazer o contrário, é trair os mortos.»

(Wikiquote: Original inglês: "Every Jew, somewhere in his being, should set apart a zone of hate - healthy, virile hate - for what the German personifies and for what persists in the German. To do otherwise would be a betrayal of the dead.")
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sexta-feira, maio 16, 2008

Holocausto Judeu - Contradições, 50 anos depois

‘Noite’ 50 anos depois

Crónica de Miguel Monjardino - Jornal Expresso - 10 de Maio de 2008

«Lembro-me daquela noite, a noite mais horrível da minha vida: ‘... Eliezer, meu filho, vem aqui... Quero dizer-te uma coisa... Apenas a ti. Vem, não me deixes só... Eliezer...’»

«Ouvi a sua voz, compreendi o significado das suas palavras e a dimensão trágica do momento e, mesmo assim, não me mexi

«O seu último desejo tinha sido ter-me ao pé dele na sua agonia, no momento em que a sua alma se arrancava do seu corpo dilacerado - e mesmo assim eu não o deixei ter o seu desejo. Eu estava com medo. Medo dos golpes . E assim eu permaneci surdo ao seu choro”.

Monjardino: ‘Noite’, o testemunho de Elie Wiesel sobre a sua passagem pelos campos de extermínio nazis, foi publicado em 1958. Cinquenta anos depois, continua a ser um livro essencial para compreendermos o nosso passado e construirmos os nossos futuros.»

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Tem toda a razão o escriba Monjardino. O testemunho de Elie Wiesel, no seu livro ‘Noite’, sobre a sua passagem pelos campos de extermínio nazis, continua a ser «um livro essencial para compreendermos o nosso passado e construirmos os nossos futuros.» O grande problema deste livro é que contradiz flagrantemente a versão oficial do genocídio judeu. Vejamos, então, quem é Wiesel:

Elizer Wiesel, mais conhecido como Elie Wiesel, é um judeu nascido na Roménia em 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston. Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade." As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do «que um escritor». Elie Wiesel preside, desde 1993, à academia Universal de Culturas.


1ª Contradição:

Durante os dez meses em que esteve internado no campo de concentração de Auschwitz, Wiesel não refere uma única vez a existência das cinco enormes câmaras de gás nem os gaseamentos de mais de um milhão de pessoas que aí tiveram lugar:

No livro autobiográfico [Noite], que supostamente descreve as suas experiências em Auschwitz e Buchenwald, Wiesel não menciona em parte alguma as câmaras de gás. Ele diz, realmente, que os Alemães executaram Judeus, mas... com fogo; atirando-os vivos para as chamas incandescentes, perante muitos olhos de deportados!

«Não muito longe de nós, chamas elevavam-se dum fosso, gigantescas chamas. Eles estavam a queimar algo. Um camião aproximou-se da cova e descarregou a sua carga – crianças pequenas. Bebés! Sim, eu vi – vi-o com os meus próprios olhos... Aquelas crianças nas chamas. (É surpreendente que eu não tivesse conseguido dormir depois daquilo? Dormir era fugir dos meus olhos.)»

«Um pouco mais longe dali estava outra fogueira com chamas gigantescas onde as vítimas sofriam “uma lenta agonia nas chamas”. A coluna de Wiesel foi conduzida pelos Alemães a "três passos" da cova, depois a "dois passos." "A dois passos da cova foi-nos ordenado para virar à esquerda e ir-mos em direcção aos barracões."»


2ª Contradição:

Quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai "escolheram" ir para ocidente com os Nazis e os SS em retirada em vez de serem "libertados" pelo maior aliado de América. Eles poderiam ter contado ao mundo inteiro tudo sobre Auschwitz dentro de poucos dias - mas, Elie e o pai, assim como incontáveis milhares de outros judeus escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os Nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Algumas das exactas palavras de Elie Wiesel no seu livro «Noite»:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!

As escolhas que foram feitas aqui em Auschwitz em Janeiro de 1945 são extremamente importantes. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos de gentios, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que os Judeus podiam escolher, por um lado, a libertação pelos Soviéticos com a possibilidade de contar a todo o mundo sobre as malfeitorias Nazis e ajudar à sua derrota - ou então fugir com os assassinos em massa Nazis, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?



Comentário:

Não obstante as surpreendentes contradições entre o livro autobiográfico 'Noite' e a versão oficial do Holocausto, Elie Wiesel deixa-nos algumas palavras de conforto e de esperança:

«Todo o Judeu, algures no seu ser, deve separar uma zona de ódio – saudável, ódio viril – para aquilo que os Alemães personificam e para o que persiste na Alemanha. Fazer o contrário, é trair os mortos.»

(Wikiquote: Original inglês: "Every Jew, somewhere in his being, should set apart a zone of hate - healthy, virile hate - for what the German personifies and for what persists in the German. To do otherwise would be a betrayal of the dead.")
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sexta-feira, abril 18, 2008

A História contada por burlões e traficantes


Excerto de "A Indústria do Holocausto" de Norman Finkelstein

Reivindicar o carácter único do Holocausto é intelectualmente estéril e moralmente indigno e no entanto eles persistem em fazê-lo. Pergunta-se: porquê? Em primeiro lugar, porque um sofrimento que seja único confere direitos únicos. O mal inigualável do Holocausto, segundo Jacob Neusner, não só coloca os judeus numa posição à parte, como também lhes dá «um direito sobre os outros». Para Edward Alexander, o carácter único do Holocausto é um «capital moral»; os judeus devem «reivindicar a soberania» sobre «esta propriedade valiosa». [...] Este dogma também conferiu carta branca a Israel: como os não judeus estão sempre prontos a matar os judeus, estes têm todo o direito de se proteger, sempre que achem adequado. Qualquer expediente a que os judeus possam recorrer, mesmo a agressão e a tortura, constitui legítima autodefesa. Deplorando a «lição do Holocausto» do eterno ódio dos gentios, Boas Evron observa que «é realmente equivalente a uma paranóia deliberadamente construída. (...) Esta mentalidade (...) desculpa à partida qualquer tratamento desumano em relação aos não judeus, porque a mitologia que prevalece é a de que 'todos colaboraram com os nazis na destruição dos judeus' e portanto tudo é permitido aos judeus na sua relação com os outros povos.»


Parte do CAPÍTULO 2

A HISTÓRIA CONTADA POR BURLÕES E TRAFICANTES

«A CONSCIÊNCIA do Holocausto» observa Boas Evron, «o respeitado escritor israelita, é na realidade «uma doutrinação oficial, propagandística, um chorrilho de chavões e uma perspectiva falsa do mundo, cujo verdadeiro objectivo não é de modo algum compreender o passado, mas manipular o presente.» Em si, o holocausto nazi não está ao serviço de nenhum desígnio político. Tanto pode gerar criticas como apoio à política israelita. Porém, refractada através de um prisma ideológico, «a memória do extermínio nazi» acabou por servir - nas palavras de Evron - «como um instrumento poderoso nas mãos da liderança israelita e dos judeus no estrangeiro». O holocausto nazi passou a ser o Holocausto.

Dois dogmas centrais enquadram a ideia do Holocausto: 1) O Holocausto constitui um acontecimento histórico categoricamente único; 2) O Holocausto constitui o clímax de um ódio irracional e eterno dos não judeus pelos judeus. Nenhum destes dogmas esteve presente em qualquer discurso público antes da guerra de Junho de 1967; e, embora se tenham tornado as peças essenciais da literatura do Holocausto, eles não figuram sob forma alguma em nenhum trabalho científico sério sobre o holocausto nazi. Por outro lado, ambos os dogmas se apoiam em tradições arraigadas do judaísmo e do sionismo.

Depois da Segunda Guerra Mundial, o holocausto nazi não era visto como um acontecimento exclusivamente respeitante aos judeus - e muito menos único, sob o ponto de vista histórico. Os meios judaicos americanos em especial esforçavam-se por colocá-lo num contexto universalista. No entanto, depois da guerra de Junho, a Solução Final nazi foi radicalmente reenquadrada. «A primeira e mais importante alegação a surgir da guerra de 1967 e a tomar-se emblemática do judaísmo americano», recorda Jacob Neusner, foi que «o Holocausto (...) foi único, sem paralelo na história humana». Num estudo esclarecedor, o historiador David Stannard ridiculariza «a pequena indústria dos hagiógrafos do Holocausto, que defendem o carácter único da experiência judaica com toda a energia e engenho dos zelotas ideológicos». Bem vistas as coisas, o dogma do carácter único não faz sentido.

Ao nível mais básico, todos os acontecimentos históricos são únicos; quanto mais não seja por razões de tempo e lugar, e todos os acontecimentos históricos assumem características distintas, assim como características comuns a outros acontecimentos históricos. A anomalia do Holocausto é que o seu carácter único é considerado absolutamente decisivo. Que outro acontecimento histórico haverá, cabe perguntar, que seja essencialmente considerado em função da sua categoria única? Normalmente, as características distintivas do Holocausto são isoladas de forma a colocar-se o acontecimento numa categoria totalmente à parte. Nunca se toma claro, porém, por que razão os muitos aspectos comuns a outros acontecimentos devem ser vistos, comparativamente, como triviais.

Todos os que escrevem sobre o Holocausto afirmam que é único, mas poucos ou nenhum explicam porquê. Sempre que alguém refuta empiricamente um argumento a favor do seu carácter único, logo surge novo argumento contrário. Os resultados, segundo Jean-Michel Chaumont, são uma multiplicidade de argumentos em conflito uns com os outros e anulando-se entre si: «O conhecimento não se acumula. Pelo contrário, para reforçar um argumento anterior, volta-se sempre ao zero.» Por outras palavras: o carácter único é um dado adquirido na ideia do Holocausto a tarefa definida é prová-lo, já que negá-lo equivale a negar o Holocausto. Talvez o problema esteja na premissa e não na prova. Mesmo que o Holocausto fosse único, que importância teria isso? De que forma alteraria a nossa compreensão sabermos que o holocausto nazi não foi a primeira, mas a quarta ou quinta catástrofe numa série de outras catástrofes comparáveis?

A aquisição mais recente na corrida ao carácter único do Holocausto é o livro de Steven Katz - The Holocaust in Historical Context. Citando cerca de 5000 títulos no primeiro volume dos três que estão projectados para este estudo, Katz analisa toda a história humana para provar que «o Holocausto é fenomenologicamente único porque nunca antes nenhum Estado tinha decidido, quer em termos de intenções, quer como política realizada, aniquilar fisicamente todos os homens, mulheres e crianças pertencentes a determinado povo». Clarificando a sua tese, Katz explica: [...] «Um acontecimento histórico com características distintas é um acontecimento histórico distinto». Para evitar confusões, Katz insiste na explicação, dizendo que usa o termo fenomenologicamente «num sentido não-husserliano, não-shutzeano, não-scheleriano, não-heideggeriano, não-merleau-pontyano». Tradução: A tarefa de Katz é um disparate fenomena1. Mesmo que a tese central de Katz fosse comprovada, coisa que não acontece, isso apenas demonstraria que o Holocausto tinha em si características distintas. O contrário seria de admirar. Chaumont depreende que o estudo de Katz é na realidade «ideologia» mascarada de «ciência.

Pouca diferença separa a afirmação do carácter único do Holocausto do argumento segundo o qual. o Holocausto não pode ser apreendido racionalmente. Se o Holocausto não tem precedentes na história, coloca-se acima dela e portanto não é possível a história compreendê-lo. O Holocausto é único por ser inexplicável e é inexplicável porque é único.

Classificada por Novick como a «sacralização do Holocausto», esta mistificação é regularmente alimentada por Elie Wiesel. Para este autor, observa Novick com razão, o Holocausto é efectivamente uma religião do «mistério». Por conseguinte, Wiesel apregoa que. o Holocausto «conduz ao obscuro», «nega todas as respostas», «situa-se fora da história, e está mesmo para além dela», «é refractário ao conhecimento e à descrição», «não pode ser explicado nem visualizado», «nunca poderá ser entendido ou transmitido», assinala uma «destruição da história» e uma «mutação à escala cósmica». Só o sobrevivente-sacerdote (leia-se: só Wiesel) está apto a vislumbrar o seu mistério. E no entanto, o mistério do Holocausto, confessa Wiesel, «não é comunicável»; «Nem sequer podemos falar sobre ele». Assim, pela quantia habitual de 25.000 dólares (além da limusina com motorista), Wiesel explica nas suas conferências que o «segredo» da verdade de Auschwitz «reside no silêncio».

A compreensão racional do Holocausto equivale, nesta perspectiva, a negá-lo. Porque a racionalidade leva-nos a negar o carácter único e o mistério do Holocausto. E comparar o Holocausto com os sofrimentos de outros povos constitui, para Wiesel, uma «traição total à história judaica». Há anos, um jornal nova-iorquino parodiava em parangonas: «Michael Jackson e 60 milhões de outras vítimas morrem num holocausto nuclear». A página das cartas de leitores reproduzia um protesto indignado de Wiesel: «Como ousam classificar de Holocausto algo que aconteceu ontem? Só houve um Holocausto (...). Nas suas memórias, Wiesel, provando que a realidade pode superar a ficção, censura Shimon Peres por este se referir «sem hesitação aos "dois holocaustos" do século xx: Auschwitz e Hiroxima. Não o devia fazer.» Um dos chavões preferidos de Wiesel afirma que «a universalidade do Holocausto reside no seu carácter único». Mas se é incomparavelmente e incompreensivelmente único, como poderá ter uma dimensão universal?

O debate sobre o carácter único do Holocausto é estéril. O certo é que a reivindicação desse carácter único acabou por constituir uma forma de «terrorismo intelectual» (Chaumont). Os que recorrem aos métodos comparativos normais na investigação académica têm de começar por tomar mil e uma precauções para não serem acusados de «banalizar o Holocausto».

Um corolário da afirmação do carácter único do Holocausto é que constituiu um mal único. Por mais terríveis que sejam os sofrimentos dos outros não se lhe podem igualar. Os que defendem o carácter único do Holocausto recusam em geral esta implicação, mas os seus protestos não convencem ninguém.

Reivindicar o carácter único do Holocausto é intelectualmente estéril e moralmente indigno e no entanto eles persistem em fazê-lo. Pergunta-se: porquê? Em primeiro lugar, porque um sofrimento que seja único confere direitos únicos. O mal inigualável do Holocausto, segundo Jacob Neusner, não só coloca os judeus numa posição à parte, como também lhes dá «um direito sobre os outros». Para Edward Alexander, o carácter único do Holocausto é um «capital moral»; os judeus devem «reivindicar a soberania» sobre «esta propriedade valiosa».

Com efeito, o carácter único do Holocausto – esta «reivindicação» em relação aos outros, este «capital moral» - representa para Israel um álibi precioso. «A singularidade dos sofrimentos dos judeus», afirma o historiador Peter Baldwin, «reforça as reivindicações morais e emocionais que Israel pode chamar a si (...) perante as outras nações.» Assim, segundo Nathan Glazer, o Holocausto, que apontava para o «peculiar carácter distintivo dos judeus», deu-lhes «o direito de se considerarem especialmente ameaçados e especialmente dignos de todos os esforços no sentido da sua sobrevivência.». Para citar um exemplo típico, todos os relatos sobre a decisão de Israel de desenvolver armas nucleares evocam o espectro do Holocausto. Como se, a não ser assim, Israel não tivesse recorrido ao nuclear!

Há ainda outro factor. A reivindicação do carácter único do Holocausto é uma reivindicação do carácter único dos judeus. O que tomou o Holocausto único não foram os sofrimentos dos judeus mas o facto de os judeus sofrerem. Ou: o Holocausto é especial porque os judeus são especiais. Por isso, Ismar Schorsch, chanceler do Seminário Teológico Judaico, ridiculariza a reivindicação do carácter único do Holocausto como «uma versão secular de mau gosto sobre a Eleição». Elie Wiesel não é tão veemente sobre a singularidade dos judeus como sobre a do Holocausto. «Tudo em nós é diferente.» Os judeus são «ontologicamente» excepcionais. Ponto culminante de um ódio milenar dos gentios em relação aos judeus, o Holocausto não só atestou o sofrimento único dos judeus, como o seu carácter único.

Durante a Segunda Guerra Mundial e depois dela, relata Novick, «quase ninguém no seio do governo [americano] - e praticamente ninguém fora dele, judeu ou não - teria compreendido que se falasse do "abandono dos judeus"». Deu-se o contrário depois de Junho de 1967. «O silêncio do mundo», a «indiferença do mundo», o «abandono dos judeus»; estes termos tornaram-se recorrentes no «discurso do Holocausto».

Recuperando um preceito sionista, o sistema do Holocausto apresenta a Solução Final de Hitler como o clímax de um ódio milenar dos não judeus contra os judeus. Estes pereceram porque os gentios, quer fossem criminosos, quer colaboradores passivos, os queriam mortos. «O mundo livre e "civilizado"», segundo Wiesel, entregou os judeus «ao carrasco. Havia os que matavam - os homicidas - e havia os que ficaram em silêncio». As provas históricas de um impulso assassino dos não judeus são nulas. O esforço ingente de Daniel Goldhagen para provar uma variante desta alegação em Hitler's Willing Executioners pouco mais foi do que cómico. No entanto, a sua utilidade política é considerável. Por sinal, note-se que na realidade a teoria do «anti-semitismo eterno» leva água ao moinho do anti-semitismo. Como afirma Acendt em The Origins of Totalitarianism, «é um dado adquirido que esta doutrina foi adoptada pelos anti-semitas convictos; dá-lhes o melhor álibi possível para todos os horrores. É verdade que a humanidade tem insistido, há mais de 2000 anos, em matar judeus, pelo que as matanças dos ditos são uma ocupação normal, e até humana, e o ódio aos judeus é justificado sem necessidade de argumentos. O aspecto mais surpreendente desta explicação é que tem sido adoptada por muitos historiadores imparciais e por um número ainda maior de judeus.»

Adoptado pela indústria do Holocausto, o dogma sobre o ódio eterno dos não judeus tem servido para justificar a necessidade de um Estado judaico e para explicar a hostilidade em relação a Israel. O Estado judaico é a única salvaguarda contra o próximo (inevitável) surto de anti-semitismo homicida; inversamente, o anti-semitismo homicida está por trás de todos os ataques e até das manobras defensivas contra o Estado judaico. Para explicar as criticas a Israel, a ficcionista Cynthia Ozick tem uma resposta pronta: «O mundo quer erradicar os judeus. (...) O mundo sempre quis erradicar os judeus.» Se todo o mundo quer a morte dos judeus, realmente é de admirar estarem ainda vivos - e, ao contrário de grande parte da humanidade, não propriamente a morrer de fome.

Este dogma também conferiu carta branca a Israel: como os não judeus estão sempre prontos a matar os judeus, estes têm todo o direito de se proteger, sempre que achem adequado. Qualquer expediente a que os judeus possam recorrer, mesmo a agressão e a tortura, constitui legítima autodefesa. Deplorando a «lição do Holocausto» do eterno ódio dos gentios, Boas Evron observa que «é realmente equivalente a uma paranóia deliberadamente construída. (...) Esta mentalidade (...) desculpa à partida qualquer tratamento desumano em relação aos não judeus, porque a mitologia que prevalece é a de que 'todos colaboraram com os nazis na destruição dos judeus' e portanto tudo é permitido aos judeus na sua relação com os outros povos

No sistema do Holocausto, não só é impossível erradicar o anti-semitismo dos gentios, como ele é sempre irracional. Goldhagen, indo mais longe que os sionistas clássicos, sem falar dos dados científicos correntes, apresenta um anti-semitismo «que nada tem a ver com os judeus reais», «não constituindo fundamentalmente uma reacção a qualquer avaliação objectiva dos actos dos judeus» e «independente da natureza e actos dos judeus». Uma patologia mental dos gentios, cujo «domínio» é «o espírito». Impelidos por «argumentos irracionais», os anti-semitas, segundo Wiesel, «ressentem-se da simples existência dos judeus.» Como nota ironicamente o sociólogo John Murray Cuddihy, «não só o que os judeus fazem ou não fazem não tem nada a ver com o anti-semitismo, como qualquer tentativa de explicar o anti-semitismo através de qualquer responsabilidade dos judeus é em si um exemplo de anti-semitismo». Não se defende, como é evidente, que o anti-semitismo seja aceitável, nem se atribui aos judeus a culpa pelos crimes de que foram alvo, mas o anti-semitismo desenvolve-se num contexto histórico específico, com todo um jogo de interesses cruzados. «Uma minoria talentosa, bem organizada e bastante bem sucedida pode suscitar conflitos derivados de tensões objectivas entre grupos», salienta Ismar Schorsch, embora esses conflitos estejam «às vezes envoltos em estereótipos anti-semíticos.»

A essência irracional do anti-semitismo gentio infere-se indutivamente da essência irracional do Holocausto. A Solução Final de Hitler carecia simplesmente de racionalidade - era «o mal pelo mal», a matança em massa «sem objectivos»; marcou o culminar do anti-semitismo gentio; portanto o anti-semitismo gentio é essencialmente irracional. Tomadas separadamente ou em conjunto, estas proposições não resistem ao exame mais superficial. No entanto, politicamente o argumento é muito útil.

Ao conferir inocência total aos judeus, o dogma do Holocausto iliba Israel e os judeus americanos de qualquer censura legítima. A hostilidade árabe, a hostilidade afro-americana, «não são fundamentahnente uma reacção a qualquer avaliação objectiva dos actos dos judeus» (Goldhagen). Considere-se o que diz Wiesel sobre as perseguições aos judeus: «Durante dois mil anos (...) sempre fomos ameaçados. (...) Porquê? Por coisa nenhuma.» Sobre a hostilidade árabe contra Israel: «Por sermos o que somos e por aquilo que a nossa pátria de Israel representa - o cerne das nossas vidas, o sonho dos nossos sonhos - quando os nossos inimigos tentam destruir-nos, fazem-no tentando destruir Israel.» Sobre a hostilidade dos negros em relação aos judeus americanos: «Os que se inspiram em nós não nos agradecem, antes nos atacam. Estamos numa situação muito difícil. Voltamos a ser bodes expiatórios de todos os outros. (...)

Ajudámos os negros; sempre os ajudámos. (...) Tenho pena deles. Deviam aprender uma coisa connosco: gratidão. Nenhum povo no mundo conhece a gratidão tanto como nós; sempre fomos gratos.» Sempre castigados, sempre inocentes: é este o fardo dos judeus.

O dogma sobre o ódio eterno dos gentios também justifica o dogma complementar do carácter único do Holocausto. Se o Holocausto marcou o clímax de um ódio milenar dos gentios aos judeus, a perseguição aos não judeus no Holocausto foi simplesmente acidental e meramente episódica, em termos históricos. Portanto, de todos os pontos de vista, os sofrimentos dos judeus durante o Holocausto foram únicos.

Finalmente, os sofrimentos dos judeus foram únicos porque os judeus são únicos. O Holocausto foi único porque não foi racional. Em última análise, na sua origem esteve uma paixão irracional, quase inumana. O mundo gentio odiava os judeus por inveja, despeito: ressentimento. O anti-semitismo, segundo Nathan e Ruth Ann Perlmutter, resultou da «inveja e ressentimento dos não judeus por os judeus rivalizarem com os cristãos no mercado. (...) Os gentios, numerosos e menos competentes, invejavam os judeus, que eram em menor número e mais capazes.» Ainda que negativamente, o Holocausto confirmava pois que os judeus eram os eleitos. Por serem melhores, ou mais bem sucedidos, os judeus foram alvo da ira dos não judeus, que acabaram por massacrá-los.

Num aparte breve, Novick pergunta-se: «O que seria o discurso sobre o Holocausto na América» se Elie Wiesel não fosse o seu «principal intérprete»? A resposta não é difícil: antes de Junho de 1967 a mensagem universalista de Bruno Bettelheim, sobrevivente dos campos de concentração, encontrava eco junto dos judeus americanos. Depois da guerra de Junho foi preterida em favor de Wiesel. A importância de Wiesel está em função da sua utilidade ideológica. O carácter único dos sofrimentos dos judeus/o carácter único dos judeus, a culpa permanente dos gentios/a inocência dos judeus, a defesa incondicional de Israel/a defesa dos interesses judaicos. Elie Wiesel é o Holocausto.
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