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sábado, agosto 14, 2010

O debate "franco, aberto, sem peias ou falsos pruridos" sobre Auschwitz, no blogue «O Cachimbo de Magritte»

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ANVS SCHOLAE


Artigo publicado por Carlos Botelho no Blogue "O Cachimbo de Magritte" a 13.08.2010

"Uma reportagem de uma visita de estudo feita por quinze alunos de Valpaços. A Auschwitz-Birkenau. Ouve-se aqui."

"Podia falar-se da insconciência do júbilo saltitante de quem parece mais ter chegado ao Oceanário ou a um festival de Verão, do que ao anus mundi. (Na verdade, o anus Occidentis...) Mas isso talvez fosse injusto: o que se ouve pode muito bem estar descontextualizado e reflectir apenas um desvio relativamente às nossas expectativas de adultos. O problema são os diálogos, as discussões que se podem ouvir: primeiro, julguei tratar-se de alunos dos 9º ou 10º Anos. Mas não. São alunos do 12º... Ao fim de quase doze anos de escolaridade é aquilo que se obtém. A imaturidade é inacreditável. Imaturidade histórica, cultural - talvez até se possa falar em imaturidade humana. Não são inteira nem fundamentalmente culpados por ela. O facto de viverem onde vivem contribuiu para o crime? Sim, mas só em parte. Acontece que a Escola existe para contribuir decisivamente para minorar ou contrariar esses constrangimentos."

"Aquelas raparigas e rapazes são vítimas de anos e anos de mediocridade castrante, da estupidificação da Escola portuguesa. Orientações políticas, visão da Escola como armazém de entretenimento infantilizante, directivas incompetentes, quantas vezes idiotas, opções curriculares, erosão da autonomia dos professores, perversões pedagógicas e da política disciplinar, etc."

[...]


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A este post de Carlos Botelho, no Blogue "O Cachimbo de Magritte", eu respondi com o seguinte comentário:

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O judeu Elie Wiesel


Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston. Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.


Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que funcionaram em Auschwitz-Birkenau.

E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!



A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?


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Este meu comentário que Carlos Botelho, o autor do post, considerou um «descarregar de obsessões, foi censurado:




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Face ao que foi afirmado pelo Prémio Nobel, Elie Wiesel (que tomou a decisão de fugir de Auschwitz com os nazis ante a proximidade dos soviéticos), atrevo-me a pensar que a censura ao meu comentário no blogue Cachimbo de Magritte não se deve tanto à imaturidade dos miúdos de Valpaços, mas antes, aos anos e anos de mediocridade castrante e à constante estupidificação mediática a que Carlos Botelho tem vindo a ser submetido.


A educação inteligente e responsável que Carlos Botelho, do blogue "O Cachimbo de Magritte", desejava para a nossa juventude
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segunda-feira, agosto 09, 2010

Sobre as meias palavras e a «liberdade de expressão» que circulam em certos blogues muito badalados…

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O blogue «O cachimbo de magritte», cheio de "nomes sonantes" na sua lista de colaboradores, colocou o seguinte post a 8 de Agosto:




O único link do post - (Em Israel, ainda em 1967) - mostrava-nos um Tony Judt fervoroso defensor de Israel e combatente na Guerra dos Seis Dias:




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No jornal Público temos a notícia mais completa: «Morreu o historiador Tony Judt, sexta-feira na sua casa de Manhattan, Nova Iorque. Tinha 62 anos... Nascido numa família de judeus seculares em Londres, em 1948, passou verões da adolescência em kibutz e tornou-se um fervoroso defensor de Israel. Trabalhou como condutor e tradutor na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mas o entusiasmo arrefeceu e Judt trocou o sionismo e as ideias esquerdistas por um pensamento próximo da social-democracia. Tornou-se crítico quer do comunismo quer das políticas israelitas. Em 2003 afirmava que Israel era um "anacronismo" e passou a defender um estado bi-nacional para judeus e palestinianos... Esteve contra a guerra do Iraque e, como lembrou o New York Times, tinha reservas face à condição dos EUA como única superpotência. Tal como à influência judaica na política americana.»


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Neste post do blogue «O cachimbo de magritte» coloquei o seguinte comentário:

A limpeza étnica da Palestina numa entrevista ao historiador israelita Ilan Pappe (legendada em português). Ver para perceber melhor o «conflito israelo-palestiniano».

VÍDEO legendado em português




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Este comentário foi censurado por parte de um administrador do blogue «O cachimbo de magritte», algum liberal que receia que determinadas verdades ultrapassem os limites da conveniência:



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terça-feira, outubro 20, 2009

António Balbino Caldeira - uma das marcas políticas mais distintas do socratismo é o seu controlo dos grandes grupos económicos

Texto publicado por António Balbino Caldeira

No Blogue «Do Portugal Profundo» - 17 de Outubro de 2009

[as imagens que acompanham o texto foram escolhidas pelo autor deste blogue]


No actual estado de desenvolvimento tecnológico, o controlo do sistema corrupto sobre a sociedade é exercido através dos media tradicionais e da repressão do Estado.

Newsweek (17/3/2009) - Estado Policial. O novo tipo de vida americano

Através da repressão do Estado, pelo comando directo das polícias e dos serviços de informação (e dos departamentos policiais que criaram serviços de inteligência, na borderline da lei), da supervisão do poder judicial, com a colocação e agenciamento de antenas governamentais neste poder constitucionalmente autónomo, e de uma política de coercividade na administração pública e de selectividade política na atribuição das subvenções públicas.

Através dos media tradicionais, pelo domínio directo e indirecto das televisões, das rádios e da imprensa escrita, de âmbito nacional. Domínio directo através dos meios de comunicação social estatizados, onde o Estado tem posição accionista e poder de decisão formal. Domínio indirecto através dos meios de comunicação social detidos por grupos económicos dependentes do Estado, uma situação agravada em época de crise, e grupos mediáticos dependentes de financiamento público e crédito público (pela Caixa Geral de Depósitos). Os grandes grupos económicos privados detém meios de comunicação próprios para influência, e protecção, do poder ou participações nesses meios, directas e indirectas, através de capital e crédito, como faz o grupo Espírito Santo. Os grupos de origem mediática tradicional, como Controlinveste, Impresa, MediaCapital, ainda estão mais dependentes do poder, pois subsistem num negócio em contracção. O caso Ongoing é menos convencional, parecendo, agora, o grupo menos preocupado com o curto-prazo socratino do que com o futuro próximo.


No nosso País, uma das marcas políticas mais distintas do socratismo é o seu controlo dos grandes grupos económicos, numa promiscuidade político-empresarial que chega ao cúmulo das nomeações de quadros socratíchicos para a administração de empresas privadas (BCP, Mota-Engil,
grupo Lena). As nomeações de compadres são do interesse dos próprios accionistas (nomeadamente, as famílias do BCP, a família Mota e a família Rodrigues) que abdicam do controlo estratégico e operacional, desde que lhes acrescentem negócios e dinheiro. Como disclaimer, por rigor, devo salientar que, no caso do grupo Lena, o eng.º Carlos Manuel Santos Silva (da Conegil), beirão da Cova e, desde aí, amigo pessoal do primeiro-ministro, entronizado vice-presidente da Lena Engenharia e Construções SGPS, S.A. (ver Lena Construções, n.º 13, Junho de 2007, p. 19), saíu da administração da Lena Comunicação SG... PS (que detém o diário i) em «meados» de Setembro de 2009, portanto, cerca de duas semanas antes das eleições para a Assembleia da República, conforme anunciou a Meios & Publicidade, em 22-9-2009.

Os grupos que escapavam ao controlo, como a Sonae e Cofina, sucumbiram ao Governo na autonomia dos seus meios de comunicação, respectivamente Público e Correio da Manhã. Na Sonae, se o Eng.º Belmiro de Azevedo contestava frontalmente a política económico-social desastrosa do Governo, o seu filho e sucessor, o actual CEO, Eng.º Paulo de Azevedo, para assegurar a «boa relação» com Sócrates,
substituíu o director José Manuel Fernandes no Público e participa no anúncio governamental das Novas Oportunidades. Noutros casos, o envolvimento é mais distante, como no BPI, ou não há sequer imersão no terreno pantanoso dos media. Américo Amorim não se enterra no pântano dos media, pois cultiva um acesso directo ao poder.

A hermenêutica dominante crê ter descoberto um barómetro ultra-sensível em uso nos grupos económicos detentores dos media que, na antecipação das expectativas populares sobre o Governo e o seu futuro próximo, tomam a decisão de o apoiar ou retirar-lhe o apoio. Essa decisão é ainda condicionada pelo hábito português - que o Governo zapaterista, aqui ao lado, não seguiu... - da força política vencedora perdoar ao patrão de imprensa as ofensas que o seu meio lhe fez quando estava na oposição, contra a promessa deste o apoiar como tinha feito ao Governo anterior, mediante o abono costumeiro em publicidade institucional, subsídios e outros incentivos e negócios do grupo. Nessa circunstância de resignação, nada haveria a fazer para conquistar o poder: o poder perder-se-ia apenas por quem o exerce e herdar-se-ia pela oposição; os grupos económicos detentores dos media seguiriam o poder que está e mudariam somente quando este se esboroa. O trabalho de uma oposição não seria, então, lutar para conquistar o poder, mas esperar que este lhe caia de velho. Na minha opinião, estas premissas são falsas: o poder não só se perde, mas também se ganha; e os grupos económicos respeitam o poder político que se dá ao respeito, mesmo que a sua parcela de poder seja menor ou até que esteja na oposição.

Discurso no Hyde Park

Os meios antigos, anteriores às telecomunicações e tecnologias de comunicação actuais, têm um alcance muito limitado. Os discursos em cima de mesas (como faziam Lenine e Hitler), ou o modelo ecológico hydeparkiano, são agora vistos como sinais de grave desequilíbrio emocional ou loucura. Os grandes comícios e manifestações políticas, leninistas, nazistas, fascistas e da época da guerra civil espanhola, pertencem a um modelo totalitário que não passaria, nesta altura, de uma reprise de representação patética: hoje, quando o líder discursa, perante teleponto, com a voz e gestos artificiais ritmados pelos treinadores de media, fá-lo perante uma assembleia arregimentada, por medo e favores, numa produção do tipo teatral e cinematográfica, gravada para impacto televisivo. O povo não vai a esses eventos folclóricos, aborrecido com os políticos que sente não o representar nem cumprir, e também não é assim que se atrai. As arruadas, que substituíram as caravanas, numa tentativa de aproximação ao povo são usadas para figuração de campanhas. Exceptuam-se os jantares e almoços, que têm a promoção de uma refeição subsidiada, ou os concertos, no qual se entremeiam discursos sujeitos ao desinteresse da assistência. Os ídolos da sociedade actual são os artistas; os políticos são vistos como demónios.

Noutro plano, em contraste com os meios de comunicação tradicionais (tv, rádio e imprensa), temos os meios de comunicação modernos: jornais digitais, blogues, sítios da internet, fora, redes sociais, e-mail. O podcast (que cheguei a fazer...) e videocast não vingaram e são registos particulares de expressão limitada, que não conseguem competir na qualidade face à produção sonora e de video profissionais; e as fotografias e videos dos particulares ilustram tragédias e acontecimentos e têm a projecção dos meios em que se inserem. A circulação de informação e de opinião na internet com origem pessoal (blogues, sítios da net, redes e e-mail) tem um âmbito ainda numericamente baixo e corre dispersa. Os blogues competem com os jornais digitais, se bem que não tenham os mesmos recursos (dinheiro, tempo e acesso), na opinião e, em menor grau, na informação. As redes sociais, como o Facebook e Twitter, aproximam-se do cume de adesões e não são substitutos da informação nem da opinião dos blogues, mas, nessa área, apenas chamadores de atenção. Os jornais digitais são prolongamentos dos jornais impressos e sofrem dos mesmos vícios destes no que concerne ao enviesamento político a favor do Governo.


Os blogues resistiram ao crescimento das redes sociais e mantêm a sua preponderância como meios de difusão de opinião e informação dos cidadãos. Porém, a frequência de blogues em Portugal - e não podemos confiar nos números do Blogómetro, pois muitos estão inchados com o auto-refresh (ou auto-reload) e as visitas dos próprios - não se compara à audiência de telejornais, nem da rádio, se bem que se aproxime da circulação de muitos jornais (um jornal de referência, como o Público vendeu em Outubro de 2009 cerca de 39 mil exemplares diários) e da frequência de jornais digitais. Na verdade, jornais digitais e blogues compõem hoje, com meios distintos, a mesma comunidade mediática. Nos blogues existirá uma distribuição de preferência próxima da sociedade instruída. Portanto, os blogues não compensam, nem resolvem, o desequilíbrio do enviesamento dos meios tradicionais. Mais ainda, num agravamento do indecoro sistémico habitual das provocações, insultos e ameaças, temos visto chegar aos blogues, e inclusivé às suas caixas de comentários (!) - simultânea ao coro, orquestrado profissionalmente, dos militantes disfarçados nos programas televisivos e de rádio com participação de espectadores e ouvintes -, a insídia dos assessores governamentais, pagos pelo Estado, e dos profissionais de comunicação, financiados pelo poder político através de agências de comunicação. Isto é, com relevo maior do que nunca no período eleitoral que vivemos, e no período sequente, os blogues são entendidos como teatro de operações crucial da influência política.

Fora do âmbito limitado da sociedade instruída, onde os blogues são sustentáculo da liberdade e democracia, existe o jogo viciado dos media tradicionais concentrados que o socratismo controla de forma quase unânime. Nos media tradicionais avultam as televisões, que além disso, são caixa de ressonância selectiva da imprensa escrita. Se um telejornal tem um milhão de telespectadores, os blogues mais lidos, descontados os efeitos acima, têm uma audiência média quinhentas vezes menor (nos postes mais populares, cem vezes menor). Os blogues informam e formam a opinião pública, impactando a sociedade mais instruída e ávida de informação que passa a palavra à massa. Mas, actualmente, os blogues, que vencem a sua parte do esforço colectivo e até externalizam esse resultado, não são suficientes. Os meios de comunicação tradicionais são decisivos.

Em conclusão: sem meios, não há vitória. Para vencer a guerra política é necessário ganhar a batalha dos meios de comunicação tradicionais (televisão, rádio e imprensa escrita).

António Balbino Caldeira


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Comentário

Imaginar que é Sócrates quem controla os media e os grandes grupos económicos e financeiros "portugueses" é absurdo. Estes poderes estão sob a alçada de poderosos interesses económicos e financeiros internacionais.

Jardim Gonçalves, Belmiro de Azevedo, Fernando Ulrich, Américo Amorim, Ricardo Salgado e tantos outros, não passam de testas-de-ferro (bem remunerados) de interesses infinitamente mais poderosos. A nível internacional, existem oligopólios mediáticos, militares, petrolíferos, farmacêuticos, químicos, etc. - que, em última instância, são propriedade de um oligopólio financeiro.

E, evidentemente, para além da posse dos grupos económicos, esse oligopólio financeiro domina também o poder político nas chamadas «democracias» ocidentais, apresentando, por regra, dois partidos supostamente "antagónicos", para criar a ilusão da liberdade de escolha ao eleitor e que se alternam e eternizam no poder. São exemplos os partidos republicano e democrata nos EUA, os conservadores e os trabalhistas em Inglaterra, o movimento democrata e o partido socialista em França, o PS e o PSD em Portugal, etc.

Ninguém pode ter a veleidade de subir a um alto cargo político, Em Portugal ou lá fora, se não estiver absolutamente comprometido, logo à partida, com o grande poder financeiro, que controla a opinião pública, a oferta de moeda e a economia. Para se chegar a primeiro-ministro é necessário apoio mediático, com comentadores, em jornais e televisões, a incensarem incansavelmente o candidato (e a esconderem-lhe os podres), e apoio monetário para sustentar o partido, as campanhas, os tempos de antena, os cartazes, os jantares e os comícios. Após a eleição, o político lá estará para servir quem o elegeu (ou seja, o poder financeiro).




Quanto ao embate entre a blogosfera (na sua maior parte nas mãos dos cidadãos), e os media tradicionais (exclusivamente nas mãos do poder financeiro), é sabido que a primeira ganha adeptos todos os dias na exacta medida em que os segundos os vão perdendo. Quando, ou se, irá acontecer um turning point, não faço ideia.
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segunda-feira, julho 20, 2009

Jon Stewart - Estes bloggers linchadores não têm credenciais, fontes, ética, editores ou responsabilidades... Não têm credibilidade, só factos!


Jon Stewart: Há cinco anos, se ouvissem a palavra blogger, partiriam do princípio que se tratava de uma derivação ou truncagem referente a alguém que mantém um weblog e teriam razão! Boa malha, inquiridos hipotéticos!

Os repórteres internautas, ou bloggers, já são reconhecidos e agora, após terem desempenhado um papel fulcral na revelação do escândalo "Rather-gate", na CBS News, os bloggers arrecadaram mais dois troféus de Media.

Por exemplo, Jeff Gannon, um repórter destacado para a Casa Branca cujo estilo jornalístico despertou a nossa curiosidade durante a conferência de imprensa do Presidente, há duas semanas:

Jeff Gannon: Os líderes democratas do senado pintaram um quadro muito sombrio quanto à economia dos EUA. O Sr. Presidente afirmou que ia ajudar estas pessoas. Como vai trabalhar com pessoas que parecem ter-se divorciado da realidade?

Jon Stewart: Alguns ouviram a pergunta e interrogaram-se: Quem é este Jeff Gannon, paladino da verdade, que torce o braço do Presidente atrás das costas, apenas para mais facilmente o poder estimular por trás?

Os sites Ameriblog e Daily Kos investigaram este Jeff Gannon e descobriram que, ao que parece, ele se chama James Guckert. Ele é "repórter" num site de direita intitulado "Talon News", que apenas transcreve comunicados da Casa Branca e dos republicanos.

Um repórter a soldo dos republicanos que usa um pseudónimo para ter acesso à sala de imprensa da Casa Branca não é uma história muito interessante. A menos que o cavalheiro em questão [James Guckert] seja também proprietário de sites pornográficos gay, incluindo o Hotmilitarystue.com, onde o seu perfil indica que ele tem, e cito: 1:80m, 90 quilos, cabelo castanho curto, olhos verdes, e um pénis com mais de 20 cm circuncidado.

Uma analista de Media da CNN revelou de que forma a CNN desvendou esta história.

CNN: Fizemos esta descoberta. Ou melhor, um dos bloggers fez a descoberta e nós soubemos através do blog "Ameriblog.com", um site liberal. Até mostrávamos as fotos, mas são ousadas e preferimos não o fazer.

Jon Stewart: Foi a CNN a mostrar o motivo por que os blogs são mais interessante que a CNN. Esta e outras deram azo a grande agitação nos três canais noticiosos:

Debate na Fox News: Quero voltar ao que disse o Bob. Você está a defender estes bloggers linchadores, que divulgam estas notícias, 1/10 das quais são inventadas? Eles não usam provas ou fontes fidedignas. É esse o jornalismo que advoga? Na sua maioria são pessoas que não têm credenciais, não têm fontes, ética, editores ou responsabilidades.

Jon Stewart: Ao contrário dos jornalistas dos canais por cabo que têm… credenciais! Com mais informações sobre o papel dos bloggers nos media, tenho aqui o nosso perito em media, Stephen Colbert. Stephen, fazes parte dos media tradicionais. És um repórter dos media tradicionais, qual é a tua opinião sobre estes repórteres dos novos media?

Stephen Colbert: Jon, a grande maioria dos bloggers são repórteres responsáveis que abordam temas de nicho de forma séria, como histórias sobre a séria "Gilmore Girls", truque giros que os seus gatos fazem, ou fotografias das personagens de "Gilmore Girls" vestidas de gatas. Até aqui, tudo bem. O que eu não posso é com os bloggers agressivos. Gente com computador que recolhe, compila e divulga factos verídicos, que depois são lidos pelo público. Não têm credibilidade, só têm factos. Poupem-me!

Jon Stewart: A Internet como meio de comunicação pode ser uma novidade, mas o que os bloggers fazem, tal como tu descreveste, é muito semelhante ao que fazem os jornalistas.

Stephen Colbert: Ao que fazem os jornalistas, Jon? Como jornalista, acho que sei qual é o meu papel. Não fico sentado em casa em frente a um computador. Estou todos os dias na Casa Branca a esfalfar o coiro, a transcrever os seus comunicados, a repetir os seus argumentos.

Jon Stewart: Mas desde que estes bloggers corroborem os seus factos, porque haverias de te opor a este tipo de cobertura política?

Stephen Colbert: Porque não se trata de cobertura política, Jon! Eles divulgam informações sobre os repórteres. A primeira regra do jornalismo é não fales sobre jornalismo! Eles têm de aprender a não falar dos jornalistas, ninguém gosta de bufos. Se querem divulgar alguma coisa, porque não usam a sua genica para investigar esta Administração? Alguém devia fazê-lo. Nem imaginam o que eles andam a tramar!

Jon Stewart: Stephen, quer tu gostes, quer não, estes bloggers já conquistaram alguma legitimidade.

Stephen Colbert: É verdade Jon. E essa é a nossa única esperança. Com legitimidade, os bloggers serão considerados os nossos pares. E isso implica acesso, estatuto, dinheiro e poder. E se aprendemos alguma coisa com os media tradicionais, foi que isso fomenta a complacência ou coisa parecida...


quinta-feira, junho 11, 2009

Hitler ensaiou infrutiferamente obter financiamentos na blogosfera

Refugiado num bunker em Berlim, dias antes da data do seu suicídio, a 30 de Abril de 1945, Hitler é confrontado pelos seus generais com o fracasso total do seu blog, donde esperava receitas suplementares que lhe permitissem prolongar a guerra.

No auge do desespero, Hitler dispara em todas as direcções e nem sequer poupa os outros bloggers, revelando-se especialmente virulento com o Blasfémias, o Arrastão, o Causa Nossa, etc.


Vídeo legendado [por mim] em português:


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sábado, dezembro 15, 2007

O Blogue-Chat


O Blogue-Chat consiste num Site na Internet onde são colocados assuntos, mais ou menos elaborados, sob a forma de Posts, e numa Caixa de Comentários onde as pessoas, em tom ameno, imergem em diálogos que primam pela simplicidade e nada têm a ver com o assunto do Post.

Um excelente exemplo do tipo Blogue-Chat é o Site do Pedro Arroja, que dá pelo nome de Portugal Contemporâneo, e que no dia 14 de Dezembro de 2007 apresentava o seguinte artigo:


14 Dezembro 2007

leitura recomendada

Joaquim Sá Couto, O Sonho Americano e o Pesadelo Europeu, Porto: Vida Económica, 2003 (Prefácio meu).

Ler Mais...

Publicada por Pedro Arroja em 20:07 Comments (59) Trackback Hiperligações para esta mensagem



De seguida, uma sequência de 12 comentários ao referido Post (tirados da respectiva caixa de comentários), que espelham o nível de aprofundamento a que o assunto foi sujeito:

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Isto está um verdadeiro chat! Disto, só mesmo no PC (marketing).

rui a. 12.15.07 - 12:30 am #
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Já me cai muito melhor.

rui a. 12.15.07 - 12:29 am #
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No meu caso, Rui, é a FDC.

Lololinhazinha 12.15.07 - 12:29 am #
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Eu a falar na FDL e você obcecado com mulheres.

rui a. 12.15.07 - 12:28 am #
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Afinal de contas, as meninas de hoje, em comparação com as mulheres de ontem, são muito voláteis, não é?

P. Arroja

Anonymous 12.15.07 - 12:27 am #
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Ó Pedro, vamos fazer uns postezinhos sobre a FDL? Acho que estão a pedi-las.

rui a. 12.15.07 - 12:27 am #
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Tenha juízo, Pedro!

Lololinhazinha 12.15.07 - 12:26 am #
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E a reconhecerem que têm muito a aprender com a zazie, a quem ainda hão-de chamar mamã. Tudo neste blogue.

P. Arroja

Anonymous 12.15.07 - 12:26 am #
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Ainda hei-de vê-las a prestar homenagem ao Euroliberal. E neste blogue.

P. Arroja


Anonymous 12.15.07 - 12:25 am #
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Que elas haviam de cair na rede, eu nunca tive dúvidas. A prazo, as mulheres querem a companhia de homens a sério. Eu considero um triunfo a lololinhazinha e a tina terem finalmente assumido a sua condição de comentadoras neste blogue. Sinal de decadência para outros blogues...

P. Arroja


Anonymous 12.15.07 - 12:21 am #
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«as mulheres são responsáveis pelo fundamentalismo religioso.» Ó Lóló, olhe que por algumas que conheço, ia a Fátima a pé.

rui a. 12.15.07 - 12:20 am #
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235 comentários? Só você!

rui a. 12.15.07 - 12:19 am #



Comentário:

E o prémio para o melhor comentário vai para o próprio autor do post, Pedro Arroja, com o seguinte aforismo:

«Que elas haviam de cair na rede, eu nunca tive dúvidas. A prazo, as mulheres querem a companhia de homens a sério. Eu considero um triunfo a lololinhazinha e a tina terem finalmente assumido a sua condição de comentadoras neste blogue. Sinal de decadência para outros blogues...»