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sábado, setembro 29, 2007

Rússia adverte EUA sobre militarização do espaço



Agência EFE - 27/09/2007

A Rússia advertiu hoje os Estados Unidos e outros países contra os planos de militarizar o espaço, o que, em sua opinião, "multiplicaria o risco de uma guerra mundial", segundo a agência "Interfax".

"Não queremos uma guerra no espaço, mas também não permitiremos que nenhum outro país se apodere do universo", disse à imprensa em Moscou o coronel-general Vladimir Popovkin, comandante das Forças Espaciais da Rússia.

A instalação de meios de ataque no espaço aberto "teria consequências muito perigosas para o mundo", afirmou Popovkin, em uma clara referência aos Estados Unidos, cujos planos de militarizar o espaço são denunciados pela Rússia há anos.

Segundo ele, em caso de falha de um satélite espião russo, o país poderia interpretar o ocorrido como "o começo de um ataque para 'cegar e ensurdecer' seus sistemas de detecção de operações com mísseis".

"Neste caso, naturalmente, tomaríamos medidas de resposta", ressaltou.

O general lembrou que, "actualmente, apenas os EUA e a Rússia são capazes de colocar armas no espaço", mas alertou que "a este nível também se aproximam rapidamente China, países da Europa e outras nações".

O general disse que a Rússia preparou junto com a China uma série de acordos internacionais voltados a proibir a militarização do espaço.

Ele acrescentou que colaborou para esta iniciativa conjunta o teste do primeiro míssil anti-satélite balístico chinês em Janeiro, fato criticado por Estados Unidos, Japão e Austrália, mas que teve sua importância minimizada pela Rússia.

"O espaço é actualmente o único âmbito onde ainda não há armamento, e é preciso legalizar isto mediante um acordo internacional", acrescentou.

As críticas da Rússia às tentativas dos EUA de militarizar o espaço aumentaram após o Pentágono anunciar seu projecto de um escudo antimísseis global e os planos de instalar um radar e foguetes interceptores no Leste Europeu, perto da fronteira russa.

Popovkin reiterou a posição que Moscovo mantém sobre o início da corrida armamentista no espaço desde os tempos da "Guerra nas Estrelas", do então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan: a Rússia preferiria evitá-la, mas, se não houver alternativa, também está pronta para enfrentá-la.

A resposta "assimétrica" que a Rússia defende passa pela renovação, ainda pendente, da frota de satélites e pela modernização do arsenal nuclear do país, com a incorporação de mísseis balísticos intercontinentais de ogivas múltiplas capazes de burlar defesas antimísseis.



Comentário:

Os russos têm boas razões para estar preocupados. A militarização e controlo do Espaço é, de há muito, uma obsessão do complexo militar-industrial americano.

Visão para 2020 (Vision for 2020), é um documento que foi publicado pelo Comando Espacial dos Estados Unidos, e trata-se de um plano para a dominação da Terra a partir do Espaço pelos EUA. Na primeira página exige-se: "o domínio da dimensão espacial das operações militares de forma a proteger os interesses e os investimentos americanos." No documento, podem ainda ler-se frases como, "full spectrum dominance" [total controlo militar terrestre, marítimo, aéreo e espacial], e "o controlo do espaço é a capacidade para assegurar o acesso ao espaço… e a capacidade para negar aos outros o uso de espaço"


Controle do Espaço (CoS - Control of Space) é a capacidade para assegurar acesso ininterrupto ao Espaço pelas forças dos Estados Unidos e dos nossos aliados, liberdade de operações no meio espacial e a capacidade para negar outros o uso do Espaço [an ability to deny others the use of space], se preciso for. A capacidade para ganhar e manter a superioridade espacial será crítica... Com acesso ininterrupto ao Espaço, os Estados Unidos podem lançar e reconstituir constelações de satélite à medida das suas necessidades e sem impedimento por parte dos nossos adversários.