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quinta-feira, junho 29, 2017

A Secretária de Estado norte-americana de origem judaica, Madeleine Albright, em 1996, no programa «60 Minutos» da CBS, afirmou que tinha valido a pena a morte de 500 mil crianças iraquianas, em resultado das sanções impostas pelos Estados Unidos ao Iraque…

Madeleine Korbel Albright, nascida como Marie Jana Korbel (Praga, 15 de maio de 1937), foi uma política americana nomeada como 64ª Secretária de Estado dos Estados Unidos, tendo sido a primeira mulher no cargo. Foi nomeada pelo presidente Bill Clinton em 5 de dezembro de 1996 e confirmada por unanimidade pelo Senado dos Estados Unidos.


Leslie Stahl, no programa 60 Minutos da CBS (5/12/1996), a entrevistar a Secretária de Estado Madeleine Albright sobre as sanções impostas pelos Estado Unidos ao Iraque:


Leslie Stahl: "Soubemos que meio milhão de crianças morreram, quero dizer, são mais crianças do que as que morreram em Hiroxima. E, bom, acha que este preço valeu a pena?"

Madeleine Albright: "Penso que é uma escolha difícil de fazer, mas o preço – achamos que o preço valeu a pena."






Madeleine Albright considera que a morte de meio milhão de crianças iraquianas mortas para impor sanções económicas ao Iraque valeu a pena. Qual teria sido o destino desta doce mulher, acaso usasse uma suástica no braço e tivesse sido julgada pelo Tribunal Militar Internacional em Nuremberga, nos idos de Novembro de 1945?

quarta-feira, abril 05, 2017

Mia Couto -- "Há quem tenha medo que o medo acabe"

Para fabricar armas é preciso fabricar inimigos… Para produzir inimigos é imperioso sustentar fantasmas… As armas têm medo de que acabem as guerras…





https://youtu.be/iTbQDNsNkQo

sexta-feira, março 17, 2017

A razão pela qual os Estados Unidos estão constantemente em guerra…

O Negócio do Armamento e o Complexo Militar-Industrial Norte-Americano

Empresas cujo negócio é produzir e vender (ao próprio país e aos outros) material de guerra: porta-aviões, cruzadores, submarinos, caças, bombardeiros, mísseis, bombas, drones, tanques, minas, metralhadoras, balas, etc., tudo farão para criar um clima de guerra permanente. Engendram inimigos, inventam ameaças, forjam agressões...


Foi um Presidente dos Estados Unidos da América, que era também um militar de carreira, quem primeiro utilizou a expressão «complexo militar-industrial» em 1961, no seu discurso de despedida após 8 anos na Presidência. As palavras do General Eisenhower são seguramente fruto da sua experiência directa nas mais altas esferas do poder militar e político dos EUA. Após relatar a crescente e enorme influência da estrutura militar e de grandes grupos económicos nas esferas do poder, afirmava Eisenhower:

«Nas esferas da governação, devemos proteger-nos contra a aquisição de uma influência indesejada, procurada ou não, por parte do complexo militar-industrial. Existe, e permanecerá, o potencial para um surto desastroso de poder mal concentrado. Não devemos nunca permitir que o peso desta conjugação ameace as nossas liberdades ou o processo democrático. Não devemos partir do pressuposto de que tudo esteja garantido.»




https://youtu.be/luEIV6q1pxI

sexta-feira, fevereiro 24, 2017

Sobre o "Terrorismo Islâmico" - dois palhaços da SIC Notícias ridicularizados por um humorista dos Monty Python

Martim Cabral, Terry Jones (dos Monty Python) e Nuno Rogeiro


A dupla da SIC Notícias (Martim Cabral - Nuno Rogeiro), entrevistou em 2007 o humorista dos Monty Python, Terry Jones, no programa "Sociedade das Nações".

Martim Cabral e Nuno Rogeiro, os grandes arautos da "Guerra ao Terrorismo" na SIC, trouxeram à baila, evidentemente, a intolerância religiosa islâmica, o Iraque, o 11 de Setembro e o terrorismo em geral.

Terry Jones, de sorriso no lábios, explicou-lhes, candidamente, que a "Guerra ao Terrorismo" constitui um excelente negócio para a indústria do armamento, e que certos governos fazem dela um motivo para criar o caos no Médio Oriente, para que haja um estado permanente de guerra. Contou-lhes, ainda, que Geoge W. Bush é um presidente patético ao serviço das grandes empresas do armamento.

A SIC Notícias passou, prudentemente, esta entrevista às 20:10 (à hora dos telejornais) do dia 28/12/2007, e às 3:30 da madrugada do dia 29/12/2007, porque, como afirma Alcides Vieira, Director de Informação da SIC, este canal o que pretende é que "quando um telespectador olha para a informação da SIC, veja que todos os jornalistas que aparecerem no ecrã estão a falar verdade e não estão ao serviço de um interesse. Porque essa é uma marca da SIC."




Os principais momentos da entrevista a Terry Jones:

Terry Jones: Quando fizemos "A Vida de Brian" lembro-me de ter dito ao resto da equipa: "Sabem que isto pode ser muito perigoso. Podemos ter um fanático religioso a fazer de nós alvos." E eles responderam: "Não há problema." Mesmo nessa altura em 1978, achei que seria uma área potencialmente perigosa de abordar. Mas acho que não hesitava em retratar a vida de Maomé.


Martim Cabral: Acha que alguém o apoiaria? Não acha que existe uma atmosfera internacional em que ninguém considera sequer fazer este tipo de paródia, especialmente se recordarmos os problemas que houve devido aos cartoons de uma revista norueguesa?

Terry Jones: Sim, seria quase impossível obter apoio, mas não pensei em fazer isso. Não vejo o Islão como a grande fonte do Mal, como as pessoas dizem e como Bush quer fazer parecer. Em 1998… Não, em 1990, antes da primeira Guerra do Golfo, li uma revista interna da indústria do armamento, chamada "Weapons Today", que tinha grandes caças na capa. Era uma revista interna da industria do armamento e o editor-chefe escreveu: "Graças a Deus que Saddam existe." O editorial dizia que, com a queda do comunismo, o sector do armamento estava a atravessar uma crise. Não havia encomendas. "Mas agora temos um inimigo ao qual ninguém põe objecções, que é Saddam Hussein." Depois o editorial sugeria: "No futuro, podemos esperar que o Islão substitua o comunismo, porque haverá mais encomendas de armas." E podem apostar que, desde 1990, o sector do armamento tem promovido um conflito entre o Cristianismo e o Islão e é isso que temos visto desde então.


Martim Cabral: Já não é divertido nem legítimo fazer sátiras sobre religião, no ambiente em que vivemos actualmente.

Terry Jones: Concordo, mas não sei se esta situação se deve ao Islão ou à nossa indústria do armamento, que atiça e provoca o Islão.


Rogeiro: É curioso porque Chesterton, que era católico, comentou: "A superioridade de uma religião reflecte-se no facto de podermos satirizar com ela." Se pudermos gozar com ela, então, é uma religião superior.

Terry Jones: É um bom argumento para o Catolicismo.


Rogeiro: O que o irrita mais na conjuntura mundial actual? Sei que a questão do Iraque é algo que lhe custa a digerir.

Terry Jones: Sim, acho que o Iraque é o verdadeiro… Antes de invadirem o Iraque… A reacção ao 11 de Setembro foi completamente estúpida.


Rogeiro: O que significou, para si, o 11 de Setembro?

Terry Jones: Para mim, o 11 de Setembro resumiu-se a umas quantas pessoas que desviaram uns aviões para... Acho que o 11 de Setembro teve origem devido à situação no Médio Oriente com a Palestina, aquilo que os israelitas estão a fazer à Palestina, com a protecção e o aval dos Estados Unidos. O 11 de Setembro resumiu-se a isso. Claro que foi uma oportunidade imperdível para que os neo-conservadores norte-americanos transformassem isso numa cruzada contra o Islão.


Martim Cabral: Se fosse presidente dos Estados Unidos, como reagiria a um ataque como o das Torres Gémeas? O que faria? Como reagiria?

Terry Jones: Quando se é um presidente patético ao serviço das grandes empresas e do sector do armamento transformamos isso em algo politicamente vantajoso e fazemos disso um motivo para criar o caos no Médio Oriente, para que haja um estado permanente de guerra. Cria-se um estado permanente de guerra contra o "terror". É uma guerra que nunca pode ser vencida.


Martim Cabral: Mas o que faria? Imagine que está na Casa Branca.

Terry Jones: Foi um acto criminoso. Não podíamos apanhar os culpados porque estavam mortos. Tinha de haver operações secretas para descobrir os mentores. Não se fazem anúncios públicos, do género: "Achamos que estão escondidos no Afeganistão. Vamos bombardear-vos daqui a três semanas, está bem?" Isso dá à Al-Qaeda tempo suficiente para sair do Afeganistão e ir para outro local. Só então é que se bombardeia o Afeganistão.


Rogeiro: Escreveu no "The Guardian" que a gramática é vítima da guerra, penso eu, e defende que é impossível combater algo abstracto.

Terry Jones: Sim, na guerra contra o terror, estamos a enfrentar um substantivo abstracto.


Rogeiro: O terrorismo, além de ser abstracto, é algo muito concreto que mutila pessoas, que destrói vidas e cidades.

Terry Jones: Mas precisamos de um inimigo. Não podemos combater um conceito abstracto. É impossível combater o terrorismo. É como a luta contra a droga. É um conceito abstracto. Temos de saber quem vamos enfrentar. Temos de descobrir quem está por detrás disso para depois os capturar. Não se anuncia ao mundo onde estão os suspeitos para depois bombardear esses locais e criar ainda mais animosidade contra nós. É essa a intenção. A ideia não é salvar o Iraque, mas sim criar animosidade contra o Ocidente, para que haja um estado permanente de guerra.


Rogeiro: Porque acha que os britânicos reelegeram Tony Blair, depois de ele se ter envolvido na questão do Iraque?

Terry Jones: Porque reelegeram Tony Blair? Não faço ideia. Há muita… Até sei, mas não devia dizer isto. Acho que muita gente rema conforme a maré. Não sei.


Martim Cabral: Correndo o risco de sermos os três alvos de uma fatwa, não acha que Osama bin Laden seria uma personagem ideal para os Monty Pyton? Seria impossível inventar uma personagem como ele.


Terry Jones: Acho que ele (Osama bin Laden) deve ter sido influenciado pelos Monty Python.



A entrevista completa a Terry Jones, aqui:

quinta-feira, dezembro 29, 2016

O verdadeiro Terrorismo


Surpreendente discurso de Mike Prysner, um veterano de guerra do Iraque

"Disseram-nos que lutávamos contra terroristas, mas o verdadeiro terrorista era eu. E o verdadeiro terrorismo é a ocupação (do Iraque) … Aqueles que nos enviam para a Guerra não têm de puxar o gatilho ou disparar um morteiro … Não têm que lutar nesta guerra, apenas vendê-la … Precisam de um público disposto a enviar e a colocar os seus soldados em perigo … Soldados dispostos a matar e a serem mortos sem perguntar porquê…"

"E a classe dominante de bilionários que lucra com o sofrimento humano, só se preocupa em expandir a sua riqueza e controlar a economia do mundo… Compreendem que o seu poder só reside na sua capacidade de convencer que a guerra, a opressão e a exploração é do nosso interesse … Eles percebem que a sua riqueza depende da sua capacidade de nos convencer a matar e a morrer para controlar a economia de outro país … Os nossos soldados têm mais em comum com o povo do Iraque do que com os bilionários que nos enviam para a guerra…"

"Os nossos verdadeiros inimigos não estão num país distante. E não são pessoas cujos nomes não conhecemos e culturas que não entendemos. Os inimigos são pessoas que conhecemos muito bem e que podemos identificar. O inimigo é um sistema que declara guerra quando tal lhe é rentável. Os inimigos são os chefes executivos que nos demitem dos nossos empregos quando tal lhes é rentável. São as companhias de seguros que nos negam assistência médica quando tal lhes é rentável. São os bancos que expropriam as nossas casas quando tal lhes é rentável…"



https://youtu.be/SGsXRTZlGxs

segunda-feira, abril 11, 2016

Sobre o "Terrorismo Islâmico" - dois palhaços da SIC Notícias ridicularizados por um humorista dos Monty Python

Martim Cabral, Terry Jones (dos Monty Python) e Nuno Rogeiro


A dupla da SIC Notícias (Martim Cabral - Nuno Rogeiro), entrevistou em 2007 o humorista dos Monty Python, Terry Jones, no programa "Sociedade das Nações".

Martim Cabral e Nuno Rogeiro, os grandes arautos da "Guerra ao Terrorismo" na SIC, trouxeram à baila, evidentemente, a intolerância religiosa islâmica, o Iraque, o 11 de Setembro e o terrorismo em geral.

Terry Jones, de sorriso no lábios, explicou-lhes, candidamente, que a "Guerra ao Terrorismo" constitui um excelente negócio para a indústria do armamento, e que certos governos fazem dela um motivo para criar o caos no Médio Oriente, para que haja um estado permanente de guerra. Contou-lhes, ainda, que Geoge W. Bush é um presidente patético ao serviço das grandes empresas do armamento.

A SIC Notícias passou, prudentemente, esta entrevista às 20:10 (à hora dos telejornais) do dia 28/12/2007, e às 3:30 da madrugada do dia 29/12/2007, porque, como afirma Alcides Vieira, Director de Informação da SIC, este canal o que pretende é que "quando um telespectador olha para a informação da SIC, veja que todos os jornalistas que aparecerem no ecrã estão a falar verdade e não estão ao serviço de um interesse. Porque essa é uma marca da SIC."




Os principais momentos da entrevista a Terry Jones:

Terry Jones: Quando fizemos "A Vida de Brian" lembro-me de ter dito ao resto da equipa: "Sabem que isto pode ser muito perigoso. Podemos ter um fanático religioso a fazer de nós alvos." E eles responderam: "Não há problema." Mesmo nessa altura em 1978, achei que seria uma área potencialmente perigosa de abordar. Mas acho que não hesitava em retratar a vida de Maomé.


Martim Cabral: Acha que alguém o apoiaria? Não acha que existe uma atmosfera internacional em que ninguém considera sequer fazer este tipo de paródia, especialmente se recordarmos os problemas que houve devido aos cartoons de uma revista norueguesa?

Terry Jones: Sim, seria quase impossível obter apoio, mas não pensei em fazer isso. Não vejo o Islão como a grande fonte do Mal, como as pessoas dizem e como Bush quer fazer parecer. Em 1998… Não, em 1990, antes da primeira Guerra do Golfo, li uma revista interna da indústria do armamento, chamada "Weapons Today", que tinha grandes caças na capa. Era uma revista interna da industria do armamento e o editor-chefe escreveu: "Graças a Deus que Saddam existe." O editorial dizia que, com a queda do comunismo, o sector do armamento estava a atravessar uma crise. Não havia encomendas. "Mas agora temos um inimigo ao qual ninguém põe objecções, que é Saddam Hussein." Depois o editorial sugeria: "No futuro, podemos esperar que o Islão substitua o comunismo, porque haverá mais encomendas de armas." E podem apostar que, desde 1990, o sector do armamento tem promovido um conflito entre o Cristianismo e o Islão e é isso que temos visto desde então.


Martim Cabral: Já não é divertido nem legítimo fazer sátiras sobre religião, no ambiente em que vivemos actualmente.

Terry Jones: Concordo, mas não sei se esta situação se deve ao Islão ou à nossa indústria do armamento, que atiça e provoca o Islão.


Rogeiro: É curioso porque Chesterton, que era católico, comentou: "A superioridade de uma religião reflecte-se no facto de podermos satirizar com ela." Se pudermos gozar com ela, então, é uma religião superior.

Terry Jones: É um bom argumento para o Catolicismo.


Rogeiro: O que o irrita mais na conjuntura mundial actual? Sei que a questão do Iraque é algo que lhe custa a digerir.

Terry Jones: Sim, acho que o Iraque é o verdadeiro… Antes de invadirem o Iraque… A reacção ao 11 de Setembro foi completamente estúpida.


Rogeiro: O que significou, para si, o 11 de Setembro?

Terry Jones: Para mim, o 11 de Setembro resumiu-se a umas quantas pessoas que desviaram uns aviões para... Acho que o 11 de Setembro teve origem devido à situação no Médio Oriente com a Palestina, aquilo que os israelitas estão a fazer à Palestina, com a protecção e o aval dos Estados Unidos. O 11 de Setembro resumiu-se a isso. Claro que foi uma oportunidade imperdível para que os neo-conservadores norte-americanos transformassem isso numa cruzada contra o Islão.


Martim Cabral: Se fosse presidente dos Estados Unidos, como reagiria a um ataque como o das Torres Gémeas? O que faria? Como reagiria?

Terry Jones: Quando se é um presidente patético ao serviço das grandes empresas e do sector do armamento transformamos isso em algo politicamente vantajoso e fazemos disso um motivo para criar o caos no Médio Oriente, para que haja um estado permanente de guerra. Cria-se um estado permanente de guerra contra o "terror". É uma guerra que nunca pode ser vencida.


Martim Cabral: Mas o que faria? Imagine que está na Casa Branca.

Terry Jones: Foi um acto criminoso. Não podíamos apanhar os culpados porque estavam mortos. Tinha de haver operações secretas para descobrir os mentores. Não se fazem anúncios públicos, do género: "Achamos que estão escondidos no Afeganistão. Vamos bombardear-vos daqui a três semanas, está bem?" Isso dá à Al-Qaeda tempo suficiente para sair do Afeganistão e ir para outro local. Só então é que se bombardeia o Afeganistão.


Rogeiro: Escreveu no "The Guardian" que a gramática é vítima da guerra, penso eu, e defende que é impossível combater algo abstracto.

Terry Jones: Sim, na guerra contra o terror, estamos a enfrentar um substantivo abstracto.


Rogeiro: O terrorismo, além de ser abstracto, é algo muito concreto que mutila pessoas, que destrói vidas e cidades.

Terry Jones: Mas precisamos de um inimigo. Não podemos combater um conceito abstracto. É impossível combater o terrorismo. É como a luta contra a droga. É um conceito abstracto. Temos de saber quem vamos enfrentar. Temos de descobrir quem está por detrás disso para depois os capturar. Não se anuncia ao mundo onde estão os suspeitos para depois bombardear esses locais e criar ainda mais animosidade contra nós. É essa a intenção. A ideia não é salvar o Iraque, mas sim criar animosidade contra o Ocidente, para que haja um estado permanente de guerra.


Rogeiro: Porque acha que os britânicos reelegeram Tony Blair, depois de ele se ter envolvido na questão do Iraque?

Terry Jones: Porque reelegeram Tony Blair? Não faço ideia. Há muita… Até sei, mas não devia dizer isto. Acho que muita gente rema conforme a maré. Não sei.


Martim Cabral: Correndo o risco de sermos os três alvos de uma fatwa, não acha que Osama bin Laden seria uma personagem ideal para os Monty Pyton? Seria impossível inventar uma personagem como ele.


Terry Jones: Acho que ele (Osama bin Laden) deve ter sido influenciado pelos Monty Python.



A entrevista completa a Terry Jones, aqui:

segunda-feira, março 28, 2016

Papa Francisco culpa os fabricantes de armas (os Complexos Militares-Industriais do Ocidente) pelos atentados de Bruxelas



Quinta-feira, 24 de Março de 2016

Nas cerimónias da Semana Santa, em referência aos ataques de Bruxelas, o Papa Francisco afirmou:

"Também aqui hoje há dois gestos. Estarmos aqui. Juntos. Muçulmanos, hindus, católicos, coptas, evangélicos… mas irmãos. Filhos do mesmo Deus. Que queremos viver em paz, integrados. Um gesto." 

"Há três dias atrás, houve um gesto de guerra, de destruição, numa cidade da Europa por pessoas que não querem viver em paz. Por trás desse gesto estão os fabricantes de armas, traficantes de armas, que querem sangue, e não a paz, que querem guerra, e não a fraternidade."





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O Papa Francisco tem razão. Se eu fosse dono de uma fábrica de mísseis também iria querer que existisse uma situação de guerras permanentes para poder vender os meus produtos e lucrar o máximo possível. E se não houvesse guerras teria de as engendrar. E se não houvesse inimigos teria de os criar

Um jihadista radical da Al-Qaeda ou do Estado Islâmico (ou DAESH, ou ISIS, ou etc.)


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O negócio do armamento e o complexo industrial-militar

Artigo de Jorge Cadima

Foi um Presidente dos Estados Unidos da América, que era também um militar de carreira, quem primeiro utilizou esta expressão em 1961, no seu discurso de despedida após 8 anos na Presidência. As palavras do General Eisenhower são seguramente fruto da sua experiência directa nas mais altas esferas do poder militar e político dos EUA. Após relatar a crescente e enorme influência da estrutura militar e de grandes grupos económicos nas esferas do poder, afirmava Eisenhower:

"«Nas esferas da governação, devemos proteger-nos contra a aquisição de uma influência indesejada, procurada ou não, por parte do complexo militar-industrial. Existe, e permanecerá, o potencial para um surto desastroso de poder mal concentrado. Não devemos nunca permitir que o peso desta conjugação ameace as nossas liberdades ou o processo democrático. Não devemos partir do pressuposto de que tudo esteja garantido.»

As palavras de Eisenhower são de actualidade nos dias de hoje. Mas cabe perguntar quais são as razões do desenvolvimento deste complexo militar-industrial. Como não podia deixar de ser, as razões são múltiplas. Existem razões de índole política, relacionadas com o papel de polícia mundial que, no passado como hoje, as classes dominantes dos Estados Unidos pretendem desempenhar. Aquilo a que se convencionou chamar Guerra Fria é disso um claro exemplo. As intervenções militares no estrangeiro obedecem também a objectivos de promoção dos interesses económicos das grandes empresas norte-americanas. A igualmente famosa expressão «República das Bananas» exprime uma faceta dessa realidade, ao descrever as relações de subjugação que durante o Século XX os EUA impuseram a numerosos países da América Central, e não só. São inúmeros os exemplos, ao longo da História, da utilização directa ou indirecta do poder militar norte-americano, em defesa dos interesses económicos da sua classe dirigente.

As despesas militares dos EUA são realmente colossais. Vale a pena considerar a dimensão dos recursos envolvidos. O Orçamento militar pedido pelo Governo dos EUA para o ano de 2004 foi de 399,1 mil milhões de dólares: 379,9 mil milhões para o orçamento do Ministério da Defesa e 19,3 mil milhões para o programa de armas nucleares do Ministério da Energia. Trata-se duma verba astronómica, que corresponde a mais de mil milhões de dólares por dia em despesas militares, mais de 46 milhões de dólares por hora, mais de 760 mil dólares por minuto. Compare-se aquilo que os EUA gastam na sua máquina de guerra e morte, com aquilo que seria preciso para pôr cobro aos grandes flagelos sociais que afectam muitos milhões de seres humanos.

How Convenient for the Military-Industrial Complex … The Boogieman Is Back! Que conveniente para o Complexo Militar-Industrial ... O Papão está de volta!

Esta colossal máquina de morte e destruição alimenta-se do famoso “dinheiro do contribuinte”. São essencialmente os orçamentos públicos que financiam as despesas militares (em material, pessoal ou serviços). Mas os lucros resultantes beneficiam (em particular nos EUA, mas cada vez mais nos restantes países também) empresas do sector privado.

No seu número de 20/Jul/02, a revista britânica The Economist publicou um suplemento dedicado à indústria militar. Esse suplemento contém dados interessantes. Como o facto de as sete maiores empresas militares dos EUA darem emprego a cerca de um milhão de trabalhadores. Ou de, neste meio que «não é conduzido por forças económicas» haver um grau de concentração gigantesco e que se tem reforçado nos últimos tempos, de forma a deixar apenas «cinco grandes grupos a obter os contratos principais» nos EUA. O maior construtor naval do planeta é hoje um grupo militar norte-americano: a Northrop Grumman, mais conhecida como fabricante de caça-bombardeiros e respectivos sistemas electrónicos. A aeronáutica militar (incluindo mísseis) é responsável por cerca de metade das despesas de aquisição de equipamento militar, despesas que totalizam hoje cerca de 200 mil milhões de dólares por ano «nos quais predomina a América, a Europa segue atrás e o resto do mundo é apenas uma colecção de indústrias essencialmente desactualizadas ou subcontratadas pelos americanos». A militarização do Espaço é uma realidade em movimento, tal como a ciber-guerra.

Ainda segundo o referido suplemento do The Economist, a dependência do negócio privado militar em relação ao Estado vai muito para além de uma mera relação de vendedor-comprador. «As empresas [do sector] da Defesa são frequentemente subsidiadas, directa ou indirectamente. [...] Muito esforço diplomático é feito para tentar assegurar este tipo de contratos no estrangeiro. O governo britânico até tem um Director para as vendas de armas, sediado no Ministério da Defesa, cuja função é a de promover as vendas de armamento britânico no estrangeiro».

Mas os malefícios deste gigantesco sorvedouro de dinheiros públicos vão para além dos aspectos já referidos. « Os subsídios [estatais] para créditos de exportação e o auxílio governamental [a outros países] vão frequentemente de mãos dadas com os negócios de exportação de armas», afirma o The Economist. Estes negócios “lubrificados” alimentam os conflitos militares e a corrupção. « O Ministério do Comércio americano estima que metade das luvas pagas no comércio internacional dizem respeito a negócios de armas».



Para além destes aspectos, digamos “clássicos”, da indústria da morte e destruição, refira-se ainda uma faceta que tende a adquirir uma importância cada vez maior nos últimos anos: a da privatização das funções militares e para-militares. O Center for Public Integrity dá conta duma investigação do International Consortium of Investigative Journalists identificando 90 empresas militares privadas, que operam em 110 países. Segundo essa investigação, desde 1994 o Ministério da Defesa (nome cada vez mais despropositado e hipócrita) dos EUA atribuiu 3061 contratos a 12 destas empresas, num valor total de mais de 300 mil milhões de dólares. A quase totalidade (mais de 2700) destes contratos foram para apenas 2 empresas: a Kellogg, Brown & Root e a Booz Allen Hamilton.

E a história torna-se cada vez menos edificante. Em 1992, o Pentágono, na altura chefiado pelo que viria ser o Vice-Presidente dos EUA, Richard Cheney, atribuiu vários contratos à Kellogg, Brown e Root. Em 1995, o mesmo Cheney (que já não era Ministro) ocupa o cargo de Director Executivo Principal (CEO) da Halliburton Corporation, a empresa-mãe da Kellogg, Brown e Root. Nesse período, a empresa ganha vários contratos para a Bósnia, no âmbito da ingerência das potências ocidentais nos Balcãs. Em 1999, Cheney sai da Halliburton para ocupar a Vice-Presidência dos EUA, embora continue a receber cerca de um milhão de dólares por ano da empresa nos termos do acordo de cessação do seu contrato. A KBR é, entretanto, brindada com outros negócios criados pelas guerras imperiais dos EUA, como a construção de instalações no campo de concentração criado pelas Forças Armadas dos EUA na sua base de Guantanamo, em território cubano ocupado. É destes dias a notícia que a Kellogg, Brown e Root ganhou um contrato milionário, sem concurso, para obras no Iraque ocupado e destruído pela invasão norte-americana. As teias dos negócios são notáveis: fazem-se lucros a destruir, e lucros a reconstruir o que foi destruído. E não é difícil adivinhar que o pagamento dessas despesas será feito com as receitas do petróleo iraquiano, roubado na sequência da ocupação militar do país...

Longe de "não gostar do Estado", o complexo militar-industrial gosta tanto dele que o utiliza sistematicamente para criar artificialmente os mercados, pagar as despesas, subsidiar e assegurar a continuação dos seus lucros. O actual Governo dos EUA é o Estado-Maior da indústria petrolífera e militar, o Estado-Maior do complexo militar-industrial, que traça e define a política dessa super-potência em função dos interesses económicos da casta que representa.

quinta-feira, setembro 11, 2014

Há males que vêm por bem... e que rendem lucros incomensuráveis aos complexos militar-industriais privados...



Nos últimos 200 anos a América só não esteve em guerra durante 5 anos.

Os atentados do 11 de Setembro de 2001 aconteceram há 13 anos



A 11 de Setembro de 2001, «19 piratas do ar ao serviço da Al-Qaeda, organização terrorista chefiada por Bin Laden», conseguiram sequestrar quatro aviões comerciais e sobrevoar durante tempos infindos o território dos Estados Unidos, de longe a maior potência militar do planeta.

Após uma eternidade e dada a completa inacção da Força Aérea americana, dois dos aviões embateram e fizeram implodir as duas torres gémeas e também conseguir implodir (por obra do espírito santo maometano) o edifício nº 7 do World Trade Center (um edifício de 47 andares e bastante mais largo que as Torres), onde não embateu qualquer avião. Todos os edifícios caíram exactamente na vertical tal como acontece nas implosões controladas. Outro avião sequestrado foi embater no Pentágono, o edifício mais bem defendido do mundo, onde penetrou por um buraco minúsculo e se vaporizou no interior. O quarto avião despenhou-se no solo e desapareceu por completo.



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Alguns dados da política americana imediatamente antes destes funestos acontecimentos:


PNAC (Project for the New American Century)


Em Setembro do ano 2000, meses antes do acesso de George W. Bush à Casa Branca, o "Project for a New American Century" (PNAC) publicou o seu projecto para a dominação global sob o título:

"Reconstruindo as defesas da América" ("Rebuilding American Defenses"). O PNAC foi adoptado pelo vice-secretário da Defesa Paul Wolfowitz, o vice-presidente Dick Cheney e o secretário da Defesa Donald Rumsfeld.


Da esquerda para a direita: o vice-secretário da Defesa Paul Wolfowitz,
o vice-presidente Dick Cheney e o secretário da Defesa Donald Rumsfeld.


O PNAC esboça um roteiro da conquista. Apela à "imposição directa de bases avançadas americanas em toda a Ásia Central e no Médio Oriente" tendo em vista assegurar a dominação económica do mundo, e ao mesmo tempo assegurar uma guerra eterna ao «terrorismo» simbolizado pela poderosíssima Al-Qaeda.

O projecto do PNAC esboça uma estrutura consistente de propaganda de guerra. Um ano antes do 11 de Setembro, o PNAC fazia apelo a "algum evento catastrófico e catalisador, como um novo Pearl Harbor", o qual serviria para galvanizar a opinião pública americana em apoio a uma agenda de guerra (pág 51)":



"Further, the process of transformation, even if it brings revolutionary change, is likely to be a long one, absent some catastrophic and catalyzing event – like a new Pearl Harbor."

Tradução: «Além disso, o processo de transformação, mesmo que traga transformações revolucionárias, será provavelmente longo, excepto se se produzir algum evento catastrófico e catalisador – como um novo Pearl Harbor.»


Os arquitectos do PNAC parecem ter antecipado com cínica precisão a utilização dos ataques do 11 de Setembro como "um pretexto para a guerra".



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Zbigniew Brzezinski (Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA): "...pode considerar-se mais difícil conseguir um consenso [entre a população americana] sobre questões de política externa [desencadear guerras], a não ser nas circunstâncias de uma ameaça externa directa verdadeiramente maciça e amplamente percebida."

De modo análogo, nas palavras de Zbigniew Brzezinski, no seu livro The Grand Chessboard (1997):

"... it may find it more difficult to fashion a consensus on foreign policy issues, except in the circumstances of a truly massive and widely perceived direct external threat."

Tradução: "...pode considerar-se mais difícil conseguir um consenso [entre a população americana] sobre questões de política externa [desencadear guerras], a não ser nas circunstâncias de uma ameaça externa directa verdadeiramente maciça e amplamente percebida."


Zbigniew Brzezinski, que foi Conselheiro de Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter, foi um dos arquitectos da rede Al-Qaeda, criada pela CIA para combater os soviéticos na guerra afegã (1979-1989).


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Bruce Hoffman, vice-presidente da Rand Corporation - a expressão prestigiada do lobby militar-industrial norte-americano - previu numa conferência, com seis meses de antecedência, os atentados de 11 de Setembro de 2001 - "(...) bom, não discutindo agora se era realmente possível (pela Al.Qaeda) fazer cair a Torre Norte sobre a Torre Sul (do WTC) e matar 60.000 pessoas, considerem tal objectivo (...)".

Bruce Hoffman, vice-presidente da Rand Corporation (o mais importante centro privado de pesquisas em matéria de estratégia e de organização militar em todo o mundo, e a expressão prestigiada do lobby militar-industrial norte-americano), numa conferência publicada pela US Air Force Academy em Março de 2001 (ou seja, seis meses antes dos atentados de 11 de Setembro de 2001), dirigindo-se a uma audiência de oficiais superiores da força aérea norte-americana, afirmou:

"We try to get our arms around Al-Qaeda, the organization — or maybe the movement — associated with bin Laden (...) now, putting aside whether it was possible to actually topple the North Tower onto the South Tower and kill 60,000 people, consider the goal (...)"

Tradução: "Estamos a tentar fazer um cerco à Al-Qaeda, a organização - ou talvez o movimento - associada a bin Laden (...) bom, não discutindo agora se era realmente possível fazer cair a Torre Norte sobre a Torre Sul e matar 60.000 pessoas, considerem tal objectivo (...)"


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Na sequência do 11 de Setembro as despesas militares dispararam, e por consequência os chorudos contratos do complexo militar-indústrial. De 2001 até hoje, o orçamento americano da defesa passou de 404 mil milhões para quase 1,3 biliões (1.300.000.000.000) de dólares anuais, um aumento de cerca de 325% em treze anos. Será caso para dizer - abençoada Al-Qaeda!


Este gráfico do aumento da depesa militar norte-americana desde 2001 até 2011, em milhares de milhões de dólares, demonstra os lucros pornográficos de que tem beneficiado o complexo militar-industrial norte-americano (desde o 11 de Setembro), e cujos maiores expoentes têm sido as empresas Lockheed Martin, Northrop Grumman, Boeing, SAIC, Raytheon, General Dynamics, etc., etc., etc.



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Comentário


Ironicamente, o Complexo Militar-Industrial Americano, devido aos lucros proporcionados pelo evento catastrófico e catalisador do 11 de Setembro (tal como descrito no PNAC), tem tido ao longo dos últimos 13 anos excelentes motivos para esfregar as mãos de contente.

Tudo graças ao terrorismo levado a cabo pela omnipotente, omnipresente, omnisciente e infinitamente maligna Al-Qaeda, até há pouco chefiada por Bin Laden, que, na história do terrorismo, ou melhor, no anedotário mundial, só encontra paralelo na série televisiva onde a todo-poderosa organização criminosa K.A.O.S., comandada pelo vilão Siegfried e tenazmente combatida pelos agentes da C.O.N.T.R.O.L.E., cujo Ás era o inimitável Maxwell Smart. A diferença, é que no embuste do 11 de Setembro morreram de facto cerca de 2000 americanos.



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Os Estados Unidos possuem dezenas de agências secretas de informações: CIA (Central Intelligence Agency); DIA (Defense Intelligence Agency); NSA (National Security Agency); NRO (National Reconnaissance Office); FBI (Federal Bureau of Investigation); AI (Army Intelligence); NI (Navy Intelligence); AFI (Air Force Intelligence); MCI (Marine Corps Intelligence); etc., etc., etc.


Não obstante tantas agências secretas de informações, a Al-Qaeda continua mais pujante e mortífera do que nunca. Não existe atentado neste mundo que não tenha sido levado a cabo pela Al-Qaeda, por um grupo próximo da Al-Qaeda, por um bando com ligações à Al-Qaeda ou por uma associação que simpatiza com a Al-Qaeda. Os contínuos atentados perpetrados por toda esta malta terrorista, que odeia tanto os valores ocidentais, causa alguma estranheza visto chacinarem praticamente só cidadãos muçulmanos...

Em suma, os criminosos que estão à frente dos destinos dos Estados Unidos querem-nos fazer crer que duas dúzias de árabes, maltrapilhos, analfabetos e com armas de polichinelo, entraram pela América dentro e infligiram-lhe um golpe que poucas potências mundiais teriam capacidade de executar.

É necessário não esquecer que o complexo militar-industrial norte-americano está todo nas mãos de privados e que sem guerras não podem justificar aos contribuintes americanos os gastos gigantescos que eles são obrigados a pagar na compra de porta-aviões, mísseis de todo o tipo, aviões de caça, bombardeiros, tanques, metralhadoras, balas e toda a panóplia de armamento que eles produzem.




terça-feira, julho 15, 2014

Ou o Hamas é o mais inepto dos grupos terroristas do Médio Oriente ou não passa "tout court" de uma criação da Mossad Israelita…


Paradoxalmente, os foguetes lançados pelo Hamas contra Israel provocam habitualmente menos mortos e feridos do que os foguetes lançados nas festas de São Mateus na vila de Soure (distrito de Coimbra)...



Os foguetes lançados pelo Hamas contra Israel (à esquerda) são, por norma, muito menos espetaculares e perigosos que a pirotecnia utilizada nas festas populares em Portugal (à direita).


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Milícias palestinianas disparam mais de 130 foguetes contra Israel, afirma o Exército Israelita.

As milícias palestinianas dispararam neste domingo (13-07-2014) mais de 130 foguetes contra alvos em todo o território israelita, sendo que 22 deles foram intercetados pelo sistema defensivo "Cúpula de Ferro" (Iron Dome), informou nesta noite o Exército de Israel.

Uma centena de projéteis disparados alcançou o território israelita, a imensa maioria em áreas desabitadas, mas parte deles acertou em regiões povoadas. Um dos feridos pelos artefatos foi um jovem de 16 anos que sofreu graves ferimentos por não encontrar refúgio quando soaram os alarmes na cidade de Ascalão.

Grupos armados palestinianos dispararam pela primeira vez um foguete de longo alcance contra a cidade israelita de Haifa, a 150 quilômetros de distância da faixa. O artefato fazia parte de uma série de três projéteis disparados durante a tarde. Os outros dois foram intercetados pelo sistema de defesa antes de chegar a Tel Aviv. Nos seis dias de confrontos armados, as milícias tinham alcançado a cidade de Hadera, a 100km da Faixa e a 70km do perímetro de Jerusalém.

Após um período de relativa calma em Israel, as milícias palestinianas voltaram a disparar dezenas de foguetes ao início da noite, ativando os alarmes antiaéreos em mais de 20 localidades num raio de 70 quilômetros ao redor de Gaza, incluído Jerusalém.

Segundo o último balanço dos militares, nos últimos seis dias, os palestinianos lançaram cerca de 940 foguetes. Nesse mesmo período, a Força Aérea Israelita atacou mais de mil alvos na região, totalizando 1.400 toneladas de explosivos.


Uma criança palestiniana vítima de um ataque israelita é chorada por um familiar (foto de há cinco dias atrás). Cento e setenta e dois palestinianos já morreram desde a última terça-feira.

A ofensiva israelita concentrou-se, nas últimas horas, no norte do enclave mediterrâneo, onde milhares de moradores tiveram que abandonar as suas casas por causa de um ultimato dado pelo exército horas antes. Nesse período de conflito mais de 1.120 palestinianos foram feridos. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 70% dos mortos e feridos são civis. O exército israelita nega essa percentagem.

Mais de 17 mil palestinianos já abandonaram as suas casas em Gaza e procuraram refúgio junto da ONU após o início da ofensiva israelita na região, segundo a organização.

De acordo com autoridades locais, 172 palestinianos morreram desde a última terça-feira.

O governo de Israel justifica a ofensiva militar como uma retaliação aos ataques contra território israelita a partir da Faixa de Gaza.


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Global Research - Hassane Zerouky (2002)

(Tradução minha)


Graças à Mossad, "Instituto de Informações e Operações Especiais" de Israel (Serviços Secretos Israelitas), foi permitido ao Hamas reforçar a sua presença nos territórios ocupados. Entretanto, o Movimento Fatah de Libertação Nacional da Palestina de Arafat assim como a esquerda Palestiniana foram sujeitos à mais brutal forma de repressão e intimidação.


Não esqueçamos que foi Israel que de facto criou o Hamas. Segundo Zeev Sternell, historiador da Universidade Hebraica de Jerusalém, "Israel pensou que era uma táctica astuciosa para empurrar os islamistas contra a Organização de Libertação da Palestina (OLP). "

Ahmed Yassin, o líder espiritual do movimento islamista na Palestina, ao regressar do Cairo nos anos setenta, fundou uma associação de caridade islâmica. A Primeira Ministra de Israel, Golda Meir, viu nisto uma oportunidade para contrabalançar o crescimento do movimento Fatah de Arafat. Segundo o semanário israelita Koteret Rashit (Outubro de 1987), "As associações islâmicas tal como a universidade foram apoiadas e encorajadas pela autoridade militar israelita" responsável pela administração civil da Cisjordânia [West Bank] e pela Faixa de Gaza. "As associações islâmicas e a universidade foram autorizadas a receber dinheiro do estrangeiro."

Os islamistas organizaram orfanatos e clínicas de saúde, bem como uma rede de escolas, fábricas que criaram emprego para mulheres bem como um sistema de ajuda financeira aos mais pobres. E em 1978, criaram uma "Universidade Islâmica" em Gaza. "A autoridade militar israelita estava convencida que estas actividades iriam enfraquecer tanto a OLP como a organizações esquerdistas em Gaza." Nos finais de 1992, existiam seiscentas mesquitas em Gaza. Graças à Mossad israelita, foi permitido aos islamistas reforçarem a sua presença nos territórios ocupados. Entretanto, os membros da Fatah (Movimento para a Libertação Nacional da Palestina) e a esquerda palestiniana foram sujeitas às mais brutais formas de repressão.


Em 1984, Ahmed Yassin foi preso e condenado a doze anos de prisão, depois da descoberta de um depósito de armas escondido. Mas um ano depois, foi colocado em liberdade e retomou as suas actividades. E quando a Intifada (insurreição) começou, em Outubro de 1978, que apanhou os islamistas de surpresa, o Xeque Ahmed Yassin respondeu criando o Hamas (O Movimento de Resistência Islâmico): "Deus é o nosso princípio, o Profeta o nosso modelo, o Corão a nossa constituição", declara o artigo 7 dos estatutos da organização.

Ahmed Yassin estava na prisão quando os acordos de Oslo (Declaração de Princípios de um Governo Interino) foram assinados em Setembro de 1993. O Hamas rejeitou os acordos completamente. Mas nesse tempo, 70 % dos palestinianos condenaram os ataques aos civis israelitas. Ahmed Yassin fez tudo quanto estava ao seu alcance para sabotar os acordos de Oslo. Ainda antes da morte do Primeiro Ministro israelita Yitzhak Rabin (1995), Yassin tinha o suporte do governo israelita. Yassin estava muito relutante em implementar os acordos de paz.

O Hamas lançou então uma campanha de ataques contra civis israelitas, um dia antes do encontro entre os negociadores palestinianos e israelitas, relativamente ao reconhecimento formal por Israel do Concelho Nacional Palestiniano. Estes acontecimentos contribuíram largamente para a formação para a formação do governo israelita de direita que se seguiu às eleições israelitas de Maio de 1996.

Inesperadamente, o Primeiro Ministro Netanyahu deu ordens para que o Xeque Ahmed Yassin fosse libertado da prisão ("por motivos humanitários") onde estava a cumprir uma pena de prisão perpétua. Entretanto, Netanyahu, com o Presidente Clinton exerciam pressão sobre Arafat para controlar o Hamas. Na realidade, Netanyahu sabia que podia contar, mais uma vez, com os islamistas para sabotarem os acordos de Oslo. Pior ainda: depois de ter expulso Ahmed Yassin para a Jordânia, o Primeiro Ministro Netanyahu permitiu o seu regresso a Gaza, onde foi recebido triunfalmente como um herói em Outubro de 1997.


Arafat estava impotente face a estes acontecimentos. Mais ainda, como tinha apoiado Saddam Hussein durante a Guerra do Golfo de 1991, (enquanto o Hamas prudentemente se absteve de tomar posição), os Estados do Golfo decidiram cortar o financiamento à Autoridade Palestiniana. 

Entretanto, entre Fevereiro e Abril de 1998, O Xeque Ahmad Yassin foi capaz de recolher centenas de milhões de dólares, desses mesmos países. Diz-se que o orçamento do Hamas era maior do que o da Autoridade Palestiniana. Estas novas fontes de financiamento permitiram aos islamistas continuar efectivamente as suas actividades caritativas. Estima-se que cada um em três palestinianos recebe ajuda financeira do Hamas. E neste aspecto, Israel não fez nada para travar o fluxo de dinheiro para os territórios ocupados.


O Hamas conseguiu tornar-se forte através dos seus vários actos de sabotagem do processo de paz, de uma forma que era compatível com os interesses do governo israelita. Por seu lado, este último procurou de várias formas impedir a aplicação dos acordos de Oslo. Por outras palavras, o Hamas estava a cumprir as funções para as quais foi originariamente criado: impedir a criação de um Estado palestiniano. E sobre isto, o Hamas e Ariel Sharon, estão absolutamente de acordo; estão exactamente no mesmo comprimento de onda.


Israel, o maior e único porta-aviões americano que é impossível afundar

Nalguns aspectos claramente demarcados, o actual apoio dos Estados Unidos ao governo israelita corresponde aos interesses próprios americanos. Numa região onde o nacionalismo árabe pode ameaçar o controle de petróleo pelos americanos assim como outros interesses estratégicos, Israel tem desempenhado um papel fundamental evitando vitórias de movimentos árabes, não apenas na Palestina como também no Líbano e na Jordânia. Israel manteve a Síria, com o seu governo nacionalista que já foi aliado da União Soviética, sob controlo, e a força aérea israelita é preponderante na região.

Como foi descrito por um analista israelita durante o escândalo Irão-Contras, onde Israel teve um papel crucial como intermediário, "É como se Israel se tivesse tornado noutra agência federal [americana], uma que é conveniente utilizar quando se quer algo feito sem muito barulho."

O ex-ministro de Estado americano, Alexander Haig, descreveu Israel como o maior e o único porta-aviões americano que é impossível afundar.

O alto nível continuado de ajuda dos EUA a Israel deriva menos da preocupação pela sobrevivência de Israel mas antes do desejo de que Israel continue o seu domínio político sobre os Palestinianos e que mantenha o seu domínio militar da região.

Na realidade, um Estado israelita em constante pé de guerra - tecnologicamente sofisticado e militarmente avançado, mas com uma economia dependente dos Estados Unidos - está muito mais disposto a executar operações que outros aliados considerariam inaceitáveis, do que um Estado Israelita que estivesse em paz com os seus vizinhos.

Israel recebe actualmente três mil milhões de dólares (em 2002) por ano em ajuda militar dos Estados Unidos.
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quinta-feira, maio 08, 2014

A «Crise Ucraniana», ou melhor, a cavalgada dos EUA e da NATO sobre a Rússia


Se a Rússia quer guerra? Basta observar como ela colocou provocadoramente as suas fronteiras tão próximas das bases militares da NATO…


O presidente Barack Obama foi sincero em admiti-lo, na segunda-feira 03 de Março de 2014, quando afirmou que: "estamos a dizer aos russos que se, de fato, eles continuarem na trajectória atual, então analisaremos toda uma série de passos - económicos, diplomáticos - que irão isolar a Rússia".

Pois bem, é precisamente este desejo de expandir a NATO e isolar a Rússia através da incorporação de todos os países que fazem fronteira com esta na NATO, ou seja, uma estratégia de cerco geopolítico e militar à Rússia, que provocou que este país se tenha sentido ameaçado na sua segurança nacional.

A verdade é que a NATO deveria ter sido dissolvida após o colapso do império soviético, em 1991, e especialmente depois do Pacto de Varsóvia ter sido desmantelado. Mas não! Os Estados Unidos quiseram tirar partido da situação e exigiram que tudo caísse nos braços do seu Império militar-financeiro.


Logotipo da NATO



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A cavalgada da NATO em direcção à Rússia



Ao constituir uma arreliadora barreira ao avanço dos EUA-NATO para leste, o mapa acima mostra claramente a verdadeira causa do desmembramento da Jugoslávia.


A Jugoslávia era formada pelas repúblicas: Eslovénia, Croácia, Bósnia Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedónia. Ao fazer parte do Movimento dos Não-Alinhados, a Jugoslávia funcionava como um estado-tampão entre o Ocidente e a União Soviética. Perante este entrave, os EUA-NATO trataram de a desintegrar.

A administração Reagan teve como alvo a economia jugoslava numa Decisão Diretiva de Segurança Nacional (NSDD 133), em 1984, classificada como Segredo Sensível e intitulada de Política dos EUA para a Jugoslávia. A versão censurada tratava da Europa Oriental e foi desclassificada em 1990 (NSDD 54). Nesta última, a Administração Americana defendeu "desenvolver esforços para promover uma revolução silenciosa para derrubar governos e partidos comunistas", enquanto reintegrava os países da Europa Oriental numa economia orientada para o mercado.

A desintegração da Jugoslávia, levada a cabo pelos EUA e a pela NATO, provocou 250 mil mortos.


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As «Revoluções Coloridas» nas fronteiras com a Rússia




Revoluções coloridas foi a designação atribuída a uma série de manifestações políticas no espaço da antiga União Soviética. Esses movimentos muitas vezes adotaram uma cor específica ou flores como o símbolo que dá nome à sua mobilização. Esse fenómeno surgiu na Europa Oriental e também teve repercussões no Médio Oriente.

Estas manifestações têm em comum o uso de ação direta, a resistência não violenta (de acordo com os seus apoiantes) e um discurso democratizante, liberalizante e pró-ocidental, destacando-se também o papel desempenhado por algumas ONGs e organizações estudantis. O sucesso de cada um desses movimentos é variável, mas o seu eco repercutiu-se em todo o espaço da antiga União Soviética.

Até agora, esses movimentos foram bem-sucedidos na Sérvia (a Revolução Bulldozer, de 2000), na Geórgia (a Revolução Rosa, em 2003), na Ucrânia (a Revolução Laranja, em 2004), e (ainda o mais violento), a Revolução das Túlipas no Quirguistão (2005). Cada vez que grandes protestos se seguiam a eleições disputadas, o resultado era a renúncia ou deposição de líderes considerados pelos seus opositores como autoritários.

O alcance e o significado dessas "revoluções" ainda estão em discussão, bem como o papel desempenhado por agentes externos, principalmente por norte-americanos - CIA, Fundação Soros, USAID e o National Endowment for Democracy. Apesar de apoiar esses movimentos e de os apresentar como puramente nacionalistas, muitos críticos acusam-nos de serem manipulados e maximizam a importância desses agentes externos.


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Os Estados Unidos mantêm a maior coleção de bases militares estrangeiras na história mundial. Oficialmente, no início de 2011, havia 1.429.367 tropas americanas estacionadas em 150 países do mundo. Este número não inclui os contratados (mercenários) que superam as tropas no Iraque e no Afeganistão ou as operações da CIA ou de outras unidades secretas.

Estima-se em mais de mil as bases militares norte-americanas localizadas em todos os continentes, exceto na Antártida.