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segunda-feira, novembro 10, 2008

No Daily Show de Jon Stewart, Eugene Jarecki desmonta as esperanças ingénuas dos apoiantes de Barack Obama

Eugene Jarecki, escritor e realizador, dirigiu, entre outros, o documentário "Why We Fight" [Porque é que combatemos], que descreve a ascensão do complexo militar-industrial americano. O documentário afirma que em todas as décadas desde a Segunda Guerra Mundial, foi dita uma mentira ao povo americano, de forma a que o Governo pudesse conduzi-lo à guerra e, desta maneira, alimentar a economia militar-industrial.

Eugene Jarecki é convidado de Jon Stewart do Daily Show. O seu último livro chama-se "Como a América Faz a Guerra: e como perdeu o seu rumo" [The American Way of War].


Stewart: Fala muito de uma ligação entre os sectores militares e industrial, para a qual Eisenhower alertara. Isso está agora mais presente ou menos presente do que nos anos 50?

Jarecki: Essa ligação está mais presente actualmente e também muito mais generalizada na sociedade. Olhando para o que se passa em Wall Street e em tantas indústrias, as pessoas sentem que não é apenas o sector militar-industrial. Há uma espécie de promiscuidade político-industrial neste país. Há uma ligação demasiado estreita entre empresas e congressistas

Jarecki: O mundo não é um local seguro. É impossível ter segurança perfeita. E o que pode acontecer quando tentamos ter segurança perfeita é, literalmente, entrar em falência enquanto país a todos os níveis… Eisenhower disse que "é possível destruir a partir do interior o que estamos a tentar proteger do exterior." É assustador.

Jarecki: O que aconteceu foi que o nosso país mudou. O meu livro mostra como o estilo de guerra americano substituiu o estilo de vida americano… Os Constitucionalistas queriam uma República modesta, que não andasse sempre em guerra, pois sabiam – pelos Britânicos – que, se o país se envolver constantemente em guerras, o Presidente vai dizer mais frequentemente ao povo: "É tempo de guerra. Não há tempo para liberdades cívicas, não há tempo para deliberar, não há tempo para decisões racionais." Não queriam isso. Disseram: "Foi assim no tempo dos Britânicos. Criemos um Governo inteligente, que não possa estar sempre em guerra."

Stewart: Qual o máximo de tempo que estivemos neste país sem participar em alguma guerra?

Jarecki: No últimos 200 anos, um ou dois anos. Foram feitos estudos. É um estado de guerra permanente e, de certa forma, é terrível, mas é algo que todos podemos mudar.

Stewart: Não vê isto como uma questão entre Democratas e Republicanos. É o tipo de coisa que ambos os partidos… Este envolvimento dos lóbistas com as empresas não muda muito de Administração para Administração.

Jarecki: Não, de todo. As forças que controlam a nossa entrada ou não numa guerra, francamente não querem saber quem está na Casa Branca, quem está na Sala Oval,. Interessa-lhes o paradigma, a ideia de soberania americana no mundo, a forma como nos impomos e espalhamos a nossa marca.


Vídeo legendado em português