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segunda-feira, janeiro 28, 2008

No Expresso - Henrique Monteiro reconhece que a política securitária é a única forma de fazer face ao terrorismo islâmico



Henrique Monteiro - Expresso 26/01/2008

«A guerra que andamos a perder»


Tête-à-tête desassombrado entre a crónica semanal de Henrique Monteiro do Expresso e Osama Bin Laden da Al-Qaeda


Monteiro: «A notícia de que alguns terroristas suicidas islâmicos poderiam estar, ou ter passado, por Portugal chamou a atenção sobre estes episódios. Em si, eles revelam algo de positivo - a preocupação e seriedade com que estes assuntos são tratados por quem tem autoridade para fazê-lo, ainda que as suspeitas sejam vagas

«No entanto, estas reacções mostram outra coisa, mais escondida, mas muito mais grave: o medo latente que todos temos de que um dia um qualquer suicida, com o qual nada temos a ver, chegue a uma estação de metro ou a um restaurante movimentado e mate, indiscriminadamente, amigos, familiares, vizinhos, conhecidos, quem sabe se nós mesmos.»


Osama: Lamentavelmente, o prezado colega Monteiro, na divulgação que faz da ameaça terrorista islâmica, está ainda longe da sofisticação da - CNN Fear Factor - vídeo legendado em português e apresentado no Daily Show por Jon Stewart:


Monteiro: «Este sentimento (o medo do terrorismo), que começou na década de 90 - ainda antes do ataque às Torres Gémeas em 2001, antes de Bush ser presidente (há quem se esqueça deste facto comezinho) - tem vindo a agravar-se à medida que não sabemos como responder a esta escalada, a esta autêntica guerra que os radicais islâmicos nos movem. A invasão do Iraque revelou-se desastrosa; uma invasão do Irão seria, seguramente, mais desastrosa ainda. Não fazer nada será, também, totalmente desastroso.»

«Acresce que o Ocidente (ou a sua intelectualidade bem pensante) ainda gosta de se culpabilizar pela situação que o mundo vive. Tudo junto, isto resulta nesta espécie de esquizofrenia em que vivemos: temos medo deles, mas não sabemos exactamente como prevenir esse medo, senão reforçando a nossa segurança e a nossa desconfiança


Osama: A intelectualidade bem pensante ocidental não tem tem nada de que se culpabilizar, caríssimo Monteiro. Basta estar atento às declarações dos seus dirigentes: o ex-Presidente Italiano, o homem que revelou a existência da Operação Gládio, Francesco Cossiga, veio a público falar sobre os atentados do 11 de Setembro, afirmando, no Corriere della Sera, que os ataques foram executados pela CIA e pela Mossad e que esse facto era do conhecimento geral entre os serviços de informações a nível global.

A tendência de Cossiga para ser honesto preocupou a elite governante italiana e foi forçado a demitir-se após ter revelado a existência, e a sua participação na criação, da Operação Gládio, uma rede de operações secretas sob os auspícios da NATO que executou atentados bombistas por toda a Europa nos anos 60, 70 e 80. A especialidade da Gládio era executar o que se chama "false flag operations," ataques terroristas que eram imputados à oposição doméstica e geopolítica. As revelações de Cossiga contribuíram para uma investigação do parlamento italiano em 2000 sobre a Gládio, durante a qual foram reveladas provas de que os ataques foram administrados pelo aparelho de inteligência americano.



Monteiro: «Aos poucos tornamo-nos mais securitários, mais adeptos do fecho das fronteiras, mais adeptos da vigilância electrónica, mais adeptos de uma série de medidas que contradizem a enorme marcha da nossa civilização para uma sociedade mais livre.»

«Essa é a guerra que estamos a perder. Em nome da nossa segurança e por via da nossa incapacidade derrotamo-nos a nós próprios. E eles, para quem a morte é a glória, sabem-no muito bem.»


Osama: Essa é a guerra que estamos a perder ou a ganhar, Monteirito? Não é, afinal, esse furacão de medidas liberticidas adoptadas pelos Estados Unidos que todos nós, terroristas, desejamos?

Logo após os atentados do 11 de Setembro, foi criada uma justiça de excepção. O ministro da Justiça, John Ashcroft, impôs a adopção de uma lei antiterrorista – a chamada "Lei Patriótica" (Patriot Act) – que permite às autoridades prender suspeitos por um período quase indefinido, deportá-los, encarcerá-los em celas incomunicáveis, censurar a sua correspondência, as suas conversas telefónicas, as suas mensagens pela Internet, e revistar as suas casas sem autorização judicial... George W. Bush decidiu também criar tribunais militares, de instâncias especiais, para julgar estrangeiros acusados de terrorismo. Esses julgamentos secretos poderão realizar-se em navios de guerra ou em bases militares; a sentença será pronunciada por uma comissão composta por oficiais militares; não será necessária a unanimidade para condenar um acusado à morte; a pena não terá apelo; as conversas entre o acusado e seu advogado poderão ser gravadas clandestinamente; o procedimento judicial será mantido sigiloso e os detalhes do processo somente serão tornados públicos várias décadas depois...

Também em apoio à "guerra mundial contra o terrorismo", outros países – Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Espanha, França... – reforçaram as suas legislações repressivas. Os defensores dos direitos públicos têm razão para estar preocupados. O movimento geral de nossas sociedades, que tendia para um respeito cada vez maior pelo indivíduo, acaba de ser brutalmente interrompido. E, actualmente, tudo indica que se caminha para um Estado cada vez mais policial... incluindo aqui, em Portugal.


Comentário:

Nunca será demais enaltecer o papel fundamental que os media internacionais têm tido na «Guerra ao Terrorismo»:

A componente mais poderosa da Campanha de Medo e Desinformação está a cargo da CIA, a qual secretamente subsidia autores, jornalistas e críticos mediáticos por meio de uma teia de fundações privadas e organizações patrocinadas pela CIA.

Iniciativas de desinformação encoberta, sob os auspícios da CIA, são também canalizadas através de vários "procuradores" (proxies) de inteligência noutros países. Desde o 11 de Setembro elas resultaram numa disseminação diária de informação falsa referente a alegados "ataques terroristas". Em virtualmente todos os casos relatados (na Grã Bretanha, França, Indonésia, Índia, Filipinas, etc), afirmam que os "supostos grupos terroristas" têm "ligações à Al-Qaeda de Osama bin Laden", sem naturalmente admitir o facto (amplamente documentado por relatórios de inteligência e documentos oficiais) que a Al-Qaeda é uma criação da CIA.
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domingo, dezembro 16, 2007

Viva Sócrates, viva a presidência portuguesa, viva a frontalidade do Expresso

Henrique Monteiro - Expresso 16/12/2007

O orgulho de Portugal

«Nesta, que foi a última presidência portuguesa da União Europeia (...) simbolicamente, Portugal voltava aos destinos que dele fizeram uma nação decisiva há 500 anos

«Contra todas as expectativas, não só a presidência portuguesa se saiu bem de todas as iniciativas, como conseguiu surpreender pelo rigor com que as organizou.»

«Como muitos afirmam, é cedo para avaliar o real impacto destas iniciativas. Porém, à presidência exigia-se que congregasse esforços, quebrasse o gelo ou articulasse vontades. E nesse aspecto, José Sócrates, Luís Amado e todos os que colaboraram para o sucesso da presidência (sem esquecer Durão Barroso) merecem o nosso reconhecimento

«O Expresso, com a mesma frontalidade com que os critica, manifesta-lhes o orgulho que sentiu no papel de Portugal na Europa e no mundo nestes últimos seis meses.»


Miguel Sousa Tavares (no mesmo jornal):

«Vivemos dias de verdadeiro circo político. Eu sei que esta é a época dos circos descerem à cidade, mas ao menos que tragam leões e trapezistas, elefantes e malabaristas, e não este estendal de vazio e demagogia que por aí tem andado à solta entre os nossos queridos dirigentes europeus.»

«José Sócrates tem vivido noutro planeta - lá onde ele é um grande estadista e onde, de braço dado com Durão Barroso, representou uma Europa onde já ninguém se revê, o lugar do menor denominador comum da política. No fim-de-semana passado tivemos a Cimeira UE-África e a pomposa ‘Declaração de Lisboa’ - coisa ‘histórica’ para Sócrates, que se vê a fazer História a cada passo, e na realidade uma Magna Carta de inutilidades e hipocrisias


Comentário:

Qual destas duas frontalidades, a de Henrique Monteiro ou a de Sousa Tavares, já que opostas, apresentará um coeficiente menor de enviesamento?

terça-feira, junho 26, 2007

Propaganda «ocidental» versus «censura» venezuelana

Texto de Miguel Carvalho - Visão - 15 Junho 2007

A DEVIDA COMÉDIA

Em mais de vinte países, alguns dos quais da União Europeia, as licenças para emitir no espaço público relativas a mais de duas centenas de canais de televisão e rádios não foram renovadas nos últimos anos. Coisa pouca, não é?

Actualmente, porém, a grande notícia é o caso da «censura» e fecho da Radio Caracas Television (RCTV), um grave atentado, diz-se, à liberdade de expressão.

(...) A RCTV, tal como os outros canais privados da Venezuela, tinha uma concessão de 20 anos para emitir no espaço público. Todas as outras licenças foram renovadas, menos a relativa a este canal. A Venezuela tem mais de 100 emissoras de rádio e TV locais, comunitárias e privadas, em relação às quais não foi tomada idêntica atitude. O Governo da Venezuela, discorde-se ou não da atitude, considerou que a RCTV passou das marcas ao sugerir, num dos seus espaços informativos e de forma mais ou menos camuflada, o assassinato do presidente Hugo Chávez.

No tempo em que governavam na Venezuela os presidentes amigos dos EUA e das democracias europeias, a RCTV foi suspensa várias vezes. Em 1980, por sensacionalismo. Em 1981, por difusão de programas pornográficos. Em 1984, acabou condenada por ridicularizar o Presidente da República.

Na Venezuela, até à chegada de Chávez, os ministros de Informação dos sucessivos governos eram escolhidom após uma consulta aos donos dos grandes grupos mediáticos para não ferir susceptibilidades, tal como pude confirmar em conversas com estudiosos da área dos media na Venezuela.

Acontece, por último, que a RCTV não foi fechada, como se disse e escreveu. A RCTV foi impedida de continuar a emitir no espaço público. Mantém as suas transmissões por cabo, satélite e Internet, às quais milhões de venezuelanos podem continuar a aceder. Refira-se, a título de curiosidade, que Ignacio Ramonet, teórico da comunicação, e Harold Pinter, prémio Nobel da Literatura, estão entre os apoiantes da decisão do Governo venezuelano. O diário britânico Guardian – tão citado pelas elites cá do burgo – publicou recentemente uma notícia – que o burgo ignorou - com a lista das personalidades que apoiam a decisão do Governo venezuelano relativa à RCTV.


Henrique Monteiro, director do Expresso, não podia estar menos de acordo:

«(...) E a Europa, que tanto se preocupa - e bem - com os direitos humanos, não pode contemporizar com regimes como o da Venezuela, se quer ter verdadeira voz e moral na denúncia de Guantánamo ou na crítica dos excessos israelitas.


Comentário:

O director do Expresso, um homem que já se suspeitava deficientemente informado, revela ainda fracos hábitos de leitura (ainda para mais numa língua estranha):




And now something completely different:

7 Maravilhas da Blogosfera:

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