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segunda-feira, agosto 09, 2010

Sobre as meias palavras e a «liberdade de expressão» que circulam em certos blogues muito badalados…

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O blogue «O cachimbo de magritte», cheio de "nomes sonantes" na sua lista de colaboradores, colocou o seguinte post a 8 de Agosto:




O único link do post - (Em Israel, ainda em 1967) - mostrava-nos um Tony Judt fervoroso defensor de Israel e combatente na Guerra dos Seis Dias:




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No jornal Público temos a notícia mais completa: «Morreu o historiador Tony Judt, sexta-feira na sua casa de Manhattan, Nova Iorque. Tinha 62 anos... Nascido numa família de judeus seculares em Londres, em 1948, passou verões da adolescência em kibutz e tornou-se um fervoroso defensor de Israel. Trabalhou como condutor e tradutor na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Mas o entusiasmo arrefeceu e Judt trocou o sionismo e as ideias esquerdistas por um pensamento próximo da social-democracia. Tornou-se crítico quer do comunismo quer das políticas israelitas. Em 2003 afirmava que Israel era um "anacronismo" e passou a defender um estado bi-nacional para judeus e palestinianos... Esteve contra a guerra do Iraque e, como lembrou o New York Times, tinha reservas face à condição dos EUA como única superpotência. Tal como à influência judaica na política americana.»


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Neste post do blogue «O cachimbo de magritte» coloquei o seguinte comentário:

A limpeza étnica da Palestina numa entrevista ao historiador israelita Ilan Pappe (legendada em português). Ver para perceber melhor o «conflito israelo-palestiniano».

VÍDEO legendado em português




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Este comentário foi censurado por parte de um administrador do blogue «O cachimbo de magritte», algum liberal que receia que determinadas verdades ultrapassem os limites da conveniência:



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quarta-feira, abril 15, 2009

Ilan Pappe - o levantamento completo da futura propriedade do estado judeu


Em Maio de 2008, quando se completavam 60 anos da fundação do estado de Israel, vários historiadores judeus contestaram indignados a história oficial e «heróica» de uma «terra sem povo para um povo sem terra».

Ilan Pappe, da iniversidade de Haifa, era um dos mais importantes desses "revisionistas". Acabara de lançar o livro «A Limpeza Étnica da Palestina», que se tornaria um best-seller, e onde descreve detalhadamente uma politica sistemática de violência contra os árabes, antes mesmo do estado de Israel ser considerado oficial pelas Nações Unidas.


O repórter da Globo, Silio Boccanera, entrevistou Ilan Pappe em Londres, onde este leccionava na altura. Uma entrevista que continua actual e ajuda a compreender os acontecimentos na Faixa de Gaza neste começo sombrio de 2009.

Silio Boccanera: A sua pesquisa para o livro indicou que havia um plano evidente de retirar à palestina uma vasta área habitada para a formação de um estado judeu, antes de o mesmo ter sido criado. Há quanto tempo existia esse plano e quem o congeminou?

Ilan Pappe: A ideia de eliminar da Palestina a sua população nativa, dos árabes, surgiu como um conceito claro nos anos 1930. Foi idealizada por David Ben Gurion, que se tornou o primeiro-ministro de Israel. Na época, líder da comunidade judaica na Palestina de 1948, antes de Israel existir.

No entanto, a ideia de como traduzir esse desejo, essa estratégia, num plano só se desenvolveu depois da Segunda Guerra Mundial. Na realidade, o primeiro passo foi fazer um registo de todas as aldeias palestinianas. É um registo espantoso. Quando o vi pela primeira vez mal podia acreditar. Era tão meticuloso que mostrava em detalhe quantas árvores de fruto havia em cada aldeia e que tipos de fruto dava cada uma delas, além, é claro, dos poços que havia, e da qualidade dos solos das aldeias. Foi um levantamento completo da futura propriedade do estado judeu.