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sexta-feira, maio 11, 2018

Embustes literários sobre o Holocausto Judeu - o caso de Benjamin Wilkomirski

Ao articular os dogmas centrais do Holocausto, muita da literatura sobre a Solução Final de Hitler é inútil sob o ponto de vista histórico. Na realidade, os estudos sobre o Holocausto estão repletos de disparates, se não mesmo de fraudes absolutas. Especialmente revelador é o meio cultural que alimenta esta literatura do Holocausto:

No livro «Fragments» de Benjamin Wilkomirski, encontramos um estilo Holocausto kitsch largamente inspirado no «The Painted Bird» (O Pássaro Pintado) de Kosinsky.

Como Kosinsky, Wilkomirski retrata-se como uma criança abandonada que sobreviveu e que perde a fala, acaba por ser recolhida num orfanato e só mais tarde descobre que é de origem judia. Como «The Painted Bird», o principal artificio narrativo de «Fragments» é a voz simples e despojada de uma criança ingénua, o que permite que permaneçam vagas as referências ao tempo e ao espaço. Como «The Painted Bird», cada capítulo de «Fragments» culmina numa orgia de violência. Kosinsky apresentava «The Painted Bird» como «o lento degelo do espírito»; Wilkomirski apresenta «Fragments» como «a memória recuperada.

Completa mistificação, «Fragments» é apesar disso o arquétipo da memória do Holocausto. A acção decorre em campos de concentração, onde todos os guardas são monstros loucos e sádicos que esmagam alegremente os crânios de recém-nascidos judeus. No entanto as memórias clássicas dos campos de concentração coincidem com a da Dra. Ella Lingens Reiner, sobrevivente de Auschwitz: «havia poucos sádicos. Não mais do que 5 a 10 por cento.». Pelo contrário, o sadismo alemão generalizado figura profusamente na literatura do Holocausto, o que produz o duplo efeito de «documentar» a irracionalidade única do Holocausto, assim como o anti-semitismo fanático dos carrascos.

A singularidade de «Fragments» não reside na sua descrição da vida durante o Holocausto, mas depois. Adoptado por uma família suíça, o pequeno Benjamin volta a passar por novos tormentos. É apanhado num mundo de gente que nega o Holocausto. «Esquece isso... Foi um pesadelo que tiveste», grita-lhe a mãe. «Foi só um mau sonho. (...) Não penses mais nisso.» E ele irrita-se: «Aqui neste país todos me dizem que esqueça e que isso nunca aconteceu, foi só um sonho meu. Mas sabem de tudo!»

Mesmo na escola, «os meninos apontam-me com o dedo, fecham os punhos para mim e gritam: «Está louco, isso nunca aconteceu! Mentiroso! É maluco, é um idiota.» Batendo-lhe, entoando lengalengas anti-semitas, todas as crianças não judias se unem contra o pobre Benjamin, enquanto os adultos continuam a martelar: «Inventaste tudo isso!»

Levado por um desespero profundo, Benjamin vê-se diante de uma epifania do Holocausto: «O campo ainda lá está, só que oculto e bem disfarçado. Despiram os uniformes e vestiram-se com belas roupas para não serem reconhecidos (...) Mas se tiverem algum indicio de que uma pessoa pode ser judia – percebe-se logo: são os mesmos, tenho a certeza. Ainda podem matar, mesmo sem uniformes.» Mais do que uma homenagem ao doma do Holocausto, «Fragments» é uma prova decisiva: mesmo na Suiça – na neutral Suíça – todos os não judeus querem matar os judeus.

«Fragments» foi acolhido por muitos como um clássico da literatura do Holocausto. Foi traduzido numa dúzia de idiomas e ganhou o Jewish National Book Award, o prémio do Jewish Quarterly, e o prémio Mémoire de la Shoah. Wilkomirski, vedeta dos documentários televisivos, convidado de conferências e seminários sobre o Holocausto, angariador de fundos para o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, depressa se tornou cabeça de cartaz do Holocausto.

Aclamando «Fragments» como uma «pequena obra-de-arte», Daniel Goldhagen foi o principal defensor de Wilkomirski nos meios académicos. No entanto, historiadores reconhecidos como Raul Hilberg cedo denunciaram o livro como um embuste. Hilberg também colocou as perguntas que se impunham depois de o denunciar: «Como pôde este livro passar por relato autobiográfico aos olhos de várias editoras? Como pode ter valido ao Sr. Wilkomirski convites do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, assim como de universidades famosas? Como é possível não termos um controlo de qualidade decente, quando se trata da avaliação do material sobre o Holocausto que está por editar

Meio charlatão, meio louco, Wilkomirski passou toda a guerra na Suíça. Nem sequer é judeu. Mesmo assim, ouçamos os responsáveis da indústria do Holocausto:

Arthur Samuelson (editor): Fragments «é um belo livro.(...) Só seria uma fraude se fosse classificado como ensaio. Eu não hesitaria em republicá-lo, na categoria de ficção. Talvez não relate a verdade – e nesse caso o escritor ainda é melhor!»

Carol Brown Janeway (organizadora e tradutora do livro): «Se se concluir (...) que as acusações se confirmam, então o que está em questão não são factos empíricos e verificáveis, mas factos espirituais sobre os quais há que meditar. Haveria que fazer uma verificação da alma mas isso não é possível.»

E há mais. Israel Gutman é director do Yad Vashem, o museu israelita do Holocausto, e titular da cadeira do Holocausto na Universidade Hebraica. Também esteve em Auschwitz. Segundo ele, «não é assim tão importante» saber se Fragments é uma falsificação. Wilkomirski escreveu uma história que vivenciou profundamente; a verdade é essa (...) Não é um impostor. É alguém que viveu essa história com grande profundidade de alma. A dor é autêntica.» Portanto não interessa se ele passou a guerra num campo de concentração ou num chalé suíço; Wilkomirski não é um impostor se a sua dor for autêntica: assim fala um sobrevivente de Auschwitz que se transformou em especialista do Holocausto.

Em Outubro de 1999, o editor alemão de Wilkomirski retirou «Fragments» do mercado, reconhecendo publicamente por fim que não se tratava de um órfão judeu, mas de um indivíduo nascido na Suíça e chamado Bruno Doessekker.


quinta-feira, maio 14, 2015

No campo de concentração nazi de Treblinka, não apenas foi autorizado a todos os prisioneiros judeus casar, como lhes foi permitido criar uma "espécie de cabaré" onde havia música, dança e bebidas nas noites de Verão...




(Tradução minha)

«Segundo Jean Francois Steiner, que escreveu um livro chamado "Treblinka", com prefácio de Simone de Beauvoir, os prisioneiros privilegiados no campo tinham uma "boa vida". Era-lhes permitido, a todos, casar no campo, e o comandante do campo, Kurt Franz, dirigia as cerimónias de casamento. Depois de uma celebração de um casamento, os prisioneiros tiveram a ideia de fazer uma "espécie de cabaré," onde havia música, dança e bebidas nas noites de Verão.»


Do site CountryTimes.com:

Treblinka foi um campo da morte localizado a cerca de 100 quilómetros de Varsóvia, na Polónia, e uma das mais cruéis instalações criadas para levar a cabo a "solução final". Treblinka, que esteve em operação de Julho de 1942 até Outubro de 1943, foi o lugar onde aproximadamente 870,000 Judeus foram assassinados.

"Dachau, em comparação, era um hotel", afirmou o sobrevivente de Treblinka, Edi Weinstein. "Treblinka era pior que Auschwitz. Em Auschwitz eles matavam as mulheres, as crianças e os velhos imediatamente, mas ficavam centenas de milhares de outros a trabalhar nas indústrias (à volta do campo de concentração). Quando se vêem fotografias de prisioneiros com números tatuados (em Auschwitz), esses eram trabalhadores. Em Treblinka não havia nomes, nem havia números – matavam toda a gente. Alguns Judeus eram colocados a trabalhar, mas apenas para matar os outros." Na verdade, nos meses finais do campo, 99% das vítimas morria num espaço de duas horas depois de chegar a Treblinka.


Retirado do site scrapbookpages.com:

Treblinka ficou apenas atrás de Auschwitz no número de Judeus que foram mortos: aproximadamente 870,000 comparados com os cerca de um milhão e cem mil em Auschwitz. Raul Hilberg, defendeu no seu livro em três volumes, "The Destruction of the European Jews" [A destruição dos Judeus Europeus], que existiam seis centros de extermínio nazis, incluindo Treblinka. Os outros campos de extermínio eram Belzec, Sobibor, Chelmno, Majdanek e Auschwitz-Birkenau, todos eles localizados no que é hoje a Polónia.

O primeiro comandante do campo da morte de Treblinka foi o SS-Obersturmführer (primeiro-tenente) Irmfried Eberl, que esteve nesse cargo de Julho de 1942 até Setembro de 1942. Teve como sucessor o Obersturmführer Franz Stangl, que foi comandante do campo desde Setembro de 1942 até Agosto de 1943. Antes de estar à frente do campo de Treblinka, Stangl foi comandante do campo da morte de Sobibor e, antes disso, fazia parte do grupo de trabalho de Schloss Hartheim, onde os deficientes físicos e mentais alemães eram enviados para serem gaseados.

Franz Stangl foi prisioneiro dos Aliados depois da Guerra, mas foi libertado dois anos depois sem ter sido levado a julgamento. A seguir à sua libertação, foi para Itália onde foi ajudado pelo Vaticano a fugir para a Síria, onde viveu com a sua família durante três anos. Em 1951, foi para o Brasil onde viveu usando o seu nome verdadeiro.

Stangl era natural da Áustria, mas, durante anos, as autoridades austríacas recusaram-se a levá-lo a julgamento pela morte de milhares de Judeus em Treblinka. Finalmente, em 1961 foi emitida uma ordem de prisão pelo assassínio de milhares de Judeus em Treblinka. Mas foi só ao fim de seis anos que Franz Stangl foi capturado no Brasil pelo famoso caçador de nazis, Simon Wiesenthal; Franz Stangl trabalhou numa fábrica da Volkswagen em São Paulo, usando sempre o seu nome verdadeiro.

Franz Stangl foi levado a tribunal na Alemanha Ocidental, acusado da morte de 900,000 pessoas em Treblinka, Sobibor e Schloss Hartheim. Stangl confessou os assassínios, mas disse em sua defesa, “a minha consciência está limpa. Só fiz o meu dever...”

Depois de um julgamento de seis meses no tribunal alemão, Stangl foi considerado culpado a 22 de Outubro de 1970, e sentenciado a prisão perpétua em 1971; morreu na prisão em Dusseldórfia a 28 de Junho de 1971.


O terceiro e último comandante de Treblinka foi o SS-Untersturmführer (segundo-tenente) Kurt Franz que esteve no cargo de Agosto de 1943 até 3 de Outubro de 1943. Franz era um homem bem-parecido e tinha por alcunha junto dos prisioneiros o nome "Lalka". Lalka é o termo polaco para boneco. A palavra alemã para boneco é Puppe, um termo ridículo quando aplicado a um homem.

Depois da guerra, Kurt Franz foi julgado num tribunal alemão, a par de outros nove oficiais alemães que trabalharam em Treblinka; foi sentenciado a prisão perpétua. A matança de Judeus em Treblinka não o preocupou minimamente; o álbum de fotografias que ele compilou enquanto trabalhou no campo como ajudante de Franz Stangl, e mas tarde como comandante, tinha por título "Schörne Zeiten", que significa "Bons Tempos".

Tal como no campo de concentração de Buchenvald, o campo de Treblinka tinha também um jardim zoológico para entretenimento do pessoal das SS e de alguns prisioneiros privilegiados, chamados Kappos, que ajudavam os alemães no campo. Treblinka também tinha uma orquestra e um bordel para o pessoal das SS.

Segundo Jean Francois Steiner, que escreveu um livro chamado “Treblinka,” com prefácio de Simone de Beauvoir, os prisioneiros privilegiados no campo tinham uma “boa vida”. Era-lhes permitido, a todos, casar no campo, e Kurt Franz (o comandante) dirigia as cerimónias de casamento. Depois de uma celebração de um casamento, os prisioneiros tiveram a ideia de fazer uma “espécie de cabaré,” onde havia música, dança e bebidas nas noites de Verão.



O seguinte é citado do livro de Steiner:

Quando “Lalka” ("Boneco" - o comandante Kurt Franz) ouviu falar sobre o que se passava, longe de o proibir, arranjou, ele próprio, bebidas e encorajou os homens das SS a participar. O primeiro contacto foi pouco cordial, mas os homens das SS sabiam como fazer as pessoas esquecerem-se de quem eles eram, e rapidamente a sua presença foi ignorada. Para além das danças, havia também números de cabaré. O gelo quebrou-se entre os Judeus e os homens das SS. Este facto não evitava que os SS assassinassem os Judeus durante o dia, mas a perspectiva de terem companhia para a festa daí a algumas horas, suavizou-os.


[...] O ponto alto das festividades foi inquestionavelmente o aniversário de Arthur Gold (um músico famoso Judeu de Varsóvia). Um imenso buffet foi colocado na oficina do alfaiate, que os oficiais das SS decoraram eles próprios. Convites escritos à mão foram enviados a cada membro da aristocracia do campo. Foi o maior acontecimento social da época e todos estavam desejosos de usarem as suas melhores roupas [...] As mulheres arranjavam o cabelo umas às outras e vestiam os melhores vestidos da loja, roupa simples para as raparigas e decotadas para as mulheres. [...] Arthur Gold superou-se a si mesmo nos brindes que precederam as festividades. Ele insistia em agradecer aos alemães pela maneira como estes tinham tratado os Judeus.


[...] Uma noite, um ucraniano trouxe um acordeão e os outros começaram a dançar. A cena atraiu alguns Judeus que, no princípio do Verão, estavam cada vez mais desconfortáveis no seu "cabaret". As noites eram suaves e estreladas, e se não fosse pelo fogo perpétuo que se espalhava pelos céus, com as suas longas chamas [os corpos dos prisioneiros Judeus gaseados eram queimados em duas grandes piras], julgar-se-ia que se estava numa praça de uma qualquer vila ucraniana no pico de Verão. Estava lá tudo: a fogueira, a dança, as saias multicoloridas e a frescura da noite. As amizades surgiram. Só pelo facto de que, todas as manhãs, alguns homens iriam matar outros homens, tal não era razão para ficar de mau humor.

quinta-feira, agosto 05, 2010

Colecção: «Embustes literários sobre o Holocausto Judeu - o caso de Benjamin Wilkomirski»

Ao articular os dogmas centrais do Holocausto, muita da literatura sobre a Solução Final de Hitler é inútil sob o ponto de vista histórico. Na realidade, os estudos sobre o Holocausto estão repletos de disparates, se não mesmo de fraudes absolutas. Especialmente revelador é o meio cultural que alimenta esta literatura do Holocausto:

No livro «Fragments» de Benjamin Wilkomirski, encontramos um estilo Holocausto kitsch largamente inspirado no «The Painted Bird» (O Pássaro Pintado) de Kosinsky.

Como Kosinsky, Wilkomirski retrata-se como uma criança abandonada que sobreviveu e que perde a fala, acaba por ser recolhida num orfanato e só mais tarde descobre que é de origem judia. Como «The Painted Bird», o principal artificio narrativo de «Fragments» é a voz simples e despojada de uma criança ingénua, o que permite que permaneçam vagas as referências ao tempo e ao espaço. Como «The Painted Bird», cada capítulo de «Fragments» culmina numa orgia de violência. Kosinsky apresentava «The Painted Bird» como «o lento degelo do espírito»; Wilkomirski apresenta «Fragments» como «a memória recuperada.

Completa mistificação, «Fragments» é apesar disso o arquétipo da memória do Holocausto. A acção decorre em campos de concentração, onde todos os guardas são monstros loucos e sádicos que esmagam alegremente os crânios de recém-nascidos judeus. No entanto as memórias clássicas dos campos de concentração coincidem com a da Dra. Ella Lingens Reiner, sobrevivente de Auschwitz: «havia poucos sádicos. Não mais do que 5 a 10 por cento.». Pelo contrário, o sadismo alemão generalizado figura profusamente na literatura do Holocausto, o que produz o duplo efeito de «documentar» a irracionalidade única do Holocausto, assim como o anti-semitismo fanático dos carrascos.

A singularidade de «Fragments» não reside na sua descrição da vida durante o Holocausto, mas depois. Adoptado por uma família suíça, o pequeno Benjamin volta a passar por novos tormentos. É apanhado num mundo de gente que nega o Holocausto. «Esquece isso... Foi um pesadelo que tiveste», grita-lhe a mãe. «Foi só um mau sonho. (...) Não penses mais nisso.» E ele irrita-se: «Aqui neste país todos me dizem que esqueça e que isso nunca aconteceu, foi só um sonho meu. Mas sabem de tudo!»

Mesmo na escola, «os meninos apontam-me com o dedo, fecham os punhos para mim e gritam: «Está louco, isso nunca aconteceu! Mentiroso! É maluco, é um idiota.» Batendo-lhe, entoando lengalengas anti-semitas, todas as crianças não judias se unem contra o pobre Benjamin, enquanto os adultos continuam a martelar: «Inventaste tudo isso!»

Levado por um desespero profundo, Benjamin vê-se diante de uma epifania do Holocausto: «O campo ainda lá está, só que oculto e bem disfarçado. Despiram os uniformes e vestiram-se com belas roupas para não serem reconhecidos (...) Mas se tiverem algum indicio de que uma pessoa pode ser judia – percebe-se logo: são os mesmos, tenho a certeza. Ainda podem matar, mesmo sem uniformes.» Mais do que uma homenagem ao doma do Holocausto, «Fragments» é uma prova decisiva: mesmo na Suiça – na neutral Suíça – todos os não judeus querem matar os judeus.

«Fragments» foi acolhido por muitos como um clássico da literatura do Holocausto. Foi traduzido numa dúzia de idiomas e ganhou o Jewish National Book Award, o prémio do Jewish Quarterly, e o prémio Mémoire de la Shoah. Wilkomirski, vedeta dos documentários televisivos, convidado de conferências e seminários sobre o Holocausto, angariador de fundos para o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, depressa se tornou cabeça de cartaz do Holocausto.

Aclamando «Fragments» como uma «pequena obra-de-arte», Daniel Goldhagen foi o principal defensor de Wilkomirski nos meios académicos. No entanto, historiadores reconhecidos como Raul Hilberg cedo denunciaram o livro como um embuste. Hilberg também colocou as perguntas que se impunham depois de o denunciar: «Como pôde este livro passar por relato autobiográfico aos olhos de várias editoras? Como pode ter valido ao Sr. Wilkomirski convites do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, assim como de universidades famosas? Como é possível não termos um controlo de qualidade decente, quando se trata da avaliação do material sobre o Holocausto que está por editar

Meio charlatão, meio louco, Wilkomirski passou toda a guerra na Suíça. Nem sequer é judeu. Mesmo assim, ouçamos os responsáveis da indústria do Holocausto:

Arthur Samuelson (editor): Fragments «é um belo livro.(...) Só seria uma fraude se fosse classificado como ensaio. Eu não hesitaria em republicá-lo, na categoria de ficção. Talvez não relate a verdade – e nesse caso o escritor ainda é melhor!»

Carol Brown Janeway (organizadora e tradutora do livro): «Se se concluir (...) que as acusações se confirmam, então o que está em questão não são factos empíricos e verificáveis, mas factos espirituais sobre os quais há que meditar. Haveria que fazer uma verificação da alma mas isso não é possível.»

E há mais. Israel Gutman é director do Yad Vashem, o museu israelita do Holocausto, e titular da cadeira do Holocausto na Universidade Hebraica. Também esteve em Auschwitz. Segundo ele, «não é assim tão importante» saber se Fragments é uma falsificação. Wilkomirski escreveu uma história que vivenciou profundamente; a verdade é essa (...) Não é um impostor. É alguém que viveu essa história com grande profundidade de alma. A dor é autêntica.» Portanto não interessa se ele passou a guerra num campo de concentração ou num chalé suíço; Wilkomirski não é um impostor se a sua dor for autêntica: assim fala um sobrevivente de Auschwitz que se transformou em especialista do Holocausto.

Em Outubro de 1999, o editor alemão de Wilkomirski retirou «Fragments» do mercado, reconhecendo publicamente por fim que não se tratava de um órfão judeu, mas de um indivíduo nascido na Suíça e chamado Bruno Doessekker.


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Comentário

Esta história do holocausto judeu está atulhada de mentiras.
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