Mostrar mensagens com a etiqueta Submarinos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Submarinos. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, novembro 02, 2015

Paulo Morais - candidato às presidenciais de 2016 - Na Grécia como em Portugal, o crescimento da dívida teve origem em mecanismos de corrupção e em investimentos faraónicos




Paulo Morais é candidato anunciado às próximas eleições presidenciais de 2016




Curiosamente, Paulo Morais só muito raramente aparece nas televisões nacionais, o que diz tudo sobre a «imparcialidade» dos Media portugueses (ou, melhor dito, Merdia). A razão desta ausência só pode ser explicada pela frontalidade com que este candidato desmonta os esquemas de corrupção dos políticos e a forma desassombrada com que lhes aponta os nomes. Tem fortemente denunciado, em diversos meios de comunicação social, a corrupção e a promiscuidade entre os poderes políticos e os poderes económicos, e a inconstitucionalidade preconizada por alguns escritórios de advogados, ao serem redactores das leis nacionais, e ao mesmo tempo representantes nos meios judiciais de entidades que se deparam com essas mesmas leis.



***********************************


Artigo de Paulo Morais - Correio da Manhã - 4.7.2015


Gregos com a dívida - Na Grécia como em Portugal, o crescimento da dívida teve origem em mecanismos de corrupção e em investimentos faraónicos.


"Pagar ou não pagar – eis a questão da Grécia. Será que é correto pagar religiosamente dívidas que foram mal contraídas? É este hoje o dilema com que se debate o governo em Atenas. Em Portugal, por outro lado, o governo não hesita: assume de forma acrítica o pagamento de empréstimos ruinosos e fá-lo à custa do sofrimento dos cidadãos.

As dívidas públicas deveriam ser um fator de desenvolvimento. Os estados deveriam contrair dívida para, através de investimentos virtuosos, garantirem o bem-estar dos povos.

Mas, nos últimos anos, na Grécia como
em Portugal, o crescimento da dívida teve origem em mecanismos de corrupção, em investimentos faraónicos e inúteis, em empréstimos mal negociados. O estado adquiriu submarinos, num negócio marcado pela corrupção, construíram-se dez estádios de futebol caríssimos para o Euro 2004 e alguns estão agora a apodrecer; sucessivos governos contraíram empréstimos a taxas próprias de agiotas, de quase 6%, quando poderiam fazê-lo a 3%. Além disso, o Estado nacionalizou os prejuízos do BPN e dispõe-se a perder mais de dois mil milhões com a venda do Novo Banco. E ainda negociou parcerias público-privadas, garantindo taxas de rentabilidade milionárias aos privados, por décadas, muito para além do tempo do mandato de quem decidiu. Um regabofe!




Com este tipo de governação, corrupta, os grupos económicos do regime (Mota-Engil, EDP, Lena, Lusoponte...) garantem a sua prosperidade. E o povo, eterno prejudicado, assume os prejuízos. Com sofrimento, reduções salariais, aumento de impostos, redução de serviços de saúde e educação.

Para nos deixarmos de ver gregos, doravante deve ser estabelecido, como regra no Orçamento de Estado, um limite máximo a destinar ao pagamento de dívida. E, além disto, é imperioso que negócios do estado com custos demasiado elevados ou cujos pagamentos se prolonguem muito para além do tempo dos mandatos de quem os decide deverão ser referendados pelo povo.
Já que os governos querem defender os grupos económicos, defendamos nós o futuro dos nossos filhos.



***********************************


Paulo Morais é licenciado em Matemática, tem um MBA em Comércio Internacional e é doutorado em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Porto. Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, de 2002 a 2005, tendo sido responsável pelos pelouros do Urbanismo, Acção Social e Habitação. Regressou então ao ensino e ao seu combate de sempre pela denúncia dos mecanismos de corrupção em Portugal. É professor na Universidade Portucalense e investigador no InescPorto. Integrou o grupo de trabalho para a revisão do Índice de Percepções da Corrupção, levada a cabo pela Transparency International. Foi perito no Comité Europeu Económico e Social. É perito do Conselho da Europa em missões internacionais sobre boa governação pública, luta anti-corrupção e branqueamento de capitais.

Publicou os livros “Porto de Partida, Porto de Chegada”, “Mudar o Poder Local” e “Da Corrupção à Crise”. É docente do ensino superior nas áreas da Estatística e Matemática e director do Instituto de Estudos Eleitorais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias do Porto. É vice-presidente da Direcção - Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), com o mandato suspenso desde 13 de Março de 2015, a seu pedido, por período indeterminado. Pediu a suspensão do mandato de vice-presidente da TIAC para se candidatar à presidência da República.