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segunda-feira, setembro 09, 2013

Laissez-faire, laisser-faiblir, laisser-mourir: Quando muitos britânicos já passaram as portas do inferno – coisa que irá acontecer à esmagadora maioria dos europeus e americanos


No reino da precariedade




14.Agosto.2013

Um milhão de britânicos com contratos «zero horas»

Os contratos «zero horas», que não dão qualquer garantia ao trabalhador, tornaram-se uma prática corrente no Reino Unido, revela um recente estudo de um instituto britânico.

Em algumas empresas do Reino Unido os contratos «zero horas» representam a esmagadora maioria dos vínculos laborais. É o caso da cadeia McDonalds, onde 90 por cento dos trabalhadores (precisamente 82 200 pessoas) estão nestas condições, isto é, tanto podem trabalhar 70 horas por semana como nenhuma, sendo remunerados nessa correspondência.

O empregador não lhes dá qualquer garantia, mas exige-lhes disponibilidade total em função das suas necessidades.

Deste modo, a multinacional do hambúrguer pode dar-se ao luxo de com apenas 1200 trabalhadores efectivos servir diariamente 2,5 milhões de refeições em terras de sua majestade.

A Sports Direct é outra cadeia comercial muito conhecida que mantém 20 mil trabalhadores com contratos «zero horas», ou seja, 90 por cento da mão-de-obra. O mesmo modelo é aplicado nas lojas Boots ou na Subway.

Como explica uma reportagem do jornal espanhol Público.es., não é raro o trabalhador ser convocado de manhã ao serviço e pouco depois ser enviado para casa porque a afluência de clientes ficou abaixo das expectativas.

O assunto tornou-se num tema quente da actualidade britânica depois de o CIPD (Chartered Institute of Personnel and Development), um instituto especializado em recursos humanos, ter publicado, dia 5, um relatório segundo o qual o universo de trabalhadores nestas condições é quatro vezes maior do que os números oficiais indicam.

Assim, enquanto as estatísticas britânicas apontam para a existência de 250 mil «contratos zero», o estudo do CIPD estima que os números reais rondarão um milhão de pessoas.




Um caso de sobre-exploração

Por seu turno, o CIPD, que se baseou num inquérito a mais de mil empregadores, mostra que o recurso a esta modalidade de precariedade absoluta se tornou comum em muitos sectores de actividade.

Os resultados revelam que 19 por cento dos empregadores inquiridos empregaram pelo menos uma pessoa nestas condições.

No chamado sector do voluntariado esta percentagem sobe para 34 por cento, no sector público para 24 por cento e no sector privado em geral fica-se nos 17 por cento.

Na hotelaria, restauração e entretenimento, 48 por cento dos empregadores admitiram recorrer aos «contratos zero», na educação, 25 por cento, e na saúde, 27 por cento.

É ainda significativo que 25 por cento das empresas com mais de 250 trabalhadores utilizem este tipo de contratos, enquanto o mesmo sucede em apenas 11 por cento das pequenas empresas.

A maioria dos empregadores (54%), que reconhecem utilizar este tipo de contratos, afirmam que eles representam pouco mais de dez por cento do total de trabalhadores, sendo que a percentagem média é de 16 por cento.

Com base nestas respostas, o CIPD estima que entre três a quatro por cento dos empregados cobertos pelo inquérito têm contratos «zero horas», o que equivale a um milhão de trabalhadores em todo o Reino Unido.

Além disso, as informações fornecidas por 148 trabalhadores com este tipo de contratos mostram que 14 por cento dos patrões frequente ou muito frequentemente não lhes oferecem o número de horas suficiente para manterem padrões básicos de vida.

Por outro lado, 38 por cento dos trabalhadores consideram que têm um emprego a tempo inteiro, trabalhando 30 ou mais horas por semana.

A verdade é que os contratos «zero horas» estão muito longe de servirem apenas estudantes ou pessoas que desejam trabalhar algumas horas por semana, finalidade para que teriam sido criados.

Segundo o sindicato Unison, a grande maioria destes trabalhadores sujeita-se a estes contratos, sem quaisquer benefícios, como direito a férias, cobertura em caso de doença, seguro de saúde ou indemnização por despedimento, apenas porque não tem outra opção.

segunda-feira, setembro 17, 2012

Nick Hanauer, um multimilionário crente nas virtudes do capitalismo, explica como a ideia de que os ricos criam emprego é uma falácia


Clicar em CC na barra inferior do vídeo para ver as legendas em português



Numa palestra TED impressionante Nick Hanauer desmonta um dos mitos mais malignos associados ao capitalismo: de que os ricos merecem ter privilégios tais como impostos reduzidos para que possam continuar a desempenhar a sua suposta função social num sistema capitalista que é a de criar postos de trabalho. Nick Hanauer é um empreendedor americano especializado em capital de risco. No dia 1 de Março de 2012 deu esta palestra numa das famosas conferências TED e os responsáveis desta organização sem fins lucrativos recusaram-se a publicá-la. Nick afirma que é falsa a ideia de que "os ricos são criadores de emprego e que por isso não devem pagar impostos". Afirma antes que o verdadeiro criador de emprego é o consumidor da classe média. Ainda que o site TED.com seja bem conhecido por difundir palestras bem provocadoras esta palestra não foi publicada no dito site.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

A cretinice de João Miranda, blogger do Blasfémias, sobre o tema Desemprego e Socialismo

João Miranda

Colaborador do Blogue neoliberal Blasfémias
Investigador em Biotecnologia
Ex-comentador do Jornal de Notícias



Desemprego e Socialismo II

Publicado no Blasfémias por Joao Miranda - 5 Dezembro de 2009


"Uma bomba da Galp típica tem 8 bombas de gasolina self service, uma caixa multibanco, mini-mercado, cafetaria, banca de jornais e serviço de lavagem de automóveis. Tudo isto é gerido por 3 trabalhadores, que passam a maior parte do tempo nas 3 caixas de pagamento disponíveis."

"Estas bombas da Galp são o resultado inevitável de políticas caras ao socialismo moderno: aumento do salário mínimo, rendimento mínimo, subsídio de desemprego, aumento dos custos do trabalho e subsídios à inovação."

"Uma bomba self-service é mais barata que um funcionário, uma máquina multibanco mais barata que empregado bancário, sistema de lavagem automático mais barato que o salário de 2 ou 3 lavadores e o sistema de caixa centralizada mais barato que venda personalizada."





Contraditório

Este artigo de João Miranda constitui um dos melhores exemplos da cegueira dos entusiatas do laissez-faire.

Na realidade, a bomba self-service, já hoje, não precisa de funcionário nenhum:

Os clientes podem abastecer-se de combustível, pagando por Via Verde ou cartão multibanco. Máquinas automáticas podem providenciar centenas de produtos, bebidas, jornais e revistas, bastando, para tanto, introduzir moedas, notas ou efectuar o pagamento por multibanco. Quanto à lavagem das viaturas, há máquinas automáticas e lavagem executada pelo cliente, com recurso a poucas moedas ou cartão multibanco.


João Miranda acusa o socialismo de empurrar os empresários, em resultado dos «salários astronómicos» exigidos pelos trabalhadores, a optar pela tecnologia, relativamente mais barata.

O que João Miranda não percebe, é que a tecnologia está a substituir o emprego (e boa parte do trabalho), e que este fenómeno avança em progressão exponencial. O hardware e o software há séculos que vêm crescentemente a substituir o trabalho humano. Não estamos muito longe do ponto em que o emprego vai desaparecer por completo, por incapacidade absoluta do homem em competir com tecnologia cada vez mais inteligente, mais rápida, mais capaz e mais precisa.


Mas este fenómeno, ao invés de representar o fim do socialismo, significa, pelo contrário, a sentença de morte do capitalismo. The rational is:

A tecnologia (em evolução exponencial) está a substituir os empregos

Sem empregos não há salários

Sem salários não há poder de compra

Sem compras não há vendas

Sem vendas não há lucros

Sem lucros não há capitalismo

Sem capitalismo não há propriedade privada dos meios de produção



Donde, o exemplo que João Miranda aponta, traduz precisamente o contrário daquilo que defende. É o capitalismo e não o socialismo que está na berlinda.