

«O que estamos a viver não é mais do que terrorismo manipulado pelas grandes potências e não existiria sem elas. Em vez de fingir uma «guerra mundial contra o terrorismo», a melhor maneira de reduzir os atentados é restabelecer o direito internacional e a cooperação pacífica entre os Estados assim como entre os seus cidadãos.
A análise da essência do processo de globalização, e das doutrinas políticas e militares dos Estados Unidos e de certos países, prova que o terrorismo contribui para concretizar um domínio mundial e a submissão dos Estados a uma oligarquia global. Isso significa que o terrorismo não é um ente independente da política mundial mas simplesmente um instrumento, um meio para instaurar um mundo unipolar com um centro único de comando mundial, um pretexto para diluir as fronteiras nacionais dos Estados e instaurar o domínio de uma nova elite mundial. É precisamente essa elite que constitui o tema chave do terrorismo mundial, é o seu ideólogo e o seu «padrinho».
Se analisarmos neste contexto o que aconteceu a 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, podemos chegar à seguintes conclusões:
1 - Os organizadores dos atentados provêm dos círculos políticos e económicos que tinham interesse em destabilizar a ordem mundial e dispunham de meios para financiar a operação. Há que buscar as razões dos atentados na confluência de interesses do grande capital a nível transnacional e global, nos círculos que não estavam satisfeitos com o ritmo do processo de globalização ou a direcção que esse processo estava a tomar. A diferença em relação às guerras tradicionais cuja concepção é determinada por políticos e generais, é que neste caso os iniciadores foram os oligarcas e os políticos a eles submetidos.
2 - Somente os serviços secretos e os seus chefes actuais ou retirados – mas que continuam a manter influência nas estruturas estatais – têm a capacidade de planificar, organizar e dirigir uma operação de tal envergadura. Geralmente são os serviços secretos quem criam, financiam e controlam as organizações extremistas. Sem o apoio dos serviços secretos esse tipo de estruturas não poderia existir – e muito menos levar a cabo acções de tal envergadura dentro de países particularmente bem protegidos. Planificar e realizar uma operação desta escala é extremamente complicado.
3 - Osama Bin Laden e a «Al-Qaeda» não puderam ser nem os organizadores nem os executantes dos atentados do 11 de Setembro. Não dispunham da organização necessária, nem de recursos. Por conseguinte, houve que criar uma equipa de profissionais e os kamikazes árabes foram apenas figurantes para encobrir a operação.»
O general Leonid Ivashov (à esquerda na imagem)