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quarta-feira, agosto 28, 2013

Deus é que não esteve com mais aquelas: irritado com a «Crise Financeira» fabricada pelo Monopólio Bancário Internacional, pegou em António Borges, pespegou-lhe um cancro no pâncreas e despachou-o para o Inferno enquanto o Diabo esfregava um olho



António Borges (à esquerda na imagem) foi Vice-Governador do Banco de Portugal, Vice-Presidente do Banco Goldman Sachs em Londres, que o diário francês Le Monde acusou de possuir uma rede de influência transversal, "tanto subterrânea, como pública", que lhe confere "poder de governo mundial", Borges foi também director do Departamento Europeu do FMI e, ultimamente, consultor do Governo Português, onde foi uma peça-chave na defesa do programa de austeridade e um principais responsáveis pela miséria que assola atualmente o nosso país.

Pois Borges finou-se há três dias (Domingo - 25-08-2013) - em santa e bendita agonia - por suprema vontade do Senhor que, na Sua infinita sabedoria, achou por bem entregar a alma e o corpo do economista ao Diabo.

E Deus disse: "Borges, em vida, controlaste os homens para servir os teus interesses próprios. Tiraste proveito da confiança que a sociedade depositava em ti. Foste um ladrão a soldo de ladrões, um assassino ao serviço de assassinos, um genocida às ordens de genocidas. Por isso irás arder perpetuamente no Inferno."

E o Senhor continuou: "Serás açoitado por demónios chifrudos e de relho certeiro com chicotadas. Ficarás enterrado de cabeça para baixo num fosso de fezes e esterco e as tuas pernas serão assadas por velas. O teu corpo será mordido por serpentes e será roubado constantemente por serpentes e outros répteis que o atravessam e o desintegram, roubando os teus traços humanos. Estarás eternamente envolto por chamas, oceanos de lava e uma tempestade de raios, e ficarás para todo o sempre coberto de lepra e sarna. Maldito sejas e o Diabo que te carregue!"



António Borges (praticamente irreconhecível e já em terras de Belzebu), chora não ter concluído o programa de ajustamento da Troika e colocado 10 milhões de portugueses na miséria absoluta.

Não obstante os açoites, as chicotadas, as fezes, o esterco, as chamas, a lava, os raios, a lepra e a sarna que agora o torturam incessantemente sob a supervisão do Mafarrico, Borges mostra-nos, mesmo para além da morte, um profissionalismo e uma dedicação a toda a prova. Porque, sempre acreditou, nem Deus, nem o Diabo seriam mais poderosos que os Donos do Dinheiro que toda a vida serviu com avidez.


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Cabe-nos, agora, a nós, cidadãos comuns e mortais, seguir os desígnios do Senhor e, enquanto a engenharia genética não permitir replicar os Seus milagres (por ex: provocar doenças do foro oncológico à distância), utilizar o que temos à mão para dar igual destino aos outros parasitas e assassinos que estão a destruir Portugal e os portugueses.



sexta-feira, abril 03, 2009

As incoerências do Grande Arquitecto do Universo (ou Deus, Ishvara, Allah ou Yahweh para os profanos)


[Tradução minha]

Se Deus existe, porque criou Ele a infelicidade? Se Deus é omnisciente [sabe tudo], a liberdade humana é impossível porque Deus conhece o futuro. De facto, uma crítica bastante mais profunda é possível: Deus é considerado uma boa explicação para o mundo, mas, se Deus existe, porque haveria Ele de ter criado o mundo? Tinha necessidade de criar este mundo? Foi simplesmente para se divertir? Por lhe apetecer de ter adoradores entre os homens?

A existência de Deus não explica a existência do mundo, e torna este ainda mais misterioso sabendo-se que Deus se basta a si mesmo. Poder-se-ia responder que Deus criou um mundo porque este era necessário como lugar para testar os homens (a sua moral, a sua fé, etc.). Esta resposta é insatisfatória por duas razões. Por um lado é incompatível com a omnisciência divina: não se testa uma coisa cujo comportamento conhecemos em absoluto; isso resumiria a existência humana a um jogo de Deus comparável a uma criança a atirar pedras ao ar sabendo perfeitamente que elas vão cair. Por outro lado, essa resposta, (a necessidade de testar os homens) só justifica a criação do mundo em função da existência do homem.

É possível concluir que a criação é independente de Deus? Poder-se-ia responder que os caminhos do Senhor são insondáveis, e que Deus está acima da lógica e portanto os motivos não existem para Ele, que é inútil procurar uma causa para a criação. Mas mesmo dentro dessa perspectiva, estamos a admitir que existe uma vontade divina (Deus não criou o mundo sem o querer: isso limitaria a sua perfeição, fosse por inépcia ou irresponsabilidade ou acaso ou extravagância…). Deus teve então realmente a vontade de criar o mundo e o homem.

A sua intenção era criar a felicidade? A felicidade, subjectiva, foi forçosamente criada pelo homem e não foi obrigada por Deus; a felicidade é uma propriedade dos homens comparável à cor ou ao tamanho, e portanto não tem para Deus outro valor que não o arbitrário; Em qualquer caso o problema da arbitrariedade volta a colocar-se: porque criou Deus um valor arbitrário num mundo, com homens submetidos a esse valor? Para mais, a experiência parece mostrar que a felicidade está longe de ter uma posição dominante na espécie humana. Deus tinha também a possibilidade de não criar o mundo (já que é omnipotente [pode tudo], e não é constrangido por nada. Ele escolheu criar o mundo. Como é que se operou essa escolha?

Se Deus tivesse um objectivo ao decidir criar o mundo, tal significaria que Deus tinha necessidade do mundo. Ora, a necessidade é incompatível com a perfeição. Se Deus não tivesse um objectivo ao criar o mundo, então essa criação resultou de um determinismo anterior a Deus (Deus não teve escolha), o que limita ainda mais a sua perfeição; mas vamos supor que a criação não resulta nem de um objectivo, nem de um determinismo, mas antes de um capricho. Neste caso, é inútil procurar um propósito no mundo para a ajuda de Deus. Ainda para mais, o conceito de capricho parece também ele contrário à ideia de perfeição, o que implica uma razão para tudo e a ausência de arbitrariedade.

Faz-se normalmente uma distinção entre livre-arbítrio e liberdade. A sabedoria de Deus limita o seu livre-arbítrio; mas restringe a sua liberdade infinita, ou seja, a sua omnipotência? Deus podia não querer qualquer coisa, e contudo ter a capacidade de a fazer. Mas no caso de Deus, a noção de liberdade confunde-se com a de livre-arbítrio. De facto, num humano, a diferença entre as duas faz-se da seguinte forma: a liberdade é a possibilidade física de fazer qualquer coisa ditada pela vontade e o livre-arbítrio é a possibilidade psicológica de decidir o que se quer fazer. Com Deus, não existe a noção de «capacidade física» distinta da de «capacidade psicológica»: se Ele não pode querer uma coisa, por exemplo porque essa coisa é «má», Ele não pode simplesmente fazê-la (porque é contraditório imaginar Deus a fazer uma coisa que Ele não quer).

Deus não tem simplesmente a capacidade de fazer uma coisa que Ele não quer. Consequentemente, a sua omnipotência é limitada: Ele quer o que fez, fez tudo o que quis, e não podia fazer senão aquilo que fez. De qualquer forma, Deus fez o mundo de acordo com a sua vontade, e colocou-se à parte do mundo (fora do tempo); a noção de que «Deus pode fazer isto ou aquilo» não faz sentido: se foi feito, e então Deus queria-o e podia-o, ou não foi feito, e Deus não o quis, não o podia querer (a vontade divina é imutável), e não o podia fazer. Se a vontade de Deus é limitada pela sua sabedoria (Deus não quer qualquer coisa, não importa o quê), a obra de Deus também é limitada, porque coincide forçosamente com a sua vontade.

Coloca-se também o problema clássico do determinismo. Se Deus conhece o futuro (sem ser necessariamente considerado intemporal), então sabe o que eu vou fazer: ou não me pode dizer, o que limita a sua omnipotência, ou pode dizer-me; então, se eu sou livre, posso fazer o contrário, o que seria uma contradição com o facto de Deus o ter previsto. Portanto, Deus não me pode avisar sobre o meu futuro sem entrar em contradição lógica, portanto não é omnipotente; ou então eu não sou livre. Isto não se reduz simplesmente ao facto de que Deus não possa fazer com que as contradições sejam verdadeiras: o facto de avisar um acontecimento a um humano não é absolutamente contraditório em si. Por outro lado, o argumento de que Deus conhece o futuro mas que deixa ao homem a liberdade de decidir por si próprio é inválido: Deus criou o mundo, criou todos os momentos do mundo e não apenas o passado, pois Ele é intemporal. Portanto, Ele criou também todas as nossas acções futuras, todo o nosso comportamento. E se os homens decidissem livremente, se fossem essas entidades independentes de Deus (!), e contudo por Ele previsíveis?

Se nos é dito que Deus não é acessível ao entendimento humano, podemos perguntar porque é que os crentes recusam uma explicação inteligível (dada pela ciência) em favor de uma solução ininteligível. O crente pode responder que prefere a fé porque a ciência não fornece uma explicação genuína e completamente inteligível porque a ciência nunca será final. Para justificar o facto de que a ciência poderá nunca explicar tudo, e temos de nos contentar com explicações parcialmente ininteligíveis, um crente poderá argumentar por exemplo que não é evidente que a inteligência humana tenha capacidade suficiente para compreender uma teoria. A isto, o não crente pode responder que ter uma explicação do mundo não significa conhecer todos os seus detalhes, o que estaria com efeito para lá das nossas capacidades.

Porque é que Deus criou o mundo? Se Deus tem um objectivo, porque não foi directamente a esse objectivo sem passar por uma infinidade de estados intermediários? Estes estados intermediários pertencem então ao objectivo em si mesmo, se houver um objectivo. Terá Deus algum interesse em criar o mundo? Dizer que Deus quer o bem equivale a raciocinar sobre Deus como se raciocina sobre o homem.

O Bem é definido por Deus, o homem também. Como o homem é uma criação de Deus, Deus conhece todo o seu comportamento, e se Deus criou um mundo para julgar o homem, Deus está de facto a julgar-se a si próprio; o resultado é conhecido à partida. Deus conhece o resultado do julgamento final (que, aliás, Ele próprio escolheu), porque será então necessário passar no exame?

Existirá uma dependência de Deus em relação ao Bem que Ele próprio criou, uma necessidade irresistível que Ele tem de satisfazer esse Bem cujo conceito criou, e não apenas a sua concretização? [pode-se procurar uma coisa cujo conceito se cria a priori e arbitrariamente, sabendo que é criada à priori?] A vontade de fazer o bem é parecida com a vontade de criar qualquer outra característica do mundo (também ela definida arbitrariamente): tamanho, cor... Se a criação do mundo responde a uma vontade de testar o que quer que seja, tal é incompatível com a omnisciência.



Get off my back, you little bastards! I'm nothing at all.


Deus, o Grande Arquitecto do Universo, o Ser supremo, o Espírito infinito e eterno, criador e preservador do Universo, o Ente tríplice e uno, infinitamente perfeito, livre e inteligente, é, afinal, um mito. Hélas!
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