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segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A doença de alma de Paulo Teixeira Pinto

A 18 de Janeiro de 2008, o jornal Público noticiava que: o ex-presidente da comissão executiva (CEO) do Banco Comercial Português (BCP), Paulo Teixeira Pinto, saíra há cinco meses do grupo com uma indemnização de 10 milhões de euros e com o compromisso de receber até final de vida uma pensão anual equivalente a 500 mil euros.


Noutra edição do Público, Paulo Teixeira Pinto exerce o seu direito de resposta:

Paulo Teixeira Pinto: "... Assim, sou a esclarecer, em defesa do meu nome e honra pessoal, que:"

(i) "Não recebi qualquer "indemnização de 10 milhões de euros", nem "à cabeça", nem a qualquer outro título, pela renúncia ao cargo de presidente do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português;"

(ii) "Também não recebi qualquer indemnização pela rescisão do contrato de trabalho enquanto quadro do banco, com a categoria de director-geral;"

(iii) "Foi-me paga a remuneração total referente ao exercício de 2007;"

(iv) "Passei à situação de reforma em função de relatório de junta médica."


Seguindo-se a seguinte Nota da Direcção do jornal: Como "indemnização", o PÚBLICO pretendeu referir-se ao acerto de contas imediato efectuado aquando da saída do banco. Os números que deverão constar do Relatório e Contas do BCP são os seguintes: Compensações - 1,9625 milhões de euros; Remunerações Variáveis - 7,770 milhões de euros; Pensão Vitalícia - 37,5 mil euros mensais durante catorze meses por ano. Nas contas de 2007, apenas serão contabilizados os encargos com pensões durante os primeiros 14 anos.



Mas, pergunta-se, não merecerá um homem cujo suor ofereceu tantas centenas de milhões de lucros à empresa que o acolheu, uma reforma que não envergonhe? Ou, dar-se-á o caso do genial Paulo Teixeira Pinto ter pouco ou nada a ver com os lucros escandalosos que o Millenium BCP tem vindo a acumular?

Porque, na verdade, todos os bancos têm vindo a bater recordes de lucros. Não será tudo afinal fruto da incompreensível subida da taxa de juros levada a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE), para uma inflação que permanece estável? Não estarão os bancos a proceder a um roubo de proporções bíblicas sob a batuta do Presidente do BCE, Jean-Claude Trichet e respectivos Masters?


Os analistas económicos fazem a mesma pergunta:

Domingos Amaral – Diário económico (2/5/2007): "O Banco Central Europeu continua demasiado paranóico com a inflação, descobriu uma nova fonte de aflição chamada "massa monetária", que segundo o BCE cresce em demasia, e portanto há que conter essa energia desalmada, e a única forma de o fazer é aumentar as taxas de juro. A subida das taxas complica tudo. Complica porque valoriza ainda mais o euro perante o dólar, e complica porque aumenta as dívidas das pessoas, das empresas e do Estado."


Miguel Frasquilho – Jornal de negócios (2/5/2007): "(...) Assim sendo, por que continua o BCE a sua escalada dos juros? Promover o crescimento económico sem pressões inflacionistas não é positivo? (...) Tudo leva a que seja difícil de entender o que move o BCE a continuar a subir os juros, como os mercados antecipam e já atrás referi. Não deverá o BCE deixar de utilizar a massa monetária como principal factor para explicar o comportamento da inflação?"


Fernando Madrinha - Jornal Expresso (1/9/2007): "E que esses lucros colossais [da banca] são, afinal, uma expressão da dependência cada vez maior das famílias e das empresas em relação ao capital financeiro. Daí que, em lugar de aplauso e regozijo geral, o que o seu anúncio provoca é o mal-estar de quem sente que Portugal inteiro trabalha para engordar a banca. Ganha força essa ideia de que os bancos sugam a riqueza do país mais do que a fomentam."


O despejo de uma casa fruto da execução da hipoteca pelo banco



Comentário:

Madre Teresa de Calcutá afirmava sobre o uso da disciplina: "Se estou doente, me açoito cinco vezes. Preciso fazê-lo para compartilhar da paixão de Cristo e do sofrimento de nossos pobres. Quando vemos as pessoas sofrendo, a imagem de Cristo surge naturalmente diante de nós."

Paulo Teixeira Pinto afirma ter passado à situação de reforma em função de relatório de junta médica. Não será o problema físico que atormenta Teixeira Pinto, resultado de alguma infecção provocada por um excesso de açoites auto-infligidos, na prática da mortificação voluntária, nos bons ensinamentos da a Opus Dei?

Terá Paulo Teixeira Pinto, devido a excessos de espiritualidade, abusado na auto-flagelação por forma a compartilhar o sofrimento dos portugueses que perderam as suas casas graças às subidas das taxas de juro, e que continuam denodadamente a trabalhar para a engorda, tanto dos Paulos como da banca?

Ou, em alternativa, quantos açoites lhe daria Madre Teresa de Calcutá para o fazer compartilhar da paixão de Cristo e do sofrimento dos novos pobres (que perderam as suas casas e os seus negócios em virtude de juros inexplicáveis)? E, à falta da Madre Teresa, quantos açoites lhe deveriam aplicar os novos pobres para fazer o Paulo compartilhar da paixão de Cristo?


sábado, janeiro 19, 2008

Reformas e engordas

Fernando Madrinha - Jornal Expresso - 19/1/2008

Reformas e... reformas

«Não sei se Paulo Teixeira Pinto foi ou não um bom administrador do BCP. Admito que sim. Conheci-o quando secretário de Estado de Cavaco Silva e tive de várias fontes a opinião de que se tratava de alguém muito empenhado e competente no seu trabalho. Não me admiro de que, à luz das regras em vigor no banco de Jardim Gonçalves, seja inteiramente merecedor dos 10 milhões de euros que, segundo o ‘Público’, recebeu à cabeça para sair do BCP. E dos 500 mil euros anuais que assegurou de reforma (para o casal, explicita o jornal), traduzindo-se isto em 35 mil euros mensais. Mais ou menos o equivalente a cem pensões de reforma das mais baixas. Não é de bom tom falar em público do dinheiro que cada um ganha ou deixa de ganhar e, muito provavelmente, haverá no BCP e noutras empresas casos similares, ou até bem mais chocantes. Mas, ainda que se trate de um banco - e de um banco privado - a um país que quase só trabalha para engordar os bancos sobra, pelo menos, aquele direito de que em tempos falava o ex-Presidente Mário Soares: o direito à indignação


Comentário:

Que culpa tem Paulo Teixeira Pinto, que o banco Millennium BCP, num país que, segundo Madrinha, quase só trabalha para engordar os bancos, lhe pague 10 milhões de euros para sair, acrescidos de uma reforma de 35 mil euros mensais (o equivalente a cem pensões de reforma das mais baixas)?

Porque, afinal, o Millennium BCP (e os outros bancos) têm vindo a dar muito boa conta de si:

2005 - Os quatros maiores bancos privados portugueses viram os seus lucros crescerem 42,6% no primeiro trimestre de 2005, numa comparação homóloga com o ano anterior (...) O 'campeão' dos lucros continua a ser o Millennium BCP, com 137,5 milhões de euros...

2006 - O lucro do Millennium BCP, maior banco privado de Portugal, aumentou 44% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado, anunciou hoje o banco. Entre Janeiro e Março, o lucro do BCP foi de 198,5 milhões de euros (...) Ainda assim, o lucro ficou abaixo das estimativas…

2007 - O lucro do Millennium BCP atingiu 191 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, anunciou hoje o maior banco privado português. O banco liderado por Paulo Teixeira Pinto adiantou que os resultados em base recorrente cresceram 16 por cento nos primeiros três meses do ano.


Diz Madrinha que, face a tudo isto, «nos sobra, pelo menos, aquele direito de que em tempos falava o ex-Presidente Mário Soares: o direito à indignação».

Devemos perguntarmo-nos se para além da indignação, esse sentimento de cólera que se sente por algo repulsivo, haverá ainda mais alguma coisa que possamos fazer?
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quinta-feira, novembro 30, 2006

A SIC Notícias e Teixeira dos Santos – duas faces da mesma todo-poderosa moeda

Atente-se na forma ardilosa como a SIC Notícias dissimulou o servilismo escandaloso do ministro das Finanças à banca, durante o debate sobre o Orçamento do Estado para 2007, e como o canal televisivo, numa pirueta acrobática, aproveitou o balanço para atacar a «esquerda» por esta querer ser (ainda mais) despesista com os deficientes, e de passagem dar ainda uma tacada em Manuel Alegre:

Teixeira dos Santos: "Nós constatamos que a taxa efectiva de imposto pago pelo sector bancário é 11,3 por cento e, tendo por base os resultados de exploração, a taxa efectiva da banca desce para 6 por cento. As propostas maximalistas que a esquerda apresenta tem uma atitude, há que o dizer com clareza, de preconceito..."

(neste ponto, a SIC "remata muito oportunamente" o discurso do ministro):

Locutor da SIC: "Quem não teve preconceitos foi Manuel Alegre, que decidiu votar a favor de duas propostas do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, que pretendem aumentar, ainda mais, os benefícios fiscais para as pessoas com deficiências..."


Vídeo – 2:17m

Teixeira dos Santos - IRS para bancos 11 por cento

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