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sexta-feira, janeiro 29, 2021

Marcelo - o presidente dos grandes interesses económicos e financeiros

George Wallace (que foi candidato à Presidência dos EUA) afirmou: ... A verdade é que a população raramente é envolvida na selecção dos candidatos presidenciais; normalmente os candidatos são escolhidos por aqueles que secretamente mandam na nossa nação. Assim, de quatro em quatro anos o povo vai às urnas e vota num dos candidatos presidenciais seleccionados pelos nossos 'governantes não eleitos.'



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O verdadeiro vencedor das Presidenciais. Tenho pena. Mas o povo escolheu. Temos de respeitar.



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quarta-feira, janeiro 13, 2016

Existe um blackout total por parte dos Media tradicionais ao candidato presidencial Paulo Morais


Enquanto as televisões disponibilizam horas aos candidatos do CENTRÃO (PS + PSD + cds): Marcelo Rebelo de Sousa (PSD + CDS), a Sampaio da Nóvoa (PS) e a Maria de Belém (PS), já os candidatos dos partidos "non grataea": Marisa Matias (BE), a Edgar Silva (PCP) e ao independente Henrique Neto, só lhes são concedidos alguns minutos no pequeno ecrã.

Quanto ao candidato a Belém Paulo Morais, (vice-presidente da Associação Transparência e Integridade), a partir do momento em que demonstrou querer expor a toda a gente a podridão que grassa no complexo político-económico-financeiro português, não há comentador que nele fale, e o tempo de antena que lhe é fornecido raramente ultrapassa os escassos segundos.

Candidatos às Eleições Presidenciais de 2016


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Jornalistas e Comentadores a soldo


Mário Soares (numa das raras ocasiões em que a boca lhe fugiu para a verdade) acerca dos Media no Programa "Prós e Contras" [27.04.2009]:

Mário Soares: [...] «Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas

Fátima Campos Ferreira: «Grupos económicos, é

Mário Soares: «Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir.» [...]


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Um visitante do meu blog - Filipe Bastos – comentou algo que eu subscrevo em absoluto:

Tem piada ouvir nos Media os comentadeiros do costume sobre o Paulo Morais: nenhum gosta dele. Todos o desprezam, e querem vê-lo pelas costas, porque: 1) só fala de corrupção; 2) não prova nada; 3) mete tudo no mesmo saco.

Nem todos os comentadeiros estarão a soldo; alguns rejeitam o Morais por mera lógica. Como vivem de comentar politiquices, desvalorizar politiquices é desvalorizar o seu ganha-pão. Falar de corruptos não lhes interessa. Jamais admitirão que a política em Portugal é um imenso esgoto, pois isso seria admitir que são como moscas: meros parasitas de merda. O triste é que há público para esta gente, tal como para os comentadeiros de futebol - mas enquanto a bola é assumidamente um tema fútil, falar de politiquice passa por "sério".


Quanto a não provar nada, é o costume: só prova quem apresentar um vídeo do corrupto a meter o dinheiro ao bolso, uma confissão assinada e reconhecida no notário, pelo menos três testemunhas, e uma declaração do corruptor a explicar quanto pagou e porquê. Mesmo assim, nem sempre chega. Até já houve escutas cortadas à tesourada dos processos, por ordem dum juiz...

Quanto a meter todos os pulhíticos no mesmo saco, entende-se o choque. O passatempo favorito da carneirada, sobretudo a do PS/PSD, é comparar os seus corruptos. Passam a vida a discutir: os teus corruptos são mais corruptos que os meus! Colocá-los no mesmo saco é uma ofensa terrível.

E depois temos a carneirada sem partido, mas politicamente correcta: onde já se viu!, pôr em causa o "bom nome" do Sr. Doutor, do Sr. Professor, do Sr. Ministro, do Sr. Presidente... Enfim, duvido que os votos sejam (muito) viciados. Com a carneirada que temos, nem deve ser preciso...


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Paulo de Morais


Paulo Morais (vice-presidente da Associação Transparência e Integridade e candidato a Belém) tem vindo a explicar de forma desassombrada aos portugueses, nos poucos minutos que as televisões se dignam conceder-lhe, as fraudes imensas que têm vindo a ser cometidas em Portugal por políticos eleitos, por grandes escritórios de advogados e pelos poderes económicos e financeiros. Paulo Morais tem exposto, preto no branco, de que forma se processam essas fraudes, e aponta sem medo os nomes dos intervenientes e o papel que cada um deles teve nos crimes.


Corrupção


Esta frontalidade valeu-lhe seis processos por difamação. Ganhou a Guilherme d’Oliveira Martins, a Sérvulo Correia, a Altino Bessa e a Cerejo Bastos. Os processos movidos por Luís Filipe Menezes e pelo Grupo Lena correm em tribunal.

Morais acusou o poderoso escritório de advocacia de Sérvulo Correia de ter ganho “muito dinheiro a elaborar o Código de Contratação Pública” e depois facturar “quase oito milhões de euros em pareceres para explicar o código que ele próprio tinha feito”. Chamava a este procedimento um “outsourcing legislativo”.


Sérvulo Correia e Marcelo Rebelo de Sousa

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Oliveira Martins, o presidente do Tribunal de Contas, levantou também um processo por difamação contra Paulo Morais. Não gostou que o agora candidato a Belém exigisse explicações sobre a alegada existência de contratos secretos das PPP, que Oliveira Martins disse existirem no Estado. “Ou o presidente os torna públicos e explica ou os anula ou se demite”, disse Morais que, logo a seguir classificou de “organismo inútil” o conselho contra a corrupção a que Oliveira Martins preside por inerência de funções.

Dois outros processos contra Paulo Morais tiveram o mesmo destino. Um deles, movido pelo deputado do CDS, Altino Bessa e outro pelo empresário e promotor imobiliário Cerejo Bastos.

Luís Filipe Menezes também se considerou vítima de difamação. Luís Filipe Menezes que, apesar de ter recebido ao longo de décadas apenas salários de deputado e de autarca, está a ser investigado por comprar e trocar sucessivamente apartamentos luxuosos no Porto, tendo ainda posado para revistas cor-de-rosa na sua quinta do Douro, avaliada em meio milhão. A queixa contra Paulo Morais ainda corre em tribunal.


Guilherme d’Oliveira Martins, Altino Bessa e Luís Filipe Menezes

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O Grupo Lena, empresa de Leiria, vai recorrer à justiça com as acusações por difamação e atentado à reputação contra Paulo Morais. A decisão surge depois de no debate televisivo com Sampaio da Nóvoa, o candidato presidencial ter estabelecido uma relação directa entre a ascensão do Grupo Lena e a governação de Sócrates.

O candidato a Belém lembrou ainda que Sócrates, no processo judicial em que está envolvido, disse viver à custa de um amigo porque não tinha rendimentos, mas “esse amigo era alguém que pertencia ao Grupo Lena, aquele que curiosamente se transformou no maior fornecedor do Estado Português enquanto foi primeiro-ministro”. E concretizou: “há aqui uma troca de favores clara e isso não é aceitável”.


Carlos Manuel dos Santos Silva (à esquerda), o amigo de Sócrates suspeito de agir como seu testa de ferro, foi administrador do Grupo Lena entre 2008 e 2009. Várias peças processuais indicaram que o Grupo Lena era dado como o “corruptor” do ex-primeiro-ministro Sócrates, depois das análises bancárias mostrarem que os administradores do grupo Lena tinham feito transferências para as contas suíças de Santos Silva.


segunda-feira, junho 24, 2013

O Sócrates do lado di lá, o Sócrates do lado di cá, e a abjecta corrupção, tanto di lá como di cá






Miguel Sousa Tavares - Expresso 07/01/2006

«Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos da Ota e do TGV, [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita

«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»


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A razão do Sócrates do lado di lá


CartaCapital - O Campeonato Mundial de futebol de 2014 foi atribuído ao Brasil. Eis o que o antigo internacional brasileiro Sócrates afirmou sobre a futura Copa do Mundo de 2014 no Brasil:

Ao lado, o ex-internacional brasileiro Sócrates

"Pelo que eu conheço de quem está organizando esse evento, a Copa no Brasil será um carnaval de um mês, com muitos gastos e sem sobrar nada que se aproveite", disse o ex-jogador. "Não dá para acreditar em nada muito diferente disso."

"Agora que o compromisso foi assumido, a Copa terá de ser realizada, seja com o dinheiro de quem for, e muito provavelmente será do contribuinte. Pode ter certeza que essa Copa vai tomar muito dinheiro de todos."

Sócrates também é contra a construção de novos estádios para receber as partidas do Campeonato Mundial de Futebol. Isso porque, para o ex-jogador, as novas arenas só serviriam como "mausoléus".

"Para quê construir mais estádios se nem os que estão aí são bem administrados?", questiona Sócrates. "Para desperdiçar mais dinheiro, para ficarmos com mais elefantes brancos, para termos mais campos abandonados e sem uso? Não faz sentido."



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A corrupção do Sócrates do lado di cá


Público - 4 de Fevereiro de 2005

A 12 de Fevereiro de 2005 António José Seguro lembrou as responsabilidades de Sócrates na realização do Euro-2004: "Hoje, como no Euro-2004, houve um homem que lançou a semente, a semente de uma força que ninguém pode parar. Esse homem chama-se José Sócrates, futuro primeiro-ministro de Portugal", acentuou.


Contudo, depois de terminado o campeonato Europeu, a 21/05/2004, o Correio da Manhã avaliava o impacto do Euro 2004:

E o dinheiro investido neste espectáculo de grande escala também não teve grande retorno. Quase seis meses depois do Euro 2004, alguns estádios onde foram investidos milhões de euros para receber a prova estão «às moscas». Dos recintos do Euro2004, só os dos «três grandes» tiveram sucesso comercial.

Numa auditoria desenvolvida pelo Tribunal de Contas junto dos estádios de Guimarães, Braga, Leiria, Coimbra, Aveiro, Loulé e Faro, ficou claro que todos custaram mais do que o orçamentado, e que as autarquias se endividaram para os próximos 20 anos. As sete autarquias que receberam jogos do Euro 2004 contraíram empréstimos bancários no valor global de 290 milhões de euros para financiar obras relacionadas com o campeonato. Na sequência destes empréstimos, as câmaras terão que pagar juros no montante de 69,1 milhões de euros, nos próximos 20 anos, refere o relatório de auditoria do Tribunal de Contas.




O Estádio do Algarve, imagem de marca do Eng.º Sócrates, um mausoléu tão inútil como ruinoso, prenunciador das OTAS e dos TGVs em que o Primeiro Ministro português se mostrou tão fortemente empenhado. Como disse Miguel Sousa Tavares, vai custar caro, muito caro, aos portugueses, enquanto o grande dinheiro agradece e aproveita.

quarta-feira, janeiro 19, 2011

Estou farto dos mercados!

Vejo na televisão imagens de rua da Irlanda, da Grécia, da Espanha, e são iguais às de Portugal: as pessoas movem-se de ou para o trabalho, há transportes a funcionar, comércio aberto, crianças a irem para escola, enfim, a vida como habitualmente. A mim parece-me que estes países e estas pessoas estão vivas, que não estão à beira da morte. Mas não, é ilusão minha: todos os noticiários nos dizem que sobre esta gente e estes países pesa a mais tenebrosa ameaça destes sinistros tempos económicos que se vivem: os mercados.

Estou farto dos mercados, estou farto da constante ameaça dos mercados: os mercados acordaram bem dispostos mas, depois do almoço, os mercados enervaram-se e subiram-nos outra vez as taxas de juro; os mercados não gostam disto, os mercados querem aquilo; os mercados querem um orçamento aprovado, os mercados não acreditam na execução do orçamento que queriam aprovado; os mercados assustam-se quando o ministro das Finanças fala, os mercados reagem em stresse se o ministro fica calado mais do que dois dias; os mercados querem que os Estados desçam o défice, diminuindo despesas e aumentando receitas, mas os mercados fogem se a PT pagar um euro que seja de imposto sobre as mais-valias do maior negócio europeu do ano; os mercados estão preocupados com a quebra do consumo, mas os mercados adoram os aumentos do IVA; os mercados recomendam cortes salariais, mas os mercados são frontalmente contra os cortes nos salários e prémios dos gestores das grandes empresas, porque isso é uma intromissão estatal que contraria a regra da concorrência... nos mercados.


Sim, eu sei: à falta de alternativa, estamos na mão dos mercados e não os podemos mandar para onde bem nos apetecia e eles mereciam. Mas convém não esquecer que foi esta fé nos mercados, como se fosse o boi-ápis, a desregulação e falta de supervisão dos famosos mercados, que mergulharam o mundo inteiro na crise que vivemos, devido ao estoiro do mercado imobiliário especulativo e do mercado financeiro, atulhado do que chamam "activos tóxicos" - que deram biliões a ganhar a muito poucos e triliões a pagar por todos. A Irlanda, que hoje os mercados flagelam com juros acima dos 8%, está onde está, não porque a sua economia tenha ido à falência (pelo contrário, e como sucede com Portugal, está em crescimento), mas porque os seus tão acarinhados bancos, maravilha fatal dos mercados e do liberalismo selvagem, rebentaram de ganância e irresponsabilidade e obrigaram o Estado a resgatá-los à custa de um défice de 32%. Num mundo justo, os mercados deveriam ser os primeiros a pagar pela falência da Irlanda; no mundo em que vivemos, quem ganha com isso são os mercados outra vez e quem paga são os contribuintes - irlandeses primeiro, europeus depois - e os desempregados da Irlanda. Por isso, a srª Merkel disse que seria justo que os mercados (isto é, os investidores na dívida pública irlandesa) participassem também nos custos de resgatar a dívida irlandesa, se isso se vier a revelar inevitável. Mas, no mundo em que vivemos, o que sucedeu é que toda a gente caiu em cima da srª Merkel, porque a sua declaração logo fez subir as taxas de juro junto dos indignados mercados. Mesmo no Inverno, já nem espirrar se pode, porque os mercados não gostam.

Mas é assim que estamos: nas mãos dos abutres. Sim, eu sei, não adianta para nada matar o mensageiro no lugar da mensagem. Nem eu o faço: já escrevi várias vezes que agora não há volta a dar. Vivemos há tempo de mais a gastar o que não tínhamos e a endividar-nos para o futuro. Todos - indivíduos, famílias, empresas, bancos, autarquias, Estado - instalámo-nos irresponsavelmente num modus vivendi que consistiu em pedir dinheiro emprestado por conta da riqueza que um dia iríamos ter e nunca tivemos. Um exemplo basta para dar conta da insanidade financeira em que o país mergulhou: convencemo-nos de que era possível que cada português fosse dono de habitação própria, coisa jamais vista em lugar algum. Mas também nos convencemos (e ainda há quem esteja convencido) de que podemos ter auto-estradas de borla, o maior consumo público de farmácia e tratamentos hospitalares de toda a Europa ou um sistema de pensões cujas despesas aumentam incessantemente enquanto as receitas diminuem paulatinamente. Era fatal que um dia teria de chegar a conta destas criminosas ilusões que uma geração irresponsável de políticos alimentou e uma geração de eleitores aplaudiu. Chegou agora e eu acho que não temos outro caminho senão enfrentar a inevitabilidade de começar a cortar brutalmente nas despesas para podermos matar o défice, cobrir os juros usurários que os mercados agora nos cobram e começar a amortizar a dívida acumulada. E seria justo que tal sucedesse enquanto está no poder a geração que nos enterrou em toda esta dívida e dela beneficiou.

Isso é uma coisa. Outra, é assistir de braços cruzados à ditadura dos mercados e à retoma, como se nada tivesse sucedido, das regras de um capitalismo moralmente pervertido e socialmente insustentável. Países como Portugal, a Irlanda, a Grécia, não obstante todos os erros próprios cometidos e a responsabilidade que têm nas suas actuais situações, têm o direito de exigir condições decentes para pagarem o que devem. Bruxelas e o FMI sabem muito bem que, com juros entre os 7 e os 11%, não há sacrifícios, nem despedimentos, nem miséria que chegue para conseguir pagar, sobrevivendo. É um escândalo que a PT não pague um tostão de mais-valias num negócio de 7500 milhões de euros porque factura os lucros da operação através de uma sua subsidiária sediada na Holanda, onde a taxa de IRC é de... 0%! É um escândalo para a PT, um escândalo para um país como a Holanda, que serve de barriga de aluguer para dumping empresarial e fuga fiscal, e um escândalo para a UE, os Estados Unidos e todo o G-20, que nem sequer se atreveram ainda, mesmo depois de terem visto o que viram, a começar a concertar-se para pôr fim a essa coisa pornográfica que são as offshores - autênticos salteadores da riqueza das nações e fábricas de desempregados.


Eu sei também qual é a resposta pronta, de cada vez que se fala nas offshores: "se nós não temos, têm os outros e as empresas fogem para os melhores mercados". Pois, mas se os senhores do mundo, concertados nas reuniões do G-20, decidirem todos boicotar as offshores e as empresas que lá existem, elas acabam, fatalmente. E, se já se conseguiu estabelecer regras universais para o comércio mundial e assuntos ainda mais complexos, porque não se consegue aqui? A resposta provável é esta: porque os senhores do mundo, ao contrário do que se possa pensar, não são Obama, nem Hu Jintao, nem Medvedev, nem Merkel ou Sarkozy: os senhores do mundo são uns cavalheiros que se reúnem uma vez por ano em fóruns como o de Davos, na Suíça, e aí, enquanto representantes do verdadeiro poder - financeiro, empresarial, político, militar e de informação e comunicação - entre si estabelecem as regras do jogo. E agora, com a Rússia e a China tão devotamente convertidas ao capitalismo, nunca foi tão fácil aos senhores do mundo estabelecerem as regras que lhes interessam. E nunca o capitalismo foi um jogo tão viciado e tão amoral. A falência óbvia do socialismo foi o caminho aberto para a libertinagem, sem regras, sem princípios morais e sem qualquer preocupação de que a economia sirva os povos, em lugar de os sugar. Se vivesse hoje, Adam Smith seria anarquista.



Comentário

Embora quase totalmente de acordo com este artigo de Sousa Tavares, reparo que o cronista, no 4º parágrafo, não consegue fugir à lengalenga do «vivemos acima das nossas possibilidades», infinitamente martelada nas televisões pelos propagandistas.


Faço minhas algumas palavras de um post no Arrastão:

"Um atrás do outro, economistas e seus derivados explicam, redundantes, os males do nosso País. Nas televisões, nas rádios e nos jornais qualquer tipo de discordância é tratada como delírio radical, dando à ofensiva ideológica em curso a roupagem de neutralidade técnica que precisa para se impor."

"O guião é simples: vivemos acima das nossas possibilidades. E aquilo em que vivemos é um Estado Social gordo e generoso. E as nossas possibilidades são o safe-se como puder, que os recursos públicos são precisos para o sector privado..."

"... Os nossos catastrofistas mantêm a pose virginal. Mas se olharmos com atenção, sabemos que trabalham para quem tem interesses na actual situação - vale a pena ver "Inside Job" e a parte referente aos académicos avençados pela banca - e que quase todos tiveram responsabilidades políticas. Mais: que o emagrecimento do Estado que defendem não bate certo com as reformas imorais que alguns deles recebem desde tenra idade. Os portugueses vivem acima das suas possibilidades, dizem os que sempre viveram em cima das possibilidades dos portugueses."



Na imagem seguinte, um grupo de catastrofistas que trabalha para quem tem interesses na actual situação e que vive acima das possibilidades dos restantes portugueses:


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terça-feira, janeiro 11, 2011

Os felizardos que acumulam lugares de administradores em múltiplas empresas e que são simultaneamente propagandistas do pensamento único

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Estes são alguns dos indivíduos que vão rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de cortes, de sacrifícios e da implementação das reformas estruturais de que Portugal precisa para responder aos desafios de uma economia cada vez mais globalizada:



Diário de Notícias - 16.04.2010:

Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20, os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham.


Daniel Proença de Carvalho

Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.


António Nogueira Leite

O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria. Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.


José Pedro Aguiar-Branco

O ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.


António Lobo Xavier

Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.


Vítor Gonçalves

Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião.
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quarta-feira, junho 23, 2010

Euronews - A Pandemia da Gripe A - H1N1 - é uma fraude gigantesca

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Euronews - 05.06.2010:

A pandemia de Gripe A nunca existiu, esta é a conclusão do relatório aprovado ontem pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa que acusa a Organização Mundial de Saúde de ter sobrestimado o vírus H1N1.

A investigação chefiada pelo deputado britânico Paul Flynn denuncia o desperdício de fundos públicos na compra de vacinas e as ligações entre os peritos da OMS e os laboratórios farmacêuticos.

Um relatório publicado também ontem pelo British Medical Journal revela que as recomendações da OMS teriam sido redigidas por peritos contratados como consultores por vários laboratórios.

A OMS enfrenta assim uma nova vaga de críticas um dia depois de ter decidido prolongar até Julho o nível máximo de alerta de pandemia. Em um ano a Gripe A provocou mais de dezoito mil mortos, um número distante das previsões iniciais, quando a gripe sazonal provoca anualmente quinhentas mil mortes.


Vídeo Euronews [0:53m]





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RTP - Antena 1 - 06.06.2010:

Falta de transparência, desperdício dos dinheiros públicos, incitação injustificada ao medo, estas são algumas das principais críticas feitas pelo Conselho da Europa à maneira como a Organização Mundial de Saúde geriu a Gripe A.

Num relatório averbado pela Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, o relator, Paul Flynn, considera que houve interesses que se sobrepuseram à saúde pública, nomeadamente os interesses de alguns laboratórios farmacêuticos. O deputado socialista britânico acusa três laboratórios de terem visto na Pandemia a maneira ideal de ganhar muito dinheiro. Paul Flynn acusa laboratórios, como o Glaxo Smith Kline, o suíço Novartis e o francês Sanofi Pasteur, de terem pressionado os países para adquirirem as vacinas obrigando-os a uma corrida desenfreada a este medicamento.

Segundo um relatório, os laboratórios teriam ganho com a venda destas vacinas, em 2009, entre nove e dez mil milhões de dólares. O relatório critica igualmente o preço da vacina da Gripe A, que, muitas vezes, foi superior duas ou três vezes à da gripe sazonal. Para o relator esta Pandemia nunca existiu, uma posição que não é partilhada pela Organização Mundial de Saúde, que ontem mesmo anunciou que o alerta contra a Pandemia se mantinha. A Organização Mundial de Saúde reconheceu, no entanto, que o período de maior intensidade já tinha passado.

Até agora, a Gripe A provocou a morte de dezoito mil pessoas no mundo, desde a descoberta do vírus em 2009. O relatório recorda que o Reino Unido tinha previsto que a Gripe A poderia provocar a morte de sessenta mil pessoas no Reino Unido.

Mas para além da questão financeira, o relator alerta para o perigo de os cidadãos perderem a confiança nas suas instituições.


RTP - Antena 1 - Áudio [2:09m]





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A ministra da saúde, Ana Jorge, o primeiro-ministro José Sócrates e o director-geral da Saúde, Francisco George, foram três indivíduos que aderiram entusiasticamente à falta de transparência, ao desperdício dos dinheiros públicos e à incitação injustificada ao medo promovidos pela Organização Mundial de Saúde.


Os impactos financeiros directos da gripe A nos custos do Estado já ascendem a 67,5 milhões de euros com a compra de vacinas, no valor de 45 milhões de euros, e do Oseltamivir, no valor de 22,5 milhões de euros.

O Governo gastou este ano (2009) 45 milhões de euros na compra de seis milhões de doses de vacinas contra a gripe A à Glaxo Smith Kline (GSK) e gastou, nos últimos três anos, 22,5 milhões de euros na compra do anti-viral Oseltamivir à Roche, inicialmente destinado ao combate à gripe das aves.

Por apurar estão ainda os custos indirectos, dependendo da evolução da pandemia, mas um estudo efectuado pela Deloitte, em colaboração com a Intelligent Life Solutions, refere que os custos para o Estado estão estimados em 330 a 500 milhões de euros.
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sexta-feira, maio 21, 2010

Morreu o Banqueiro Horácio Roque. O dono do Banif era possuidor de uma fortuna calculada em 1,12 mil milhões de euros

Horácio Roque (1944-2010)

Jornal i - 20.05.2010

[...] O presidente do Banif, Horário Roque, morreu hoje (19.05.2010) com 66 anos. Aos 14 anos (1958), Roque deixou a aldeia natal do Mogadouro para zarpar de Lisboa para Luanda, só com 500 escudos no bolso. Lá, teve os dois únicos "empregos" da sua vida: caixeiro-aprendiz e empregado de restaurante.

Em 1988 [30 anos depois], Horácio Roque fundou o Banif - Banco Internacional do Funchal, a menina dos seus olhos, que deu origem ao BANIF Grupo Financeiro. Actualmente detinha 57% do grupo através das holdings pessoais Rentipar Financeira, Rentipar Indústria, Rentipar Seguros e Rentipar Investimentos. Nos últimos anos, esteve sempre no ciclo dos mais ricos do país, deixou a lista de milionários da revista "Forbes" em 2008 - na altura aparecia na 843.a posição, com uma fortuna calculada em 1,4 mil milhões de dólares (1,12 mil milhões de euros)
[...]


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O fenecimento precoce e redentor de Horácio Roque, pela forma resignada com que encarou le dernière pas pour l'éternité, constitui o exemplo perfeito a ser seguido com a maior brevidade possível pelos outros cinco principais banqueiros portugueses, a saber: Nuno Amado, Ricardo Salgado, Faria de Oliveira, Santos Ferreira e Fernando Ulrich, [que a má língua acusa de serem apenas testas de ferro da todo-poderosa Banca Internacional].

Agora, que estas sumidades bancárias se preparam para destruir milhares de empresas e enviar centenas de milhares de famílias para a miséria, talvez fosse a altura ideal para que estes aristocratas da finança seguissem o corajoso exemplo de Horácio Roque e entregassem, afoita e nobremente, a alma ao Criador.


Nuno Amado, Ricardo Salgado, Faria de Oliveira, Santos Ferreira e Fernando Ulrich
(Parecem curiosamente alinhados perante um pelotão de fuzilamento)


Bancos vão cortar no crédito para as famílias e empresas

Preparem-se. O cinto vai apertar e é para todos. Bancos, Estado, empresas e famílias. O crédito fácil acabou e será seguramente mais escasso e mais caro nos próximos tempos. Com maior ou menor ênfase, foi este o ponto central do discurso dos líderes dos cinco principais bancos nacionais, que ontem participaram no Fórum Banca e Mercado de Capitais organizado pelo Diário Económico.

Já há algum tempo que o sector vem avisando para as maiores restrições no crédito trazidas pela crise financeira. A diferença está no grau que essa contenção pode agora assumir, tendo em conta o agravamento das condições dos mercados, as dificuldades no acesso a financiamento da banca e a posição de maior fragilidade de países como Portugal. As restrições poderão não ser só apenas uma maior selectividade. A banca pode mesmo ter de deixar de apoiar até os bons projectos.

O presidente do BPI foi o assertivo no alerta: "É fundamental que todos compreendam a situação; temos de ter consciência do problema porque, se não, não adoptamos as medidas necessárias". "O Estado, as empresas e as famílias estão muito alavancadas; e os bancos também, porque são eles que concedem o crédito", referiu. Face ao actual panorama dos mercados, Fernando Ulrich não tem dúvidas de que "o crédito vai ser mais escasso e mais difícil e temos de procurar dirigi-lo para onde for mais prioritário".

O presidente do BPI deixou também claro que, "enquanto os mercados não estiverem restabelecidos", o banco fará opções e terá mesmo de deixar de apoiar projectos que até podem ser rentáveis. O responsável explicou que o problema não está na liquidez, mas na adequação do financiamento das operações aos prazos. Ulrich defendeu ainda que, embora o seu discurso pareça mais "duro" que o dos seus pares, "estamos todos a dizer a mesma coisa, com tonalidades diferentes".


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Atente-se na forma como a Banca tem apertado o próprio cinto no período 2006-2010

Lucros da Banca em 2006

Os quatro maiores bancos privados (Millennium bcp, Santander Totta, Banco Espírito Santo e BPI) já apresentaram as suas contas e os lucros em 2006 atingiram 1,9 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 30,5 por cento face ao ano anterior e praticamente o dobro do valor registado há três anos e que rondou 1,1 mil milhões de euros. Feitas as contas, estes quatro bancos privados ganham uma média de 5,48 milhões de euros por dia.

O Banco Espírito Santo alcançou um resultado de mais de 420 milhões de euros. O Millennium bcp apresentou lucros na ordem dos 780 milhões de euros. Já o BPI soma resultados na casa dos 308,8 milhões de euros, representando um crescimento de 23,1%. O Santander Totta, que apresentou os resultados esta terça-feira, atingiu lucros superiores a 425 milhões de euros.


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Lucros da Banca em 2007

Os bancos portugueses obtiveram em 2007 lucros de 2,4 mil milhões de euros, mais 9,1% que no ano passado.

Os quatro maiores bancos privados portugueses (BCP, BPI, Banco Espírito Santo e Santander Totta) lucraram cerca de 5,6 milhões de euros por dia, em 2007, totalizando 2.035 milhões de euros. Este valor representa um aumento face ao período homólogo, em que os lucros das mesmas instituições financeiras somaram 1.935 milhões de euros.

A «estrela» de 2007 foi o Banco Espírito Santo ao apresentar os melhores resultados do sector, com os lucros a subirem 44,3% face ao ano anterior para os 607 milhões de euros. O Millennium bcp teve um resultado líquido de 563 milhões de euros. O Santander Totta aparece no terceiro lugar deste «ranking» ao lucrar 510 milhões de euros, em 2007, o que representa um crescimento de 20% face ao ano anterior. Já os lucros do BPI aumentaram 15% para os 355 milhões de euros, em 2007, superando as estimativas dos analistas que apontavam para um crescimento na ordem dos 6% para os 328 milhões de euros.


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Lucros da Banca em 2008

Os cinco maiores bancos a operar em Portugal (Caixa Geral de Depósitos, Millennium bcp, Banco Espírito Santo, Santander Totta e BPI) obtiveram lucros de 2,9 mil milhões de euros em 2008.

O Santander Totta foi o banco que teve maior lucro em Portugal no exercício do ano passado (2008), com 517,7 milhões de euros. O BES obteve um lucro de 402,3 milhões de euros. O banco do Estado (CGD) obteve 459 milhões de euros de lucro. O BPI registou 150,3 milhões de euros, sobretudo pelo impacto negativo, de 184,4 milhões de euros, da participação que detinha no capital do BCP. O Millennium bcp teve um lucro de 201,2 milhões de euros.


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Lucros da Banca em 2009

Os quatro grandes bancos privados portugueses, BES, BCP, BPI e Santander Totta apresentaram no ano passado (2009), no seu conjunto, lucros de 1,445 mil milhões de euros. O montante, representa assim mais 13,8 por cento do que no ano anterior, o que equivale a quatro milhões de euros por dia.

O Santander Totta foi o banco que apresentou os maiores lucros com 523 milhões de euros, mais 1,1 por cento do que em 2008. Seguiu-se o BES, que apresentou um resultado líquido de 522 milhões de euros, mais 30 por cento do que no ano passado. Em terceiro lugar aparece o BCP que somou no conjunto de 2009, lucros de 225 milhões de euros. O BPI aparece em último lugar e lucrou 175 milhões de euros, mais 17 por cento que no mesmo período do ano passado.


Dizem os especialistas que vivemos tempos de crise, mas os quatro maiores bancos privados portugueses - BCP, BES, BPI e Santander Totta - lucraram, nos primeiros três meses deste ano, 391,7 milhões de euros, o que equivale a lucros de 4,35 milhões de euros por dia.

O BES viu o seu lucro subir, em 17,6% para 119,1 milhões de euros. Dos restantes, o BCP apresentou resultados de 96,4 milhões, o BPI de 45,1 milhões e o Santander Totta de 131,1 milhões.
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domingo, abril 25, 2010

Angola contribui com mais de 60% dos lucros do BPI

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O presidente do BPI - Fernando Ulrich


Diário Económico - 24/04/2010


«O BPI lucrou 45,1 milhões no trimestre, menos 9,9% que no período homólogo.

A actividade internacional foi responsável por 62,3% dos lucros do BPI no primeiro trimestre deste ano. O banco apresentou ontem um resultado líquido de 45,1 milhões de euros. Deste lucro, 26,7 milhões foram a contribuição vinda de Angola e 1,5 milhões de Moçambique. [...]
»


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Imagens de Angola - Cidade de Luanda




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sexta-feira, março 05, 2010

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Vítor Constâncio deu instruções ao Governo para ir buscar aos salários dos portugueses os milhões que foram gastos em "ajudas" aos bancos

Um criminoso cujo salário principesco é pago pelos contribuintes


Artigo de Manuel António Pina no Jornal de Notícias - 3/2/2010


A receita do costume

O Governador do Banco de Portugal é um homem surpreendente. Como Portas diz (onde isto chegou, eu de acordo com Portas!), "fica surpreendido com o BPP, fica surpreendido com o BCP, fica surpreendido com o BPN, fica surpreendido com o valor do défice, fica surpreendido com o valor do endividamento (...)".

Constâncio cobra por mês 17 mil euros dos nossos impostos para vir regularmente a público manifestar-se surpreendido com o que se passa sob o seu nariz e, no entanto, é incapaz de surpreender seja quem for.

Lebre do Governo sempre que há que preparar terreno para más notícias, chegou a vez de vir opinar que, depois do congelamento dos salários, é preciso aumentar o IVA, alegremente libertando o Governo (é para isso que serve um governador do Banco de Portugal) do compromisso eleitoral de não o fazer.

De uma só e inventiva cajadada, o socialista Constâncio faz-se assim, de novo sem surpresa, núncio do FMI, que ontem deu instruções ao Governo para que vá buscar aos salários os milhões gastos em "ajudas" aos bancos. É a receita do costume, os do costume (quem havia de ser?) que paguem a crise.
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domingo, janeiro 24, 2010

Um Governo privatizado que quer apostar em mais privatizações


TVI24 - 24/01/2010:

A garantia de que «não haverá aumento de impostos» e o alargamento do programa de privatizações contribuíram, no plano macroeconómico, para «a abstenção construtiva» do CDS-PP ao Orçamento do Estado para 2010, diz a Lusa.

De acordo com um documento divulgado pelo CDS-PP, os democratas-cristãos receberam ainda a garantia do Governo de que haverá «um controlo reforçado» das parcerias público-privadas.


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As privatizações em Portugal na electricidade e distribuição da gasolina que geraram monopólios privados têm dado muito boa conta de si:

Em 2008, a privatizada EDP teve mais de 1.000 milhões de euros de lucro e a privatizada Galp teve mais de 500 milhões de lucro, tendo esta última aumentado os preços da electricidade em 5%, cerca de três vezes mais do que valor da inflação.

Quanto aos lucros tão elevados da privatizada Galp foram conseguidos graças à demora na repercussão da descida do preço da gasolina em relação ao preço do petróleo, ou seja, roubando os consumidores.

Evidentemente que haverá ainda outros serviços públicos que, se privatizados e seguindo as «boas práticas» de gestão da Galp e da EDP, poderão tornar-se em novos monopólios lucrativos.

Afinal, o financiamento privado de políticos e de partidos, que inclui o apoio mediático de jornais e televisões, tem a obrigação de gerar um retorno decente para os que investem o seu dinheiro nos poderes Legislativo e Executivo.
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sábado, janeiro 16, 2010

O novo ministro das Obras Públicas, António Mendonça, que substituiu "Jamé" Lino, assevera que o TGV vai transformar Lisboa numa praia madrilena

Na imagem seguinte um exemplo dos 3.725 novos empregos que o ministro António Mendonça espera conseguir com um «investimento» superior a mil e quinhentos milhões de euros no TGV (Lisboa-Caia-[Madrid]) e que transformará Lisboa numa praia madrilena:

Os novos empregos que o TGV vai gerar


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Jornal de Negócios – 14/01/2010

A entrada em funcionamento da alta velocidade ferroviária (TGV) vai colocar Portugal num "patamar superior" em termos de competitividade e atractividade, disse hoje o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, considerando que "Lisboa e toda a zona em redor será, provavelmente, a praia de Madrid".

[...] O ministro sublinhou a importância de "pensar com antecipação" nas mudanças que a concretização deste projecto vai trazer e afirmou que "está na altura de começar a preparar o plano de 'marketing' para a chegada da alta velocidade a Madrid". "Lisboa e Madrid vão estar ligadas por 02:45 e isso é uma mudança radical relativamente à nossa noção de tempo, à nossa noção de espaço", disse, acrescentando que, com a entrada em funcionamento da rede portuguesa de alta velocidade, Lisboa pode transformar-se na "capital atlântica da Europa".

"Quando estivermos ligados a Madrid, Lisboa e toda a zona em redor será, provavelmente, a praia de Madrid", afirmou António Mendonça.

[...] O Estudo sobre o Impacto da Rede de Alta Velocidade no Turismo Nacional, elaborado pela consultora Deloitte e hoje apresentado, conclui que a entrada em funcionamento da alta velocidade poderá gerar 3.725 novos empregos no turismo e aumentar o valor acrescentado gerado pelo sector em 57 milhões de euros em 2015.


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Vídeo das palavras do ministro António Mendonça (1:51m)


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quinta-feira, janeiro 07, 2010

Miguel Sousa Tavares: oiça, José Sócrates, este país está a ficar farto. Acredite que está. E um dia destes explode



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Excerto de um texto publicado na edição do Expresso de 7 de Novembro de 2009:

[...] É a esta luz que se torna obrigatório meditar nas tais 'grandes obras públicas' que o Governo nos propõe como grande medida de política keynesiana e com o entusiástico apoio da CIP e da Associação dos Construtores de Obras Públicas. Quando, como já aqui o escrevi, tropeço em coisas como o contrato celebrado entre o Porto de Lisboa (Estado) e a Liscont/Mota-Engil para o Terminal de Contentores de Alcântara, eu tenho a penosa certeza de que estou pessoalmente a ser roubado pelos advogados do Estado e a benefício do sr. Mota - decerto uma estimável pessoa que não tenho o prazer de conhecer, mas que também me dispenso de ajudar a enriquecer com o dinheiro do meu trabalho. E o mesmo quando vejo as acções da Mota/Engil subirem 13% em bolsa no dia seguinte às eleições legislativas terem confirmado novo Governo PS. Ou quando constato que, semanas depois, a Mota/Engil ganhou mais um concurso de construção e concessão de exploração de uma nova auto-estrada - a do Pinhal Interior (alguém me pode informar onde fica isso ou para que serve?). Ou quando leio que foi alterado o regime das concessões rodoviárias, seguindo o modelo do contrato para o Terminal de Contentores de Alcântara, onde todo o risco do negócio é assumido pelo Estado e os privados ficam só com lucros garantidos ou indemnizações compensatórias. Ou quando vou sabendo pelos acórdãos do Tribunal de Contas (que, por si só, deveriam cobrir de vergonha qualquer governo), que se tornou prática corrente dos concursos de empreitadas públicas licitar com um preço imbatível e, uma vez ganho o concurso, subir o preço muito além do da concorrência, invocando toda a ordem de pretextos.

Perguntem-me se eu confio neste Estado e neste Governo para lançar, em nome do 'interesse público', as empreitadas das grandes obras como o novo aeroporto de Lisboa, o TGV ou a nova ponte rodo-ferroviária sobre o Tejo, em Lisboa? Não, não confio. E não só porque se trata de obras inúteis e até prejudiciais a Lisboa, como a ponte ou o novo aeroporto, mas porque, na situação financeira em que nos encontramos, são quase obscenas. E, depois, porque não tenho a mais pequena fé de que os custos não disparem, que não haja negócios e adjudicações de favor, tráfico de influências, grandes oportunidades de enriquecimento para a meia dúzia de sociedades de advogados de Lisboa que vivem disto e, no final de tudo, que alguma das obras anunciadas se sustente a si própria e não venha a ser antes mais uma fonte de despesa pública a perder de vista.

Oiça, José Sócrates: o país que trabalha, que estuda, que inova, que arrisca e que dá trabalho a outros; o país que não foge ao fisco nem tem offshores e que paga impostos até por respirar; que não enriquece na bolsa nem vive a mendigar subsídios do Estado; que paga a escola dos filhos, as suas despesas de saúde e o seu plano de reforma, nada esperando da Segurança Social; o país que tem pudor em fazer negócios escuros com as autarquias ou as empresas públicas; o país que ainda não apanhou um avião para o exílio mas que também não deseja um lugar nos aviões das suas visitas de Estado a Angola, esse país está a ficar farto. Acredite que está. Não se manifesta nas ruas nem se organiza em 'Compromissos Portugal', que não são compromisso nem são Portugal. Mas existe e um dia destes explode. Nesse dia, o dr. Teixeira dos Santos vai-se espantar por descobrir que, mesmo já sem crise, a receita fiscal não há maneira de voltar a subir. Porque o animal raro conhecido por otário se terá extinto de vez.

Faz agora um ano que, 'para evitar o risco sistémico', o Governo nacionalizou os prejuízos do BPN. Um ano depois, a conta para os contribuintes já vai em 3,5 mil milhões de euros - três mil milhões e meio de euros! Vale a pena fazer as perguntas, em jeito de balanço: se o risco era sistémico, isso quer dizer que toda a banca funcionava no esquema de vigarice institucionalizada do BPN - foi isso que se quis esconder? Se o risco era sistémico, porque é que a banca privada não ajudou a banca pública a acorrer ao BPN? E, agora, tendo gasto mais dinheiro com o BPN do que gastou a pagar os subsídios de desemprego a meio milhão de desempregados, que lição, se é que alguma, extrai o governo dessa aventura? Que mensagem, se é que alguma, lhe ocorre dar aos pagadores de impostos?


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Na imagem ao centro:
Jorge Coelho e António Mota, respectivamente, o CEO e o fundador da Mota-Engil
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sábado, dezembro 19, 2009

José Sócrates: a crise é apenas mais uma razão para fazermos o TGV [orçado em 3,3 mil milhões de euros e cujo bilhete vai custar 100 euros]

Jornal de Negócios: Só para pagar os custos de OPERAÇÃO do TGV que une as capitais ibéricas, seria preciso que todos os 8,3 milhões de portugueses que têm mais de 14 anos fossem a Madrid.


A viabilidade económica do TGV para Madrid


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Jornal de Negócios - 24 Julho de 2008:

[...] O Jornal de Negócios e a Antena 1 passaram os últimos dias a ir à Net, a pedir informação ao Governo, a confrontar fontes e a investigar as contas do TGV e do pacote de estradas. E a primeira conclusão é que nem um nem o outro são, por si só, rentáveis. Seria preciso que todos os 8,3 milhões de portugueses que têm mais de 14 anos fossem a Madrid para pagar os custos de operação (de operação!) do TGV que une as capitais ibéricas. Mas será esta a única discussão que queremos fazer sobre as obras públicas, a do debate financeiro? Evidentemente que não. Foi por causa da obsessão "tem de se pagar a si mesma" que a virtuosa Expo 98 degenerou no ladrilhado Parque das Nações.


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Texto de Miguel Sousa Tavares - Expresso 23/06/2007

O desvario dos socialistas

[...] O que me custa a entender é que se queiram gastar biliões num aeroporto novo cuja necessidade está por provar, e mais uns biliões num TGV para o qual se desconfia que não haverá utilizadores que o justifiquem [...]

Os nossos socialistas 'modernos' têm dois fascínios fatais: as obras públicas e os interesses privados. A simbiose que daqui resulta é a pior possível [...]

Anteontem, na apresentação do TGV, o Governo falou, não para o país ou os seus representantes, mas para uma plateia seleccionada dos grandes clientes privados dos negócios públicos: bancos, seguradoras, construtoras, empresas de estudos, gabinetes de engenharia e escritórios de advocacia. E o discurso foi lapidar: "Meus amigos: temos aqui 600 quilómetros de TGV a construir e dez mil milhões de euros a gastar. Cheguem-se à frente e tratem de os ganhar!".

Temos agora a questão dos TGV. [...] Ninguém sabe para que servirão. Não há estudos sobre a utilização prevista e a relação custo-benefício da sua construção. Depois de tranquilamente nos esclarecerem que, quanto aos custos de construção, a hipótese de a sua amortização ser realizada com as receitas de exploração é "totalmente para esquecer", a própria secretária de Estado dos Transportes duvida de que, por exemplo, a linha para Madrid consiga ser auto-sustentável. Ou seja, depois de um investimento de dez mil milhões de euros a fundo perdido, preparam-se para aceitar tranquilamente um défice permanente de exploração.

Quanto é que ele poderá vir a ser, ninguém sabe, porque não se estudou o mercado para saber se haverá passageiros que justifiquem três comboios diários para Madrid. Mas, para que os privados, que ficarão com a concessão por troços, não se assustem com a vulnerabilidade do negócio, o Governo garante-lhes antecipadamente o lucro, propondo-se pagar-lhes segundo a capacidade instalada e não segundo a capacidade utilizada. Isto é, se num comboio com trezentos lugares só trinta forem efectivamente ocupados, o Governo garante às concessionárias que lhes pagará pelos 270 lugares vazios. Todos os dias, três vezes ao dia para Madrid e eternamente, até eles estarem pagos e bem pagos. Eis o que os socialistas entendem por 'obras públicas' e 'iniciativa privada'!

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quinta-feira, dezembro 17, 2009

Os Bancos pagaram mais 13% aos seus administradores em 2008

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Esquerda.NET - 16-12-2009

Em 2008, a crise veio abalar o sistema financeiro, mas não os salários dos administradores executivos. Em média, cada um ganhou cerca de 700 mil euros no ano passado.

No ano em que o Estado português teve de dar o seu aval, com o dinheiro dos contribuintes, para os bancos superarem as dificuldades em se financiarem no exterior, a realidade no conforto dos gabinetes era bem diferente. Segundo dados divulgados pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, as remunerações dos membros das Comissões Executivas e dos Conselhos de Administração exclusivamente executivos dispararam quando a actividade no sector afundava.

Em 2008, cada um destes administradores levou para casa, em média, cerca de 698 mil euros. Mais de metade deste valor foi pago a coberto de bónus como prémios de desempenho e outras forma de remuneração variável. Comparando com o ano anterior, antes da chegada dos efeitos da crise financeira, estes salários aumentaram 13%, aumentando assim a diferença para os cargos equivalentes nas empresas do sector não financeiro que mesmo assim subiu 7% para cerca de 572 mil euros por administrador.

Os números são feitos pela média de cada Conselho de Administração e a CMVM diz que em média o administrador mais bem pago ganha 2,8 vezes mais que o seu colega no fundo da tabela salarial.

Estes valores não incluem as chamadas "responsabilidades de médio e longo prazo", ou seja, os benefícios de reforma a que terão direito os administradores na hora da saída. Mais uma vez, o sector financeiro destaca-se por pagar 4,3 vezes mais que a média das sociedades cotadas do sector não-financeiro. Usando o exemplo dos administradores já referidos, a banca compromete-se, em média, com 20 milhões de euros para o seu conforto futuro.



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Em face da sumptuosidade dos bem-aventurados administradores da Banca, e num país com cerca de 700 mil desempregados, em que mais de 40% dos trabalhadores são precários e onde existem mais de dois milhões de pobres, qual deverá ser a opção destes desafortunados? A miniatura secular ou o aço pontiagudo?


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Silvio Berlusconi, o chefe de Governo italiano foi atingido na cara por uma réplica em miniatura da catedral de Milão, que lhe partiu dois dentes e fracturou o nariz.

Sílvio Berlusconi ao cheirar involuntariamente a miniatura da catedral de Milão
viu diminuída a sua capacidade de mastigar spaghetti.



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Na imagem seguinte, réplicas em tamanho real de dispositivos capazes de agastar administradores bancários cujo desporto passa por espoliar a esmagadora maioria da população. Ao contrário das miniaturas históricas, sujeitas a arremessos erráticos, a estas réplicas basta um dedo decidido e uma mira certeira:


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