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quinta-feira, setembro 24, 2009

Post destinado à carneirada que se limita a ler o Expresso, a ver os telejornais, e que vai votar candidamente no Centrão – PS / PSD

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Ricardo Araújo Pereira, dos Gatos Fedorentos, questionou o Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, no programa "Esmiuçar os Sufrágios" de 23/9/2009:

"Sr. Ministro, quando, enfim, essa vida atarefada acabar e sair do Governo, já escolheu em que grande empresa, daquelas que têm negócios com o Estado, é que vai ser Director-Geral? A Caixa [Geral de Depósitos], eu sei lá, a EDP, a Galp, a Mota Engil, o que é que lhe apetece?"

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O Mecanismo do Poder e a «Democracia»



Rui Mateus em "Contos Proibidos – Memórias de um PS desconhecido, 1996":

"Para além da ausência de regras que permitam, pela via individual, o acesso do cidadão à actividade política, não existem regras idóneas de financiamento dos partidos nem de transparência para os políticos. Um pouco à semelhança dos pilares morais do regime, a Maçonaria e a Opus Dei, tudo se decide às escondidas, como se o direito dos cidadãos à informação completa e rigorosa, de como são financiadas as suas instituições e dos rendimentos dos seus governantes e dos seus magistrados se tratasse de algo suspeito, de algo subversivo."


João Cravinho (Revista Visão – 4/10/2007):

"Um dos nossos grandes problemas é a corrupção de Estado, a apropriação de órgãos vitais de decisão ou de preparação da decisão por parte de lóbis. [...] Não pode estar a promover-se uma pseudo-economia de mercado, em que o Estado serve de muleta aos grandes e até aos pequenos negócios. Muitos acham que deve ser essa a originalidade do neoliberalismo à portuguesa. [...]"


Miguel Sousa Tavares (Jornal Expresso 07/01/2006):

"Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos da Ota e do TGV, [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre."


Fernando Madrinha (Jornal Expresso - 1/9/2007):

[...] Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.
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sexta-feira, fevereiro 08, 2008

O sequestro do Estado Português pelos Bancos e pelos Grandes Empreiteiros




Rui Mateus em "Contos Proibidos – Memórias de um PS desconhecido, 1996"

"Para além da ausência de regras que permitam, pela via individual, o acesso do cidadão à actividade política, não existem regras idóneas de financiamento dos partidos nem de transparência para os políticos. Um pouco à semelhança dos pilares morais do regime, a Maçonaria e a Opus Dei, tudo se decide às escondidas, como se o direito dos cidadãos à informação completa e rigorosa, de como são financiadas as suas instituições e dos rendimentos dos seus governantes e dos seus magistrados se tratasse de algo suspeito, de algo subversivo."


João Cravinho (Revista Visão – 4/10/2007)

"Um dos nossos grandes problemas é a corrupção de Estado, a apropriação de órgãos vitais de decisão ou de preparação da decisão por parte de lóbis. [...] Não pode estar a promover-se uma pseudo-economia de mercado, em que o Estado serve de muleta aos grandes e até aos pequenos negócios. Muitos acham que deve ser essa a originalidade do neoliberalismo à portuguesa. [...]"


Miguel Sousa Tavares (Jornal Expresso 07/01/2006)

"Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos da Ota e do TGV, [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre."


Fernando Madrinha (Jornal Expresso - 1/9/2007)

[...] Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.
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segunda-feira, outubro 08, 2007

João Cravinho - A apropriação do «Governo» por parte dos lóbis privados.

Parte da entrevista de João Cravinho à Revista Visão – 4/10/2007

Via «Pedra do Homem»

Sobre o combate à corrupção - "(...) Fui até ao limite do que podia. Após um processo longo e muitas discussões, formei uma ideia sobre as razões das divergências profundas (...) entre mim e a direcção do grupo parlamentar em questões fulcrais. A primeira tem que ver com um juízo político e ético sobre a situação da corrupção em Portugal e o seu efeito corrosivo sobre o funcionamento das instituições democráticas. Penso que é um fenómeno grave, extenso e sem mecanismos de contenção à altura.(...) Mas também não estávamos de acordo sobre a natureza do fenómeno. Prevaleceu no debate uma noção eminentemente policial da corrupção.(...) Só que a corrupção como fenómeno novo, associado à globalização, torna a concepção policial obsoleta. Um dos nossos grandes problemas é a corrupção de Estado, a apropriação de órgãos vitais de decisão ou de preparação da decisão por parte de lóbis.(...) Foi um dos maiores choques da minha vida ver que aquela matéria causava um profundo mal-estar, era como que um corpo estranho no corpo ético do PS.(...)"

Sobre a actuação do Governo - "(...) Há anos que a governação em Portugal é neoliberal, com mais ou menos consciência social. O problema não está nas políticas sociais, mas na adopção da ideologia neoliberal como matriz.(...) Não pode estar a promover-se uma pseuso-economia de mercado, em que o Estado serve de muleta aos grandes e até aos pequenos negócios. Muitos acham que deve ser essa a originalidade do neoliberalismo à portuguesa.(...)"

Sobre as relações Governo-Presidente da República. - "(...) O regime está de tal modo fragilizado que, em certo sentido, o Prof. Cavaco Silva, em conjugação com o Eng.º Sócrates, funcionam como uma cavilha de segurança suplementar da granada em que está a transformar-se o nosso sistema político.(...) Mas o que está a perguntar é se existe uma nova forma de bloco central. De certo modo, sim.(...)"


Ainda sobre a apropriação do Estado por parte dos lóbis privados, temos as palavras de Miguel Sousa Tavares no Expresso:

Miguel Sousa Tavares - Expresso 07/01/2006

«Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos [Ota e TGV], [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita

«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»


E ainda sobre o mesmo tema, a opinião de Fernando Madrinha no Expresso:

Fernando Madrinha - Jornal Expresso - 1/9/2007:

(…) Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. (…)

(…) Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.


Comentário:

Embora concorde com João Cravinho na tese da apropriação do Estado pelo grande dinheiro, noto-lhe ainda uma tentativa inglória de isentar de responsabilidades o «nosso» Primeiro-Ministro:

Diz Cravinho que «[Cavaco] e Sócrates funcionam como uma cavilha de segurança suplementar da granada em que está a transformar-se o nosso sistema político».

Mas Sócrates está longe de ser uma cavilha de segurança. Pelo contrário, o actual Primeiro-Ministro tem servido como espoleta de poderosos interesses financeiros apostados em estilhaçar a sociedade e o país, tranformando-o numa coutada de pilhagem privada.
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