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sábado, janeiro 05, 2008

Um Estado ao serviço de meia dúzia

Daniel Oliveira - Jornal Expresso - 5/1/2008

O pai tirano

«...quando mais o Estado abandona as suas funções sociais e deixa de intervir como árbitro em relações de poder desiguais (como as do trabalho), mais aumenta a sua presença no quotidiano dos cidadãos. Faz sentido. Se o Estado não quer gastar dinheiro com a nossa saúde ou nos deixa morrer ou limita a nossa liberdade. Se o Estado não quer planear as cidades ou dar apoio social põe um polícia em cada esquina. Uma sociedade que desiste do ideal igualitário não pode confiar na liberdade dos seus cidadãos. Eles estão demasiado zangados. Aquilo a que assistimos nos últimos anos em Portugal é um excelente retrato do que nos espera: o mesmo Estado que fecha urgências quer convencer-nos a deixar de fumar. O mesmo Estado que não nos protege do despedimento arbitrário protege-nos dos perigos da bola de Berlim


Mas que Estado é este de que fala Daniel Oliveira? Fernando Madrinha esclarece:


Fernando Madrinha - Jornal Expresso - 1/9/2007:

«...Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestrutruração, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais


Comentário:

É natural que os cidadãos andem demasiado zangados. Apercebem-se, crescentemente, que aquilo que vêem como Estado, é apenas dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos. E que esse poder, cada vez mais absoluto e opressor, é quem paga as campanhas eleitorais das marionetas que nos «governam».


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quinta-feira, junho 28, 2007

Sócrates – como é curta a distância entre o neo-socialismo e o arqueo-estalinismo



Correio da Manhã – 23-05-2007

Margarida Moreira, directora regional de Educação do Norte, ordenou a abertura de um processo disciplinar a Fernando Charrua, o professor, por ter feito comentários insultuosos sobre José Sócrates e a sua licenciatura. Não satisfeita, accionou um inquérito no Ministério Público ao encaminhar o auto da denúncia que recebeu. A atitude desencadeou acesas críticas na opinião pública.

Numa carta de despedida, enviada aos conselhos executivos do Norte, Fernando Charrua admite apenas ter feito “um comentário jocoso a um colega, dentro de um gabinete”. E acrescenta que a frase não partiu da sua imaginação, mas foi retirada “do anedotário nacional do caso Sócrates/Independente”.


Diário de Notícias – 21-06-2007

O primeiro-ministro apresentou uma queixa-crime contra o blogger António Balbino Caldeira por causa de vários escritos sobre a sua licenciatura em Engenharia Civil na Universidade Independente.

Balbino Caldeira acusa: "O sistema persegue politicamente os seus opositores por estes pretenderem exercer os seus direitos de cidadania. Mas só sobrevive com a complacência dos órgãos do Estado formalmente encarregues da vigilância dos abusos e a resignação popular".


Jornal Público – 28-06-2007

A directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, foi exonerada pelo ministro da Saúde por não ter retirado do centro um cartaz que apresentava declarações de Correia de Campos "em termos jocosos".

"Faça como o ministro e desapareça daqui. Fuja, está num SAP". A frase, escrita junto de uma fotocópia de uma entrevista publicada no JN, em que o ministro da Saúde dizia que nunca iria a um serviço de atendimento permanente por falta de condições.

O despacho da exoneração, pouco claro, justifica o afastamento da directora por esta "não ter tomado medidas relativas à afixação de um cartaz que utilizava declarações do ministro da Saúde em termos jocosos, procurando atingi-lo".


Comentário:

Neste arremedo de estado policial que Sócrates nos parece querer impor por forma a proceder, com tranquilidade, ao desmantelamento do Estado em todas as suas vertentes, o governo presenteia-nos agora com uma linha de denúncia na Internet:




O site explica-nos detalhadamente como denunciar e porquê denunciar:



E embora o site apresente como fundamento da sua existência a luta contra a pedofilia e o racismo, o seguinte item é elucidativo do que o governo pretende para o futuro da nossa democracia:

Que tipo de conteúdos posso denunciar?

«Numa fase inicial a interface que permite efectuar uma denúncia está restringida a conteúdo público armazenado na Internet. Numa fase posterior será incluída a possibilidade de denunciar conversas em salas de conversação públicas ou privadas, assim como mensagens de telemóveis. De notar que entretanto é possível denunciar este tipo de conteúdos através dos mecanismos de denúncia auxiliares como o E-mail e telefone mencionados na secção de contactos.»