Temas televisivos
“Foi o Holocausto uma invenção da Administração Bush?”
«Enquanto, na nossa televisão, era exibido pela quarta vez um documentário que atribuía à administração Bush os ataques às torres gémeas, na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, as teorias da conspiração eram exibidas por dois líderes da resistência ao imperialismo americano: o sr. Hugo Chávez, da Venezuela, e o sr. Mahmoud Ahmadinejad, do Irão. Ambos controlam dois dos países com maior produção de petróleo do mundo. O segundo está à beira de possuir a arma nuclear. »
«A teoria do sr. Ahmadinejad é que o holocausto nunca existiu e é uma invenção imperialista. “Eu apenas levanto algumas questões”, disse ele à revista ‘Time’. “Porquê apenas 6 milhões de judeus?... E, se realmente aconteceu, porque não autorizam pesquisa independente? Eles prendem os que tentam fazer investigação”. »
«Eis um novo tema interessante para a nossa televisão: foi o holocausto uma invenção da administração Bush? »
Comentário (surripiado ao Santos da Casa):
Preso na Áustria em Novembro do ano passado por "negacionismo" do holocausto, David Irving foi ontem condenado a três anos de prisão por esse "crime". Numa altura em que a Europa afirma orgulhar-se da liberdade de expressão que alegadamente proporciona, esta sentença vem claramente mostrar um dos limites dessa liberdade, dando inteira razão ao presidente iraniano nesta matéria.
O arrependimento de Irving, que agora diz crer que «os nazis assassinaram milhões de judeus», soa a falso, parecendo uma manobra para evitar uma sentença pesada (a pena máxima para esta "crimideia" é de dez anos na pátria de Adolf Hitler) - e não deixa o historiador com muito boa imagem.
Por muito atordoadas que andem as opiniões públicas no Ocidente, começa a ser evidente que há uma intenção clara de impedir qualquer investigação histórica sobre a II Guerra Mundial sem conclusões pré-determinadas conformes aos cânones oficiais. E é natural que todos se interroguem: se o holocausto é um facto, porque é que há tanto zelo em que se não questione o que quer que seja sobre o tema? Quem é que beneficia com o tabú? Que estado se erigiu sobre essa verdade oficial? Que povo é que acaba sempre por beneficiar de alguma benevolência à mínima invocação da tragédia de que terá sido vítima?
O argumento é sempre o mesmo: como ousam criticar um povo que sofreu tanto? E esta chantagem moral é de uma eficácia a toda a prova. A Alemanha há-de expiar até ao fim dos dias pelo crime, as crianças germânicas aprendem desde tenra idade o que fizeram os seus antepassados recentes, os museus holocáusticos abrem sem cessar, as compensações financeiras a Israel fluem regularmente, os jovens alemães esterilizam-se voluntariamente aos milhares por impressionante falta de auto-estima. E, claro, plasmam-se em leis as verdades oficias sobre a II Guerra Mundial. Nem os crimes de que foi alvo a população civil alemã durante o conflito mundial parecem interessar aos próprios alemães.
Neste contexto, é mais que evidente que os limites claros à liberdade de expressão na Europa têm muitos interesses associados. Que nada têm a ver com a preocupação de rigor histórico - para isso existe investigação, não leis.
Mas, afinal, quantos judeus foram assassinados pelos nazis? As fontes oficiais não se entendem:
8.000.000 – Fonte: Gabinete de investigação de Crimes de Guerra Francês, doc 31, 1945.
6.000.000 – Fonte: citado no livro “Auschwitz Doctor” de Miklos Nyiszli
4.000.000 – Fonte: citado num documento soviético de 6 de Maio de 1945 e reconhecido no julgamento dos crimes de guerra de Nuremberga. Este número foi também citado no «The New York Times» a 18 de Abril de 1945.
2.000.000 a 4.000.000 – Fonte:citado por Yehuda Bauer em 1982 no seu livro «A History of the Holocaust». Contudo, em 1989 Bauer reduziu este número para 1.600.000 a 22 de Setembro no “The Jerusalem Post”.
1.100,000 a 1.500.000 – Fonte: estimativas de Yisrael Gutman e de Michael Berenbaum no seu livro de 1984, «Anatomy of the Auschwitz Death Camp».
1.000.000 – Fonte: Jean-Claude Pressac, no seu livro de 1989 «Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers».
900.000 – Fonte: relatado a 3 de Agosto de 1990, por «Aufbau», um jornal judeu de Nova Iorque.
775.000 a 800.000 – Fonte: número revisto por Jean-Claude Pressac, avançado no seu livro de 1993, «The Crematoria of Auschwitz: The Mass Murder's Machinery».
135.000 a 140.000 – Fonte: estimativa baseada em documentos apoiados pelo “International Tracing Service” da Cruz Vermelha.