A fraude da «Dívida Soberana» e o ilusório «Manifesto dos 74»
Correio da Manhã - Bancos vão buscar crédito ao BCE a 1% e investem em dívida pública a taxas superiores (que vão de 5% a 12%). Em 2010, já ganharam mais de 150 milhões de euros. De Janeiro a Setembro, aplicações subiram 7,8 mil milhões.
O investimento na dívida pública portuguesa está a revelar-se um excelente negócio para a Banca nacional. Com os juros da dívida da República em alta desde o início do ano, até atingirem 6,8% no leilão de Obrigações do Tesouro neste mês, o aumento das aplicações em 7,8 mil milhões de euros, entre Janeiro e Setembro de 2010, já garantiu à Banca muitos milhões de euros.
Se fizermos as contas ao dinheiro aplicado neste ano, e se contarmos com uma margem mínima de dois pontos percentuais, o lucro ultrapassa os 150 milhões de euros, mas na realidade os ganhos ainda serão superiores. O BCE [Banco Central Europeu] empresta dinheiro à Banca portuguesa a 1%, contra garantias, e a Banca investe em dívida com juros a 6%", explica Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva e actual líder do BIC [Banco Internacional de Crédito].
Os últimos dados do Banco de Portugal revelam que, em Setembro de 2010, os bancos nacionais tinham investidos em dívida pública portuguesa 17,9 mil milhões de euros, um aumento de 53% em relação aos 9,5 mil milhões de euros registados em igual mês do ano passado.
Desde a entrada em vigor da moeda única, a 1 de Janeiro de 1999, que a Banca portuguesa não tinha tamanha exposição [leia-se: acesso] à dívida pública. Para Luís Nazaré, ex-líder dos CTT, esta realidade "revela mais sensibilidade [leia-se: voracidade] da Banca nacional para assegurar a dívida pública portuguesa, mas é também uma excelente aplicação, porque vai buscar o dinheiro a 1% ao BCE e investe-o a 5% na dívida".
Mira Amaral alerta que "isto não é sustentável", porque "o BCE está a ajudar, através dos bancos comerciais, os governos".
Se fizermos as contas ao dinheiro aplicado neste ano, e se contarmos com uma margem mínima de dois pontos percentuais, o lucro ultrapassa os 150 milhões de euros, mas na realidade os ganhos ainda serão superiores. O BCE [Banco Central Europeu] empresta dinheiro à Banca portuguesa a 1%, contra garantias, e a Banca investe em dívida com juros a 6%", explica Mira Amaral, ex-ministro de Cavaco Silva e actual líder do BIC [Banco Internacional de Crédito].
Os últimos dados do Banco de Portugal revelam que, em Setembro de 2010, os bancos nacionais tinham investidos em dívida pública portuguesa 17,9 mil milhões de euros, um aumento de 53% em relação aos 9,5 mil milhões de euros registados em igual mês do ano passado.
Desde a entrada em vigor da moeda única, a 1 de Janeiro de 1999, que a Banca portuguesa não tinha tamanha exposição [leia-se: acesso] à dívida pública. Para Luís Nazaré, ex-líder dos CTT, esta realidade "revela mais sensibilidade [leia-se: voracidade] da Banca nacional para assegurar a dívida pública portuguesa, mas é também uma excelente aplicação, porque vai buscar o dinheiro a 1% ao BCE e investe-o a 5% na dívida".
Mira Amaral alerta que "isto não é sustentável", porque "o BCE está a ajudar, através dos bancos comerciais, os governos".
Este fanhoso funcionário bancário tenta, manhosa mas infrutiferamente, virar o bico ao prego e colocar os bancos no papel de vítimas, dando a entender que é o Estado, ou seja, os contribuíntes, os grandes beneficiários deste roubo colossal perpetrado pela Banca, e de que ele, ao longo da vida, tem sido um fiel servidor.
Mira Amaral integrou os quadros do BPI, transitando do adquirido Banco de Fomento, privatizado nos anos 90. No início da década actual, reformou-se do BPI com indemnização e pensão substanciais. Algum tempo depois, ingressou na Caixa Geral de Depósitos, por influência do PSD; porém, ao fim de 18 meses, viria a deixar a instituição do Estado, com uma obscena pensão de reforma de mais de 18.000 euros mensais.
Hoje, Mira Amaral, administra o Banco BIC, ao serviço de Amorim e de Isabel dos Santos, a princesa do reino corrupto de Angola.
Mira Amaral integrou os quadros do BPI, transitando do adquirido Banco de Fomento, privatizado nos anos 90. No início da década actual, reformou-se do BPI com indemnização e pensão substanciais. Algum tempo depois, ingressou na Caixa Geral de Depósitos, por influência do PSD; porém, ao fim de 18 meses, viria a deixar a instituição do Estado, com uma obscena pensão de reforma de mais de 18.000 euros mensais.
Hoje, Mira Amaral, administra o Banco BIC, ao serviço de Amorim e de Isabel dos Santos, a princesa do reino corrupto de Angola.
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O Banco Central Europeu (BCE), segundo os próprios estatutos, está proibido de comprar dívida diretamente aos Estados mas tem toda a liberdade de financiar a banca a uma taxa de juro muito baixa (1%), não impondo quaisquer limites na utilização desse dinheiro. Este facto permite que os bancos possam obter lucros extra à custa das taxas de juro elevadas que cobram não só aos Estados, mas também às famílias e às empresas.
No entanto, o BCE pode comprar dívida soberana, ou seja, dos Estados, no chamado "mercado secundário" onde têm acesso os bancos. Portanto, está-se perante a situação caricata que permite à banca especular com a divida emitida pelos Estados, da seguinte forma:
O BCE não pode comprar directamente a dívida ao Estado português, mas já pode comprá-la aos bancos (os celebérrimos mercados) que a adquirem. E então o esquema especulativo montado pela UE e pelo BCE para enriquecer a banca à custa dos contribuintes, das famílias, e do Estado português é o seguinte: a banca empresta às famílias, às empresas e ao Estado português cobrando taxas de juro que variam entre 5% e 12%, ou mesmo mais, depois pega nessa divida, titularizando-a, e vende-a ao BCE obtendo empréstimos a uma taxa de juros de apenas 1%.
De 2008 a 2011 - EM APENAS TRÊS ANOS A DIFERENÇA DE TAXAS DE JURO DEU À BANCA PORTUGUESA UM LUCRO DE 3.828 MILHÕES DE EUROS.
Estatutos do BCE:
Capítulo IV - Funções monetárias e operações asseguradas pelo SEBC:
Artigo 21.º - Operações com entidades do sector público:
21.º 1 - De acordo com disposto no artigo 104.º do presente Tratado, é proibida a concessão de créditos sob a forma de descobertos ou sob qualquer forma, pelo BCE ou pelos bancos centrais nacionais, em benefício de instituições ou organismos da Comunidade, governos centrais, autoridades regionais, locais ou outras autoridades públicas, outros organismos do sector público ou a empresas públicas dos Estados membros; é igualmente proibida a compra directa de títulos de dívida a essas entidades, pelo BCE ou pelos bancos centrais nacionais.
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O Manifesto dos 74
O Manifesto dos 74
E para desviar as atenções da população do carácter criminoso e fraudulento da «DÍVIDA SOBERANA», organizou-se um grupo de setenta e quatro personalidades que divulgaram um manifesto onde expressam a sua vontade de querer a reestruturação da dívida (aparentemente oposta à vontade dos partidos do Poder).
Este seria um processo preparatório tendente à reestruturação "honrada e responsável da dívida" e destinado a ajudar a encontrar soluções que minimizem o sofrimento dos nossos dias e não comprometam a esperança no nosso futuro.
Seguem-se algumas das setenta personalidades do «Manifesto»: Ferreira Leite, Bagão Félix, Adriano Moreira, Freitas do Amaral, Ferro Rodrigues, João Cravinho, Carvalho da Silva, Francisco Louçã... que pretendem demonstrar a abrangência da inteligência nacional envolvida.
Este seria um processo preparatório tendente à reestruturação "honrada e responsável da dívida" e destinado a ajudar a encontrar soluções que minimizem o sofrimento dos nossos dias e não comprometam a esperança no nosso futuro.
Seguem-se algumas das setenta personalidades do «Manifesto»: Ferreira Leite, Bagão Félix, Adriano Moreira, Freitas do Amaral, Ferro Rodrigues, João Cravinho, Carvalho da Silva, Francisco Louçã... que pretendem demonstrar a abrangência da inteligência nacional envolvida.
Mas este «Manifesto» é tão falso como a «Dívida»:
Perante a evidente incapacidade de cobrar uma «Dívida» que vai aumentando anualmente em virtude dos juros obscenos em jogo, a Grande Finança Internacional, para continuar a arrecadar o seu saque e simultaneamente amansar as opiniões públicas, arquitectou o «Manifesto dos 74», que já se está a espalhar ao resto da europa:
O objectivo é baixar os juros da «Dívida» e prolongá-la no tempo, até que as prestações atinjam um valor que os povos possam pagar e, ainda assim, sobreviver...
O objectivo é baixar os juros da «Dívida» e prolongá-la no tempo, até que as prestações atinjam um valor que os povos possam pagar e, ainda assim, sobreviver...
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Comentário
Comentário
Alguém com dois dedos de testa pode aceitar que o BCE [Banco Central Europeu] possa emprestar dinheiro aos bancos comerciais à taxa de 1% (mas que esteja proibido de emprestar aos Estado Nacionais), e que os bancos comerciais, por sua vez, emprestem esse dinheiro aos Estado Nacionais a 5%, 6%, 7%, ... , 12%, embolsando nesse processo juros escandalosos?
Que outra justificação pode existir para o BCE oferecer tais benefícios aos bancos comerciais, senão o facto de esta «instituição europeia» estar exclusivamente ao serviço da Banca Privada? Porque é que os estatutos do BCE o proíbem de emprestar dinheiro aos Estados Nacionais? Quem terá escrito tais estatutos e com que objectivos?
Que outra justificação pode existir para o BCE oferecer tais benefícios aos bancos comerciais, senão o facto de esta «instituição europeia» estar exclusivamente ao serviço da Banca Privada? Porque é que os estatutos do BCE o proíbem de emprestar dinheiro aos Estados Nacionais? Quem terá escrito tais estatutos e com que objectivos?