terça-feira, janeiro 28, 2014

O Dia em que a Crise Financeira acabou




Introdução (minha)

Que aconteceria se um pequeno grupo de resolutos cidadãos europeus, um, dois, três, etc..., fossem Irlandeses, Gregos, Franceses, Espanhóis ou Portugueses, tomassem a decisão de apanhar e executar um indivíduo responsável pela hecatombe social que nos tem vindo a destruir:

a) Um Banqueiro ladrão;

b) Um Governante corrupto;

c) Um Deputado a soldo;

d) Um Administrador habituado a ziguezaguear entre interesses públicos e privados;

e) Um Membro de um escritório de advogados que legisla criminosamente a pedido de vigaristas;

f) Um Procurador cujo único objectivo é travar investigações aos poderosos;

g) Um Comentador ou Jornalista venal empenhado em convencer a população de que a «crise financeira» e a miséria para a qual fomos atirados é o equivalente a um terramoto – são coisas que acontecem e das quais ninguém tem culpa.


Será que, com essa primeira execução, esse pequeno grupo de cidadãos não poderia dar início a uma bola de neve que, com o apoio da Internet, das redes sociais, da rede que permite o contacto de todos com todos, se transformasse numa avalanche capaz de exterminar um polvo assassino que tudo faz para devastar Portugal, a Europa e o Mundo?


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Quando terminar a recessão teremos perdido 30 anos de direitos e salários


Concha Caballero é licenciada em Filologia Espanhola e professora de literatura num instituto público. Abandonou a politica decepcionada com a coligação eleitoral do seu partido. Há anos que passou do exercício da politica activa para analista e articulista, social e politica, de vários meios de comunicação, com destaque para o EL PAÍS. É uma amante da literatura e firmemente humana com as questões sociais.

Clique neste link e leia o artigo Original em Castelhano.

Um dia no ano 2014 vamos acordar e vão anunciar-nos que a crise terminou. Correrão rios de tinta escrita com as nossas dores, celebrarão o fim do pesadelo, vão fazer-nos crer que o perigo passou embora nos advirtam que continua a haver sintomas de debilidade e que é necessário ser muito prudente para evitar recaídas. Conseguirão que respiremos aliviados, que celebremos o acontecimento, que dispamos a atitude critica contra os poderes e prometerão que, pouco a pouco, a tranquilidade voltará à nossas vidas.

Um dia no ano 2014, a crise terminará oficialmente e ficaremos com cara de tolos agradecidos, darão por boas as politicas de ajuste e voltarão a dar corda ao carrocel da economia. Obviamente a crise ecológica, a crise da distribuição desigual, a crise da impossibilidade de crescimento infinito permanecerá intacta mas essa ameaça nunca foi publicada nem difundida e os que de verdade dominam o mundo terão posto um ponto final a esta crise fraudulenta (metade realidade, metade ficção), cuja origem é difícil de decifrar mas cujos objetivos foram claros e contundentes - Fazer-nos retroceder 30 anos em direitos e em salários.

Um dia no ano 2014, quando os salários tiverem descido a níveis terceiro-mundistas; quando o trabalho for tão barato que deixe de ser o fator determinante do produto; quando tiverem feito ajoelhar todas as profissões para que os seus saberes caibam numa folha de pagamento miserável; quando tiverem amestrado a juventude na arte de trabalhar quase de graça; quando dispuserem de uma reserva de uns milhões de pessoas desempregadas dispostas a ser polivalentes, descartáveis e maleáveis para fugir ao inferno do desespero, então a crise terá terminado.

Um dia do ano 2014, quando os alunos chegarem às aulas e se tenha conseguido expulsar do sistema educativo 30% dos estudantes sem deixar rastro visível da façanha; quando a saúde se compre e não se ofereça; quando o estado da nossa saúde se pareça com o da nossa conta bancária; quando nos cobrarem por cada serviço, por cada direito, por cada benefício; quando as pensões forem tardias e raquíticas; quando nos convençam que necessitamos de seguros privados para garantir as nossas vidas, então terá acabado a crise.

Um dia do ano 2014, quando tiverem conseguido nivelar por baixo todos e toda a estrutura social (exceto a cúpula posta cuidadosamente a salvo em cada sector), pisemos os charcos da escassez ou sintamos o respirar do medo nas nossas costas; quando nos tivermos cansado de nos confrontarmos uns aos outros e se tenham destruído todas as pontes de solidariedade. Então anunciarão que a crise terminou.



Nunca em tão pouco tempo se conseguiu tanto. Somente cinco anos bastaram para reduzir a cinzas direitos que demoraram séculos a ser conquistados e a estenderem-se. Uma devastação tão brutal da paisagem social só se tinha conseguido na Europa através da guerra. Ainda que, pensando bem, também neste caso foi o inimigo que ditou as regras, a duração dos combates, a estratégia a seguir e as condições do armistício.

Por isso, não só me preocupa quando sairemos da crise, mas como sairemos dela. O seu grande triunfo será não só fazer-nos mais pobres e desiguais, mas também mais cobardes e resignados já que sem estes últimos ingredientes o terreno que tão facilmente ganharam entraria novamente em disputa.

Neste momento puseram o relógio da história a andar para trás e ganharam 30 anos para os seus interesses. Agora faltam os últimos retoques ao novo marco social: Um pouco mais de privatizações por aqui, um pouco menos de gasto público por ali e "voilá": A sua obra estará concluída.

Quando o calendário marque um qualquer dia do ano 2014, mas as nossas vidas tiverem retrocedido até finais dos anos setenta, decretarão o fim da crise e escutaremos na rádio as condições da nossa rendição.

quarta-feira, janeiro 22, 2014

A família Povinho e a família Trapaceiro - fraude na herdade Portucale


The Establishment's Two-Party Scam
A Fraude dos Dois-Partidos engendrada pela Elite Financeira

Chris Gupta: Esta fraude consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta contra a elite dominante.


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A família Trapaceiro

Esta é a estória trágica da relação entre duas famílias. A família Povinho e a família Trapaceiro.

A família Povinho era constituída por um casal – o Manel e a Maria, ambos na casa dos cinquenta, simultaneamente donos e feitores de uma quinta - Portucale. Este casal tinha dez filhos, cujas idades variavam entre os seis e os trinta anos. Viviam também com eles, os pais do Manel e da Maria, os quatro já de idade avançada, sofrendo de doenças diversas e incapazes de trabalhar.

A família Povinho era dona de uma quinta, Portucale, relativamente grande, atravessada por uma ribeira, e onde semeavam couves, favas, batatas, ervilhas, milho, trigo, melões, cenouras, alfaces, feijão, etc. Na herdade tinham, igualmente, diversas árvores de fruto: ameixieiras, cerejeiras, figueiras, macieiras, laranjeiras, pereiras, nogueiras, etc. Também criavam vacas, porcos, cavalos, cabras, ovelhas, galinhas, patos e coelhos.

Esta família vivia dos rendimentos da quinta. O pai Manel, a mãe Maria e os filhos mais velhos tratavam da quinta: semeavam, colhiam, tratavam dos animais, e vendiam a maior parte da sua produção nos mercados locais. O dinheiro que obtinham com as vendas servia para comprar os produtos de que tinham necessidade, mandar os filhos mais novos para a escola e comprar os medicamentos para os avós.


A herdade Portucale

A outra família desta estória, de apelido Trapaceiro, era constituída por um pai e dois filhos. O pai, de nome - Zé Goldman Trapaceiro, era um indivíduo que dispunha de um apreciável pé-de-meia, fruto dos esquemas que forjara durante uma vida inteira de vigarices. Quanto aos seus dois filhos, o mais velho dava pelo nome de Sócrates Trapaceiro e o mais novo pelo de Passos Trapaceiro.

Esta tríade de vigaristas do mesmo sangue, a família Trapaceiro, saltitava de vila em vila, burlando e esmifrando as famílias honestas que tinham o azar de lhe cair nas garras e alinhar ingenuamente na sua conversa embusteira. Para o esquema funcionar convenientemente, o pai e os filhos da família Trapaceiro fingiam não se conhecer uns aos outros.

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Um belo dia de primavera, o filho Sócrates Trapaceiro bateu à porta da família Povinho. Com a lábia que o caracterizava, teve uma conversa com o Manuel e a Maria, e rapidamente os convenceu de que a propriedade estava a ser mal gerida e de que ele poderia, com o investimento certo, multiplicar a produção e, portanto, o rendimento da quinta. Tal foi a conversa do Sócrates Trapaceiro, que a família Povinho o nomeou mandatário dos seus interesses.


O filho Sócrates Trapaceiro

De posse desse mandato e com poderes à discrição para dispor das economias da família Povinho, Sócrates Trapaceiro não foi de modas: mandou fazer obras na casa, abriu novos caminhos em macadame por toda a herdade, construiu dois novos celeiros e um estábulo mais moderno. Para além disso, comprou três semeadoras-adubadoras, dois tractores, duas ceifeiras-debulhadoras, quatro pulverizadores, duas charruas, dois espalhadores de estrume, um reboque basculante, equipamentos vários de irrigação, etc., etc., etc.

Para fazer face a todas estas novas despesas, Sócrates Trapaceiro pediu, em nome da família Povinho, vários empréstimos ao seu pai, Zé Goldman Trapaceiro, a juros pornograficamente caros.


Passados tempos, a família Povinho deu-se conta de duas coisas:

a) Que as obras ordenadas por Sócrates Trapaceiro, ou as alfaias mandadas comprar por ele, tinham sido, ou completamente sobredimensionadas ou absolutamente inúteis – não sendo, em nada, precisas para as necessidades da quinta;

b) Que, por causa das obras e das compras efectuadas por Sócrates Trapaceiro, a família ficou de pagar uma dívida com juros escandalosos a um certo Zé Goldman Trapaceiro (o secreto pai de Sócrates), e que esta dívida conduziria a curto prazo a família Povinho à falência.

Ciente do prejuízo que estava a ter e extremamente irritada com a «gestão» do seu mandatário (o Sócrates Trapaceiro), a família Povinho correu com ele e avisou-o para não voltar os pés na quinta.


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Dias depois, bateu à porta da família Povinho um indivíduo chamado Passos Trapaceiro. Este, com uma prosápia que em nada ficava a dever ao irmão, convenceu a família Povinho de que era possível pagar a dívida contraída por Sócrates sem colocar em causa o bem-estar da família. Para tanto, bastariam alguns pequenos sacrifícios e tudo voltaria ao normal. Em desespero, a família Povinho designou Passos Trapaceiro (irmão de Sócrates Trapaceiro) como mandatário dos seus interesses.


O filho Passos Trapaceiro

Logo que se viu na situação de mandatário, Passos Trapaceiro aconselhou a família Povinho de que o objetivo primeiro seria pagar a dívida e os juros agiotas ao secreto pai - Zé Goldman Trapaceiro.

Para além disso, Passos Trapaceiro explicou à família Povinho o conceito de «Austeridade». Com esse objectivo, Passos aconselhou os filhos mais velhos a procurar emprego noutra freguesia, recomendou que os filhos mais novos fossem retirados da escola e postos a trabalhar na quinta, decidiu cortar na compra dos medicamentos dos avós e, tomou a opção de vender ao desbarato (ao seu secreto pai - Zé Goldman Trapaceiro), os melhores pomares, as mais viçosas hortas e os animais de melhor qualidade. Tudo para combater a «Austeridade».

Passos Trapaceiro explicou que, sem esta «Austeridade», a família Povinho perderia toda a credibilidade junto dos seus outros fornecedores – a mercearia, o armazém dos adubos, a oficina, a loja de ferragens, etc.


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Passados tempos, a família Povinho deu-se conta de que, não obstante «os sacrifícios» e a «Austeridade» impostos por Passos Trapaceiro, tinham-se verificado os seguintes flagelos:

a) A dívida da quinta Portucale, confeccionada por Sócrates a favor de (seu pai) Zé Goldman Trapaceiro, tinha duplicado e continuava a aumentar por causa dos juros agiotas que continuavam a ser cobrados, tendo-se tornado completamente impagável;

b) Os bens mais valiosos da quinta que tinham sido vendidas por tuta e meia a Zé Goldman Trapaceiro já não podiam ser recuperados;

c) Os filhos mais velhos, que constituíam a mais experiente e vigorosa mão-de-obra da quinta, foram trabalhar para outras freguesias, onde estabeleceram a sua vida e já não tencionavam regressar;

d) Os filhos mais novos, que tiveram de abandonar a escola por causa da «Austeridade», não possuíam conhecimentos suficientes para gerir a quinta ou mesmo fazer trabalhos de maior complexidade.

e) Dos quatro idodos (os pais de Manuel e Maria), dois faleceram e os outros dois ficaram acamados, porque não houve dinheiro suficiente para comprar os medicamentos de que necessitavam;

f) Que as políticas que Sócrates e Passos tinham transferido quase toda a riqueza da quinta Portucale e da família que lá vivia para as garras de Zé Goldman Trapaceiro (pai secreto de Sócrates e Passos).


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Meses passados, um artigo do jornal «Gazeta da Região» reportou múltiplas queixas num tribunal de comarca contra Sócrates Trapaceiro, Passos Trapaceiro e Zé Goldman Trapaceiro, afirmando que estes eram membros da mesma família (pai e dois filhos) e que, trabalhando em conluio, vigarizavam famílias inteiras levando-as à miséria.

Após o julgamento, o juiz sentenciou que, embora, pai e filhos Trapaceiro agissem conluiados e em segredo, não havia provas concretas que desse facto tivessem tirado algum proveito.


Uma semana depois, os filhos Trapaceiro cometeram suicídio assistido, no mesmo dia e à mesma hora, com uma bala na cabeça cada um.


O suicídio assistido (pela populaça) dos filhos Sócrates e Passos Trapaceiro



Quanto ao pai, Zé Goldman Trapaceiro, morreu tragicamente atropelado por um cilindro de uma máquina de alcatroar numa estrada que sofria obras de beneficiação.


O pai, Zé Goldman Trapaceiro, após ter sido passado a ferro
por um cilindro de uma máquina de alcatroar

sexta-feira, janeiro 17, 2014

A simpatia do Papa Francisco - algo teria de mudar na Igreja para assegurar que tudo ficasse na mesma.


Por António Roque (enviado por um amigo):

Maquiavel - Quero ir para o inferno, não para o céu. No inferno, gozarei da companhia de papas, reis e príncipes. No céu, só terei por companhia mendigos, monges, eremitas e apóstolos.



O Papa Francisco (em segundo plano)

Não há dúvida de que a Igreja surpreendeu o mundo!

A chegada de Jorge Mário Bergoglio ao Vaticano faz parte de uma operação, eclesiástica e leiga, uma espécie de golpe de estado palaciano que tem vindo a amadurecer nos últimos tempos, dirigida por um núcleo de gente da Cúria Romana que se mantém na penumbra e com imenso poder e dinheiro e na posse de informação ultra secreta, que visa dar um novo fôlego a uma Igreja e a uma religião em acentuada e progressiva perda de influência.

Em termos simplistas, diremos que esta operação consiste em renovar o discurso oficial da Igreja mas assegurando que os dogmas da fé, os princípios e a «verdade» bíblica ficarão incólumes. Dito de outra maneira, e como diria o Príncipe de Falconeri, algo terá de mudar para assegurar que tudo fique na mesma.

Lembremo-nos dos escândalos surgidos tempos antes da resignação de Bento XVI, resignação, aliás, que é uma parte importante desta operação, que está longe de estar terminada.

Obviamente Bento XVI era incapaz de levar tal tarefa a bom porto. A sua idade, o seu estado de saúde e, sobretudo, a sua imagem de Papa ultraconservador e reaccionário – que realmente era – incapaz de aproximar fosse o que fosse, não lhe permitiria ter êxito nesta operação de grande envergadura.

Esta tese é fundamentada num facto óbvio do conhecimento geral: A Igreja Católica Apostólica Romana está em franca decadência que se manifesta desde logo na falta de vocações para profissões de natureza eclesiástica, no decréscimo acentuado do número de fiéis, nos actos litúrgicos com cada vez menos assistência e participação e no surgimento de seitas evangélicas ou mesmo de origens pouco transparentes, que lhe disputam com êxito muito crentes.

É uma situação que não sendo nova para a Igreja, tinha que ser tentado o seu estancamento, ou mesmo a sua inversão.

É à luz de tudo isto que devemos interpretar o fenómeno «Papa Francisco», que, aliás, está a resultar muito bem.

Dir-se-ia até que, de acordo com o que vemos, ouvimos e lemos já não é Cristo o redentor e o salvador da Igreja mas o super Francisco.

De facto, ao visitar o Vaticano, para além de beleza ímpar das obras de arte que ali se encontram, que nos extasiam, sentimo-nos também incomodados com todo aquele escandaloso fausto, aquele luxo obsceno e percebemos que o que ali tem acontecido é uma impostura. Aquele lugar alberga um centro de intrigas e corrupção milenares. Os poderosos sempre ali encontraram um fidelíssimo aliado.

Perguntamo-nos legitimamente o que terá isto tudo a ver com Cristo e a sua mensagem.

Desiludam-se! A Igreja não é uma instituição em reformação, não é reformável, nem o quer ser.

Se nos informarmos sobre as suas origens e o seu percurso, concluiremos que a Igreja Romana é a directa herdeira do Império Romano. É uma reminiscência viva desse Império.

Por isso a Igreja de hoje assegura ao poder secular, aos grandes interesses económicos e financeiros mundiais, a dominação, o medo e a ideologização necessária para a perpetuação do status quo desse poder, responsável pelo actual estado do mundo.

Bem nos podem vir dizer que são contra o capitalismo selvagem, querendo com isto dizer que são a favor do capitalismo – como aliás bem tem demonstrado o papado. Como se fosse possível domesticar o capitalismo!

Não esqueçamos que há anos a Igreja escolheu um Papa para combater pelo capitalismo. De facto, o Papa João Paulo II teve um papel preponderante nesse combate, coadjuvado pelo que viria a ser seu sucessor, o Cardeal Joseph Aloisius Ratzinger.

Em resumo dir-se-á que apesar da simpatia indesmentível do actual Papa – que foi um critério importante na sua eleição pelo que acima se disse – o que de facto se pretende é perpetuar aquele que foi sempre o papel da Igreja Romana: um instrumento do poder para a submissão das massas, assumindo essa função formas diversas ao longo dos séculos nos aspectos espirituais, religiosos, morais, políticos e sócio-culturais, sendo a Inquisição a sua forma mais infamante.

Relembre-se que a Igreja nos seus momentos de aflição foi sempre salva também pelo poder: veja-se a institucionalização do Édito de Milão, a barbárie «cristã» das Cruzadas, os Papas de Avinhão, o Concílio de Trento, Mussolini e o Tratado de Latrão, etc.

Mas voltando ao Papa Peronista Jesuíta, tendo a Europa uma fraude chamada Hollande e os USA uma chamada Obama, faltava-nos mesmo um Francisco no Vaticano.

terça-feira, janeiro 14, 2014

Henry Ford - O judaísmo é o mais secreto poder organizado na terra. Os seus meios de poder são o dinheiro e a imprensa



José Luís Arnaut, Carlos Moedas, António Borges e Vítor Gaspar


José Luís Arnaut, foi ministro-adjunto de Durão Barroso e ministro no executivo liderado por Santana Lopes entre 2004 e 2005. Arnaut foi agora nomeado para o conselho consultivo internacional do Goldman Sachs. São públicas as ligações do escritório de José Luís Arnault a um conjunto de privatizações de uma forma mais ou menos directa, nomeadamente as da "ANA, REN e CTT, onde o banco norte-americano detém a maior participação depois da privatização.

Carlos Moedas, Secretário de Estado adjunto do Primeiro Ministro - Após acabar o MBA em Harvard, no ano 2000, o actual responsável pelo acompanhamento do programa da 'troika' foi trabalhar para a divisão europeia de fusões e aquisições do Goldman Sachs. Saiu do banco em 2004.

António Borges, director do Departamento Europeu do FMI - O economista foi vice-presidente e director-geral do Goldman Sachs entre 2000 e 2008. Após sair do banco foi da associação que delineia a regulação dos 'hedge funds'. Em Outubro de 2010, foi nomeado director do FMI para a Europa. Em 2012, António Borges foi encarregado pelo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho para liderar uma equipa que acompanhou, junto da Troika, os processos de privatizações, as renegociações das parcerias público-privadas, a reestruturação do sector empresarial do Estado e a situação da banca (faleceu a 25 de Agosto de 2013).

Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças, pode vir a ser o próximo diretor para os assuntos fiscais do FMI. Vítor Gaspar candidatou-se ao cargo e conta com o apoio de Angela Merkel e do Governo português.


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Afinal, o Goldman Sachs manda no mundo?

"Sou um banqueiro a fazer o trabalho de Deus". É a forma como o presidente do maior banco de investimento do mundo vê a sua missão no comando do Goldman Sachs. Mas na opinião de um número cada vez maior de pessoas, o "trabalho de Deus" do Goldman Sachs é a encarnação do lado negro da força em Wall Street. E há até quem defenda que é este banco que manda no mundo e não os governos.

"Eu concordo com a tese de que os bancos, e especialmente o Goldman Sachs, se tornaram demasiado poderosos na medida em que influenciam a nossa política, a nossa economia e a nossa cultura", referiu o autor de "Money & Power: How Goldman Sachs Came to Rule the World", William D. Cohan, ao Outlook. E o poder do Goldman Sachs nos centros de decisão política até lhe valeu a alcunha, dada por banqueiros concorrentes, de Government Sachs. O banco liderado por Lloyd Blankfein conta com um exército de antigos funcionários em alguns dos cargos políticos e económicos mais sensíveis no mundo. E o inverso também acontece, o recrutamento de colaboradores que já desempenharam cargos de decisão.

Alessio Rastani transformou-se num fenómeno. O 'trader' em 'part-time' surpreendeu tudo e todos numa entrevista à BBC. Além de vários cenários catastrofistas sobre a crise, Rastani defendeu que "este não é o momento para pensar que os governos irão resolver as coisas. Os governos não mandam no mundo, o Goldman Sachs manda no mundo". Bastaram pouco mais de três minutos para tornar Rastani num fenómeno na Internet. O vídeo tornou-se viral e levantou a controvérsia sobre o poder que o banco liderado por Lloyd Blankfein tem na economia e na política.

Esta semana, numa entrevista ao "Huffington Post", Rastani teceu uma série de ideias sobre o papel do Goldman no mundo. E diz que as teorias da conspiração que aparecem sobre o banco não são uma coincidência: "Os governos dependem dos bancos, os bancos dependem dos governos. A relação é tão cinzenta e quem controla quem? Quem é o marionetista e quem é a marioneta? As pessoas podem ter as suas ideias sobre isto. Eu apenas expressei a minha perspectiva", disse.

Rastani não é o primeiro a atacar o papel do Goldman no mundo. Em Abril de 2010, um jornalista da "Rolling Stone" escreveu um artigo que se tornou famoso, tanto para os contestatários ao banco como para os que defendem o Goldman e utilizam a caracterização feita pelo repórter para ironizar com os detractores do banco. Matt Taibbi descreveu o Goldman como um "grande vampiro" que se alimenta da humanidade, com um apetite sanguinário implacável por tudo o que envolva dinheiro.


Daniel Oliveira - Expresso

- Resumindo: em todos os momentos fundamentais da desregulação económica e financeira do mundo e da Europa e da transformação do projeto europeu no monstro que hoje conhecemos encontramos gente da Golman Sachs… Porque um dos ramos fundamentais da atividade deste colosso é a compra da democracia, pondo os Estados a decidir contra os seus próprios interesses, roubando o sentido do nosso voto e entregando o poder que deveria ser do povo a quem tem dinheiro para o pagar. São um verdadeiro partido invisível, um poder acima das nações que regula as nossas vidas independentemente das nossas vontades. Privatiza o que é nosso, vende lixo aos Estados, armadilha leis, governa em favor de poucos e premeia quem lhe preste vassalagem


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Henry Ford


Henry Ford (1863 – 1947) foi o americano fundador da Ford Motor Campany e pai das modernas linhas de montagem e da produção em massa. O seu automóvel, Modelo T, revolucionou o transporte e a indústria americana. Ford foi um inventor prolífico e registou 161 patentes. Na qualidade de dono da Companhia Ford tornou-se um dos homens mais ricos e mais conhecidos do mundo.

Em 1918, Ford comprou um pouco conhecido semanário: «The Dearborn Independent». No princípio dos anos 20 este semanário publicou um conjunto de quatro volumes de artigos, cumulativamente intitulados «The International Jew» [O Judeu Internacional].


[Tradução minha]

Jornal "The Dearborn Independent" - 29 de Maio de 1920:



The International Jew

Germany's Reaction Against the Jew [A reacção alemã contra o judeu]

[...] O judaísmo é o mais secreto poder organizado na terra, mais ainda que o Império Britânico. Constitui um Estado cujos cidadãos são incondicionalmente leais onde quer que estejam ou quer sejam ricos ou pobres.

O nome que foi dado pela Alemanha a este Estado e que circula por todos os outros Estados é Al-Judá [All- Judaan].

Os meios de poder do Estado de Al-Judá são o capital e o jornalismo, ou o dinheiro e a propaganda.

Al-Judá é o único Estado que exerce um governo mundial; todos os outros Estados só podem exercer governos nacionais.

A principal cultura de Al-Judá é jornalística; os desempenhos técnicos, científicos, literários dos judeus modernos são em todo o lado desempenhos jornalísticos. São devidos ao extraordinário talento dos judeus para a receptividade das ideias dos outros. Capital e Jornalismo combinam-se na Imprensa para criar o meio espiritual do poder judaico.

O governo deste Estado de Al-Judá está maravilhosamente organizado. Paris foi a sua primeira sede, mas já se mudou para outro lugar. Antes da Guerra (1914-1918), Londres era a sua primeira capital e Nova Iorque a segunda. Resta ver se Nova Iorque não irá suplantar Londres – a tendência é no sentido da América.



Como Al-Judá não está em condições de ter um exército e uma marinha permanentes, outros Estados fornecem-lhos. A sua armada é a armada britânica, que protege dos obstáculos o progresso de toda a economia mundial judaica, ou aquela parte que depende do mar. Em troca, Al-Judá acrescentou a Palestina ao controlo britânico. Onde quer que houvesse uma força terrestre (qualquer que fosse a nacionalidade do uniforme que usasse), esta apoiaria a marinha britânica.

Al-Judá está disposta a entregar a administração de várias partes do mundo aos governos nacionalistas; só pede para si o controlo dos governos. O judaísmo é intensamente a favor de perpetuar as divisões nacionalistas no mundo gentio (não-judeu). Porque, por eles, os judeus nunca serão assimilados por qualquer nação. São um povo à parte, sempre o foram e sempre o serão.

Só ocorrem problemas entre Al-Judá e outra nação quando esta impossibilita a Al-Judá o controlo dos lucros industriais e financeiros dessa nação. Al-Judá pode desencadear uma guerra, pode fazer a paz; pode criar a anarquia em casos mais obstinados, pode restaurar a ordem. Tem a força de uma potência mundial nas suas mãos e partilha-a entre as nações consoante estas apoiem os planos de Al-Judá.



Fotografia da batalha de Verdun – I Guerra Mundial


Ao controlar as fontes de informação mundiais, Al-Judá pode sempre preparar as opiniões dos povos para o seu próximo passo. A maior exposição que ainda falta fazer é a forma como as notícias são produzidas e a forma pela qual a opinião de nações inteiras é moldada para um determinado objectivo. Quando o poderoso judeu é por fim descoberto e a sua mão revelada, vêm então os imediatos gritos de perseguição que ecoam pela imprensa mundial. As causas reais da perseguição (que são a opressão das pessoas pelas práticas financeiras dos judeus) nunca são ditas publicamente.

Al-Judá tem os seus vice-governos em Londres e em Nova Iorque. Tendo obtido a sua vingança sobre a Alemanha, irá continuar a conquistar outras nações. Já possui a Grã-Bretanha. A Rússia debate-se mas as probabilidades estão contra ela. Os Estados Unidos, com a sua tolerância amigável por todas as raças, oferecem um terreno prometedor. O palco das operações muda, mas o judeu é o mesmo através dos séculos.


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Werner Sombart

"The Jews and Modern Capital", pp. 38, 43.
[Os Judeus e o Capital Contemporâneo]

"À primeira vista parece que o sistema económico da América do Norte foi o único que se desenvolveu independentemente dos judeus..."

"Contudo, sustenho a minha afirmação de que os Estados Unidos (talvez mais do que qualquer outro país) estão totalmente embrenhados de espírito judeu. Isto é reconhecido em muitos lugares, sobretudo nos mais capazes de formar uma opinião sobre o assunto..."

"Em face desta realidade, não haverá alguma justificação para a opinião de que os Estados Unidos devem a sua própria existência aos judeus? E se for assim, até que ponto não se poderá afirmar que a influência judaica fez dos Estados Unidos exactamente aquilo que é – ou seja, Americano? Porque aquilo que chamamos americanismo nada mais é, se assim podemos dizer, que o espírito judaico destilado."

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quinta-feira, janeiro 09, 2014

O misterioso e prolongado sucesso da minoria judaica na Alemanha


Wikipedia - Sir Arthur Wynne Morgan Bryant (na foto ao lado), (18 de Fevereiro de 1899 – 22 de Janeiro de 1985), foi um historiador britânico muito popular e colunista do Illustrated London News. Os seus numerosos livros incluem estudos da História inglesa dos séculos dezoito e dezanove.

No seu livro Unfinished Victory [1940 - Vitória Incompleta], o historiador Sir Arthur Bryant descreve o poder judaico na Alemanha entre as duas Guerras Mundiais (pp. 136-144):

Foram os judeus com as suas ligações internacionais e o seu talento hereditário para a finança que melhor foram capazes de aproveitar estas oportunidades. Fizeram-no com tal sucesso que, mesmo em Novembro de 1938, depois de cinco anos de legislação anti-semita e perseguição, eram ainda donos, segundo o correspondente da Times em Berlim, de qualquer coisa como um terço da propriedade imobiliária do Reich. A maior parte dela caiu-lhes nas mãos durante a inflação. Mas para aqueles que perderam tudo, esta desconcertante transferência pareceu uma monstruosa injustiça. Depois de prolongados sofrimentos tinham agora ficado privados dos seus bens. Viram-nos passar para as mãos de estranhos, muitos dos quais não tinham partilhado os seus sacrifícios e pouco ou nada se importavam com a bandeira e tradições nacionais. Os judeus obtiveram uma formidável ascendência na política, nos negócios e nas profissões académicas, não obstante constituírem menos de um por cento da população."

"Os bancos, incluindo o Reichsbank [Banco Central Alemão] e os grandes bancos privados, eram praticamente controlados por eles. Assim como o negócio das editoras, o cinema, os teatros e grande parte da imprensa, de facto, todos os meios que formam a opinião pública num país civilizado. O maior jornal do país com uma circulação diária de quatro milhões de unidades era um monopólio judeu. De ano para ano era cada vez mais difícil a um gentio (não-judeu) aceder ou manter-se nalguma profissão privilegiada. Nesta altura não eram os 'Arianos' que praticavam discriminação racial. Era uma discriminação que funcionava sem violência. Era exercida por uma minoria contra uma maioria. Não havia perseguição, apenas eliminação. Era o contraste entre a riqueza desfrutada e faustosamente ostentada por estranhos de gostos cosmopolitas, e a pobreza e a miséria dos alemães nativos, que tornou o anti-semitismo tão perigoso e uma força ameaçadora na nova Europa. Pedintes montados a cavalo são raramente populares, e menos ainda aqueles que acabaram do vos deitar abaixo da sela.
"


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As palavras de Arthur Bryant redigidas em 1940, em plena Guerra Mundial, parecem plagiadas de um texto de Eça de Queirós escrito sessenta anos antes:




Eça de Queirós

Cartas de Inglaterra 1877-1882

O motivo do furor anti-semítico é simplesmente a crescente prosperidade da colónia judaica, colónia relativamente pequena, apenas composta de quatrocentos mil judeus; mas que pela sua actividade, a sua pertinácia, a sua disciplina, está fazendo uma concorrência triunfante à burguesia alemã.

A alta finança e o pequeno comércio estão-lhe igualmente nas mãos: é o judeu que empresta aos estados e aos príncipes, é a ele que o pequeno proprietário hipoteca as terras. Nas profissões liberais absorve tudo: é ele o advogado com mais causas e o médico com mais clientela: se na mesma rua há dois tendeiros, um alemão e outro judeu, o filho da Germânia ao fim do ano está falido, o filho de Israel tem carruagem! Isto tornou-se mais frisante depois da guerra: e o bom alemão não pode tolerar este espectáculo do judeu engordando, enriquecendo, reluzindo, enquanto ele, carregado de louros, tem de emigrar para a América à busca de pão.

Mas se a riqueza do judeu o irrita, a ostentação que o judeu faz da sua riqueza enlouquece-o de furor. E, neste ponto, devo dizer que o Alemão tem razão. A antiga legenda do israelita, magro, esguio, adunco, caminhando cosido com a parede, e coando por entre as pálpebras um olhar turvo e desconfiado – pertence ao passado.

O judeu hoje é um gordo. Traz a cabeça alta, tem a pança ostentosa e enche a rua. É necessário vê-los em Londres, em Berlim, ou em Viena: nas menores coisas, entrando em um café ou ocupando uma cadeira de teatro, têm um ar arrogante e ricaço, que escandaliza. A sua pompa espectaculosa de Salomões "parvenus" ofende o nosso gosto contemporâneo, que é sóbrio. Falam sempre alto, como em país vencido, e em um restaurante de Londres ou de Berlim nada há mais intolerável que a gralhada semítica. Cobrem-se de jóias, todos os arreios das carruagens são de ouro, e amam o luxo grosso. Tudo isto irrita.

Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com que se há-de bater!

Tudo isto ainda seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do Templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, o seu livro, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica.

Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões – mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põem um orgulho, um coquetismo insolente em se diferençar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até à maneira de vestir. Naturalmente, um exclusivismo tão acentuado é interpretado como hostilidade – e pago com ódio.»

segunda-feira, janeiro 06, 2014

Eusébio - a arte não se reduz à escrita, à poesia, à música, à pintura, à escultura ou à representação...


A morte de um génio


Eusébio (1942 - 2014)



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E o discurso de uma mentecapta


A presidente da Assembleia da República - Assunção Esteves


Record - 6 janeiro de 2014

A presidente da Assembleia da República admitiu esta segunda-feira que o parlamento "não deve fechar" a hipótese de os restos mortais de Eusébio serem depositados no Panteão Nacional, decisão que cabe aos grupos parlamentares.

Questionada pelos jornalistas na Assembleia da República, Assunção Esteves sublinhou que "a questão do Panteão depende de uma decisão do parlamento, não depende de uma iniciativa da presidente nem do poder da presidente, depende do poder dos grupos parlamentares".

A colocação no Panteão Nacional do corpo do antigo futebolista, que morreu este domingo, aos 71 anos, "é uma questão de capacidade e de iniciativa interna ao parlamento", destacou, lembrando que, normalmente, são os grupos parlamentares que apresentam uma proposta nesse sentido.

Sublinhando falar em nome pessoal, Assunção Esteves acrescentou: "Essa possibilidade poderá realizar-se, eventualmente, num médio prazo ou num curto prazo. Não excluo que haja essa iniciativa pelas razões evidentes, que todos nós conhecemos, que é a singularidade de Eusébio", salientou.

A presidente da Assembleia da República sublinhou que esta operação envolve "custos mesmo muito elevados, na ordem de centenas de milhares de euros", a suportar pelo orçamento do parlamento.

Sobre este ponto, Assunção Esteves sugeriu uma "partilha de custos", ao abrigo de "uma espécie de mecenato", que em Portugal ainda não está suficientemente desenvolvido, admitindo que o processo não seja suportado pelo parlamento, mas por "um grupo de cidadãos ou uma associação".

"Penso - é a minha opinião, provavelmente estou a ser muito temerária - que o parlamento não deve fechar essa hipótese, desde que haja uma razão para as coisas. A partilha nos custos, sobretudo em termos de crise, é uma cultura que também temos de começar a explorar", sustentou, falando aos jornalistas no final da sessão de abertura do Seminário Diplomático, que decorre hoje e na terça-feira na Assembleia da República.