A Máfia do Grande Dinheiro é tão lesta a roubar tostões como milhares de milhões!
Este caso passou-se há poucos dias comigo:
Ando a pagar, há mais de 10 anos, um Crédito Habitação ao Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (Portugal), S.A. – BBVA.
A prestação mensal mais o seguro rondam os 500 Euros. Além disso, pago por débito direto neste banco a água, a eletricidade e o gás. De forma que, mensalmente, transfiro para o BBVA o dinheiro para fazer face a estas despesas.
Acontece que, neste mês de Julho de 2014, depositei menos 60 cêntimos do que o necessário (quantia que entretanto já regularizei).
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O BBVA não foi de modas:
Exm°. Senhor(a)
Nos termos e para os efeitos do Artigo 13° do Decreto-lei 227/2012 de 25 de Outubro, vimos pela presente informar V. Exa. que se encontra com atraso no cumprimento das obrigações emergentes do(a) Contrato enquadrado no regime do Crédito Habitação n° x, cujo saldo devedor ascende, nesta data, a € 0,60, correspondendo a quantia de € 0,60 a capital, a quantia de € 0,00 a juros referentes à data de 11/07/2014 e a quantia de € 26,00 a encargos associados ao incumprimento.
Atento o incumprimento verificado, agradecemos informação se o mesmo se deveu a circunstância pontual, com regularização previsível no prazo de 15 dias contados da recepção da presente carta, ou se V. Exa. prevê que existem riscos sérios de se verificar de forma continuada o incumprimento das responsabilidades referentes ao contrato acima identificado.
Mais informamos, que não regularizando a supra referida divida no prazo indicado, procederemos à comunicação da situação de incumprimento ao Banco de Portugal. [...]
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Ou seja, por uma questão de dias, vou pagar pelos «encargos associados ao incumprimento» (de 60 cêntimos) a quantia de 26 euros - uma taxa quatro mil, trezentos e trinta e três por cento (4333%) maior do que a «quantia em dívida (60 cêntimos)».
Isto, quando faço naquele banco (BBVA) um depósito mensal que rondará em média os seiscentos euros (€ 600) – mil vezes mais do que o valor do incumprimento (60 cêntimos).
Depois, os senhores do BBVA «atentos ao incumprimento verificado» no valor de 60 cêntimos, querem saber se «eu prevejo que existam riscos sérios de se verificar de forma continuada incumprimentos desta ordem de grandeza» - 60 cêntimos, um euro e meio, 42 cêntimos, 7 cêntimos, etc.
Por fim, e tal como a espada de Dâmocles, fica o aviso terrível: «informam-me, que se eu não regularizar a supra referida dívida (de 60 cêntimos) no prazo indicado, o BBVA procederá à comunicação da situação de incumprimento ao Banco de Portugal.
Mas, sabendo todos nós que o Banco de Portugal é completamente incompetente (quase dando a sensação que o faz de propósito) na regulação das grandes trafulhices bancárias e dos grandes ladrões que os confeccionam, fica a questão de saber se, quando o problema desce ao homem comum e à meia dúzia de tostões e ao mexilhão, o Banco
de Portugal não se torna completamente desapiedado.
Vítor Constâncio - Governador do Banco de Portugal entre 1985 e 1986 e, novamente, de 2000 a 2009 - foi acusado pela oposição de errar nas previsões macroeconómicas e de falhar na regulação bancária, por alegadamente ter actuado tardiamente no casos BPN e BPP, que custaram aos contribuintes portugueses um montante superior a 9.500 milhões de euros.
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A carta absurda que recebi do BBVA:
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Paulo Morais, professor universitário - Correio da Manhã – 19/6/2012
[...] "Estas situações de favorecimento ao sector financeiro só são possíveis porque os banqueiros dominam a vida política em Portugal. É da banca privada que saem muitos dos destacados políticos, ministros e deputados. E é também nos bancos que se asilam muitos ex-políticos." [...]
[...] "Com estas artimanhas, os banqueiros dominam a vida política, garantem cumplicidade de governos, neutralizam a regulação. Têm o caminho livre para sugar os parcos recursos que restam. Já não são banqueiros, parecem gangsters, ou seja, banksters."