sexta-feira, abril 28, 2017

Uma bolha infectada no pé, ou pior, as «desumanas experiências médicas» nazis, salvaram a vida a um jovem rabino em Auschwitz


Auschwitz - Rabino Israel Rosenfeld



Num post de 9/10/2007, com o título «Os sobreviventes do Holocausto», coloquei um trecho de uma entrevista ao rabino Israel Rosenfeld, publicada no jornal Intermountain Jewish News de 4 de Fevereiro de 2005. Essa entrevista foi removida da Internet.




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Eis parte da entrevista do rabino de 2005:

O rabino Israel Rosenfeld falou pela primeira vez da sua experiência em Auschwitz ao jornal Intermountain Jewish News, a 27 de Janeiro de 2005, exactamente 60 anos depois do dia em que foi libertado de Auschwitz:

«... o trabalho duro, combinado com tudo o resto, conjugaram-se para fazer de Rosenfeld um jovem muito doente. Uma bolha não tratada no pé cresceu e piorou até que se tornou numa infecção debilitante na parte de trás da perna. Por fim, já não podia estar de pé, e muito menos andar, diz ele, enquanto levanta a perna das calças para mostrar a cicatriz deixada pela infecção de há seis décadas atrás. Na altura, a meio do Inverno de 1944-45, foi colocado na enfermaria de Auschwitz, incapaz de trabalhar. Isto provavelmente salvou-lhe a jovem vida.»

[... the hard work, combined with everything else, combined to make young Israel very sick. An untreated blister on his foot steadily grew worse until it became a debilitating infection on the back of his leg. Eventually, he could no longer stand, let alone walk, he says, lifting his pant leg to show the still-vivid scar left behind by the raging infection of six decades ago. By then, it was the middle of the winter of 1944-45, and he was placed in the Auschwitz infirmary, unable to work. It probably saved the youth's life.]

Uma das enfermarias de Auschwitz


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Em 2007, o rabino tem uma versão radicalmente diferente:

Em Fevereiro de 2007, o rabino Israel Rosenfeld contou a um grupo de sete jovens uma versão substancialmente diferente sobre o que lhe acontecera em Auschwitz:

«O rabino Rosenfeld contou como sobreviveu miraculosamente ao campo de concentração, embora tenha depois passado três meses num hospital incapaz de estar de pé ou caminhar, porque as pernas tinham sofrido cortes fruto das experiências médicas a que os nazis o submeteram.»

[Rabbi Rosenfeld spoke about how he miraculously survived the concentration camp, although afterwards he spent three months in a hospital unable to stand or walk, his legs having been cut up by the Nazis performing medical experiments on him.]


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Vale a pena ler o artigo da entrevista de 2005 dada neste LINK ao Intermountain Jewish News

e o artigo da entrevista de 2007 dada neste LINK ao mesmíssimo Intermountain Jewish News.


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Seguem-se alguns dados neste LINK sobre a extensa rede de hospitais e enfermarias existentes em Auschwitz, em Auschwitz-Birkenau e nos subcampos de Auschwitz (dê-se o desconto à propaganda de atrocidades sempre que se fala neste assunto):


O elemento fundador da extensa rede de hospitais de campo de Auschwitz foi a enfermaria criada na segunda metade de junho de 1940, vários dias após a chegada do primeiro transporte de prisioneiros políticos polacos.

Os primeiros doentes eram prisioneiros que haviam sido muito agredidos ou que estavam a atingir o colapso por causa dos exercícios assassinos (chamados "desporto") que eram característicos do período de quarentena preliminar. À medida que mais transportes chegavam e o número de doentes aumentava, o hospital foi sendo amplificado. No seu formato final o hospital no campo principal de Auschwitz I, era composto pelo bloco 19, o Schonungsblock, para prisioneiros convalescentes; o bloco 20 para tratar as doenças infecto-contagiosas; o bloco 21 - o bloco cirúrgico; e o bloco 28, o bloco de medicina interna.

Com a expansão de Auschwitz entre 1942 e 1944, foram abertos novos hospitais no campo principal de Auschwitz (para os prisioneiros de guerra soviéticos e mulheres prisioneiras mantidos ali em vários momentos), em Birkenau [Auschwitz II] (nos campos para homens, mulheres, ciganos e judeus do gueto de Theresienstadt), e nos subcampos de Auschwitz.

Em várias alturas, os chefes dos "hospitais" dos campos [para além dos médicos prisioneiros] incluíram médicos das SS: Max Popiersch, Siegfried Schwela, Oskar Dienstbach, Kurt Uhlenbroock, e Eduard Wirths no campo principal de Auschwitz; Erwin von Helmersen, Heinz Thilo, e Rudolf Horstman no acampamento dos homens Birkenau; e Werner Rohde, Fritz Klein, e Hans Wilhelm König no campo das mulheres de Birkenau. Josef Mengele começou como o médico-chefe na Zigeunerlager ("acampamento cigano"), e acabou ao comando de todos os hospitais e enfermarias de Birkenau.


Fotografias de quatro dos blocos hospitalares referidos acima no campo Auschwitz I

Bloco 19, o Schonungsblock, para prisioneiros convalescentes


Bloco 20 para doenças infecto-contagiosas


 Bloco 21 - o bloco cirúrgico


Bloco 28, o bloco de medicina interna

quarta-feira, abril 26, 2017

Fernando Madrinha (sub-director e editorialista do semanário Expresso) : existe uma Máfia Financeira que controla totalmente Portugal...




O jornalista Fernando Madrinha iniciou o seu trajecto profissional em Maio de 1975 no Diário de Notícias. Colaborou ainda em vários jornais, teve uma participação regular no programa «Clube de Imprensa» na RTP2, e foi comentador-residente dos programas «Artur Albarran» (1992) e «Jornal Nacional» (1993), ambos na TVI.

Em Janeiro de 1989, integrou a redacção da revista Sábado e, em Junho do mesmo ano, ingressou no Expresso, semanário de que foi um dos sub-directores entre 1995 e 2004. De Julho de 1999 a Fevereiro de 2004, manteve uma coluna semanal de opinião no Diário Digital. Director do Courrier Internacional desde a sua fundação, em Abril de 2005, acumulou essas funções, até Dezembro de 2008, com as de redactor-editorialista do Expresso.




Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007 - excertos do artigo:

[...] "Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] num país em que os bancos são donos e senhores de quase tudo, esse dinheirinho acabará por voltar às suas mãos [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais." [...]


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Fernando Madrinha - Jornal Expresso de 1/9/2007 - artigo completo:

"Para um breve retrato deste nosso país singular onde cada vez mais mulheres dão à luz em ambulâncias - e assim ajudam o ministro Correia de Campos a poupanças significativas nas maternidades que ainda não foram encerradas -, basta retomar três ou quatro notícias fortes das últimas semanas. Esta, por exemplo: centenas e centenas de famílias pedem conselho à Deco porque estão afogadas em dívidas à banca. São pessoas que ainda têm vontade e esperança de cumprir os seus compromissos. Mas há milhares que já não pagam o que devem e outras que já só vivem para a prestação da casa. Com o aumento sustentado dos juros, uma crise muito séria vem aí a galope."

Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. Daí que os manda-chuvas do Millenium BCP se permitam andar há meses numa guerra para ver quem manda mais, coisa que já custou ao banco a quantia obscena de 2,3 mil milhões de euros em capitalização bolsista. Ninguém se rala porque, num país em que os bancos são donos e senhores de quase tudo, esse dinheirinho acabará por voltar às suas mãos."




"Na aparência, nem o endividamento das famílias nem a obesidade da banca têm nada a ver com os ajustes de contas na noite do Porto. Porém, os negócios que essa noite propicia - do álcool que se vende à droga que se trafica mais ou menos às claras em bares e discotecas, segundo os jornais - dão milhões que também passam pelos bancos. E quanto mais precária a situação das tais famílias endividadas e a daquelas que só não têm dívidas porque não têm crédito, mais fácil será o recrutamento de matadores, de traficantes e operacionais para todo o tipo de negócios e acções das máfias que se vão instalando entre nós."

"Quer dizer, as notícias fortes das últimas semanas - as da tal «silly season», em que os jornalistas estão sempre a dizer que nada acontece - são notícias de mau augúrio. Remetem-nos para uma sociedade cada vez mais vulnerável e sob ameaça de desestruturação, indicam-nos que os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais. Quem pode voltar optimista das férias?"

quinta-feira, abril 20, 2017

Entrevista ao historiador israelita Shlomo Sand: Quando e como é que o povo judeu foi inventado

O historiador Shlomo Sand afirma que a existência das diásporas do Mediterrâneo e da Europa Central é o resultado de antigas conversões ao judaísmo. Para ele, o exílio do povo judeu é um mito, nascido de uma reconstrução a posteriori sem fundamento histórico.

Shlomo Sand nasceu em 1946 em Linz (Áustria) e viveu os dois primeiros anos da sua vida em campos de refugiados judeus na Alemanha. Em 1948 os seus pais emigram para Israel, onde cresceu. Cursou História, tendo começado na Universidade de Telavive e terminado na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Desde 1985 lecciona História Contemporânea na Universidade de Telavive. Publicou em francês «L'Illusion du politique. Georges Sorel et le débat intellectuel 1900 » (La Découverte, 1984), «Georges Sorel en son temps», com J. Julliard (Seuil, 1985), «Le XXe siècle à l'écran» (Seuil, 2004) e «Les mots et la terre. Les intellectuels en Israël» (Fayard, 2006).


Jornal Israelita Haaretz - 21/03/2008

Demolindo uma "Mitologia nacional"


Artigo de Ofri Ilani

Tradução por Atrida

Entre a profusão de heróis nacionais que o povo de Israel produziu ao longo de gerações, a sorte não sorriu a Dahia Al-Kahina que chefiou os Berberes de Aures, na África do Norte. Embora tendo sido uma judia indomável, poucos israelitas ouviram alguma vez o nome desta rainha guerreira que, no século VII da era cristã, unificou várias tribos berberes e chegou mesmo a repelir o exército muçulmano que invadiu o norte de África. A razão poderá estar no facto de Dahia Al-Kahina ter nascido numa tribo berbere convertida (ao judaísmo), ao que parece várias gerações antes do seu nascimento, por volta do século VI.

Segundo o historiador Shlomo Sand, autor do livro «Quando e como é que o povo judeu foi inventado» [Quand et comment le peuple juif a-t-il été inventé?] (aux éditions Resling - em hebraico), a tribo da rainha Dahia Al-Kahina assim como outras tribos do Norte de África convertidas ao judaísmo são a principal origem a partir da qual se desenvolveu o judaísmo sefardita. Esta afirmação, referente às origens dos judeus do Norte de África a partir de tribos locais que foram convertidas – e não a partir de exilados de Jerusalém – é apenas uma componente de uma ampla tese desenvolvida na nova obra de Sand, professor do departamento de História da Universidade de Telavive.

Neste livro, Sand tenta demonstrar que os judeus que vivem hoje em Israel e noutros locais do mundo, não são de forma nenhuma os descendentes do antigo povo que vivia no reino de Judeia na época do primeiro e segundo templo. Eles devem a sua origem, segundo ele, a povos diversos que se converteram ao longo da história em diversos locais da bacia do Mediterrâneo e regiões vizinhas. Não apenas os judeus da África do Norte descenderiam na sua maior parte de pagãos convertidos, mas também os judeus iemenitas (vestígios do reino Himiarita, no sul na península arábica, que se convertera ao judaísmo no século IV), e os judeus Asquenazes da Europa de Leste (refugiados do reino Khazar convertido ao judaísmo no século VIII).

Ao contrário de outros «novos historiadores» que procuraram abalar as convenções da historiografia sionista, Shlomo Sand não se contenta em regressar a 1948 ou aos princípios do sionismo, mas remonta a milhares de anos atrás. Shlomo tenta provar que o povo judeu nunca existiu como um «povo-raça» partilhando uma origem comum, mas que é uma multitude variada de grupos humanos que, em momentos diferentes da história, adoptaram a religião judaica. Segundo Shlomo, para alguns pensadores sionistas, esta concepção mítica dos judeus como um povo antigo conduz a um pensamento verdadeiramente racista: «Existiram na Europa períodos onde, se alguém tivesse declarado que todos os judeus pertenciam a um povo de origem não judia, essa pessoa seria julgada imediatamente como anti-semita. Hoje, se alguém ousa sugerir que aqueles que são considerados judeus no mundo (…) nunca constituíram e não constituem nem um povo nem uma nação, seria imediatamente denunciado como uma pessoa que odeia Israel.»

De acordo com Shlomo Sand, a descrição dos judeus como um povo de exilados, errante e mantendo-se à parte, que «vagueando sobre mares e terras, chegaram ao fim do mundo e que, finalmente, com a chegada do sionismo, fazem meia-volta para retornar em massa à sua terra órfã», esta descrição é necessária a uma «mitologia nacional». Tanto como outros movimentos nacionais na Europa, que revisitaram uma sumptuosa idade de ouro para em seguida, graças a ela, fabricar o seu passado heróico – por exemplo, a Grécia clássica ou as tribos teutónicas – a fim de provar que eles existiam há muito, «tal como, os primeiros brotos do nacionalismo judeu se viraram para essa luz intensa cuja fonte era o reino mitológico de David.»

Mas então, quando é que o povo judeu foi realmente inventado, segundo a tese de Sand? «Na Alemanha do século dezanove, num determinado momento, os intelectuais de origem judaica, influenciados pelo carácter 'volkiste' do nacionalismo alemão, atribuíram-se a missão de fabricar um povo "retrospectivamente", com o desejo de criar uma nação judaica moderna. A partir do historiador Heinrich Graetz, os intelectuais judeus começam a delinear a história do judaísmo como a história de um povo que tinha um carácter nacional, que se tornou um povo errante e que finalmente fez meia-volta para regressar à sua pátria.»



Entrevista a Shlomo Sand conduzida por Ofri Ilani:

Ofri: De facto, o essencial do seu livro não trata da invenção do povo judeu pelo nacionalismo moderno mas da questão de saber de onde vêm os judeus.

Shlomo: O meu projecto inicial consistia na análise de uma categoria específica de materiais historiográficos modernos e examinar como foi inventada a ficção do povo judeu. Mas assim que comecei a confrontar as fontes históricas deparei-me com contradições. E foi isso que me impeliu: embrenhei-me no trabalho sem saber a que conclusões chegaria. Analisei documentos originais de modo a examinar a atitude de autores antigos - aquilo que haviam escrito a propósito da conversão.

Shlomo Sand, historiador do século XX, tinha até agora estudado a história intelectual da França moderna (no seu livro “L'intellectuel, la vérité et le pouvoir“ [O intelectual, a verdade e o poder], Am Oved ed. , 2000 - em hebraico), e a relação entre o cinema e a história política («Le cinéma comme Histoire» ["O cinema como História] Am Oved, 2002 – em hebraico). De forma pouco comum para historiadores de profissão, ele debruça-se, no seu novo livro, sobre os períodos que ele nunca tinha estudado - geralmente apoiando-se em pesquisadores anteriores que têm avançado com posições não ortodoxas sobre as origens dos judeus.


Ofri: Especialistas da história do povo judeu afirmam que você se ocupa de temas que não compreende e que se baseia em autores que não consegue ler no texto original.

Shlomo: É um facto que sou um historiador da França e da Europa, e não da Antiguidade. Sabia que assim que me ocupasse de períodos antigos como esses, ficaria exposto a críticas assassinas vindas de historiadores especializados nesses campos de estudo. Mas disse a mim próprio que não me poderia apoiar apenas em material historiográfico moderno sem examinar os factos que esse material descreve. Se não o tivesse feito eu próprio, teria sido necessário esperar o tempo de uma geração. Se tivesse continuado a trabalhar sobre França, talvez tivesse obtido uma cátedra na universidade e uma glória provincial. Mas tinha decidido renunciar à glória.

«Após o povo ter sido exilado à força da sua própria terra, permaneceu-lhe fiel em todos os países da sua dispersão e não cessou de orar e esperar o seu regresso à terra para aí restaurar a sua liberdade política»: eis o que afirma o preâmbulo da Declaração de Independência [de Israel]. É também a citação que abre o terceiro capítulo do livro de Shlomo Sand "A Invenção da Diáspora". De acordo com Sand, o exílio do povo judeu da sua própria terra nunca teve lugar.


«O paradigma supremo do exílio era necessário para que se construísse uma memória de longo prazo na qual um povo-raça imaginário e exilado é colocado na continuação directa do "Povo do Livro" que o antecedeu», Sand explica. Sob a influência de outros historiadores que se debruçaram nos últimos tempos sobre esta questão, ele afirma que o exílio do povo judeu é, na origem, um mito cristão, que descreve o exílio como uma punição divina castigando os judeus pelo pecado de terem rejeitado o evangelho cristão.

Comecei a procurar livros sobre o exílio – um acontecimento fundador na História Judaica - quase como o genocídio; mas, para meu grande espanto, descobri que não existia literatura sobre o tema. O motivo é que ninguém exilou um povo desta terra. Os Romanos não deportaram povos e não o poderiam ter feito mesmo que o pretendessem. Não tinham nem comboios nem camiões para poder deportar populações inteiras. Uma logística dessas não existiu antes do século XX. Foi, de facto, a partir daí que surgiu o meu livro: da compreensão que a sociedade judaica não tinha sido dispersa nem exilada.


Ofri: Se o povo não foi exilado, está na realidade a afirmar que os verdadeiros descendentes dos habitantes do reino da Judeia são os Palestinianos.

Shlomo: Nenhuma população se mantém pura ao longo de um período de milhares de anos. Mas a possibilidade de que os Palestinianos sejam os descendentes do antigo povo da Judeia são bastante maiores que a possibilidade que você ou eu [ambos judeus] o sejamos. Os primeiros sionistas, até à insurreição árabe [1936-1939], sabiam que não existira nenhum exílio e que os Palestinianos eram os descendentes dos habitantes da região. Eles sabiam que os camponeses não partem de um local a não ser que sejam expulsos. Até Yitzhak Ben Zvi, o segundo presidente do Estado de Israel, escreveu em 1929 que "a grande maioria dos fellahs (camponeses árabes) não são originários dos invasores árabes mas, muito antes disso, dos fellahs judeus que constituíam a maioria da região".


Ofri: E como é que milhões de judeus apareceram à volta do Mediterrâneo?

Shlomo: O povo não se disseminou, foi a religião judaica que se propagou. O judaísmo era uma religião prosélita (que convertia outras pessoas à sua religião). Contrariamente ao que se pensa, no judaísmo antigo exista uma vontade muito forte de converter. Os Hasmoneanos foram os primeiros a começar a criar grande número de judeus por meio de conversões massivas, sob a influência do helenismo. São estas conversões, desde a revolta dos Hasmoneanos até à de Bar Kochba, que prepararam o terreno para a posterior difusão massiva do Cristianismo. Após o triunfo do Cristianismo, no século IV, o movimento de conversão ao judaísmo foi travado no mundo cristão e houve uma diminuição brutal do número de judeus. Pode-se supor que muitos judeus convertidos na zona mediterrânica se tenham tornado cristãos. Então, o judaísmo começa a difundir-se noutras regiões pagãs - por exemplo, no Iémen e no norte de África. Se isto não tivesse sucedido - se o judaísmo não se tivesse continuado a converter no mundo pagão – teria ficado uma religião completamente marginal, se é que não teria mesmo desaparecido.


Ofri: Como é que chegou à conclusão que os judeus do Norte de África são descendentes de Berberes convertidos?

Shlomo: Interroguei-me por que razão comunidades judaicas tão importantes podiam ter surgido em Espanha. Reparei então que Tariq Ibn-Ziyad, comandante supremo dos muçulmanos que invadiram a Espanha, era berbere e que a maioria dos seus soldados eram também berberes. O reino berbere judeu de Dahia Al-Kahina fora vencido apenas 15 anos antes. E a verdade é que há diversas fontes cristãs que declaram que muitos de entre os invasores de Espanha eram convertidos ao judaísmo. A origem da grande comunidade judaica de Espanha eram estes soldados berberes convertidos ao judaísmo.

Segundo Sand, o contributo demográfico mais decisivo para a população judaica no mundo deu-se na sequência da conversão do reino khazar - o vasto império estabelecido na Idade Média nas estepes circundantes do rio Volga e que, no auge do seu poder, dominava desde a actual Geórgia até Kiev. No século VIII os reis khazares adoptaram a religião judaica e fizeram do hebreu a língua escrita do reino. A partir do século X o reino estava já enfraquecido e no século XIII foi derrotado em toda a linha pelos invasores mongóis e o destino da sua população judaica perde-se então nas brumas.


Shlomo Sand revisita a hipótese, já avançada por historiadores dos séculos XIX e XX, segundo a qual os khazares convertidos ao judaísmo seriam a principal origem das comunidades judaicas da Europa de Leste: «No início do século XX há uma grande concentração de judeus na Europa de Leste; só na Polónia são três milhões», afirma. «A historiografia sionista pretende que a sua origem provém da comunidade judaica mais antiga da Alemanha, mas essa historiografia não explica por que motivo o reduzido número de judeus originários da Europa Ocidental - de Mainz e Worms - pôde fundar o povo yiddish da Europa de Leste; na verdade, os judeus da Europa de Leste são uma mistura de khazares e eslavos rechaçados para Ocidente


Ofri: Se os judeus da Europa de Leste não são originários da Alemanha porque é que falavam yiddish, que é uma língua germânica?

Shlomo: Os judeus, a leste, formavam um grupo que dependia da burguesia alemã e foi dessa forma que adoptaram palavras alemãs. Aqui, apoio-me nas investigações do linguista Paul Wechsler, da Universidade de Telavive, que demonstrou que não existe ligação etimológica entre a língua judaica alemã da Idade Média e o yiddish. O Rabi Yitzhak Bar Levinson, já em 1928, dizia que a antiga língua dos judeus não era o yiddish. Até Ben Tzion Dinour, pai da historiografia israelita, não tinha problemas em apontar os khazares como a origem dos judeus da Europa de Leste, descrevendo a Khazaria como a "mãe das comunidades de exílio" na Europa de Leste. No entanto, desde 1967 que qualquer pessoa que fale dos khazares como sendo os antepassados dos judeus da Europa de Leste é encarado como bizarro e delirante.


Ofri: Na sua opinião, porque é que a ideia de uma origem khazar é tão ameaçadora?

Shlomo: É evidente que o receio se prende com a contestação do direito histórico sobre esta terra [Israel]. Revelar que os judeus não vieram da Judeia parece reduzir a legitimidade da nossa presença aqui. Desde o início do período de descolonização, os colonos não podem vir simplesmente dizer: «viemos, vencemos e agora somos daqui» - como também afirmaram os americanos, os brancos da África do Sul e os australianos. Existe um receio profundo que seja posta em causa o nosso direito à existência.


Ofri: E esse receio não tem fundamento?

Shlomo: Não. Não creio que o mito histórico do exílio e da errância seja a origem da minha legitimidade em estar aqui [em Israel]. Para mim é indiferente saber que sou de origem khazar. Não receio este abalar da nossa existência pois penso que a natureza do Estado de Israel ameaça de forma bem mais grave a sua existência. O que pode fundar a nossa existência aqui não são direitos históricos mitológicos mas o facto de virmos a estabelecer aqui uma sociedade aberta, uma sociedade do conjunto de todos os cidadãos israelitas.


Ofri: No fundo, afirma que não existe um povo judeu.

Shlomo: Não reconheço um povo judeu internacional. Reconheço um "povo yiddich" que existia na Europa de Leste, que não é uma nação mas onde é possível ver uma civilização yiddish com uma cultura popular moderna. Penso que o nacionalismo judeu se desenvolveu a partir desta base yiddish. Reconheço igualmente a existência de uma nação israelita e não contesto o seu direito à soberania. Mas o sionismo, tal como o nacionalismo árabe ao longo dos anos, não estão preparados para o reconhecer.

Do ponto de vista do sionismo, este Estado não pertence aos seus cidadãos, mas sim ao povo judeu. Reconheço uma definição de Nação: um grupo humano que pretende viver de forma soberana. Mas a maioria dos judeus em todo o mundo não quer viver no Estado de Israel, apesar de nada os impedir a que o façam. Assim, não se pode ver neles uma nação.



Ofri: O que é que existe de perigoso no facto de os judeus imaginarem que pertencem a um só povo? Por que razão isso seria errado?

Shlomo: No discurso israelita sobre as suas raízes existe uma dose de perversão. É um discurso etnocêntrico, biológico, genético. Mas Israel não tem existência como estado judaico: se Israel não se desenvolve e se transforma numa sociedade aberta e multicultural, teremos um Kosovo na Galileia. A consciência de um direito sobre este local deve ser mais flexível e variada e se eu contribuí com este livro para que eu próprio e os meus filhos possamos viver aqui com os outros, neste Estado, numa situação mais igualitária, terei feito a minha parte.

Devemos começar a trabalhar duramente para transformar este local que é o nosso numa república israelita, onde nem a origem étnica nem a crença serão pertinentes à luz da lei. Quem conhece as jovens elites entre os árabes de Israel pode constatar que eles não concordam em viver num Estado que proclama que não é o seu. Se fosse palestiniano rebelar-me-ia contra um tal Estado, mas é também como israelita que me rebelo contra este Estado.



Ofri: A questão que se põe é saber se, para chegar a tais conclusões, seria necessário ir até ao reino dos Khazars e ao Reino Himiarita.

Shlomo: Não escondo que sinto um grande incómodo em viver numa sociedade em que os princípios nacionais que a dirigem são perigosos e que esse incómodo serviu de motor para a minha pesquisa. Sou cidadão deste país mas também sou historiador e, enquanto historiador, tenho obrigação de escrever a História e de examinar os textos. Foi isso que fiz.


Ofri: Se o mito do sionismo é o mito do povo judeu que retornou do exílio a esta terra, qual será o mito do Estado que imagina?

Shlomo: Um mito de futuro é, a meu ver, preferível a mitologias do passado e de se fechar em si próprio. Para os americanos, e também para os europeus de hoje, o que justifica a existência de uma Nação é a promessa de uma sociedade aberta, avançada e opulenta. Os condimentos israelitas existem mas há que lhes acrescentar, por exemplo, festas que reúnam todos os israelitas. Reduzir um pouco os dias comemorativos e acrescentar dias consagrados ao futuro. E também, por exemplo, acrescentar uma hora para comemorar a Nakba (literalmente, a "catástrofe" – o termo palestiniano para aquilo que aconteceu quando Israel foi fundado], entre o Dia do Senhor e o Dia da Independência.
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segunda-feira, abril 10, 2017

Como foi engendrada a fraude do consenso de 97% de cientistas que acreditam que o aquecimento global tem origem humana



Tradução minha.


John Cook é professor assistente de pesquisa no Centro de Comunicação de Mudanças Climáticas da George Mason University. John Cook foi co-autor dos livros de faculdade Alterações Climáticas: "Examining the Facts" [Examinando os Factos] com o professor Daniel Bedford da Weber State University. Foi também foi co-autor do livro "Climate Change Science: A Modern Synthesis" [Ciência da Mudança Climática: uma Síntese Moderna] e do livro "Climate Change Denial: Heads in the Sand" [Negação da Mudança Climática: Cabeças enterradas na Areia].

Em 2013, foi o autor principal de um artigo premiado analisando o consenso científico sobre as mudanças climáticas, que foi realçado pelo presidente Obama e pelo primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron. Em 2015, John Cook desenvolveu um Curso Online sobre negacionismo da ciência climática com o Global Change Institute da Universidade de Queensland.


Quantificar o consenso sobre o aquecimento global antropogénico (causado pelo homem) na literatura científica – [Anthropogenic Global Warming – AGW])

John Cook e outros – Publicado a 15 de Maio de 2013 • 2013 IOP Publishing Ltd


Abstract [Sumário]

"Analisámos a evolução do consenso científico sobre o aquecimento global antropogénico [causado pelo homem] (AGW) na literatura científica revista por outros especialistas [peer-reviewed], examinando 11.944 resumos climáticos de 1991 a 2011 que correspondem aos tópicos "mudança climática global" ou "aquecimento global". Constatámos que 66,4% dos resumos não expressaram posição sobre o AGW, 32,6% endossaram [defenderam] o AGW, 0,7% rejeitaram o AGW e 0,3% não tinham a certeza sobre a causa do aquecimento global. Entre os resumos que expressaram uma posição sobre o AGW, 97,1% endossaram a posição de consenso de que os seres humanos estão a causar o aquecimento global."

"Numa segunda fase deste estudo, convidámos os autores a classificar os seus próprios artigos. Em comparação com as classificações dos resumos, uma percentagem menor de artigos auto-classificados não expressou posição sobre o AGW (35,5%). Entre os documentos auto-classificados que expressam uma posição sobre o AGW, 97,2% endossaram o consenso. Tanto para as avaliações dos resumos assim como para as auto-avaliações dos autores, a percentagem de endossos entre os artigos que expressam uma posição sobre AGW aumentou marginalmente ao longo do tempo. A nossa análise indica que o número de artigos que rejeitam o consenso sobre AGW é uma proporção extremamente pequena da pesquisa publicada."


Houve uma série de críticas levantadas contra o artigo de John Cook desde o início, como a classificação incorrecta de muitos artigos, o facto de que a grande maioria dos artigos diziam respeito à mitigação ou ao impacto e não às causas do aquecimento, e à natureza subjectiva das avaliações.

Mas há uma questão absolutamente fundamental, que destrói toda a credibilidade que o artigo pudesse ter tido. Na pesquisa de Cook, cada artigo foi classificado numa de sete categorias. No site da Skeptical Science, existe uma ferramenta de procura para identificar que artigos é que pertenciam a cada categoria.




Como pode ser visto no exemplo mais abaixo, para o Endorsement (Aprovação) Nível 1, apenas 65 artigos são identificados como "quantificando o AGW como 50% +" [aquecimento global antropogénico superior a 50%].

Excluindo o "No Positions" (sem Posição / Opinião), há 4.011 artigos classificados no total, por isso chegamos à conclusão de que o número de artigos concordando que "os seres humanos são a principal causa do aquecimento global recente" é apenas um minúsculo 1,6%, longe dos 97% reivindicados.

Como foi salientado por Lawrence Solomon, em relação ao anterior exercício de 97%, muito poucos cientistas discordariam que os seres humanos têm algum efeito sobre o clima, nem que seja apenas o aquecimento urbano ou o desmatamento.

O consenso, que Cook tenta divulgar, vai, como todos sabemos, muito mais longe. Se houver dúvidas sobre isso, o próprio Cook esclarece as questões na introdução do seu artigo:

“Nós examinámos uma grande amostra da literatura científica sobre CC global (Climate Change Global – Mudança Climática Global), publicada durante um período de 21 anos, a fim de determinar o nível de consenso científico de que é muito provável que seja a actividade humana que causa a maior parte do GW actual (aquecimento global).

E o co-autor de Cook, Mark Richardson da Universidade de Reading, leva a mentira ainda mais longe nesta entrevista no Instituto de Física:

"Queremos que nossos cientistas respondam às nossas perguntas, e há muitas questões interessantes na ciência do clima. Uma deles é: estamos a causar o aquecimento global? Encontrámos mais de 4.000 estudos escritos por 10.000 cientistas que expressaram uma posição sobre isso, e 97 por cento disseram que o aquecimento recente é feito principalmente pelo homem. "

É claro que, desde o princípio, Cook e seus colegas estavam empenhados em fornecer um "consenso" atraente que poderiam vender à comunicação social, e que seria escolhido por políticos e outros indivíduos do establishment, independentemente do que as provas realmente confirmassem.

A realidade é radicalmente diferente. Depois de pesquisar através de 11.944 artigos científicos, escritos ao longo de 20 anos, tudo o que eles conseguiram foi descobrir 65 artigos que apoiavam o suposto consenso.



Ou seja, dos 11.944 resumos climáticos que correspondiam aos tópicos "mudança climática global" ou "aquecimento global", temos que:

7.930 resumos - 66,4% não referiram o AGW - Aquecimento Global Antropogénico.

65 resumos - 0,5% do total estão na categoria 1 – Concordância explícita com o aquecimento global antropogénico (AGW) com quantificação. Afirma explicitamente que os humanos são a causa principal do recente aquecimento global.

934 resumos - 7,8% do total estão na categoria 2 – Concordância explícita com o aquecimento global antropogénico (AGW) sem quantificação. Afirma explicitamente que os humanos estão a causar aquecimento global ou refere o aquecimento global antropogénico / mudança climática como um facto reconhecido. Mas nada dizem sobre a percentagem de aquecimento produzido pelo homem.

2.933 resumos - 24,6% do total estão na categoria 3 – Concordância implícita com o aquecimento global antropogénico (AGW). Implica que os humanos estão a causar aquecimento global. Por exemplo, a investigação assume que as emissões de gás com efeito de estufa causam aquecimento sem afirmar explicitamente que a causa é de origem humana.

78 resumos - 0,7% rejeitaram o AGW e 40 resumos - 0,3% não tinham a certeza sobre a causa do aquecimento global.

É claro que quase todos os cientistas concordam que existe uma contribuição humana maior do que 0%, ou que os seres humanos podem ser uma causa - embora modesta - de alguma mudança climática. Assim, combinando as taxas de endosso muito altas das categorias 2 e 3 (que até mesmo os mais cépticos reconhecem, como concordam que os seres humanos contribuem para a mudança climática em algum valor), com a taxa de endosso insignificantemente pequena para a categoria 1 (apenas 65 resumos), e excluindo as muitas centenas de artigos que foram publicados por cientistas questionando a teoria, Cook et al. (2013) foram finalmente capazes de proclamar que 97% dos cientistas acreditam que as mudanças climáticas desde 1950 foram principalmente causados por seres humanos.


As sete categorias:



(a) – Nível de concordância com o aquecimento global antropogénico (AGW).

(b) – Descrição.

(c) – Exemplo.



1 – (a) – Concordância explícita com o aquecimento global antropogénico (AGW) com quantificação.

1 – (b) - Afirma explicitamente que os humanos são a causa principal do recente aquecimento global.

1 – (c) – “O aquecimento global durante o século XX é principalmente causado pela crescente concentração de gás de efeito de estufa particularmente desde os finais dos anos 1980s.”


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2 – (a) – Concordância explícita com o aquecimento global antropogénico (AGW) sem quantificação.

2 – (b) - Afirma explicitamente que os humanos estão a causar aquecimento global ou refere o aquecimento global antropogénico / mudança climática como um facto reconhecido

2 – (c) – “Emissões de uma gama ampla de gases de efeito de estufa com tempos de vida variáveis contribuem para a mudança climática global.”

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3 – (a) – Concordância implícita com o aquecimento global antropogénico (AGW).

3 – (b) – Implica que os humanos estão a causar aquecimento global. Por exemplo, a investigação assume que as emissões de gás com efeito de estufa causam aquecimento sem afirmar explicitamente que a causa é de origem humana.

3 – (c) – “…a captura do carbono no solo é importante para mitigar a mudança climática global.”


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4(a) – (a) – Sem posição sobre o assunto.

4(a) – (b) – Não aborda ou menciona a causa do aquecimento global.

4(a) – (c) – “…a captura do carbono no solo é importante para mitigar a mudança climática global.”


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4(b) – (a) – Incerteza.

4(b) – (b) – Expressa a posição de que o papel humano no aquecimento global recente é incerto / indefinido.

4(b) – (c) – “…Enquanto a extensão do aquecimento global induzida é inconclusiva…”


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5 – (a) – Rejeição implícita do aquecimento global antropogénico (AGW)..

5 – (b) – Sugere que o homem tem um impacto mínimo sobre o aquecimento global sem o afirmar o afirmar explicitamente. Por exemplo, propondo causas naturais como a principal causa do aquecimento global.

5 – (c) – “…algures entre a maior parte e a totalidade do aquecimento de século XX resulta provavelmente de causas naturais de acordo com os resultados …”


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6 – (a) – Rejeição explícita do aquecimento global antropogénico (AGW) sem quantificação.

6 – (b) – Minimiza explicitamente ou rejeita que o homem esteja a causar o aquecimento global.

6 – (c) – “…o registo global das temperaturas fornece reduzido apoio à visão catastrófica do efeito de estufa”


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7 – (a) – Rejeição explícita do aquecimento global antropogénico (AGW) com quantificação.

7 – (b) – Afirma explicitamente que o homem causa menos de metade do aquecimento global.

7 – (c) – “A contribuição humana para a quantidade de CO2 na atmosfera e o aumento de temperatura é insignificante com outras fontes de dióxido de carbono”

quarta-feira, abril 05, 2017

Mia Couto -- "Há quem tenha medo que o medo acabe"

Para fabricar armas é preciso fabricar inimigos… Para produzir inimigos é imperioso sustentar fantasmas… As armas têm medo de que acabem as guerras…





https://youtu.be/iTbQDNsNkQo