terça-feira, março 27, 2018

Mário Soares: Por que razão os jornais e telejornais não são honestos nem fiáveis…


Mário Soares (pessoa por quem eu nunca nutri qualquer simpatia, mas que sabia muito bem como estas coisas funcionavam) acerca dos Media no Programa "Prós e Contras" [27.04.2009]:

Mário Soares: [...] «Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas

Fátima Campos Ferreira: «Grupos económicos, é?»

Mário Soares: «Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas, mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir.» [...]

quinta-feira, março 22, 2018

James Lovelock: Quem tenta prever o clima a mais de cinco ou dez anos é um idiota


James Lovelock é um ambientalista e um dos mais importantes cientistas independentes da Grã-Bretanha há mais de 50 anos. A sua hipótese de Gaia, que afirma que a Terra é um organismo único e autorregulador, é agora aceite como o princípio fundador da maioria das ciências do clima, e a sua invenção de um dispositivo para detectar CFCs [clorofluorocarbonetos] ajudou a identificar o buraco na camada de ozono. Lovelock é considerado por muitos como um génio científico.

Em 2008, este ilustre cientista previa um aquecimento global iminente e irreversível, que em breve tornaria grandes partes do planeta inabitáveis ou submersas. A esperança de que os parques eólicos ou a reciclagem poderiam prevenir a fome global e a migração em massa era uma fantasia. Antes do final deste século [XXI], 80% da população mundial seria aniquilada.

No entanto, de 2008 para cá [2016], Lovelock mudou drasticamente a sua posição sobre as alterações climáticas. Diz agora: "Quem tenta prever o clima a mais de cinco ou dez anos é um idiota, porque há tantas coisas que podem mudar de forma inesperada".

Lovelock acredita agora que "o CO2 está a subir, mas de forma nenhuma tão rapidamente como eles pensavam. Os modelos de computador simplesmente não são confiáveis. Na verdade, não tenho a certeza de que essa mudança climática não seja um perfeito disparate."

Lovelock sustenta que, ao contrário da maioria dos ambientalistas, ele é um empirista rigoroso. E quanto ao movimento verde. "Bem, é uma religião, totalmente não científico."

segunda-feira, março 19, 2018

Nahum Goldmann: «Sem as indemnizações alemãs, que começaram a chegar durante os primeiros dez anos da existência como Estado, Israel não teria metade da sua infraestrutura atual»



Nahum Goldmann [1895 – 1982] foi um líder sionista e fundador e Presidente do Congresso Judaico Mundial. Goldmann orgulha-se de duas grandes coisas: a fundação do estado de Israel – na qual participou – e as reparações [indemnizações] alemãs do pós-guerra – que ele negociou. Dois excertos da entrevista de Nahum Goldmann ao jornal «Le Nouvel Observateur», de 25 de outubro de 1976:

[...] «Sem as indemnizações alemãs, que começaram a chegar durante os primeiros dez anos da existência como Estado, Israel não teria metade da sua infraestrutura atual: todos os comboios de Israel são alemães, os barcos são alemães, assim com a eletricidade, uma grande parte da indústria... já sem falar das pensões individuais destinadas aos sobreviventes. Hoje [1976], Israel recebe ainda, anualmente, centenas de milhões de dólares em moeda alemã».

[...] «Não compreendo o teu otimismo, disse-me Ben Gourion. Porque é que os Árabes haveriam de fazer a paz? Se eu fosse um líder árabe, jamais assinaria a paz com Israel. É normal, nós tomámos conta do seu país. É certo que Deus no-lo prometeu, mas o que é que isso lhes interessa? O nosso deus não é o deles.
Nós somos originários de Israel, é verdade, mas isso foi há dois mil anos: o que é que eles têm a ver com isso? Houve o antisemitismo, os nazis, Hitler, Auschwitz, mas foi culpa deles? Eles não veem senão uma coisa: nós chegámos e roubámos o seu país. Porque é que eles o iriam aceitar? Talvez eles o esqueçam dentro de uma ou duas gerações, mas, por ora, não existe essa possibilidade. Portanto, é simples: devemos manter-nos fortes, ter um exército poderoso. Toda a política está aí. Doutra forma, os Árabes destruíam-nos».

quinta-feira, março 15, 2018

Barry Morris Goldwater: "A forma como os banqueiros adquiriram este enorme poder financeiro e o empregam é um mistério para a maior parte de nós..."


Senador e candidato a presidente norte-americano, Barry Morris Goldwater (1909 – 1998) escreveu no seu livro - "With No Apologies" (página 231):

"Uma organização em mãos privadas, a Reserva Federal [o banco central norte-americano] não tem nada a ver com os Estados Unidos. A maior parte dos americanos não compreende de todo a atividade dos agiotas internacionais. Os banqueiros preferem assim."

"Nós reconhecemos de uma forma bastante vaga que os Rothschild e os Warburg da Europa, e as casas de J. P. Morgan, Kuhn, Loeb and Co., Schiff, Lehman e Rockefeller possuem e controlam uma imensa riqueza. A forma como adquiriram este enorme poder financeiro e o empregam
é um mistério para a maior parte de nós."

"Os banqueiros internacionais ganham dinheiro concedendo crédito aos governos. Quanto maior a dívida do Estado político, maiores são os juros recebidos pelos credores. Os bancos nacionais da Europa
são na realidade possuídos e controlados por interesses privados."

segunda-feira, março 12, 2018

Arthur Selwyn Miller: aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado, mas de um pequeno grupo de homens



O Professor Arthur Selwyn Miller [1917 – 1988] foi um académico da Fundação Rockefeller. No seu livro «The Secret Constitution and the Need for Constitutional Change» [A Constituição Secreta e a Necessidade de uma Mudança Constitucional] escreveu:

"... aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado como um organismo, mas de um pequeno grupo de homens. Este grupo é chamado «Establishment». Este grupo existe, embora a sua existência seja firmemente negada; este é um dos segredos da ordem social americana. "

"Um segundo segredo é o facto da existência do Establishment – a elite dominante – não dever ser motivo de debate. Um terceiro segredo está implícito no que já foi dito – que só existe um único partido político nos Estados Unidos, a que foi chamado o "Partido da Propriedade." Os Republicanos e os Democratas são de facto dois ramos do mesmo partido."

quarta-feira, março 07, 2018

Henry Ford: existe hoje um supergoverno financeiro que não é aliado de governo nenhum, que é independente de todos eles, e que, no entanto, mexe os cordelinhos de todos eles



Henry Ford (1863 – 1947) foi o americano fundador da Ford Motor Company. O seu automóvel, Modelo T, revolucionou o transporte e a indústria americana. Ford foi um inventor prolífico e registou 161 patentes. Na qualidade de dono da Companhia Ford tornou-se um dos homens mais ricos e conhecidos do mundo. A 22 de Maio de 1920, Henry Ford escreveu:

"Existe no mundo de hoje, ao que tudo indica, uma força financeira centralizada que está a levar a cabo um jogo gigantesco e secretamente organizado, tendo o mundo como tabuleiro e o controlo universal como aposta. As populações dos países civilizados perderam toda a confiança na explicação de que «as condições económicas» são responsáveis por todas as mudanças que ocorrem. Sob a camuflagem da «lei económica», muitíssimos fenómenos foram justificados, os quais não se deveram a nenhuma lei económica a não ser a do desejo egoísta humano operado por meia dúzia de homens que têm o objetivo e o poder de trabalhar a uma vasta escala com nações como vassalas."

"Certamente, as razões económicas já não conseguem explicar as condições em que o mundo se encontra hoje em dia. Existe um supercapitalismo financeiro que é totalmente sustentado pela ficção de que o dinheiro é riqueza.
Existe um supergoverno financeiro que não é aliado de governo nenhum, que é independente de todos eles, e que, no entanto, mexe os cordelinhos de todos eles."

"Todo este poder de controlo foi adquirido e mantido por uns poucos homens a quem o resto do mundo tem permitido obter um grau de poder desmesurado, indevido e perigoso. Às populações é imperativo engendrar uma forma de arrancar à força o controlo mundial desse
grupo de financeiros internacionais que forjam a seu bel-prazer a economia e a política e controlam o mundo através disso."

segunda-feira, março 05, 2018

Ricardo Araújo Pereira - A banca nacionalizou o Governo

Texto de Ricardo Araújo Pereira

Revista Visão – 16/10/2008

A banca nacionalizou o Governo

A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada


Quando, no passado domingo, o Ministério das Finanças anunciou que o Governo vai prestar uma garantia de 20 mil milhões de euros aos bancos até ao fim do ano, respirei de alívio. Em tempos de gravíssima crise mundial, devemos ajudar quem mais precisa. E se há alguém que precisa de ajuda são os banqueiros. De acordo com notícias de Agosto deste ano, Portugal foi o país da Zona Euro em que as margens de lucro dos bancos mais aumentaram desde o início da crise. Segundo notícias de Agosto de 2007, os lucros dos quatro maiores bancos privados atingiram 1,137 mil milhões de euros, só no primeiro semestre desse ano, o que representava um aumento de 23% relativamente aos lucros dos mesmos bancos em igual período do ano anterior. Como é que esta gente estava a conseguir fazer face à crise sem a ajuda do Estado é, para mim, um mistério.

A partir de agora, porém, o Governo disponibiliza aos bancos dinheiro dos nossos impostos. Significa isto que eu, como contribuinte, sou fiador do banco que é meu credor. Financio o banco que me financia a mim. Não sei se o leitor está a conseguir captar toda a profundidade deste raciocínio. Eu consegui, mas tive de pensar muito e fiquei com dor de cabeça. Ou muito me engano ou o que se passa é o seguinte: os contribuintes emprestam o seu dinheiro aos bancos sem cobrar nada, e depois os bancos emprestam o mesmo dinheiro aos contribuintes, mas cobrando simpáticas taxas de juro. A troco de apenas algum dinheiro, os bancos emprestam-nos o nosso próprio dinheiro para que possamos fazer com ele o que quisermos. A nobreza desta atitude dos bancos deve ser sublinhada.

Tendo em conta que, depois de anos de lucros colossais, a banca precisa de ajuda, há quem receie que os bancos voltem a não saber gerir este dinheiro garantido pelo Estado. Mas eu sei que as instituições bancárias aprenderam a sua lição e vão aplicar ajuizadamente a ajuda do Governo. Tenho a certeza de que os bancos vão usar pelo menos parte desse dinheiro para devolver aos clientes aqueles arredondamentos que foram fazendo indevidamente no crédito à habitação, por exemplo, e que ascendem a vários milhares de euros no final de cada empréstimo. Essa será, sem dúvida nenhuma, uma prioridade. Vivemos tempos difíceis, e julgo que todos, sem excepção, temos de dar as mãos. Por mim, dou as mãos aos bancos. Assim que eles tirarem as mãos do meu bolso, dou mesmo.
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quinta-feira, março 01, 2018

O Aquecimento Global é causado pelo homem?

Este gráfico combina vários registos de núcleos de gelo da Antárctida. A escala de tempo é dos últimos 450.000 anos.


Quatro períodos glaciares e interglaciares bastante regulares ocorreram nos últimos 450 mil anos. Os períodos interglaciares mais curtos (10.000 a 30.000 anos) foram tão quentes como o actual período interglaciar, e alternaram com períodos glaciares muito mais longos (com durações de 70.000 a 90.000 anos), substancialmente mais frios do que as temperaturas actuais. As diferenças de temperatura entre os períodos glaciares e interglaciares variaram entre 8 a 12 graus centígrados.

Hoje, as concentrações de CO2 em todo o mundo são de cerca de 380 ppm (partes por milhão). Em comparação com os períodos geológicos anteriores, as concentrações de CO2 são muito pequenas e podem não ter um efeito estatisticamente mensurável sobre as temperaturas globais. Por exemplo, há 460 milhões de anos, as concentrações de CO2 foram de 4.400 ppm enquanto as temperaturas eram aproximadamente as mesmas de hoje.

Será que é o aumento das concentrações atmosféricas de CO2 que causa temperaturas globais crescentes, ou poderá ser o contrário? Esta é uma das questões que está em debate hoje.

Curiosamente, o aumento de CO2 na atmosfera acontece, em média, cerca de 800 anos depois das subidas de temperatura - confirmando que o CO2 não é a causa da elevação da temperatura. Uma coisa é certa: o clima terrestre tem aquecido e arrefecido sem intervenção humana pelo menos nos últimos 400 mil anos.


Durante a última era glaciar, ~ 70.000 a 20.000 anos atrás, o clima estava muito mais frio na Europa.

Como resultado, a parte norte da Europa foi totalmente coberta por uma camada de gelo que se estendeu da Escandinávia até as Ilhas Britânicas e algumas partes da Polónia e da Alemanha.