António Barreto
Jornal Público – 25 de Março de 2007
«A decisão sobre o novo aeroporto é, evidentemente, política. O problema é que deveria ser tecnicamente fundamentada!»
«Uma grande obra! É o sonho de qualquer governante banal. Ou de político achacado de narcisismo. Um monumento espantoso, uma barragem colossal, um aeroporto de encher o olho, uma catedral irrepetível, uma auto-estrada impossível, um "centro do Governo", uma "cidade judicial", um "parque tecnológico", a "maior doca do Mundo" ou o "maior lago artificial da Europa": são as grandes obras! São uma tentação! Permitem ao governante ficar na história. Deixar a sua impressão digital na pátria. Dar nas vistas. Inaugurar. Descerrar uma lápide. Atrair investimentos. Criar emprego. Contentar os grandes construtores e financeiros. Animar o mercado de materiais e de terrenos. É irresistível!»
(...) «Em Portugal, o que é exacto e verdadeiro é técnico. O que é político é imediatamente considerado duvidoso, oportunista e demagógico, destinado a satisfazer clientelas e interesses ocultos e resultado de considerações duvidosas. Fenómeno para o qual os políticos contribuem generosamente. Enquanto assim for, o sistema político e a democracia estão feridos. Só não sabemos se é crónico ou mortal.»
Comentário:
O sistema político e a democracia não estão feridos, estão privatizados. São meros investimentos em recursos humanos com retorno assegurado. Quanto aos incentivos às «grandes obras» podemos colocar de parte o narcisismo, o criar empregos ou o animar dos mercados. Trata-se apenas e só de satisfazer os grandes financeiros, os grandes construtores e outros interesses ocultos, em suma, recompensar com juros os financiadores dos partidos e das carreiras partidárias. As simple as that!
Jornal Público – 25 de Março de 2007
«A decisão sobre o novo aeroporto é, evidentemente, política. O problema é que deveria ser tecnicamente fundamentada!»
«Uma grande obra! É o sonho de qualquer governante banal. Ou de político achacado de narcisismo. Um monumento espantoso, uma barragem colossal, um aeroporto de encher o olho, uma catedral irrepetível, uma auto-estrada impossível, um "centro do Governo", uma "cidade judicial", um "parque tecnológico", a "maior doca do Mundo" ou o "maior lago artificial da Europa": são as grandes obras! São uma tentação! Permitem ao governante ficar na história. Deixar a sua impressão digital na pátria. Dar nas vistas. Inaugurar. Descerrar uma lápide. Atrair investimentos. Criar emprego. Contentar os grandes construtores e financeiros. Animar o mercado de materiais e de terrenos. É irresistível!»
(...) «Em Portugal, o que é exacto e verdadeiro é técnico. O que é político é imediatamente considerado duvidoso, oportunista e demagógico, destinado a satisfazer clientelas e interesses ocultos e resultado de considerações duvidosas. Fenómeno para o qual os políticos contribuem generosamente. Enquanto assim for, o sistema político e a democracia estão feridos. Só não sabemos se é crónico ou mortal.»
Comentário:
O sistema político e a democracia não estão feridos, estão privatizados. São meros investimentos em recursos humanos com retorno assegurado. Quanto aos incentivos às «grandes obras» podemos colocar de parte o narcisismo, o criar empregos ou o animar dos mercados. Trata-se apenas e só de satisfazer os grandes financeiros, os grandes construtores e outros interesses ocultos, em suma, recompensar com juros os financiadores dos partidos e das carreiras partidárias. As simple as that!
9 comentários:
São já demasiadas vozes tanto na televisão como nos jornais a criticar o aeroporto da Ota. Não sei qual é a melhor opção mas Sócrates não pode continuar a fazer ouvidos de mercador a todas as críticas.
a OTA está a servir de "lebre" para "a alternativa" PSD retornar ao Poder.
Cá por mim, uns e outros, podem fazer o que quiserem, onde quiserem, desde que não me tapem a porta da rua aqui do palacete. Podem fazer mil e uma obras, que a mim é que nunca, mas nunca, mais me apanham lá a votar seja lá para o que fôr. PQP. Que mil votos em branco floresçam!
Então, nem uma palavrinha sobre aquele...o... err... nem me atrevo a pronunciar o nome. Aqui vai uma pista: começa em S e acaba em ALAZAR
Que é necessário um novo aeroporto, julgo que a questão não se põe. É uma loucura ter um aeroporto no centro da cidade. Poluição de toda a espécie (sonora e não só) e o perigo que um dia destes nos caia um avião na tola. Nenhum país da Europa civilizada tem um aeroporto no centro da cidade! E o palerma do Carmona Rodrigues que diz que é preciso manter a Portela porque defende a cidade e os lisboetas. Só me acho defendido com o aeroporto a milhas daqui! Agora se na OTA ou noutro sítio, deixemos os técnicos esgrimir. Eu não sou engenheiro…A OTA já teve, por si, a maioria dos técnicos há um bom “par” de anos mas agora, parece ter-se tornado num disparate. Mas como sou apenas um “engenheiro de bancada” (por analogia com “treinador de bancada” ) não tenho certezas embora tenha dúvidas. Para mim, há uma coisa muito mais consensual e que, no entanto, eu estou muito mais em desacordo: é o TGV. Parece que é muita massa gasta para se ganhar muito pouco tempo. Pobretes mas alegretes.
Mas também fiquei louco de raiva quando se construíram 10 estádios de futebol e eles aí estão (alguns, não por muito tempo, pois, como não são usados, nem mantidos como devem ser…). Atrás da megalomania está muita vaidade em ter os melhores estádios de futebol, um grande aeroporto, o TGV etc. e inveja dos outros países que os têm. Aliás este país é o país dos VIM’s, Vaidosos ( Sr. Dr., Sr. Engenheiro, Sr. Arquitecto, uma maneira de esconder a mediocridade), Invejosos e Mentirosos. Houve alguém que me pediu para acrescentar à lista, Caloteiros Mas não rimava!
Pessoal, por uma questão de honestidade, queria dizer-vos que no Aspirina B parece que me convenceram que a opção na Ota é a melhor. Eu estou de acordo que Portugal precisa de um grande aeroporto intercontinental.
py
Py
Andas muito ecológico. Realmente remover 50 milhões de metros cúbicos de terras e construir 2 pistas que não podem ser usadas em simultâneo sobre o leito de diversas ribeiras - custa apenas uma migalhinha de nada de energia e é muitissimo económico,,,
a peace of cake
comparado com desviar o excedente de tráfego das low costs para o Montijo, ou acabar com o Figo Maduro,
mas, óh da guarda!
com os altos interesses militares não se bule!
Viva a Nato, vivam as bocas ociosas do Império!
[As simple like that!]- Gostei do que disse o António Barreto e, para rematar, do comentário do Sofocleto! É isso mesmo!
A sininho pergunta-te isto pá:
'Py tens que perguntar ao xatoo quantos aeroportos é que ele conhece no mundo que use duas pistas em simultâneo. Acho que ele não sabe...'
py
Então mas isto da Ota também mexe com as FA.
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=269087
py
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