segunda-feira, julho 17, 2017

Estaline escondeu o facto de que Lenine era judeu

Jornal israelita «The Jerusalem Post»

JPOST.COM STAFF / 24 de Maio de 2011

As raízes judaicas de Lenine em exposição num museu russo

Exposição revela cartas escritas pela irmã de Lenine afirmando que que o seu avô materno era Judeu Ucraniano; Estaline disse à irmã de Lenine para não tornar as cartas públicas.

Estátua de Lenine, aliás, do judeu Vladimir Ilych Ulyanov


Documents apparently confirming rumors that Vladimir Lenin had Jewish ancestors can now be seen at Russia’s State History Museum, AP reported on Monday.

Among the newly released documents on display at the museum is a letter written by Lenin’s sister, Anna Ulyanova, claiming that their maternal grandfather was a Jew from the Ukraine who converted to Christianity to escape persecution in the Pale of Settlement and have access to higher education, the report said.

"He came from a poor Jewish family and was, according to his baptismal certificate, the son of Moses Blank, a native of [the western Ukrainian city of] Zhitomir," Ulyanova wrote in 1932 in a letter cited by AP.



Documentos aparentemente confirmando rumores de que Vladimir Lenine tinha antepassados judeus agora podem ser vistos no Museu de História do Estado da Rússia, informou a AP na segunda-feira.

Entre os documentos recém-divulgados em exibição no museu está uma carta escrita pela irmã de Lenine, Anna Ulyanova, afirmando que o seu avô materno era um judeu da Ucrânia que se converteu ao cristianismo para escapar à perseguição no Pale of Settlement (território russo onde os judeus viviam) e ter acesso ao ensino superior, disse o relatório.

"Ele [o avô materno] veio de uma família judaica pobre e foi, de acordo com seu certificado de baptismo, o filho de Moisés Blank, nativo da [cidade ucraniana ocidental] de Zhitomir", escreveu Ulyanova em 1932 numa carta citada pela AP [Associated Press].



In the letter written to Josef Stalin, who replaced Lenin after his death in 1924, Ulyanova wrote, “Vladimir Ilych had always thought of Jews highly. I am very sorry that the fact of our origin – which I had suspected before – was not known during his lifetime.”

Lenin, who was born Vladimir Ilych Ulyanov in 1870, identified himself only as Russian under the czarist rule in the country, during which anti-Semitism was rampant.

He adopted the name Lenin in 1901 while in exile in Siberia.

According to the AP report, Lenin oversaw a brief period of promotion of Jewish culture which ended in the early 1930s when Stalin encouraged anti-Semitic purges and created a plan to relocate all Soviet Jews.



Na carta escrita a José Estaline, que substituiu Lenine após sua morte em 1924, Ulyanova escreveu: "Vladimir Ilych [Lenine] sempre teve em grande consideração os judeus. Lamento muito que o facto da nossa origem [judaica] - que eu já suspeitava antes - não tivesse sido conhecida durante a sua vida".

Lenine, que nasceu com o nome Vladimir Ilych Ulyanov em 1870, identificou-se apenas como russo sob o regime czarista no país, durante o qual o antisemitismo estava em ascensão.

Ele adoptou o nome Lenine em 1901 enquanto estava no exílio na Sibéria.

De acordo com o relatório da AP, Lenine supervisionou um breve período de promoção da cultura judaica que terminou no início da década de 1930, quando Estaline encorajou purgas antisemitas e criou um plano para recolocar todos os judeus soviéticos.



Ulyanova requested that Stalin make Lenin’s Jewish background known to combat the rise of anti-Semitism, AP reported. She wrote in her letter, “I hear that in recent years anti-Semitism has been growing stronger again, even among Communists.

It would be wrong to hide the fact from the masses.”

Stalin ignored Ulyanova’s request and told her to “keep absolute silence” about the letter, according to the exhibition’s curator, Tatyana Koloskova.

The documents counter information presented in Lenin’s official biography, written by his niece Olga Ulyanova, in which she claims that his family had only Russia, German and Swedish roots.

Anna Ulyanova’s letter was discovered by Russian historians in the early 1990s, but its authenticity was questioned.



Ulyanova pediu a Estaline que tornasse conhecido o passado judaico de Lenine para combater a ascensão do antisemitismo, informou a AP. Ela escreveu na sua carta: "Ouvi dizer que, nos últimos anos, o antisemitismo tornou-se cada vez mais forte, mesmo entre os comunistas.

Seria errado ocultar o fato das massas".

Estaline ignorou o pedido de Ulyanova e disse-lhe para "manter silêncio absoluto" sobre a carta, de acordo com a curadora da exposição, Tatyana Koloskova.

Os documentos contêm informações apresentadas na biografia oficial de Lenine, escrita por sua sobrinha Olga Ulyanova, na qual ela afirma que sua família tinha apenas raízes Russas, Alemãs e Suecas.

A carta de Anna Ulyanova foi descoberta por historiadores russos no início dos anos 90, mas sua autenticidade foi questionada.


À esquerda: Josef Stalin, aliás, Iosif Vissarionovich Dzugashvili;
Ao centro: Vladimir Lenin, aliás, o judeu Vladimir Ilyich Ulyanov;
À direita: Leon Trotsky, aliás, o judeu Lev Davidovich Bronstein.


Emigrados russos na Alemanha, refugiados da Revolução Bolchevique de 1917, consideravam José Estaline judeu. O número desproporcional de judeus envolvidos no bolchevismo e no marxismo em geral era tão amplamente reconhecido nos círculos políticos, diplomáticos e de inteligência, que parecia uma estranha anomalia que um gentio [Estaline] tenha conseguido subir até ao topo do regime bolchevique e purgar a influência judaica. Por isso, Estaline tem sido considerado, especialmente entre aqueles críticos da influência judaica na política, economia e cultura, como um judeu secreto ou como um lacaio Gentio, para uma "troika judaica" continuar a governar secretamente a URSS após a expulsão de bolcheviques reconhecidamente judeus, como Trotski, Kamenev e Zinoviev.


À esquerda, Lev Borisovich Kamenev, aliás, o judeu Lev Borisovich Rosenfeld
À direita, Grigory Yevseevich Zinoviev, aliás, o judeu Hirsch Apfelbaum.

segunda-feira, julho 10, 2017

Mário Soares (27-03-2004): “será que os grandes responsáveis querem tomar conhecimento dos contactos que a Al-Qaeda parece ter com o mundo obscuro das finanças - dos «offshores» e dos «paraísos fiscais»?”

Excerto de um artigo de Mário Soares - Jornal Expresso 27-03-2004

Variações sobre o terrorismo

«É preciso conhecer melhor a Al-Qaeda para a combatermos com eficácia. Não às cegas. Há milhares de livros, publicados em todas as línguas, sobre o terrorismo global - que está intimamente relacionado com a «globalização depredadora» que temos e com a «economia de casino» que nos rege. Estudemo-los.»

«(...) Exploremos os contactos que a Al-Qaeda parece ter com o mundo obscuro das finanças - dos «offshores» e dos «paraísos fiscais» - com o «dinheiro sujo», com a criminalidade organizada, com o tráfico ilegal de armas, incluindo atómicas, com o mercado da droga. Há franjas desse submundo que, seguramente, serviços secretos, mesmo os minimamente secretos, mesmo os minimamente organizados, podem penetrar e conhecer. Já o devem ter feito. Mas será que os grandes responsáveis querem tomar conhecimento dessa negra realidade e das pistas que indica?»

sexta-feira, julho 07, 2017

De repente, o sistema de poder da primeira potência do mundo [EUA] fez de um fanático islamita [Osama bin Laden ] o cérebro e o responsável por um atentado de extraordinária complexidade, sobre cuja montagem e densa rede de cumplicidades no interior dos EUA quase tudo permanece envolvido em mistério.

Miguel Urbano Rodrigues - historiador e jornalista (especialista na Ásia Central)

Correio da Cidadania:

"Foram os EUA quem desde 1980 financiaram as escolas de terrorismo instaladas nos territórios tribais da fronteira Noroeste. Ali se formaram sucessivas gerações de terroristas primeiro a serviço das chamadas Sete Organizações Sunitas de Peshawar e depois dos Talibã. Os homens saídos da academia do terror ideada e montada sob a supervisão da CIA ficaram internacionalmente conhecidos como «os afegãos», embora alguns fossem árabes, paquistaneses e iranianos."

"Um dos incontáveis absurdos da campanha marcada pelo discurso da irracionalidade é a obsessão do sistema de poder dos EUA em identificar o «grande responsável». Quase imediatamente, o terrorista saudita Osama bin Laden passou a ser apontado como «o inimigo número um» dos EUA. Tal atitude seria ridícula se não fosse acompanhada de iniciativas políticas definidoras da estratégia da resposta político-militar dos EUA. De repente, o sistema de poder da primeira potência do mundo fez de um fanático islamita o cérebro e o responsável por um atentado de extraordinária complexidade, sobre cuja montagem e densa rede de cumplicidades no interior dos EUA quase tudo permanece envolvido em mistério."

quarta-feira, julho 05, 2017

Operação Northwoods (1962) - concretização de operações terroristas pelo Pentágono que implicavam a morte de numerosos cidadãos americanos, civis e militares, para efeitos de manipulação da opinião pública.

Os membros do Chefes do Estado-Maior Interarmas envolvidos na Operação Northwood - da esquerda para a direita: Almirante George W. Anderson Jr, General George H. Decker, General Lyman L. Lemnitzer, General Curtis E. LeMay, General David M. Shoup.


A operação Northwoods, elaborada em 1962 pelos generais Lemnitzer, Walker e William Craig do Estado-Maior Interarmas, visava convencer a comunidade internacional de que Fidel Castro era irresponsável ao ponto de representar um perigo para a paz do Ocidente. Com esse objectivo, estava previsto orquestrarem-se, imputando-os depois a Cuba, graves danos nos Estados Unidos. Eis algumas das provocações projectadas:

- Atacar a base americana de Guantánamo. A operação seria conduzida por mercenários cubanos com uniformes das forças castristas, teria incluído diversas sabotagens e a explosão do paiol de munições, a qual, necessariamente, provocaria perdas humanas e materiais consideráveis.

- Fazer explodir um navio americano em águas territoriais cubanas de maneira a acordar nas memórias a destruição do Maine, em 1898 (266 mortos), que provocou a intervenção americana contra a Espanha. O barco estaria na realidade vazio e seria telecomandado. A explosão deveria ser visível em Havana ou em Santiago para que houvesse testemunhas. As operações de socorro seriam conduzidas de forma a dar credibilidade às perdas. A lista das vítimas seria publicada na imprensa e ter-se-iam organizado falsas exéquias para suscitar a indignação. A operação seria desencadeada quando navios e aviões cubanos se encontrassem na zona, para lhes poder imputar o ataque.

- Aterrorizar os exilados cubanos organizando alguns atentados contra eles em Miami, na Florida, e mesmo em Washington. Falsos agentes cubanos seriam detidos para “obter” algumas confissões. Falsos documentos comprometedores, elaborados antecipadamente, seriam capturados e distribuídos à imprensa.

- Mobilizar os Estados vizinhos de Cuba, fazendo-os acreditar numa ameaça de invasão. Um falso avião cubano bombardearia durante a noite a República Dominicana, ou outro Estado da região. As bombas utilizadas seriam, evidentemente, de fabrico soviético.

- Mobilizar a opinião pública internacional destruindo um voo espacial tripulado. Para atingir todos os espíritos, a vítima seria John Glenn, o primeiro americano a ter percorrido uma órbita completa em redor da Terra (voo Mercury).

O astronauta John Glenn

Uma das provocações fora estudada em maior detalhe: criar um incidente que demonstrasse de forma convincente que um avião cubano atacou e abateu um voo comercial civil que se dirigia para os Estados Unidos, a Jamaica, a Guatemala, o Panamá ou a Venezuela.

Um grupo de passageiros cúmplices, por exemplo estudantes, tomaria um voo charter de uma companhia mantida sub-repticiamente pela CIA. Ao largo da Florida, o avião cruzar-se-ia com uma réplica, na verdade um avião em tudo idêntico mas vazio e transformado em drone (telecomandado). Os passageiros cúmplices regressariam a uma base da CIA, enquano o drone prosseguiria aparentemente o seu trajecto. O aparelho emitiria mensagens de socorro indicando que estava a ser atacado por aviões de caça cubanos e explodiria em pleno voo.

A concretização destas operações implicava necessariamente a morte de numerosos cidadãos americanos, civis e militares. Mas são precisamente os custos humanos que fazem delas acções eficazes de manipulação.

Para John F. Kennedy, Lemnitzer é um anticomunista histérico apoiado por multinacionais sem escrúpulos. O novo presidente compreende o sentido do aviso lançado pelo seu antecessor, o presidente Eisenhower, um ano antes, no discurso de final de mandato:

"Nos conselhos do governo, devemos precaver-nos contra a aquisição de uma influência ilegítima, quer ela seja ou não procurada pelo complexo militar-industrial. O risco de desenvolvimentos desastrosos por parte de um poder usurpado existe e continuará a existir. Nunca deveremos permitir que o peso desta conjuntura ameace as nossas liberdades ou os processos democráticos. Não devemos dar nada por adquirido. Somente a vigilância e a consciência cívica poderão garantir o equilíbrio entre a influência da gigantesca maquinaria industrial e militar de defesa e os nossos métodos e objectivos pacíficos, de forma a que a segurança e a liberdade possam crescer lado a lado."

John F. Kennedy resiste em definitivo aos planos dos generais Walker, Lemnitzer e outros, e recusa empenhar mais a América numa guerra ultramarina contra o comunismo, seja em Cuba, no Laos, no Vietname ou noutro local. É assassinado a 22 de Novembro de 1963.

Da esquerda para a direita: David M. Shoup, Thomas D. White, Lyman L. Lemnitzer (Chairman), John F. Kennedy, Arleigh A. Burke et George H. Decker.

Este precedente histórico recorda-nos que uma conjura interna nos Estados Unidos, prevendo o sacrifício de cidadãos americanos no âmbito de uma campanha terrorista, não é, infelizmente, impossível. Em 1962, John Kennedy resistiu ao delírio do seu Estado-Maior. Provavelmente terá pago isso com a vida.

segunda-feira, julho 03, 2017

Lembram-se do super-terrorista Al-Zarqawi que, para combater os invasores americanos do Iraque, organizava diariamente ataques bombistas que só matava iraquianos?

Al-Zarqawi, que chegava a executar dois a três atentados bombistas por dia no Iraque, assassinava semanalmente centenas de iraquianos. Curiosamente, como foi reportado na Revista Visão, os iraquianos estavam convencidos que Al-Zarqawi era uma fabricação americana:

Na revista Visão de 30-12-2004 [há treze anos] um artigo refere que: "Em comparação com a eficiência demonstrada para depor Saddam, o falhanço em cumprir as promessas de segurança e desenvolvimento económico é mal interpretado. A população iraquiana desenvolveu uma visão paranóica da presença americana. «Uma teoria particularmente prevalecente vê a própria oposição armada como uma criação dos EUA para justificar uma presença militar indefinida», diz o relatório ICG. O próprio Al-Zarqawi, líder local da Al-Qaeda, é tido por muitos iraquianos – incluindo pelos mais cultos e viajados – «como uma fabricação estrangeira». Al-Zarqawi é tido como um político made in Washington."