sexta-feira, abril 30, 2010

PECs, Crises Financeiras e «medidas necessárias» - A violência vai no adro


Algures, num país ocidental, um homem que, porventura, terá sido confundido erradamente com um Banqueiro que bateu recordes de lucros em plena crise financeira, ou, talvez, com um Administrador que recebeu salários pornográficos de alguma empresa com capitais públicos, ou, quiçá, com um Político corrupto apostado na adjudicação de elefantes brancos para a engorda de empresas de construção civil, ou, possivelmente, com um Jornalista venal, pago para glorificar personagens semelhantes aos anteriormente descritos, ...

... foi barbaramente espancado ...

.... possivelmente por uma hoste de indivíduos sem-abrigo e sem uma enxerga para dormir, ou, quiçá, por um grupo de desempregados com filhos a chorar de fome, ou, talvez, por um ajuntamento de precarizados sem dinheiro para alugar um minúsculo Tê Zero, ou, porventura, por uma juventude que já compreendeu que nunca terá um futuro.


Vídeo não recomendado a pessoas sensíveis, a Banqueiros insaciáveis, a Administradores pagos principescamente, a Políticos pútridos e a Jornalistas cujo mister é servir de caixa de ressonância dos respectivos donos.

quarta-feira, abril 28, 2010

A imortalidade está a duas décadas de distância?

Livro publicado por Raymond Kurzweil em 2005


THE SINGULARITY IS NEAR
When Humans Transcend Biology


A SINGULARIDADE ESTÁ PRÓXIMA
Quando os humanos transcendem a Biologia


Raymond Kurzweil


Ray Kurzweil é autor de "The age of intelligent machines", que ganhou o Association of American Publishers’ Award de melhor livro de informática de 1990. Ganhou o Dickson Prize, o principal prêmio científico da universidade Carnegie Mellon, em 1994. O Massachusetts Institute of Technology elegeu-o inventor do ano em 1988. Em 2004, em co-autoria com o médico Terry Grossman, lançou o livro "A medicina da imortalidade" — um abrangente programa de longevidade que inclui orientação nutricional, avanços da medicina e tecnologia de ponta, que em pouco tempo se tornou sucesso de vendas. O seu site www.kurzweilai.net é uma referência em nanotecnologia, contendo informações atualizadas semanalmente sobre as mais recentes e avançadas pesquisas na área.


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Excerto de uma entrevista com Raymond Kurzweil sobre a miscigenação entre o homem e a máquina. [Tradução minha]



Entrevistador: Qual será o impacto destes desenvolvimentos?

Ray Kurzweil: Um aumento radical da esperança de vida, para começar.


Entrevistador: Parece interessante, e como será isso possível?

Ray Kurzweil: No meu livro, refiro três grandes revoluções sobrepostas a que dei o nome de “GNR”, que significa Genética, Nanotecnologia e Robótica. Cada uma delas propicia um aumento dramático da longevidade humana, entre outros impactos significativos. Nós estamos neste momento na primeira fase da revolução genética – também chamada biotecnologia. A biotecnologia oferece os meios para alterar os genes: não apenas bebés programados mas natalidades programadas. Seremos igualmente capazes de rejuvenescer todos os tecidos e órgãos do nosso corpo transformando as células da pele em versões jovens de qualquer outro tipo de célula. Neste momento, novos desenvolvimentos fármacos têm como objectivo o combate de etapas importantes da arteriosclerose (a causa das doenças de coração), a formação de tumores cancerígenos, e os processos metabólicos que estão na base das doenças mais importantes e do processo de envelhecimento. A revolução biotecnológica já está na sua fase inicial e atingirá o seu pico na segunda década deste século (2010-2020), um ponto a partir do qual seremos capazes de ultrapassar a maior parte das doenças e retardar dramaticamente o processo de envelhecimento.

Seguir-se-á a revolução da nanotecnologia, que atingirá a sua maturidade durante os anos vinte (2020s). Com a nanotecnologia, seremos capazes de ir além dos limites da biologia, e substituir o nosso actual "corpo humano versão 1.0" com um substancial aperfeiçoamento versão 2.0 fornecendo um aumento radical dos anos de vida.


Entrevistador: E como poderá ser isso possível?

Ray Kurzweil: O segredo da nanotecnologia são os “nanobots”, que são robots do tamanho de células sanguíneas que podem viajar pela corrente sanguínea destruindo os elementos patogénicos (causadores de doenças), removendo detritos, corrigindo os erros do DNA, e revertendo o processo de envelhecimento.


Entrevistador: Corpo humano versão 2.0?

Ray Kurzweil: Encontramo-nos já nas fases iniciais de multiplicar e substituir cada um dos nossos órgãos, e mesmo porções do nosso cérebro com implantes neuronais, os mais recentes dos quais permitem aos doentes fazer o download de novo software exterior aos seus corpos para os seus implantes neuronais. No meu livro descrevo a forma pela qual cada um dos nossos órgãos será em última análise substituído. Por exemplo, nanobots podem colocar na nossa corrente sanguínea um conjunto óptimo de todos os nutrientes, hormonas, e outras substâncias de que temos necessidade, assim como remover toxinas e dejectos. O tracto intestinal poderá ficar reservado para os prazeres da culinária em vez da monótona função biológica de fornecer nutrientes. No fim de contas, de certo modo já separámos a comunicação e os prazeres do sexo da sua função biológica.


Entrevistador: E a terceira revolução?

Ray Kurzweil: A revolução robótica, que na realidade se refere à "poderosa" Inteligência Artificial, ou seja, a inteligência artificial ao nível humano, de que falámos anteriormente. Teremos tanto o hardware como o software para recrear a inteligência humana lá pelo fim dos anos vinte (2020s). Seremos capazes de aperfeiçoar estes métodos e aproveitar a velocidade, a capacidade de memória e a aptidão de partilha de conhecimento destas máquinas.

Por fim, seremos capazes de examinar todos os detalhes importantes dos nossos cérebros, usando milhares de milhões de nanobots nos capilares. Poderemos então guardar essa informação. Utilizando a nanotecnologia, podemos recrear o nosso cérebro, melhor ainda, criar fisicamente uma representação dele num substrato computacional mais capaz.




Entrevistador: Isso significa o quê?

Ray Kurzweil: Os nossos cérebros biológicos utilizam sinais químicos que transmitem informação a poucas centenas de metros por segundo. A electrónica é já milhões de vezes mais rápida do que isto. No meu livro, demonstrei como em 25 cm cúbicos de um circuito de nanotubos seria cem milhões de vezes mais poderoso que um cérebro humano. Portanto temos meios mais poderosos para criar fisicamente representações da nossa inteligência do que as velocidades extremamente lentas das nossas conexões interneunorais.


Entrevistador: Portanto, vamos substituir os nossos cérebros biológicos por circuitos electrónicos.

Ray Kurzweil: Eu vislumbro este começo com nanobots nos nossos corpos e nos nossos cérebros. Os nanobots mantêm-nos saudáveis, proporcionam imersão total na realidade virtual desde o interior do nosso sistema nervoso, oferecem comunicação directa cérebro a cérebro pela Internet, e expandem enormemente a inteligência humana. Mas não se esqueçam que a inteligência não biológica está a duplicar a sua capacidade todos os anos, enquanto a nossa inteligência biológica tem a sua capacidade praticamente fixa. À medida que nos aproximamos dos anos trinta (2030s), a parte não biológica da nossa inteligência predominará.


Entrevistador: A tecnologia mais próxima de maior longevidade, contudo, é biotecnológica, não é verdade?

Ray Kurzweil: Haverá uma sobreposição das revoluções G, N e R (Genética, Nanotecnologia e Robótica), mas basicamente é isso.


Entrevistador: Então diga-me mais sobre a forma como a genética e a biotecnologia vão evoluir.

Ray Kurzweil: À medida que vamos aprendendo sobre os processos de informação que estão por trás da biologia, estamos a desenvolver formas de os controlar para controlar as doenças, o envelhecimento e aumentar o potencial humano. Uma abordagem poderosa é começar pela infra-estrutura da informação biológica: o genoma. Com a tecnologia dos genes, estamos à beira de ser capazes de controlar a forma como os genes funcionam. Possuímos agora uma nova e poderosa ferramenta chamada interferência RNA (RNAi), que é capaz de desligar certos genes. Bloqueia o mensageiro RNA de genes específicos, evitando que criem certas proteínas. Como as doenças virais, o cancro, e muitas outras doenças usam produtos do gene (proteínas ou RNA) em alturas críticas do seu ciclo de vida, isto promete ser uma tecnologia revolucionária. Um gene que gostaríamos de desligar é o gene receptor de insulina de gordura, que dá ordens às células gordas para guardarem todas as calorias. Quando esse gene é bloqueado nos ratos, esses ratos comem muito mas mantêm-se magros e saudáveis, e, em regra, vivem 20% mais tempo. Novos métodos de acrescentar novos genes, chamada terapia genética, estão também a surgir que ultrapassaram problemas anteriores de colocação precisa de nova informação genética. Uma companhia com a qual estou envolvido, a United Therapeutics, tratou com sucesso a hipertensão pulmonar em animais usando uma nova forma de terapia dos genes e foi agora aprovada para testes em humanos.


Entrevistador: Portanto, vamos basicamente reprogramar o nosso DNA.

Ray Kurzweil: É uma boa forma de o dizer, mas é apenas uma abordagem alargada. Outra importante linha de acção é desenvolver novamente as nossas próprias células, tecidos, e até órgãos inteiros, e introduzi-los nos nossos corpos sem cirurgia. Um dos maiores benefícios desta técnica de "clonagem terapêutica" é que seremos capazes de criar estes novos tecidos e órgãos de versões das nossas células que também já foram tornadas mais jovens – o campo emergente da medicina do rejuvenescimento. Por exemplo, poderemos ser capazes de criar novas células do coração a partir de células da sua pele e introduzi-las no seu sistema através da corrente sanguínea. Com o passar do tempo, as suas células do coração são substituídas pelas novas células, e o resultado é um "jovem" coração rejuvenescido com o seu próprio DNA.

A descoberta de drogas já foi uma questão de encontrar substâncias que produziam alguns efeitos benéficos sem efeitos colaterais excessivos. Este processo era semelhante à descoberta das ferramentas pelos primeiros seres humanos, que estava limitado a encontrar rochas e utensílios que pudessem ser úteis para vários fins. Hoje, estamos a aprender as séries exactas de reacções químicas que estão na base tanto das doenças como dos processos de envelhecimento, e seremos capazes de fabricar drogas para levar a cabo missões precisas a nível molecular. O raio de acção e a escala deste trabalho é vasto. Mas aperfeiçoar a nossa biologia só nos trará até aqui. A realidade é que a biologia nunca será capaz de estar ao nível do que seremos capazes de projectar, agora que estamos a ganhar uma compreensão profunda dos princípios da operação da biologia.




Entrevistador: Não é a natureza mais eficiente?

Ray Kurzweil: De forma nenhuma. As nossas conexões interneuronais calculam cerca de 200 transacções por segundo, cerca de um milhão de vezes mais devagar que a electrónica. Tomando outro exemplo, o teórico da nanotecnologia, Rob Freitas, tem um projecto conceptual para nanobots que substituem as células vermelhas do nosso sangue. Uma análise conservadora mostra que se substituirmos 10 por cento das células vermelhas do nosso sangue com os "respirocytes" de Freitas, podemo-nos sentar no fundo da piscina durante quatro horas sem respirar.


Entrevistador: Se as pessoas deixarem de morrer, isso não conduzirá a uma sobrepopulação?

Ray Kurzweil: Um erro comum que as pessoas cometem quando pensam no futuro é antever uma enorme mudança do mundo de hoje, tal como um prolongamento radical do tempo de vida, como se tudo o resto não fosse mudar. As revoluções da "GNR" - Genética, Nanotecnologia e Robótica – resultarão noutras transformações que abordam essa questão. Por exemplo, a nanotecnologia permitir-nos-á criar virtualmente e qualquer produto físico a partir da informação e de matérias-primas muito baratas, conduzindo a uma radical criação de riqueza. Teremos os meios para encontrar os materiais necessários para qualquer número concebível de seres humanos. A nanotecnologia também fornecerá os meios tratar de destruições ambientais causadas por estágios anteriores de industrialização.


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Vídeo gravado de Raymond Kurzweil em 2005

(É possível escolher as legendas em português brasileiro em "View Subtitles")



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domingo, abril 25, 2010

Angola contribui com mais de 60% dos lucros do BPI

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O presidente do BPI - Fernando Ulrich


Diário Económico - 24/04/2010


«O BPI lucrou 45,1 milhões no trimestre, menos 9,9% que no período homólogo.

A actividade internacional foi responsável por 62,3% dos lucros do BPI no primeiro trimestre deste ano. O banco apresentou ontem um resultado líquido de 45,1 milhões de euros. Deste lucro, 26,7 milhões foram a contribuição vinda de Angola e 1,5 milhões de Moçambique. [...]
»


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Imagens de Angola - Cidade de Luanda




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sexta-feira, abril 23, 2010

Oh Camilo, mais valia estar calado!

«Há semanas dissemos que se Passos Coelho queria vetar o PEC e poupar os portugueses a um aumento de impostos, só tinha uma solução: cortar despesa pública. E não é que o novo líder do PSD prometeu mesmo cortes na despesa?

Ontem, depois de Miguel Macedo ter explicado que cortes são esses, percebemos porque está Portugal em tão mau estado: nem PSD nem PS têm coragem para tomar as medidas necessárias para reformar esse imenso lodaçal que são as finanças públicas portuguesas. Senão veja-se: o PSD diz que o seu plano corta 1.700 milhões de euros de despesa. Só que se trata de despesa com aquisição de bens e serviços. Ou seja, o plano não resolve o grande cancro das finanças públicas portuguesas: a despesa corrente. Não porque os técnicos que assessoram Pedro Passos Coelho não conheçam a verdadeira solução para o problema; mas porque não há coragem política para o fazer.

A razão é óbvia: quem prometer ao País a redução do número de funcionários públicos (cujos salários respondem pelo grosso da despesa corrente) perde eleições. Mas se o PSD não quer correr o risco de apresentar um receituário sério que corte pela raiz a origem da despesa corrente, é melhor estar quieto. Porque, com planos destes, o partido (e a sua liderança) só se descredibiliza.

Acresce que esta manobra de diversão acontece num momento em que os mercados nos encostam cada vez mais à Grécia: os juros da dívida subiram ontem para o nível mais alto desde 2008. E quem, nesses mercados, toma decisões sobre investir ou não em dívida pública portuguesa (e a que preço) não é estúpido. "Got it", Pedro?
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Primeira questão - Os juros da Dívida Pública

Que entidades são essas que emprestam dinheiro a Portugal? Que necessidade tem o país de pedir dinheiro emprestado a bancos e a investidores privados e a outras instituições financeiras internacionais, ficando a pagar juros usurários, que rondam hoje os cinco por cento?

No fim de contas, o Banco Central Europeu [BCE] empresta aos bancos privados à taxa de 1%. Porque não há-de esta instituição emprestar a Portugal à mesma taxa? Para que serve, afinal, o Banco Central Europeu?



«O BCE vai emprestar 96,9 mil milhões de euros a 224 bancos, no último leilão que fará a um ano com juros baixos, esperando-se que a taxa de juro seja na ordem de um por cento, segundo a Bloomberg.

(...) No último leilão deste género, o BCE emprestou 75,2 mil milhões de euros, enquanto que, em Junho, tinha cedido mais de 442 mil milhões.
»


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Segunda questão - O Desemprego

Caro Camilo Lourenço, embora reconhecendo que a função pública pode em muitos casos ser melhor gerida, estará você apostado em enviar mais gente para o desemprego? De onde virão os postos de trabalho para todas estas pessoas que, sem dinheiro para consumir, provocarão a falência de milhares de empresas, fomentando ainda mais desemprego? Já alguma vez se perguntou sobre as verdadeiras causas do desemprego?


TSF – 21-04-2010 «O FMI aumentou, esta quarta-feira, a perspectiva para o número de desempregados em Portugal, acreditando que a taxa de desemprego poderá subir para os 11 por cento ainda em 2010 e reviu em baixa o PIB português.»



a) O Desemprego engendrado pela Banca:

Os bancos criam deliberadamente depressões económicas e correspondente desemprego, restringindo o crédito e portanto o dinheiro em circulação, auferindo, no processo, lucros fabulosos.

Em qualquer economia é necessária uma adequada disponibilidade de moeda. O dinheiro é o sangue da sociedade civilizada, o meio pelo qual são feitas todas as transacções comerciais. Se se remover o dinheiro ou reduzir a disponibilidade de moeda abaixo do que é necessário para levar a cabo os níveis correntes de comércio, os resultados são catastróficos. A falta de dinheiro causada pelos bancos traz a depressão e, com ela, o desemprego.


Milton Friedman: «Nunca tive conhecimento de nenhuma depressão económica séria em qualquer país, que não tenha sido acompanhada por um acentuado declínio da quantidade de dinheiro em circulação, e, de igual modo, nunca tive conhecimento de nenhum declínio acentuado de dinheiro em circulação que não tenha sido acompanhado por uma depressão económica séria.»


«Banco de Portugal revela que a Banca voltou a restringir as condições para a concessão de créditos. Critérios deverão ser ainda mais apertados no futuro.»



«O inquérito realizado em Outubro pelo Banco de Portugal (BdP) a cinco grupos bancários portugueses revelou que estes restringiram ainda mais os critérios para a concessão de crédito no terceiro trimestre [de 2008], que se traduziu, entre outras coisas no aumento dos 'spreads' que praticam.

Segundo os resultados do inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito efectuado pelo Banco de Portugal relativamente a Outubro deste ano, o aumento das restrições da concessão de empréstimos foi verificada em "todos os segmentos considerados."

(...) Para o próximo trimestre, o BdP diz que os bancos inquiridos "perspectivam continuar a aumentar a exigência dos critérios de aprovação de empréstimos, sobretudo no que respeita aos empréstimos concedidos a longo prazo a empresas e a particulares para aquisição de habitação.
»



b) O Desemprego Tecnológico:

À medida que tecnologia vai penetrando em todo o lado, a economia no seu conjunto vai perdendo capacidade para continuar a absorver os trabalhadores que perdem os seus trabalhos devido à automação. A estagnação e o declínio dos salários médios dos trabalhadores, a desigualdade crescente dos rendimentos e o consumo baseado em dívida em vez de no rendimento, reflectem claramente o aumento do desemprego estrutural.

Segundo os dados fornecidos pelo estudo da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal8 (FESETE), os sectores têxtil, de vestuário e calçado, um dos mais fortes pilares da indústria transformadora em Portugal, perderam 90.000 empregos entre 1990 e 2000. Numa década, a actividade viu-se, assim, reduzida de 24% da força de trabalho, o que teve, de acordo com a FESETE, um impacto proporcional sobre a produção final dada a introdução de novas tecnologias que substituem o trabalho físico.



c) O Desemprego da Globalização:

A globalização é um fenómeno sobretudo económico e financeiro, que teve início quando a tecnologia da informática se associou à das telecomunicações e quando algumas barreiras comerciais começaram a ser derrubadas. Pressupõe uma padronização dos produtos e uma estratégia de marketing mundial para uniformizar a sua imagem junto dos consumidores. As empresas transnacionais são o motor deste processo. Procuram, acima de tudo, abrir novos mercados para a sua produção e, ao mesmo tempo, aumentar as margens de lucro ao estabelecer essa mesma produção nos países onde a mão-de-obra é mais barata. Ou seja, nos países em desenvolvimento. Aparentemente, trata-se de uma vantagem para estes últimos, onde criam postos de trabalho.

No entanto, só aparentemente. Porque o lucro das transnacionais – no fundo o seu grande objectivo – é conseguido através dos baixos salários, das intermináveis jornadas de trabalho e da eliminação dos direitos dos trabalhadores (quantas vezes não recorrem mesmo ao trabalho escravo ou infantil), atacando conquistas sindicais e sociais, enfim, tudo o que representa o chamado Estado do bem-estar social.


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Terceira questão - A Opinião Jornalística

Mário Soares no Programa "Prós e Contras" [27-04-2009] – Toda a comunicação social está concentrada nas mãos de meia dúzia de grupos económicos.


Mário Soares: [...] E realmente isso mostra que há aí um conúbio... nem é com os jornalistas em si, mas com os directores. Uma das coisas que sucedeu é que formar um jornal, que era fácil logo a seguir ao 25 de Abril, não era difícil, formava-se um jornal, quatro jornalistas e tal, o papel, tudo aquilo era fácil de conseguir. Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas.

Fátima Campos Ferreira: Grupos económicos, é?

Mário Soares: Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir. É difícil, porque há muito pouca... é por isso que nós vimos muitos jornalistas, dos mais notáveis que apareceram depois do 25 de Abril, já deixaram de ser jornalistas. Fazem outras coisas, são professores de jornalismo, são professores de outras coisas. Bem, há aqui portanto um conúbio.

Fátima Campos Ferreira: Sr. Dr., mas então onde fica aí a liberdade de expressão?

Mário Soares: Ah, fica mal, fica mal, como nós sabemos.

Fátima Campos Ferreira: Mas não é também ao abrigo do chapéu da liberdade de expressão que o jornalismo ainda trabalha?

Mário Soares: Evidentemente que os jornais e os jornalistas e mesmo as televisões têm o cuidado de pôr umas florzinhas para um artigo ou outro. Uma vinda à televisão ou outra, etc., para disfarçar um pouco as coisas, mas não é isso o normal. Se a senhora se der ao trabalho, como eu tenho feito, de apreciar o que é, de uma maneira objectiva e isenta, a comunicação social, e como todos se repetem, ou quase todos os grupos se repetem a dizer as mesmas coisas, uns piores que outros, outros melhores, outros mais... mas todos se repetem, incluindo a televisão oficial, bem, a senhora perceberá...


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"Got it", Camilo?
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terça-feira, abril 20, 2010

A evolução tecnológica está a roubar os nossos empregos?



Texto de Martin Ford - Engenheiro informático de Silicon Valley e empresário.

[Tradução minha]


Desemprego devido à Robótica, à Inteligência Artificial e aos Computadores – Irão os Robots e as Máquinas roubar os nossos empregos? Poderá o trabalho da Automação Tecnológica Avançada causar Desemprego Estrutural?

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A situação do desemprego está a parecer cada vez mais aflitiva. Será possível que esteja a acontecer alguma coisa que ninguém quer reconhecer?

Não existem grandes dúvidas de que os computadores, as tecnologias robóticas e outras formas de trabalho automatizado têm vindo a tornar-se cada vez mais capazes e que à medida que esta tendência continua, mais trabalhadores têm a certeza de que serão substituídos pela máquina num futuro relativamente próximo. A maior parte dos economistas rejeitam qualquer preocupação de que isto possa conduzir a um desemprego estrutural a longo prazo. Correndo o risco de ser rotulado de "neo-Ludita," vou explorar este assunto em mais profundidade.


Wikipedia - [O Ludismo é o nome do movimento contrário à mecanização do trabalho trazida pela Revolução Industrial. Adaptado aos dias de hoje, o termo Ludita (do inglês Luddite) identifica toda a pessoa que se opõe à industrialização intensa ou a novas tecnologias. Os Luditas invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo eles, por aquelas serem mais eficientes que os homens, lhes tiravam os seus empregos. Os Luditas ficaram lembrados como "rebenta-máquinas".]


Julgo que existem fortes argumentos de que uma grande percentagem de empregos são, a um certo nível, essencialmente rotineiros e repetitivos por natureza. Por outras palavras, o trabalho pode ser dividido num conjunto discreto de tarefas que se tendem a repetir numa base regular. Parece provável que, à medida que o hardware e o software se continuarem a desenvolver, uma fracção cada vez maior deste tipo de trabalhos será, em última análise, susceptível de ser executado por máquinas ou software automatizado.


Garry Kasparov (à esquerda) versus o computador Deep Blue em 1997 - o Deep Blue venceu Garry Kasparov num confronto de seis partidas, com duas vitórias, três empates e uma derrota.


Não estou aqui a falar de tecnologia de ficção científica: trata-se de uma simples extrapolação dos sistemas especialistas e algoritmos específicos que podem actualmente fazer aterrar aviões comerciais, transaccionar autonomamente em Wall Street, ou vencer praticamente qualquer ser humano numa partida de xadrez. À medida que a tecnologia progride, penso que haverá poucas dúvidas de que estes sistemas vão começar a estar ao nível, ou a ultrapassar, a capacidade dos trabalhadores humanos em muitas categorias de trabalhos de rotina – e isto inclui muitos trabalhadores com graus académicos superiores ou outra formação significativa. Muitos trabalhadores serão também crescentemente ameaçados pela tendência contínua em direcção às tecnologias self-service [faça-você-mesmo] que transfere as tarefas para os consumidores.


O self-service no banco, na bomba de gasolina e no supermercado


Um dos exemplos históricos mais extremos da indução da perda de empregos devido à tecnologia foi, sem dúvida, a mecanização da agricultura. Por volta de 1800, cerca de três quartos dos trabalhadores nos Estados Unidos estavam empregados na agricultura. Hoje, esse valor ronda os 2 a 3 por cento. A evolução da tecnologia eliminou irreversivelmente milhões de empregos.


Em 200 anos a agricultura passou de 75% para 3% da população activa


Obviamente, quando a agricultura se mecanizou, não ficámos com desemprego estrutural a longo prazo. Os trabalhadores foram absorvidos por outras indústrias, e a média dos salários e a prosperidade global aumentou dramaticamente. A experiência histórica com a agricultura é, de facto, uma excelente ilustração da chamada "falácia Ludita." É a opinião – e penso que é geralmente aceite pelos economistas – de que o progresso tecnológico nunca conduzirá ao desemprego massivo a longo prazo.

Os motivos da falácia Ludita prendem-se normalmente com o seguinte: à medida que se aperfeiçoam as tecnologias que poupam trabalho, alguns trabalhadores perdem os seus trabalhos a curto prazo, mas, por outro lado, a produção também se torna mais eficiente. Isto conduz a preços mais baixos para os bens e serviços produzidos, o que, por seu turno, deixa os consumidores com mais dinheiro para gastar noutras coisas. Quando o fazem, a procura aumenta em quase todas as outras indústrias – e isso significa mais empregos. Isto parece ser exactamente o que aconteceu com a agricultura: o preço dos alimentos desceu à medida que eficiência produtiva aumentava, e então os consumidores puderam gastar o dinheiro extra noutras coisas, conduzindo ao aumento de emprego na manufactura e no sector dos serviços.

A questão que devemos colocar é se o mesmo cenário se vai continuar a repetir. O problema é que desta vez não estamos a falar da automação de apenas uma indústria: estas tecnologias vão penetrar em todos os processos produtivos. Quando se mecanizou a agricultura, existiam claramente outros sectores de trabalho intensivo capazes de absorver os trabalhadores. Mas há poucas evidências que seja esse o caso hoje em dia.


A Automação Industrial tornará o desemprego estrutural inevitável


Parece-me que, à medida que automação vai penetrando em todo o lado, chegará um ponto de viragem, a partir do qual a economia no seu conjunto não será suficientemente intensiva para continuar a absorver os trabalhadores que perdem os seus trabalhos devido à automação. A partir desse ponto, os empresários serão capazes de aumentar a sua produção sobretudo pelo emprego de máquinas e software – e então o desemprego estrutural tornar-se-á inevitável.

Se chegarmos a esse ponto, então penso que também teremos um sério problema com a procura dos consumidores. Se a automação é inexorável, então o mecanismo básico que coloca o poder de compra nas mãos dos consumidores começa a desintegrar-se. A título de experiência, vamos imaginar uma economia completamente automatizada. Praticamente ninguém conseguiria arranjar um emprego (ou um rendimento); as máquinas fariam tudo. Portanto, donde viria o consumo? Se se estivesse a considerar uma economia de mercado (em vez de economia planificada), porque é que se continuaria a produzir se não existissem consumidores viáveis para comprar o resultado da produção? Muito antes de chegarmos a esse extremo de total automação, tornar-se-ia perfeitamente claro que os modelos do mercado de massas ficariam insustentáveis.

Uma das coisas que me preocupa mais neste cenário é a influência potencial da psicologia do consumidor. Se num determinado momento no futuro os consumidores se aperceberem que os empregos estão a ser implacavelmente automatizados, e se reconhecerem que mais educação ou treino serão inúteis, haverá muito provavelmente um impacto negativo significativo na atitude do consumidor e nas suas opções de despesas. Se qualquer dia entrarmos num círculo vicioso induzido pelo medo da automação, pode suceder um cenário muito negro. É difícil ver como é que as políticas tradicionais como o estímulo ao consumo ou cortes nos impostos poderiam ter algum efeito porque não se destinariam a resolver as preocupações de consumidores com a continuidade dos seus rendimentos a longo prazo

A maior parte dos economistas provavelmente objectará a estes argumentos como sendo especulativos e carentes de dados objectivos. Julgo que se olharmos para as questões como a estagnação ou o declínio dos salários médios dos trabalhadores, para a desigualdade crescente dos rendimentos, para a produtividade acrescida, e para o consumo baseado em dívida em vez de no rendimento, encontrar-se-ão seguramente provas que geralmente sugerem que nos estamos a aproximar do ponto de viragem, no qual o desemprego se irá tornar num problema. Contudo, parece improvável que uma análise econométrica dos dados passados possam oferecer um apoio claro a esta teoria – e se alguma vez o fizer, será já demasiado tarde.


O Desemprego virá a ser um problema do passado?


Questiono-me sobre a sabedoria da ênfase extrema na análise dos dados quantitativos que parecem caracterizar a economia. Devemos pilotar o barco focando exclusivamente os nossos binóculos no sentido da rota que temos vindo a trilhar? Pode muito bem existir um iceberg no caminho…


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Conclusão (minha)

A tecnologia está a destruir, a uma velocidade exponencial, os empregos. Sem assalariados não há poder de compra. Sem compras, não há vendas nem lucros. Sem lucros não há capitalismo. O paradigma económico tem de mudar rápida e drasticamente.
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domingo, abril 18, 2010

A eterna perseguição ao Judeu


O professor Jesse H. Holmes, escrevendo no "The American Hebrew", expressou o seguinte:

"Não é provável ser meramente acidental que o antagonismo direccionado contra os judeus seja encontrado em qualquer parte do mundo onde judeus e não judeus fazem parte de uma sociedade. E, como os judeus são o elemento comum da situação, parece provável que a causa desse antagonismo sejam os judeus e não a enorme quantidade de grupos que sentem esse antagonismo."


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Bernard Lazare (1865-1903)


No seu livro, «L'antisémitisme son histoire et ses causes» [O anti-semitismo, a sua história e as suas causas], publicado em 1894, o conhecido autor judaico, Bernard Lazare, afirmou o seguinte sobre as expulsões dos judeus:

"Se esta hostilidade, mesmo aversão, tivesse sido apenas dirigida contra os judeus durante um certo período de tempo e num determinado país, seria fácil esclarecer as causas da sua cólera, mas esta raça [judaica] tem sido, pelo contrário, objecto de ódio de todos os povos entre os quais se estabeleceu.

Portanto, visto que os inimigos dos judeus pertencem às mais diversas raças, vivem em países tão distantes uns dos outros; são regidos por leis tão diversas, governados por princípios opostos, não partilham sequer a mesma moral ou costumes, e por possuírem temperamentos diferentes que não lhes permitem julgar as coisas da mesma forma, a causa comum do anti-semitismo deve, por isso, ter residido sempre em Israel [judaísmo] e não naqueles que lutaram contra Israel [judaísmo].
"
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quarta-feira, abril 14, 2010

A diferença entre e o tratamento «por tu» ou «por você» não é apenas uma questão de familiaridade ou de status social


[Momento de humor enviado por um amigo]


Um empresário decidiu contratar a recibos verdes um jovem licenciado para a sua empresa a quem estipulou pagar o salário mínimo.

O novo empregado, de nome Jorge, trabalhava diariamente das oito da manhã até altas horas da noite, alimentando-se apenas com sandes e bolachas. Jorge era um informático brilhante, um contabilista talentoso, tinha razoáveis conhecimentos de direito, sabia negociar as melhores condições com os fornecedores e angariava regularmente bons clientes para a empresa.

Impressionado com tal performance e não querendo perder um funcionário tão dotado, o empresário decidiu passá-lo a efectivo, passando a pagar-lhe 800 euros mensais.

Pouco tempo depois, o jovem, embora mantivesse o ritmo de trabalho anterior, começou a ausentar-se ao meio-dia e a regressar por volta das duas da tarde.

Intrigado e ligeiramente preocupado, o empresário decidiu contratar um detective e disse-lhe:

- Quero que siga o Sr. Jorge à hora de almoço, durante uma semana, e me diga o que é que ele faz durante essas duas horas.

Passada uma semana, o detective veio relatar ao empresário o que descobrira:

- O Sr. Jorge sai normalmente ao meio-dia, pega no seu carro, vai a sua casa almoçar, faz amor com a sua mulher, fuma um dos seus excelentes charutos e regressa ao trabalho por volta das duas.

Diz o empresário:

- Ah, bom, antes assim. Não vejo nada de mal nisso.

O detective pergunta-lhe:

- Desculpe. Posso tratá-lo por tu?

- Sim, claro, - respondeu o empresário surpreendido!

- Então vou repetir: o Sr. Jorge sai normalmente ao meio-dia, pega no teu carro, vai a tua casa almoçar, faz amor com a tua mulher, fuma um dos teus excelentes charutos e regressa ao trabalho por volta das duas.
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segunda-feira, abril 12, 2010

Será necessário prosseguir o nosso regresso ao século XIX em vez de adaptar o real às necessidades dos vivos?



Excerto de - UMA ESTRANHA DITADURA - de Viviane Forrester


«Que bem desejamos para nós?» Uma pergunta que deveríamos poder fazer permanentemente a nós próprios em vez de termos que nos perguntar incessantemente a que mal nos é mais urgente escapar. «Que bem desejamos para nós?» Pergunta proibida: seria bonito ver reclamar coisas supérfluas, ou mesmo uma norma favorável, ou uma travessia cativante e harmoniosa da existência, quando o indispensável se torna um género em vias de desaparecimento! Será razoável preocuparmo-nos com condições de trabalho ou de vida, quando é preciso procurar tanto, esfalfarmo-nos tanto para encontrar esses empregos impostos e recusados num mundo em que a sobrevivência depende deles, mas em que eles faltam?

«Que bem desejamos para nós?» Deveria ser, no entanto, o embaraço da escolha a perturbar-nos. Este tempo da História, o nosso, detém uma capacidade até aqui desconhecida de se revelar benéfico para a maioria, precisamente graças às fabulosas novas tecnologias, capazes de oferecer abundantes possibilidades de escolha de vida, em vez de as esgotar.

Sem por isso nos perdermos na utopia nem sonharmos com um paraíso terrestre, seria possível hoje em dia imaginar que fossem permitidas vidas levadas de maneira inteligente e também mais divertidas que, libertas de tantos constrangimentos, encontrassem todas um sítio onde fossem bem-vindas! Temos meios para isso. Adquirimos os meios para isso. A nossa espécie adquiriu-os. Deixou-se extorquir por alguns que os atribuíram a si próprios ou os perverteram. Mas são recuperáveis.


Libertados pelas tecnologias da maioria das tarefas penosas, ingratas ou destituídas de sentido, todos poderíamos e deveríamos tornar-nos infinitamente mais disponíveis em oportunidades mais alargadas - e não, como actualmente, alargadas ao desemprego. Oportunidades de agir num mundo em que os dons, os gostos já não têm as mesmas razões para serem reprimidos, guardados para benefício de tarefas daqui em diante transferidas para as máquinas;, poderiam, finalmente, ser tidos em conta, ter pelo menos as suas possibilidades de desabrochar, ser dedicados a valores, a necessidades reais, sem ligação obrigatória à rentabilidade.

Hoje devia desenvolver-se como nunca a prática de misteres, de ofícios, de empregos indispensáveis, mas cuja penúria se torna paradoxalmente cada vez mais manifesta. A educação. gratuita e obrigatória, a democratização dos estudos, deram, no entanto, à maioria, a capacidade de os exercer. Elas prepararam para isso. Ora, vê-se por um lado esses empregos desaparecerem a uma velocidade vertiginosa, ou tornarem-se caricaturas de empregos, pagos com remunerações de gozo, enquanto, por: outro lado, os misteres e os ofícios são ignorados, automaticamente negligenciados, postos de lado sem terem sido tomados em consideração, condenados como luxos extravagantes, como caras velharias passadas de moda, armadilhas de prejuízo, de desperdício, o sumo da não rentabilidade. A prova concreta de que, fora dos caminhos da especulação, não há salvação possível.

É alucinante que nestes tempos de luta proclamada contra o desemprego e a favor do emprego, profissões inteiras, repita-se, tenham uma falta cruel de efectivos. A ponto de, por exemplo, liceais, estudantes, desçam à rua com os seus professores para reclamar em vão docentes em número aceitável, pessoal cuja necessidade é evidente e cuja falta é angustiante. Que resposta lhes é dada, expressa ou subentendida? Demasiado caro. Que ar daríamos em Bruxelas e noutros locais, «enfarpelados» com tais despesas públicas? E vá de continuar a suprimir lugares, a comprimir virtuosamente os efectivos. Ou, quando a contestação começa a provocar desordem, utilizar contratados a prazo impedindo-os de entrar no quadro, desencantar antigos professores não reciclados. Os quais terão todos em comum serem mal pagos, entregues à insegurança. Sorte a que estão destinados tantos desses estudantes que tentam escapar-lhe.

Será verdadeiramente razoável deixar a vida económica depender de lógicas tais que se possa - e até que «seja preciso», segundo os seus postulados! - deitar fora homens e mulheres como se fossem escovas de dentes gastas, a fim de aumentar a produtividade, em vez de rever o sistema que defende essas lógicas? Será necessário prosseguir o nosso regresso ao século XIX, exigir uma forma de sociedade obsoleta e retrógrada, em vez de adaptar o real às necessidades dos vivos?
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sábado, abril 10, 2010

Direcção Geral de Viação prepara a próxima visita do Papa Bento XVI a Portugal


Na sequência da próxima visita do Papa ao nosso país, um novel e imberbe sinal de trânsito será colocado nas rodovias nacionais, tão logo seja considerado válido e em conformidade com o Regulamento de Sinalização do Trânsito no que respeita a formas, cores, dimensões, símbolos e inscrições, assim como ao respectivo significado e sistema de colocação.


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Jornal Público - 24/09/2009

quarta-feira, abril 07, 2010

À atenção dos pobres, dos desempregados, dos precarizados e da juventude sem futuro

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A «Noite Sangrenta» de Lisboa em 1921

Cunha Leal proclamou essa verdade: «O sangue correu pela inconsciência da turba — a fera que todos nós, e eu, açulámos, que anda solta, matando porque é preciso matar. Todos nós temos a culpa! É esta maldita política que nos envergonha e me salpica de lama».

No mesmo acto, afirmaria Jaime Cortesão: «Sim, diga-se a verdade toda. Os crimes, que se praticaram, não eram possíveis sem a dissolução moral a que chegou a sociedade portuguesa».



O movimento de 19 de Outubro de 1921

[Excerto retirado do Semiramis]


[...] O movimento de 19 de Outubro de 1921 desenrolou-se num dia apenas, entre a manhã e a noite. Três tiros de canhão disparados da Rotunda pela artilharia pesada da GNR tiveram a sua resposta no Vasco da Gama. Passavam à acção as duas grandes forças da revolta. A Guarda concentrou os seus elementos na Rotunda; o Arsenal foi ocupado pelos marinheiros sublevados, que não encontraram qualquer resistência; núcleos de civis armados percorreram a cidade em serviço de vigilância e propaganda. Os edifícios públicos, os centros de comunicações, os postos de comando oficiais caíram rapidamente em poder dos sublevados. Às 9, uma multidão de soldados, marinheiros e civis subiu a Avenida para saudar a Junta vitoriosa. Instalado num anexo do hospital militar de Campolide, o seu chefe, o coronel Manuel Maria Coelho, presidia àquela vitória sem luta.

Em face da incapacidade de resistir, às dez da manhã, António Granjo escreveu ao Presidente da República: «Nestes termos, o governo encontra-se sem meios de resistência e defesa em Lisboa. Deponho, por isso, nas mãos de V. Ex.a a sorte do Governo...» António José de Almeida respondeu-lhe, aceitando a demissão: «Julgo cumprir honradamente o meu dever de português e de republicano, declarando a V. Ex.a que, desde este momento, considero finda a missão do seu governo...» Recebida a resposta, António Granjo retirou-se para sua casa. Eram duas da tarde.

O PR recusou-se a ceder aos sublevados. Afiançou que preferiria demitir-se a indigitar um governo imposto pelas armas. Às onze da noite, ainda sem haver solução institucional, Agatão Lança avisou António José de Almeida que algo de grave se estava a passar. Perante tal, conforme descreveu depois o PR, «Corri ao telefone e investi o cidadão Manuel Maria Coelho na Presidência do Ministério, concedendo-lhe os poderes mais amplos e discricionários para que, sob a minha inteira responsabilidade, a ordem fosse, a todo o transe, mantida».

[...] Sentindo as ameaças que se abatiam sobre ele, António Granjo buscou refúgio na casa de Cunha Leal. Cunha Leal tinha simpatias entre os revoltosos (tinha aliás sido sondado para ser um dos chefes do movimento, mas recusara) e Granjo considerou-se a salvo. Todavia, a denúncia de uma porteira guiou os seus perseguidores que tentaram entrar na casa de Cunha Leal para deter António Granjo. Cunha Leal impediu-os, mas a partir desse momento ficaram sem possibilidades de fuga porque, pouco a pouco, o cerco apertara-se e grupos armados vigiavam a casa. Apelos telefónicos junto de figuras próximas dos chefes da sublevação, que pudessem dar-lhes auxílio, não surtiram efeito.

Perto das nove da noite compareceu um oficial da marinha, conhecido de ambos, que afirmou que levaria Granjo para bordo do Vasco da Gama, um lugar seguro. Cunha Leal vacilou. Granjo mostrou-se disposto a partir. Cunha Leal acompanhou-o, exigindo ao oficial da marinha que desse a palavra de honra de que não seriam separados. Meteram-se na camioneta que afinal não os levaria ao refúgio do Vasco de Gama, mas ao centro da sublevação.

A camioneta chegou ao Terreiro do Paço onde os marinheiros e os soldados da Guarda apuparam e tentaram matar António Granjo. Cunha Leal conseguiu então salvá-lo. A camioneta entrou, por fim, no Arsenal e os dois políticos passaram ao pavilhão dos oficiais. Um grupo rodeou Cunha Leal e separou-o de Granjo, apesar dos seus protestos. Os seus brados levaram a que um dos sublevados disparasse sobre ele, atingindo-o três vezes, um dos tiros, gravemente, no pescoço. Foi conduzido ao posto médico do Arsenal.

Entretanto, vencida a débil resistência de alguns oficiais, marinheiros e soldados da GNR invadiram o quarto onde estava António Granjo e descarregaram as suas armas sobre ele. Caiu crivado. Um corneteiro da Guarda Nacional Republicana cravou-lhe um sabre no ventre. Depois, apoiando o pé no peito do assassinado, puxou a lâmina e gritou: «Venham ver de que cor é o sangue do porco!»

O Presidente do Concelho de Ministros, António Granjo,
assassinado em 19 de Outubro de 1921


A camioneta continuou a sua marcha sangrenta, agora em busca de Carlos da Maia, o herói republicano do 5 de Outubro e ministro de Sidónio Pais. Carlos da Maia inicialmente não percebeu as intenções do grupo de marinheiros armados. Tinha de ir ao Arsenal por ordem da Junta Revolucionária. Na discussão que se seguiu só conseguiu o tempo necessário para se vestir. Então, o cabo Abel Olímpio, o Dente de Ouro, agarrou-o pelo braço e arrastou-o para a camioneta que se dirigiu ao Arsenal. Carlos da Maia apeou-se. Um gesto instintivo de defesa valeu-lhe uma coronhada brutal. Atordoado pelo golpe, vacilou, e um tiro na nuca acabou com a sua vida.

A camioneta, com o Dente de Ouro por chefe, prosseguiu na sua missão macabra. Era seguida por uma moto com sidecar, com repórteres do jornal Imprensa da Manhã. Bem informados como sempre, foram os próprios repórteres que denunciaram: «Rapazes, vocês por aí vão enganados... Se querem prender Machado Santos venham por aqui...». Acometido pela soldadesca, Machado Santos procurou impor a sua autoridade: «Esqueceis que sou vosso superior, que sou Almirante!». Dente de Ouro foi seco: «Acabemos com isto. Vamos». Machado Santos sentou-se junto do motorista, com Abel Olímpio, o Dente de Ouro, a seu lado. Na Avenida Almirante Reis, a camioneta imobiliza-se devido a avaria no motor. Dente de Ouro e os camaradas não perdem tempo. Abatem ali mesmo Machado Santos, o herói da Rotunda.

Não encontraram Pais Gomes, ministro da Marinha. Prenderam o seu secretário, o comandante Freitas da Silva, que caiu, crivado de balas, à porta do Arsenal. O velho coronel Botelho de Vasconcelos, um apoiante de Sidónio, foi igualmente fuzilado. Outros, como Barros Queirós, Cândido Sotomayor, Alfredo da Silva, Fausto Figueiredo, Tamagnini Barbosa, Pinto Bessa, etc., salvaram a vida por acaso.

Os assassinos foram marinheiros e soldados da Guarda. Estavam tão orgulhosos dos seus actos que pensaram publicar os seus nomes na Imprensa da Manhã, como executores de Machado Santos. Não o chegaram a fazer devido ao rápido movimento de horror que percorreu toda a sociedade portuguesa face àquele massacre monstruoso. Mas quem os mandou matar?

O horror daqueles dias deu lugar a uma explicação imediata, simples e porventura correcta: os assassínios de 19 de Outubro tinham sido a explosão das paixões criadas e acumuladas pelo regime. Determinados homens mataram; a propaganda revolucionária impeliu-os e a explosão da revolução permitiu-lhes matar. No enterro de António Granjo, Cunha Leal proclamou essa verdade: «O sangue correu pela inconsciência da turba — a fera que todos nós, e eu, açulámos, que anda solta, matando porque é preciso matar. Todos nós temos a culpa! É esta maldita política que nos envergonha e me salpica de lama». No mesmo acto, afirmaria Jaime Cortesão: «Sim, diga-se a verdade toda. Os crimes, que se praticaram, não eram possíveis sem a dissolução moral a que chegou a sociedade portuguesa».


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Em suma

Hoje, os tempos mudaram e, ao contrário do que afirmou Cunha Leal sobre a «Noite Sangrenta» de 1921, os actuais dirigentes políticos não se sentem minimamente envergonhados ou salpicados de lama pelas malditas políticas que têm escolhido para o completo desgoverno deste país. Devem os cidadãos portugueses, agora que a pobreza atinge mais de 30% da população, apontar-lhes mais assertivamente a lama e a vergonha que os cobre?

segunda-feira, abril 05, 2010

Henry Ford - Como funciona a Finança Internacional Judaica

Henry Ford (1863 – 1947) foi o americano fundador da Ford Motor Campany e pai das modernas linhas de montagem e da produção em massa. O seu automóvel, Modelo T, revolucionou o transporte e a indústria americana. Ford foi um inventor prolífico e registou 161 patentes. Na qualidade de dono da Companhia Ford tornou-se um dos homens mais ricos e mais conhecidos do mundo.

Em 1918, Ford comprou um pouco conhecido semanário: «The Dearborn Independent». No princípio dos anos 20 este semanário publicou um conjunto de quatro volumes de artigos, cumulativamente intitulados «The International Jew» [O Judeu Internacional].

Segue-se o 60º artigo - "Como funciona a Finança Internacional Judaica" do Jornal "The Dearborn Independent", de 9 de Julho de 1921:


[Tradução minha]


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The International Jew


How Jewish International Finance Functions

Como funciona a Finança Internacional Judaica


"O aumento do poder dos banqueiros internacionais tem sido de tal ordem que já não podem ser considerados, quanto à sua actividade profissional, cidadãos nacionais de nenhum país, com direito a negociar exclusivamente sob a supervisão desses governos.

Eles são na realidade cidadãos do mundo, com interesses globais e, como tal, devem ser obrigados a aceitar qualquer forma de controlo supranacional.
"

- George Pattullo, no Saturday Evening Post.



Não só a firma financeira judaica Kuhn, Loeb & Company mostrou visão a longo prazo ao dividir o seu apoio político – um Warburg apoiando Woodrow Wilson, outro Warburg apoiando William Taft, e um membro anónimo da firma [Kuhn, Loeb & Company] apoiando Theodore Roosevelt, todos aos mesmo tempo, tal como testemunhou Paul M. Warburg – mas também diversificou as suas actividades.

Os três candidatos às presidenciais americanas de 1912


Os interesses internacionais dos judeus que compõem esta firma são dignos de nota. Foi a influência de Jacob H. Schiff que forçou os Estados Unidos a repudiarem um tratado comercial com a Rússia enquanto a Rússia era um país amigo (1910), e portanto a forçar que todos os negócios entre os Estados Unidos e a Rússia passassem por mãos judaico-alemãs. A Rússia parece ter sido o país que Schiff escolheu para concentrar as suas actividades. A história completa foi referida no "The Dearborn Independent" de 15 de Janeiro de 1921, sob o título, "Taft tentou uma vez resistir aos judeus – e falhou."

A actividade do Sr. Schiff consistiu em forçar o Congresso dos Estados Unidos a fazer uma coisa que era repugnante à razão e à consciência do Presidente Taft, e que este pessoalmente recusou fazer ou recomendar. O Sr. Schiff deixou a Casa Branca muito zangado e ameaçou, "Isto significa guerra." Mas a zanga não foi tão má como se poderia pensar, já que o Presidente Taft concordou graciosamente com a vitória judaica e desde aí tem sido elogioso com eles na praça pública.

A firma do Sr. Schiff também ajudou a financiar os japoneses na guerra contra a Rússia, e em contrapartida queria o Japão como um aliado judeu. Os astutos japoneses, contudo, perceberam o jogo e mantiveram as suas relações com o Sr. Schiff em questões estritamente comerciais. É bom ter este facto em mente quando se lê a abundante propaganda de guerra contra o Japão. Se lhe dermos alguma atenção, observar-se-á que os mesmos interesses que estão neste momento mais ruidosamente empenhados na "defesa" dos judeus, são os mais activos em espalhar sentimentos anti-japoneses neste país.

A guerra entre os japoneses e a Rússia, contudo, permitiu ao Sr. Schiff avançar com o seu plano de subverter o Império Russo, o que foi levado a cabo pelo Bolchevismo Judaico. Com fundos que Schiff providenciou, os princípios básicos do que é agora conhecido por Bolchevismo, foram semeados entre os prisioneiros de guerra russos no Japão, que foram mandados regressar como apóstolos da destruição. Seguiu-se o terrível assassínio de Nicholas Romanoff, Czar da Rússia, da sua esposa, do seu filho deficiente, e das suas jovens filhas, história contada agora na totalidade pelo Judeu que organizou o crime.

Pelo papel que teve na destruição da Rússia, o Sr. Schiff foi exageradamente louvado em Nova Iorque na noite em que as notícias indicaram que o imperador tinha abdicado.

Entretanto, o judeu que iria "tomar o lugar do Czar" (como se dizia no gueto de Nova Iorque, semanas antes do evento) saiu da Nova Iorque ficando à espera.

Leon Trótski ou Lev Davídovitch Bronstein
O judeu que iria "tomar o lugar do Czar"


Este judeu foi transportado para fora dos Estados Unidos a pedido de um personagem americano muito importante cuja subserviência aos judeus era um dos milagres dos últimos sete anos. Preso pelos britânicos, este judeu foi solto a pedido de outro personagem americano muito importante. E, deste modo, a Revolução Bolchevique Judaica na Rússia, o projecto planeado na América foi colocado em acção sem nenhum obstáculo.

Esta firma [Kuhn, Loeb & Company] é totalmente judaico-alemã, sendo os seus membros originários da Alemanha. Possui ligações alemãs. Durante quanto mais tempo a firma irá manter estas conecções durante os acontecimentos subsequentes é uma questão à parte.

A parte do mundo distribuída ao Sr. Otto Kahn parece ser a Grã-Bretanha e a França. O Sr. Kahn é de origem alemã, tal como os outros elementos da firma [Kuhn, Loeb & Company], mas não manifestou publicamente tanto interesse pela Alemanha como os outros membros. O Sr. Schiff foi inicialmente muito activo na constituição de um acordo de paz na base de uma vitória alemã. O Sr. Paul M. Warburg também tinha interesses [na Alemanha]. Mas o Sr. Kahn conseguiu, com a conivência das autoridades americanas e excessiva repressão dos jornais, dar a impressão de que não tinha inclinações alemãs.

Deste modo, o Sr. Kahn esvoaça alegremente por todo o lado – excepto na Alemanha. É suficientemente francês para poder dizer na primeira coluna da primeira página do "Le Matin" em que termos a América irá fazer comércio com a Europa, e fala como alguém que tem autoridade para tal. É suficientemente britânico para ter pensado em se candidatar ao Parlamento Britânico, quando um acontecimento infeliz o obrigou a permanecer nos Estados Unidos. O Sr. Kahn vai algumas vezes mais para leste para as zonas onde existem mais judeus na Europa, e as suas idas e vindas são sempre marcadas por certas mudanças às quais o seu nome nunca aparece ligado.

O Sr. Kahn tem vindo recentemente a dizer à França em que termos os Estados Unidos a vão ajudar. Aparentemente não há outros porta-vozes, e a palavra do Sr. Kahn é aceite com autoridade. A França é um dos países mais judeus do mundo, o lugar dos judeus financeiros internacionais que exercem o seu poder (deste modo poupando a França ao trabalho de aprovar leis) para manter os emigrantes judeus fora da França; por isso, a França está cheia de financeiros judeus e não de hordas de imigrantes semitas, sendo portanto um palco privilegiado a partir do qual o Sr. Otto Herman Kahn pode expressar os seus veredictos.

Na sua última declaração à França, o Sr. Kahn prepara-a para esperar pouco ao afirmar que "a América é um país de imenso recursos, mas o dinheiro que as pessoas têm à sua disposição é comparativamente limitado." É exacto. Foi um membro da firma do Sr. Kahn que inventou o sistema monetário que prometia manter a quantidade de dinheiro em igual proporção à riqueza.

Mas à medida que vai dizendo o que é que a América irá ou não fazer (não sabendo o povo americano nada sobre isto), o Sr. Kahn descobre com grande entusiasmo um lugar onde pensa que o capital americano pode ser investido, ou seja, "no desenvolvimento do vasto e imenso império colonial da França."

E onde é que isso fica? Qualquer francês lhe dirá, "Na Síria." Síria – ah! – essa parte do oriente onde os nativos se queixam ruidosamente de que os judeus os estão a afastar de qualquer lei escrita e moral. Os poderes judeus já conseguiram enviar tropas francesas para lá; já causaram ressentimentos entre a França e a Grã-Bretanha; os judeus de ambos os lados manobram os dois países; e aqui está o Sr. Otto Kahn a pedir capital americano para o desenvolvimento do império colonial francês! Falem com algum sírio que conheça o actual status do seu país e ele interpretará as palavras do Sr. Kahn de forma muito vigorosa.

Uma das tarefas mais simpáticas que o Sr. Kahn já fez foi denunciar a "propaganda pró-germânica" que, segundo o próprio, irritou os americanos a favor da França. Depois de criar nos Estados Unidos uma admiração eterna por Briand, aquele foi realmente o seu melhor feito. Especialmente, com o seu sócio Paul M. Warburg a conquistar simpatias para a Alemanha. É uma grande orquestra internacional, esta firma financeira judaica [Kuhn, Loeb & Company]; pode tocar o hino dos Estados Unidos, o Die Wacht am Rhein [canção patriótica alemã], a Marselhesa e o God Save the King numa interpretação harmoniosa, prestando uma obsequiosa atenção aos preconceitos de cada um deles.

A seguir vêm os Warburgs. Os seus interesses estão, evidentemente, na Alemanha; Paul M. Warburg declarou no seu testemunho no início da [1ª] Guerra Mundial que possuía interesses em Hamburgo e que se ia desfazer deles. Veio a Guerra. O governo judeu nos Estados Unidos aumentou. O Sr. Warburg foi uma figura de primeiro plano como ficou demonstrado em artigos anteriores.

Os Warburgs são três. Felix M. Warburg é o outro que está na América. Aparece pouco nos assuntos públicos embora seja membro do American Jewish Committee e da firma Kuhn, Loeb & Company. Os seus hábitos reservados, contudo, não são sinónimo de falta de importância. Foi suficientemente importante, judaicamente, para lhe ser conferido uma espécie de grau honorário rabínico chamado "Haber" que lhe deu o direito de ser conhecido como "Haber Rabbi Baruch Ben Moshe." É o único judeu na América ao qual este grau honorário foi alguma vez concedido.


Max Warburg representa a família na sua terra natal. Max Warburg teve muito a ver com o governo de guerra alemão, tal como a sua família e os seus colegas financeiros tiveram a ver com o governo de guerra americano. Como foi contado na imprensa de todo o mundo, o irmão da América e o irmão da Alemanha encontraram-se ambos em Paris como representantes governamentais para estabelecer a paz. Havia tantos judeus na delegação alemã que esta ficou conhecida pelo termo "Kosher," e também como "a delegação Warburg," e haviam tantos judeus na delegação americana que os delegados dos países mais pequenos do Europa viam os Estados Unidos como um estado judeu que, graças a uma generosidade sem precedentes, elegeram um Presidente não judeu.

Max Warburg é um personagem interessante também no que respeita ao estabelecimento do bolchevismo na Rússia. Os judeus tinham vários objectivos na guerra e um deles era "apanhar a Rússia." Com este fim, os judeus alemães trabalharam assiduamente. Como a Rússia era um membro dos aliados, o trabalho dos judeus alemães ficou mais fácil. Mas o facto da Rússia ser um aliado não fazia diferença para os judeus que residiam nos países aliados. Ganhando ou perdendo, a Rússia tinha de ser destruída. A História é testemunha de que não foi tanto a bravura militar alemã mas antes a intriga judaica que conseguiu derrubar o império [russo].

Neste trabalho, Max Warburg foi um factor importante. O seu banco é célebre por uma comunicação publicada pelo governo dos Estados Unidos como sendo um dos que enviaram fundos para Trotsky para serem utilizados na destruição da Rússia. Sempre contra a Rússia, não por razões alemãs mas por razões judaicas, que neste caso partícula coincidiam. Warburg e Trotsky – contra a Rússia!

Pobre John Spargo, que devia saber bem disto, nega tudo – enquanto qualquer americano que regresse da Rússia, mesmo os pró-bolcheviques que foram para lá, dizem que sim, e os próprios judeus que regressaram, confirmam-no.

O facto crucial é que o bolchevismo não é apenas judeu na Rússia e na América, mas é judeu nas altas esferas do mundo judeu onde coisas melhores deviam existir. Vejam por exemplo Rathenau, na linha dos Warburgs. Rathenau foi o inventor do sistema bolchevique de centralização da indústria, das matérias-primas e do dinheiro. O governo soviético pediu directamente o plano a Rathenau e recebeu-o directamente dele. O banco de Max Warburg entrou com o dinheiro; a mente de Walter Rathenau tinha os planos – o que levanta uma questão pertinente: se o bolchevismo pode ser tão judeu fora da Rússia, o que é que impede que seja judeu dentro da Rússia?

É um facto muito importante que, como acontece em Washington, os visitantes mais constantes e privilegiados da Casa Branca Russa (Russian White House) são judeus, e em Berlim, o único telefone directo para o Kaiser era de Walter Rathenau. Nem sequer o Príncipe herdeiro podia falar com o Kaiser a não ser pelas linhas telefónicas normais. O mesmo acontecia em Londres e em Paris. E o mesmo acontecia em Petrogrado – na Rússia, onde a raça "tão perseguida", a controlava antes e continua a controlá-la agora.

Bom, este esboço do internacionalismo da firma Kuhn, Loeb & Company não é resultado de uma pesquisa apurada, porque os factos estão à vista de todos. O que revelam é o seguinte: se os interesses do Sr. Schiff na Rússia tinham características secretas que afectaram o bem-estar das nações; se as viagens em missão do Sr. Kahn aqui e acolá, que ele fez com grande à vontade durante a Guerra, tiveram a ver com os negócios anunciados publicamente; e se o Sr. Warburg, cujos interesses na Alemanha não diminuíram, a julgar pelos seus recentes discursos, foi capaz de manter uma neutralidade completa durante a Guerra. Isto são questões importantes. Obviamente, não são fáceis de responder. Mas podem ser respondidas.

Esta campanha internacional era um projecto familiar. Jacob Schiff jurou destruir a Rússia. Paul M. Warburg era seu cunhado; Felix M. Warburg era seu genro. Max Warburg, de Hamburgo, banqueiro dos bolcheviques, era, portanto, o cunhado da mulher e da filha de Jacob Schiff.

Falando de uma forma mais abrangente sobre a forma como a casa de Kuhn, Loeb & Company controla as questões mundiais, existe também o facto curioso de que nesta firma judia há um elemento que frequenta uma igreja cristã – a coisa mais hedionda que um judeu pode fazer. Desdobrada pelas três facções da política americana e por todas as questões internacionais que lhes interessam, vemos esta firma desdobrada em duas partes no que toca à religião. O Sr. Kahn professa – pelo menos está presente – uma igreja cristã e é um devoto dela. E, no entanto, não é ostracizado. O seu nome não é tabú. Os judeus não o amadiçoaram. Não é denunciado como um renegado. Os judeus não o apagaram da memória, como fazem a outros que renegam a sua fé.

Este facto revela uma situação estranha quando se pensa nela. Já não falando no horror, repreensão e antagonismo activo com que os judeus vêem tal deserção, bastará dizer que não há maior milagre que Jacob H. Schiff mantenha nas fileiras da sua firma [Kuhn, Loeb & Company], um judeu "renegado." Ele poderia não o ter feito; cada fibra da sua natureza intensamente judia rebelar-se-ia contra isso. E no entanto manteve-o.

Sem avançar mais neste engenhoso sistema de cobrir todos os pontos vitais a partir de um centro, já foi dito o suficiente para apresentar uma atarefada firma financeira judaica na qual os assuntos políticos, nacionais ou internacionais, são quase uma vocação. A família Warburg a controlar categoricamente dois países e países inimigos também. A família Warburg decisiva nas negociações da paz mundial e nos debates sobre uma Liga das Nações. A família Warburg a aconselhar o mundo dos dois lados da terra sobre o que deve fazer a seguir. Foi provavelmente com mais razão do que o público em geral supõe que um jornal de Nova Iorque tenha escrito um artigo, durante a Conferência de Paz [após a 1ª Guerra Mundial], cujo cabeçalho era: "Atenção aos Warburgs!"

Conferência de Paz de Paris de 1919


Parece óbvio que, como foi citado pelo Dr. Pattullo no principio deste artigo, os financeiros internacionais têm estado tão concentrados no dinheiro mundial que o sentido de responsabilidade nacional torna-se nebuloso nas suas cabeças. Eles querem que tudo – guerra, negociações e paz – seja conduzido de forma a reagir favoravelmente ao mercado financeiro. Porque é o mercado deles: o dinheiro é o que eles compram e o que eles vendem; e como o dinheiro não tem um preço fixo, é um mercado que oferece as maiores oportunidades aos trapaceiros e aos vigaristas. Não se podem fazer estas fraudes com pedra ou com metais, mas com o dinheiro como mercadoria tudo é possível.

O Sr. Warburg já está muito interessado sobre o tratado que vai ser acordado sobre obrigações estrangeiras na próxima guerra. Os leitores dos jornais diários devem lembrar-se que houve recentemente uma procura de ouro pelo Reichsbank, que foi impedida com o fundamento de que o Reichsbank, embora fosse o Banco Central Alemão, era na realidade uma entidade privada – tal como Paul Warburg afirmou e tal como ele insistiu que o nosso Sistema de Reserva Federal devia ser, e que na realidade é. Existe uma sabedoria a longo prazo nisto, com vista a uma possível derrota na guerra.

O Sr. Warburg desaprova aparentemente o tratado acordado "por alguns países" sobre a propriedade pertencente a inimigos estrangeiros. Ele cita um banqueiro francês. Este utilizou como ilustração uma guerra possível entre a Inglaterra e a França e disse que os banqueiros em cada um desses países retirariam o seu património e obrigações, com medo de que fossem confiscados, e que tal precipitaria o pânico.

Ao que o Sr. Warburg acrescentou: "Penso que os nossos banqueiros deviam estudar cuidadosamente esta questão tão séria. Não temos nada a ganhar e muito a perder se apoiarmos uma politica de desrespeito pelos direitos da propriedade privada. Provavelmente, com o tempo, tornar-nos-emos os maiores possuidores de obrigações e propriedades, que ficarão em perigo no caso de sermos arrastados para a guerra. Para mim, contudo, é muito importante que nada se oponha em fazer dos Estados Unidos a reserva de ouro do mundo..."

Não foi dado o devido valor a estas palavras. Elas contêm uma forte reflexão dos eventos recentes que não devem ser negligenciados. Mais ainda, apresentam uma visão grandiosa que é suposto despoletar uma concordância imediata por causa do seu apelo à superficialidade do orgulho nacional e da ambição egoísta.

Se o que o Sr. Warburg afirma é uma insinuação de que os judeus internacionais estão a planear mover o seu mercado financeiro para os Estados Unidos, é seguro afirmar que este país não deseja isso. Temos o aviso da História sobre o que isto indica. Significou que, e à vez, a Espanha, Veneza, a Grã-Bretanha ou a Alemanha receberam a culpa e a suspeita do mundo por aquilo que os judeus financeiros fizeram. É muito importante perceber que a maior parte das animosidades que existem hoje provêm do ressentimento contra o que o poder do dinheiro judeu fez sob a camuflagem de nomes nacionais. "Os britânicos fizeram isto, os alemães fizeram aquilo," quando foi o Judeu Internacional que o fez, sendo as nações apenas o espaço dos seus tabuleiros de xadrês.



Hoje, em todo o mundo a acusação é ouvida, "Os Estados Unidos fizeram isto. Se não fossem os Estados Unidos o mundo estaria melhor. Os americanos são um povo sórdido, ganancioso e cruel." Porquê? Porque o poder do dinheiro judeu está largamente centralizado aqui e porque está a ganhar dinheiro tanto fruto da nossa imunidade como da agonia da Europa, colocando um contra o outro, e porque muitos dos chamados "homens de negócios americanos" no estrangeiro, hoje, não são americanos – são judeus, e, em muitos casos, falsos representantes da sua própria raça tal como são dos americanos.

Os Estados Unidos não querem transferir a Al-Judá [nação judaica] para aqui. Não queremos ser um deus do ouro acima das outras nações. Seremos úteis às outras nações e protege-las-emos, mas iremos fazê-lo na base de valores reais, e não em nome ou sob o signo do ouro.

Por um lado, o Sr. Warburg recita factos piedosos sobre a Alemanha de forma a granjear-lhe compaixão, por outro estimula a cobiça do ouro nos Estados Unidos. O azar da Alemanha é inteiramente devida a forças às quais os Estados Unidos escaparam por pouco; e ouvir os planos dos judeus internacionais para a reabilitação alemã é correr o risco de aprovar planos que vão acelerar a dominação judaica mais fortemente nesse infeliz país do que a que existe agora. A Alemanha pagou um alto preço pelos seus judeus. A voz de Warburg que fala por ela parece ser na realidade a voz de Jacob, mas a mão que propõe transacções financeiras é a de Esau.

O internacionalismo dos Warburg já não está em dúvida e não pode ser negada. Felix M. Warburg insistiu mais na ligação de Hamburgo do que Paul, mas a ruptura entre ambos era provavelmente superficial. Ao mesmo tempo que Felix deixou a firma de Hamburgo do seu irmão Max, um Sr. Stern também deixou a firma de Frankfort de Stern, e ambos se tornaram bastante activos do lado dos aliados, tomando posições contra a nação alemã tão entusiasticamente como seria possível. "É impossível!" dizem aqueles que imaginam que um judeu alemão é um judeu. Não é nada impossível; a lealdade dos judeus é para com a nação judaica; aquilo a que o judeu se refere como a sua "nação de cobertura" pode contar ou não com ele segundo aquilo que ele escolhe.

Esta afirmação e sempre recebida com acessos de raiva pelos judeus na imprensa pró-judia. Mas eis um exemplo: Lembram-se da "Besta de Berlim," essa assustadora peça de propaganda de guerra? Provavelmente não sabem que o seu produtor foi um judeu alemão, Carl Laemmle. O facto de ter nascido na Alemanha não o impediu de ganhar dinheiro com o filme, e o filme não o impede de regressar anualmente ao seu lugar de nascimento. Este ano vai acompanhado por Abe Stern, o seu tesoureiro, Lee Kohlmar, o seu director, e Harry Reichenbach – uma listas de nomes reproduzível em qualquer grupo de cinema.



Os Srs. Stern e Warburg, de Frankfort e Hamburgo, respectivamente, e longe de casa talvez apenas temporariamente, não estavam preocupados com o destino dos "Hunos," mas antes com o destino do poder financeiro judeu na Alemanha.

Só para dar um exemplo da ignorância do público sobre o carácter de interconexão judaica acerca da actividade financeira internacional, atentem neste artigo da 'Living Age' publicado este ano:

"Segundo o jornal sueco Svensk Handelstidning, o recente empréstimo de cinco milhões de dólares à Noruega foi o resultado de um acordo entre a firma de Hamburgo da Warburg & Company e dos banqueiros de Nova Iorque, Kuhn e Loeb. É visto com um significativo sinal dos tempos que uma firma alemã seja responsável por um empréstimo americano a um país neutral. As condições em que este dinheiro foi emprestado, não foram consideradas muito favoráveis à Noruega, e nenhuma regra da taxa de câmbio entre os dois países foi seguido."

Repare-se que à luz de todas as afirmações feitas sobre a Kuhn, Loeb & Company, e sobre os Warburgs em particular, é de supor que a transacção foi feita na realidade entre a Alemanha e uma firma americana. Foi principalmente um arranjo entre os Warburgs em conselho de família. Mas o empréstimo passa na Noruega como "um empréstimo americano," e o facto dos termos do empréstimo "não serem considerados favoráveis à Noruega" provocarão uma reacção da opinião escandinava contra este país. É óbvio que "nenhuma taxa de câmbio entre os dois países foi seguida," porque esse não era o objectivo do empréstimo. O desvio da taxa não é desvantajosa. Era interessante saber até onde foi a Kuhn, Loeb & Company para reajustar a taxa de câmbio.

Durante a guerra, a Kuhn, Loeb & Company fez um empréstimo à cidade de Paris. Isto ocasionou naturalmente muitos comentários alemães. E vale a pena notar que na cidade de Hamburgo, onde Max Warburg tem o seu negócio, o chefe da polícia emitiu a seguinte ordem:

"Futuras menções na imprensa sobre os empréstimos concedidos pela firma Kuhn, Loeb & Company à cidade de Paris e comentários desfavoráveis sobre o assunto, são proibidos."

A história seguinte é considerada verdadeira, e se um ou dois detalhes menores são menos exactos, é uma ilustração fiável sobre o modo como certas coisas eram feitas:

"Uma corporação bancária internacional judaica comprou a exploração de minas e outras concessões similares na Jugoslávia, e consequentemente a política promovida na Conferência de Paz foi a mais conveniente para esse grupo. Um entendimento da questão de Fiume (cidade na Croácia) estava em vias de ficar assente entre Wilson e Nitti. Tinham chegado a acordo sobre certas concessões e Wilson estava disposto a negociar, quando Óscar Strauss e um dos Warburgs apareceram em cena. Wilson mudou a sua atitude de um dia para o outro e depois insistiu na solução jugoslava do problema. A forma pela qual as concessões tinham sido compradas nesse território eram uma vergonha, e os observadores esperavam que isso tivesse um papel importante na Conferência de Paz."

Os financeiros não são os únicos judeus internacionais no mundo. Os judeus revolucionários de todos os países também são internacionais. Apoderaram-se da ideia do internacionalismo cristão, que significa amizade entre as nações, e usaram-na como arma para enfraquecer a nacionalidade. Eles sabem, tal como toda a gente, que não pode existir internacionalismo excepto na base de um forte nacionalismo, mas eles contam com "palavras mascaradas" para levar por diante o seu plano.

Transpirou informação suficiente provinda dos mais baixos e mais altos grupos judeus de todos os grandes centros durante a guerra, que devia tornar imperativo que os judeus admitissem, se arrependessem e repudiassem a loucura que reinou, ou que o declarassem corajosamente perante o mundo.

Soube-se certamente o suficiente para tornar desejável que o povo americano olhasse melhor para os objectivos desses judeus que contribuíram para reorganizar o nosso sistema financeiro num momento crucial da história do mundo.

Max Warburg, aparentemente, foi suficientemente poderoso para suprimir o debate na Alemanha sobre as actividades dos seus irmãos na América. Os Warburgs residentes na América devem ser alvo desse debate, e por isso, que a explicação à América deva ser tão ampla como tem a obrigação de ser.
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