segunda-feira, novembro 30, 2015

Cavaco Silva - um caso extremo de abuso existencial…


O Céu Já Não Pode Esperar (mais)


Piada rapinada ao Quino e adaptada por mim à política nacional


Sinopse

O Presidente da República Portuguesa (Aníbal Cavaco Silva) [1939 - 2016] parece nunca se ter dado conta dos problemas que atormentavam o país. Constantemente acossado por uma cara-metade saloia, odiado pela população portuguesa e tendo de conviver com um partido que o desprezava e uma oposição que o abominava, a dada altura, o Silva de Boliqueime já não fazia, nem dizia coisa com coisa.




Quando já todos lhe diziam para desaparecer, Cavaco continuava convencido de que era "O escolhido para manter Portugal em "banho-maria". Sempre hesitante, convencido de que a "Crise era para aguentar, ah pois era», achou que podia continuar a piorar ainda mais a situação sem um respingo de revolta das pessoas. Até que a população se fartou...




No meio, jaz o indivíduo [1964 - 2016] que, igualmente a pedido da Banca, fez o papel do «Cobrador do Fraque», e que nessa tarefa reduziu os salários, as pensões, destruiu empregos, a segurança social, a saúde, a educação e a economia, e entregou de mão beijada aos privados os monopólios públicos lucrativos. Até que a população compreendeu de facto o que era a «Austeridade» e, naturalmente, zangou-se...




Mais à esquerda, jaz o sujeito [1957 - 2016] que, a pedido da BANCA, pediu empréstimos colossais a juros agiotas para fazer obras faraónicas, inúteis, pornograficamente dispendiosas e com derrapagens financeiras inexplicáveis (as celebérrimas Parcerias público-Privadas). A maior parte destas obras foi feita a meias com empresas privadas em que ficava estabelecido que estas ficavam com os lucros e o Estado (o Povo português) com os prejuízos. A população acabou por se lembrar desses desmandos e decidiu ter uma conversa a sério com esse indivíduo...

quinta-feira, novembro 26, 2015

A transfiguração do terrorismo na Europa - a substituição de grupos terroristas europeus por grupos terroristas islâmicos...




Depois do desmoronar da União Soviética, a NATO, a CIA e os Serviços Secretos da Europa Ocidental converteram de forma magistral os «terroristas radicais da extrema-esquerda e da extrema-direita europeus» em «terroristas radicais islâmicos».

Alguns dos grupos terroristas radicais europeus mais conhecidos foram o «Nuclei Armati Rivoluzionari» e as «Brigadas Vermelhas», respectivamente da extrema-direita e da extrema-esquerda italiana, o «Nationalsozialistischer Untergrund» e o Grupo «Baader-Meinhof», respectivamente da extrema-direita e da extrema-esquerda alemã, o «Projekt 26» da extrema-direita suiça, etc.

A Operação Gládio consistiu numa operação secreta americana na Europa Ocidental que recorreu a redes clandestinas ligadas à NATO, à CIA e aos serviços secretos da Europa Ocidental durante o período da Guerra Fria, chamadas células «stay-behind». Implantadas em 16 países da Europa Ocidental, essas células visavam (supostamente) deter a ameaça de uma ocupação pelo bloco do Leste e estavam sempre prontas para ser activadas em caso de invasão pelas forças do Pacto de Varsóvia. A mais famosa foi a rede italiana Gládio.

O verdadeiro objectivo da Operação Gládio era espalhar o terror e criar um clima de tensão permanente na Europa Ocidental.




A rede clandestina internacional englobava o grupo dos países europeus que pertenciam à NATO: Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Espanha e Turquia, bem como alguns países neutrais como a Áustria, a Finlândia, a Suécia e a Suíça.

Há uns tempos, algo inexplicavelmente, o Canal História trouxe a lume, apresentando provas bastante consistentes, esta exposição do terrorismo americano contra cidadãos europeus ocidentais em solo do velho continente nos anos 50, 60 e 70. Os atentados mais famosos foram os levados a cabo na Bélgica, na Alemanha e ainda os que ficaram conhecidos como Operação Gládio na Itália. É um vídeo fundamental para se perceber o mundo em que vivemos hoje, que poderes se mexem na sombra e como somos insignificantes e sacrificáveis nestes jogos de guerra. É um documentário que eu não aconselho ninguém a perder.




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Entre os muitos actos de terrorismo da Operação Gládio, destacam-se:



O massacre de Bolonha (em italiano: Strage di Bologna) foi um atentado terrorista na Estação Central em Bolonha, Itália, na manhã de sábado, 2 de agosto de 1980, que matou 85 pessoas e feriu mais de 200. O ataque foi materialmente atribuído à organização terrorista neofascista Nuclei Armati Rivoluzionari. As suspeitas de envolvimento do serviço secreto italiano surgiu pouco depois, devido aos uso de explosivos ​​para a bomba e o clima político em que o massacre ocorreu, mas nunca foi provado.


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O atentado bombista dentro do Banco Nacional de Agricultura, na Piazza Fontana da cidade de Milão, em Itália, a 12 de Dezembro de 1969, que matou 17 pessoas e feriu 88. O atentado da Piazza Fontana foi uma grave ação terrorista que pela sua gravidade e importância política, assumiu um papel histórico, sendo geralmente considerado como o primeiro ato produzido pela estratégia da tensão. A responsabilidade pelos ataques foi atribuída a grupos de Extrema direita.

No "Memorial Moro", compilação do interrogatório a que Aldo Moro (que ocupou por cinco vezes o cargo de primeiro-ministro da Itália ) foi submetido pelas Brigadas Vermelhas, enquanto foi mantido em cativeiro, Moro teria indicado como prováveis responsáveis pelo atentado, bem como pela estratégia da tensão, ramificações do Servizio Informazioni Difesa (o antigo serviço secreto italiano), onde estariam infiltradas várias figuras ligadas à direita, com possíveis influências de elementos de fora da Itália.


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Os massacres de Brabant, na Bélgica, que decorreram entre 1982 e 1985 e nos quais morreram 28 pessoas e outras 20 ficaram feridas. Na imagem o supermercado Delhaize onde foram mortas cinco pessoas.

Os últimos ataques dos massacres de Brabant levaram a rumores de que os terroristas tinham algum tipo de conhecimento interno e, possivelmente, a cumplicidade da Gendarmerie (corporação policial). Foi sugerido que o "Stay-behind" belga (Gladio) - operando como um ramo secreto do serviço militar belga tinha ligações com o gangue terrorista.


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O ataque terrorista Oktoberfest foi um ataque terrorista atribuído à direita radical. Em 26 de setembro de 1980, 13 pessoas morreram e 211 ficaram feridas após a explosão de uma bomba improvisada na entrada principal da Oktoberfest em Munique, Alemanha Ocidental. O ataque foi atribuído ao extremista de direita Gundolf Köhler, que foi morto ao colocar o dispositivo explosivo; no entanto, permanecem dúvidas quanto a saber se ele agiu sozinho.

Tudo o que se sabe sobre o ataque à bomba na Oktoberfest de Munique e, especialmente, a reação das autoridades, está em conformidade com o padrão de cooperação seguida pela NATO e pelas suas forças paramilitares secretas na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial - cooperação que está, possivelmente, ainda em curso. A existência dessas forças "stay-behind" tornou-se amplamente conhecida na Itália em 1990. Foi provado que os atentados em muitos países europeus, como à estação central de Bolonha, poucas semanas antes de ataque ao Oktoberfest em 1980, puderam ser atribuíveis à Gládio. As primeiras tropas de choque paramilitares das forças Gladio na Alemanha foram estabelecidas por agentes da inteligência americana e ex-nazis logo depois da guerra.



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Evidentemente que, com a implosão da União Soviética houve que arranjar outros "inimigos" para continuar o terrorismo da NATO e da CIA - os «felizes» contemplados foram os Muçulmanos.

E aí entram os «terroristas islâmicos» em acção para aterrorizar os ocidentais:







A Lista completa dos atentados islâmicos AQUI.

segunda-feira, novembro 23, 2015

E mentem… E mentem… E mentem… E mentem…


As promessas de Passos Coelho na campanha para as Eleições Legislativas de 2011:





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As promessas de Passos Coelho na campanha para as Eleições Legislativas de 2015:


E mentem… E mentem… E mentem… E mentem…



Devolução da Sobretaxa do IRS


A MENTIRA

Jornal de Notícias - 27/09/2015

Num almoço comício da coligação PSD/CDS-PP em Guimarães, Pedro Passos Coelho, voltou a falar para "quem esteve na primeira linha das dificuldades e dos sacrifícios", começando pelos reformados "que também pagaram uma fatia dessas dificuldades", a quem disse: "Já não temos a necessidade como tivemos antes de, em certas circunstâncias difíceis, lhes pedir ainda um contributo adicional. Não é uma promessa vaga. Nós já hoje não temos qualquer medida de restrição nas pensões".

Depois, dirigiu-se aos contribuintes que "fizeram realmente um esforço muito grande", e referiu-se à sobretaxa de IRS. "Assumimos este compromisso: se a receita fiscal no IVA e no IRS ficar acima do que nós projetamos, então tudo o que vier a mais será devolvido aos contribuintes. E sabemos hoje que estamos em condições em 2016 de cumprir essa norma do Orçamento e que eles irão receber uma parte importante dessa sobretaxa"... - Jornal Público - 25/09/2015 - Governo [de Passos Coelho] estima devolução de 35% da sobretaxa de IRS.



E A REALIDADE

Lusa - 20/11/2015

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, negou hoje que tenha havido da parte do Governo PSD/CDS-PP "qualquer intenção de manipular os números" das previsões de devolução da sobretaxa de IRS em 2016.

Em entrevista à RTP, Passos Coelho referiu que "o Ministério das Finanças poderá fornecer uma explicação mais detalhada" sobre o que levou a que a percentagem de devolução prevista por alturas da campanha eleitoral fosse de 35% e tenha vindo a diminuir, sendo agora de zero.

"É verdade que essas variações ao longo dos últimos meses foram sensíveis, mas não é verdade que tenham resultado, como já ouvi, de qualquer intenção de manipular os números", afirmou. "Essas evoluções não são fabricadas, representam mês a mês o que os números da Autoridade Tributária mostram", acrescentou, considerando, porém, "natural" que esta evolução suscite dúvidas.


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E mentem… E mentem… E mentem… E mentem…



Privatização da TAP sem custos para o contribuínte


A MENTIRA

Jornal Expresso - 13.06.2015

O Primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, reafirmou esta sexta-feira, no Fundão, que o processo da privatização da TAP "foi uma boa decisão" e manifestou a vontade de que o mesmo fique concluído "tão depressa quanto possível".

"Portanto julgo que foi uma boa decisão e espero que agora possamos andar tão depressa quanto possível na conclusão de todo este processo de maneira a clarificar o futuro da empresa, a dar estabilidade aos trabalhadores, a dar estabilidade aos operadores económicos e a conseguir também atrair mais confiança sobre a própria empresa", disse... O consórcio vencedor assumirá portanto a responsabilidade de capitalizar a empresa para que ela possa dar resultados positivos e nessa medida assumir a responsabilidades financeiras que vêm do passado, com outra possibilidade e com outra força que o Estado não poderia fazer.



E A REALIDADE

Esquerda.NET - 21/09/2015

A venda da TAP é uma não venda, é uma renda, é uma PPP - uma nova Parceria Público-Privada, é um 'todo o risco para o público, todo o lucro para o privado' e, se correr mal, no fim quem manda é a banca", afirmou Catarina Martins este sábado, em que foi conhecido que o Governo garantiu que se privatização da TAP correr mal o Estado paga.

Ficámos a saber que este Governo zombie, que achou por bem já depois de demitido assinar um contrato em que, ao mesmo tempo que vende, é fiador das dívidas e garante que se houver lucro o privado ficará bem, mas que se houver prejuízo, o Estado cá estará outra vez para pagar mais uma vez prejuízos.


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E mentem… E mentem… E mentem… E mentem…



Venda do Novo Banco sem custos para o contribuínte


A MENTIRA

Jornal Oje - 15/09/2015

Passos Coelho insistiu que a venda do Novo Banco não terá custos para os portugueses: “Se houver algum resultado negativo na venda do Novo Banco, face ao que foi o valor da sua capitalização, esse custo terá de ser suportado pelo sistema financeiro português, portanto pelos bancos portugueses. Desejamos que não exista esse prejuízo ou que, ao existir, seja o menor possível.”


E A REALIDADE

Diário de Notícias - 01/10/2015

Novo Banco. Bruxelas admite custos para contribuintes. Estado emprestou, de facto, 4,4 mil milhões. Portanto, há risco público ligado ao empréstimo. Contágio também seria feito via CGD, o maior acionista do Fundo de Resolução.

Duas economistas da Comissão Europeia reforçaram ontem a ideia de que "existe a possibilidade de, no futuro, algumas perdas serem suportadas pelos contribuintes" portugueses na sequência da resolução do Novo Banco (NB). As eventuais perdas podem estar ligadas à devolução do próprio empréstimo, dizem as economistas.

Outro risco, não referido explicitamente neste estudo datado de 21 de setembro, é haver um eventual prejuízo indireto via Caixa Geral de Depósitos, o acionista maioritário do Fundo de Resolução (que é o dono único do NB).

As perdas ocorrerão se o NB for vendido abaixo do par, por menos de 4,9 mil milhões de euros. Quanto maior a diferença entre esta verba e o encaixe da reprivatização, pior para todos; maiores as perdas. Embora o governo rejeite falar em perdas numa aceção direta (argumenta que o Estado apenas emprestou dinheiro a uma entidade pública mas pela qual os bancos são integralmente responsáveis e que espera reaver esse capital com juros), a verdade é que um desses bancos (devedores) é a CGD. Por isso, há risco de perdas para os contribuintes, nem que seja por via indireta.

As perdas do Fundo de Resolução são perdas públicas, porque são impostos pagos pelos bancos e porque o banco público, a CGD, contribui com cerca de 30% do total do fundo. Aliás, temos dois bancos públicos a contribuir para esse fundo: a Caixa e o BANIF, onde o governo colocou 700 milhões de euros e agora cada ação vale menos de um cêntimo"


E mentem… E mentem… E mentem… E mentem…

quinta-feira, novembro 19, 2015

Um conselho a todos os terroristas: se por acaso vos apetecer fazer um atentado não caiam na asneira de levar documentos de identificação convosco...



«Ele seguiu-me até casa... Posso ficar com ele?»



Texto de Jean-Claude Paye

Devemos rir ou chorar? Desde o 11 de setembro de 2001, não há um ataque terrorista sem que os culpados, que era suposto esconderem-se, tudo façam para se identificar deixando para trás os seus documentos de identidade. Para o sociólogo Jean-Claude Paye, a aparente estupidez repetitiva dos terroristas deve ser interpretada como um dispositivo retórico do Poder para desorientar os cidadãos. Porque sendo a história oficial um absurdo, não podemos e não devemos desafiá-la.




Como parte da investigação sobre os assassinatos em Paris, um passaporte sírio foi encontrado junto de um dos homens-bomba do Stade de France. Depois de ser designado como responsável pelos ataques pelo presidente francês Hollande, o "Estado islâmico" reconheceu a autoria desses ataques.

Para o executivo francês que disse que queria intervir na Síria contra o Estado Islâmico, na realidade, contra a República Árabe da Síria e o seu presidente constitucional, Bashar Assad, que "tem de partir", esta é uma pista importante para consolidar uma operação militar. A duplicidade do discurso - apoiar uma organização que é designada inimiga e apelidar de terroristas pessoas que foram consideradas anteriormente como "combatentes da liberdade", não é uma prerrogativa do governo francês. Criar o seu próprio inimigo tornou-se um eixo da estratégia ocidental, confirmando que na estrutura imperial não há separação entre interior e exterior, entre o direito e a violência pura, entre o cidadão e o inimigo.

Na Bélgica, o pregador muçulmano Jean-Louis Denis é perseguido "por incitar os jovens a fazer a jihad armada na Síria", porque se acredita que ele tenha tido contactos com a «Sharia4Belgium», um grupo qualificado de "terrorista", o que o réu nega. O seu advogado destacou a ambiguidade da acusação neste caso, acusando no Tribunal Criminal de Bruxelas: "Enviamos as crianças para os braços do estado islâmico na Síria e são os vossos serviços (de informações) que o fizeram. O advogado sustentou as suas acusações destacando o papel nesta matéria de um agente infiltrante da Polícia Federal.

Em relação aos massacres de Paris, afigura-se que as principais preocupações dos terroristas eram ser identificados o mais rápido possível. No entanto, este paradoxo quase não nos surpreende. Um documento de identidade, milagrosamente encontrado e indicando o autor dos ataques que acabavam de ser cometidos, tornou-se um clássico. Este é um evento que se repete numa compulsão repetitiva designando sempre um culpado pertencente ao "movimento jihadista".

Na versão oficial do 11 de Setembro, o FBI alegou ter encontrado o passaporte intacto de um dos kamikazes [Satam Al Suqami, um dos sequestradores que ia a bordo do Voo 11 o primeiro avião a embater no World Trade Center] na proximidade de uma das duas torres completamente pulverizadas pelas explosões que libertaram uma temperatura capaz de fundir o aço das estruturas metálicas do edifício, mas preservaram intacto um documento em papel.


Investigators discovered the passport of Satam al Suqami, one of the terrorists aboard American Airlines Flight 11, the first plane to hit the World Trade Center - [ [ABC NEWS, 9/12/2001;ASSOCIATED PRESS, 9/16/2001; ABC NEWS, 9/16/2001]]


O embate do quarto avião (Flight 93 do 11 de Setembro) no campo aberto em Shanksville, também permitiu que a Polícia Federal encontrasse dois passaportes de dois dos presumidos terroristas. Um dos passaportes, pertencente a Saeed Alghamdi, parcialmente queimado ainda permitiu a identificação do terrorista, graças à presença do seu nome, apelido e fotografia. O outro passaporte, pertencente a Ziad Jarrah, está quase todo queimado, mas parte da fotografia ainda é visível. Esta possibilidade é particularmente bizarra porque do embate do avião apenas ficou a cratera do impacto. Nenhuma parte da fuselagem, dos passageiros ou do motor escapou. Apenas dois passaportes parcialmente queimados.


The Saudi passport of Saeed Alghamdi, said to be discovered in the wreckage of Flight 93. [Source: FBI]. And the Lebanese passport of Ziad Jarrah - wreckage of Flight 93. [Source: FBI].



O inverosímil como uma medida da verdade

No caso de Charlie Hebdo, os investigadores encontraram o cartão de identidade dos irmãos mais velhos Kouachi no carro abandonado no nordeste de Paris. A partir deste documento, a polícia fica a saber que se trata de indivíduos já conhecidos pelos serviços antiterroristas, «pioneiros do jihadismo francês». A perseguição pode começar. Como é que assassinos, perpetrando um ataque com um sangue frio e uma competência profissional, podem cometer um tal erro? É sabido que não trazer papéis de identificação faz parte do ABC de qualquer ladrão de meia tigela.


Os cartões de identidade dos irmãos Kouachi

Depois do 11 de setembro, o inverosímil faz parte do nosso quotidiano. Tornou-se o fundamento da verdade. A Razão é banida. No se trata de acreditar naquilo que é dito, mas de aderir ao que é dito nos Media pelas autoridades, seja qual for o absurdo da declaração. Quanto mais isto é evidente, tanto mais a crença no que é dito tem de ser inabalável. O improvável torna-se a medida e a garantia da verdade.



Um acto de guerra contra as populações

Aprovada em Junho de 2015, a lei sobre os serviços de informações, um projecto já com um ano, foi apresentado como uma resposta aos atentados de Charlie Hebdo. A lei permite incluindo a instalação de "caixas negras" nos provedores de serviços de Internet para capturar os metadados do utilizador em tempo real. Permite também a instalação de microfones, balizas de localização, instalação de câmaras e spyware.

Estão sujeitos a essas técnicas especiais de vigilância, não os agentes de uma potência estrangeira, mas a população francesa. Esta última é assim tratada como um inimigo do poder executivo, que toma a decisão e o "controlo" desses dispositivos secretos. Sob o pretexto da luta contra o terrorismo, esta lei legaliza as medidas já em vigor, colocando à disposição do Executivo um dispositivo permanente, clandestino e quase ilimitado de vigilância sobre os cidadãos. A ausência de qualquer eficácia na prevenção de ataques mostra claramente que são os cidadãos franceses que estão sujeitos à lei e não os terroristas. Ao alterar a natureza dos serviços de contra-espionagem para a vigilância dos cidadãos, esta lei é um ato de guerra contra eles. Os massacres que acabam de ter lugar em Paris são bem reais.



quarta-feira, novembro 11, 2015

Coligações só depois das Eleições, ou melhor, como coligações pré-eleitorais + círculos eleitorais + método de Hondt, falseiam manhosamente as principais eleições de um País...


Nas Eleições Legislativas de 2015, o PS ficou em 1º lugar com 1.747.685 votos. O PSD ficou em 2º lugar com 1.476.799 votos (menos 270.886 votos).


Mais de 14 % dos votos das legislativas não contaram para a eleição de deputados:



Num acto eleitoral, a Representatividade tem a ver com o processo de escolha dos representantes, que permite (ante)ver quem ou o quê os representantes representarão, se um segmento social específico, se uma parte do território ou uma ideologia política. Em Portugal a representatividade é apurada através do voto numa determinada ideologia política (representada por um partido ou movimento político).

As Eleições Legislativas são eleições nacionais, não são eleições distritais. Desta forma, os círculos eleitorais baseados em distritos são uma aberração. Os deputados quando votam leis não são para aplicar apenas no seu distrito, mas sim ao País inteiro, logo devia haver listas nacionais e os deputados eleitos serem proporcionais ao nº de votos a nível nacional.


Círculos Eleitorais por Distritos (e Regiões)


Quanto à Proporcionalidade, esta refere-se ao grau com que um sistema faz corresponder uma dada percentagem dos votos a uma percentagem de deputados no parlamento. Em Portugal, em vez do número de deputados de cada partido ser proporcional aos votos nacionais, recorre-se ao método de distribuição de Hondt que beneficia largamente os grandes partidos.

Também deviam ser proibidas as Coligações Pré-Eleitorais – tipo PàF. Porque a coligação resultante dos partidos que se coligaram são extremamente beneficiados tanto pelo Método de Hondt como pelos círculos eleitorais.

Graças aos círculos eleitorais distritais e ao método de Hondt, o PSD e o CDS em coligação (PàF) só precisaram de 19.809 votos para elegerem cada deputado. O PS, precisou 20.474 votos para eleger cada deputado. O Bloco de Esquerda precisou de 28.903 votos para eleger cada deputado. A CDU precisou de 26.136 votos para eleger cada deputado. O PAN teve 74.656 votos e elegeu apenas 1 deputado. O PDR teve 60.912 votos e não elegeu ninguém.. tal como uma série de outros partidos como o AGIR que ficou na 11ª posição com 20.690 votos e, evidentemente, também não elegeu ninguém!




A desproporcionalidade total entre o nº de votos e o nº de deputados 
numas eleições no Reino Unido



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1 - Nas recentes Eleições Legislativas de 2015, a Coligação PPD/PSD.CDS-PP (Pàf) teve 1.993.921 votos. O PSD a concorrer sozinho teve 81.054 votos e o CDS a concorrer sozinho e coligado com o PPM teve 8.536 votos.

2 - O PS teve 1.747.685 votos. O Bloco de Esquerda teve 550.892 votos e o PCP-PEV teve 445.980 votos.

3 - Nas Eleições Legislativas de 2011, o PSD e o CDS não concorreram coligados. A soma dos votos dos dois partidos foi de 2.813.729. O PSD teve 2.158.742 votos e o CDS teve 653.987 votos. Ou seja, o CDS teve 30% dos votos conseguidos pelo PSD.

4 - Ou seja, nas Eleições Legislativas de 2011, do total dos dois partidos (PSD e CDS) - 2.813.729 votos - o PSD teve 70% = 2.813.729 x 70% = 2.158.742 e CDS teve 30% = 2.813.729 x 30% = 653.987.

5 - Tendo isto em consideração e mantendo as proporções das Legislativas de 2011, então nas Legislativas de 2015, o PSD teve 70% dos votos da coligação = 1.993.921 x 70% = 1.395.744 votos + 81.054 votos a concorrer sozinho. O que dá um total para o PSD de 1.476.799 votos.

6 - Fazendo as mesmas contas para o CDS: 30% dos votos da coligação = 1.993.921 x 30% = 598.176 votos + 8.536 votos a concorrer sozinho = 606.712 votos.

7 - Em resumo, nas Eleições Legislativas de 2015, o PS ficou em 1º lugar com 1.747.685 votos. O PSD ficou em 2º lugar com 1.476.799 votos (diferença de 270.886 votos). O CDS ficou em 3º lugar com 606.712 votos. O Bloco de Esquerda ficou em 4º lugar com 550.892 votos e o O PCP-PEV ficou em 5º lugar com 445.980 votos.

8 - De salientar que, nas Eleições Legislativas de 2015, para além do PS ter sido o partido mais votado com 1.747.685 votos, a soma dos votos do PS + Bloco de Esquerda = 2.298.577 é superior à votação no PSD + CDS em 215.066 votos, e a soma dos votos do PS + PCP-PEV = 2.193.665 são superiores à soma dos votos do PSD + CDS em 110.154 votos.

9 - Em suma, o somatório dos PS + BE + PCP-PEV é igual a 2.744.557 votos. O somatório do PSD + CDS é igual a 2.083.511 votos. Ou seja, a Nova Coligação bateu a Velha Coligação por uma diferença de 661.046 votos.

10 - Como curiosidade, o somatório dos votos dos BE + PCP-PEV representam 36% da Nova Coligação (PS + BE + PCP-PEV), e 48% da Velha Coligação (PPD/PSD.CDS-PP (PàF)).


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Mais de 14 por cento dos votos das legislativas de 04 de outubro não contaram para a eleição de deputados por serem considerados excedentes pelo método que Portugal utiliza neste sufrágio.

Após o apuramento geral dos resultados eleitorais nos 22 círculos eleitorais do país, 14,65% dos votos não contaram para a eleição de deputados, metade dos quais nas quatro maiores forças políticas (PSD/CDS-PP,PS, BE e CDU (que junta PCP e PEV).

Contabilizando os votos de todas as forças políticas, não entraram para a obtenção de mandatos aproximadamente 762 mil votos, um número superior à totalidade de votos conseguidos quer pelo bloco de Esquerda (550 892) quer pela CDU (445 980).

Em termos percentuais, a CDU foi a força política que mais ficou a perder com o método utilizado nas eleições legislativas, o método de Hondt. Contrariamente, a coligação PSD/CDS-PP foi a menos prejudicada, em relação ao seu número total de votos.

Mais de vinte e dois por cento (22,63%) dos votos da CDU não contaram para a eleição de deputados. No caso da coligação PSD/CDS-PP essa percentagem foi de 5,14 %. O PS não viu serem contabilizados 5,75% dos seus votos e o BE 18,25%.

A coligação PSD/CDS-PP obteve 1 993 921 votos mas com menos 107 252 teria elegido o mesmo número de deputados (107), considerando os cinco deputados ganhos pelo PSD nos Açores e na Madeira onde os dois partidos concorreram isoladamente.

Já o Partido Socialista – que conquistou 1 747 685 votos – poderia ter tido menos 100 537 votos que isso não alteraria o seu número de mandatos alcançados (86).

Por outro lado, o BE não viu entrar para as suas contas cerca de 100 mil votos e a CDU 100 916 votos.

No somatório destas quatro forças políticas foram perdidos cerca de 409 mil votos.

Já quanto aos restantes partidos políticos, os votos desperdiçados foram 353 060.

O PAN elegeu o seu único deputado, André Lourenço e Silva, no círculo de Lisboa, com 22 628 votos. Ao todo, o PAN obteve 75 140 votos, sendo que, cerca de 30% destes votos, bastavam para eleger o seu deputado.

A razão para que tal aconteça é o método de Hondt.

O método aplica-se mediante a divisão sucessiva (por 1,2,3,4,5…) do número total de votos obtidos, por cada candidatura, sendo que os maiores quocientes que resultarem das divisões operadas resultam em mandatos. O processo de divisão prossegue até se esgotarem todos os mandatos disponíveis no círculo. Em caso de empate, o mandato vai para o partido com menos votos.

É por esta razão que no decorrer das operações de colocação de mandatos existem votos excedentários.

Por exemplo, no distrito de Portalegre votaram 59 004 e foram eleitos dois deputados, um para o PS e o outro para o PSD. O PS obteve 25 037 votos e o PSD/CDS-PP 16 303. Após o cálculo do método de Hondt conclui-se que o PS teve um excedente de 8 734 votos e o PSD/CDS-PP 3 785. Contabilizando os votos de todas as forças políticas neste círculo, 28 159 votos não tiveram representação em mandatos.

Outra particularidade do Método é o facto de os deputados serem eleitos com diferentes quantidades de votos, dependendo do círculo eleitoral em que estão inscritos.

Por exemplo, o primeiro deputado eleito pelo círculo de Lisboa, o primeiro-ministro em exercício, Pedro Passos Coelho, precisou de 399 520 votos e o secretário-geral do PS, António Costa, foi eleito, em segundo lugar por Lisboa, com 386 354 votos.

Já o socialista Diogo Rodrigues – o 47.º e último deputado do círculo de Lisboa – foi eleito com cerca de 21 mil votos.

O deputado que foi eleito com menos votos foi Carlos Gonçalves (PSD/CDS-PP), pelo círculo fora da Europa, com 3.561 votos.


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De qualquer forma convém nunca esquecer a Fraude completa que constitui a «Democracia Representativa»:

Chris Gupta: "A constituição de uma «Democracia Representativa» "consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta..."

sábado, novembro 07, 2015

Revolta de Bruno Nogueira contra Ricardo Salgado




"Um nojo que cresce, e a vida como se nada fosse. Uma bola no estômago em forma de raiva, e vergonha, e tudo. Ricardo Salgado vê a sua caução ser reduzida para metade pelo Tribunal Central de Instrução Criminal. Dos antes 3 milhões, terá que pagar apenas um milhão e meio para limpar a sua vida que não tem por onde ficar mais suja. Na mesma semana, como nos filmes maus, fica a saber que a sua reforma vai triplicar para um valor de 90.000€. Isto num país que tem de encontrar moedas entre as almofadas do sofá para pagar o dia de amanhã", escreveu o humorista na sua página de Facebook.

"E a vida segue, e o sol nasce, e nada acontece. A impunidade a qualquer preço num país que não merece ser pontapeado desta maneira. A merda que passa e acena a quem fica. O nojo que cresce. Merda por todo o lado, e mais merda. Merecíamos melhor. Merecíamos que a corrupção fosse punida por quem tem a responsabilidade jurídica e moral para o fazer. O país a ser defendido por nada. O que nos protege é um antibiótico que mata. Vítimas do BES com vidas destruídas por alguém que agora sai premiado. Mereciam melhor. É um país ao contrário, que já perdeu os sapatos, calça meias de cores diferentes e nada acontece. Amanhã tudo segue como ontem. Nada acontece a quem compra a liberdade nas traseiras de tudo. Assim é difícil acordar todos os dias. Assim é difícil não querer chamas e fogo e gritos. Feitas as contas, assim é difícil encontrar Portugal."


segunda-feira, novembro 02, 2015

Paulo Morais - candidato às presidenciais de 2016 - Na Grécia como em Portugal, o crescimento da dívida teve origem em mecanismos de corrupção e em investimentos faraónicos




Paulo Morais é candidato anunciado às próximas eleições presidenciais de 2016




Curiosamente, Paulo Morais só muito raramente aparece nas televisões nacionais, o que diz tudo sobre a «imparcialidade» dos Media portugueses (ou, melhor dito, Merdia). A razão desta ausência só pode ser explicada pela frontalidade com que este candidato desmonta os esquemas de corrupção dos políticos e a forma desassombrada com que lhes aponta os nomes. Tem fortemente denunciado, em diversos meios de comunicação social, a corrupção e a promiscuidade entre os poderes políticos e os poderes económicos, e a inconstitucionalidade preconizada por alguns escritórios de advogados, ao serem redactores das leis nacionais, e ao mesmo tempo representantes nos meios judiciais de entidades que se deparam com essas mesmas leis.



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Artigo de Paulo Morais - Correio da Manhã - 4.7.2015


Gregos com a dívida - Na Grécia como em Portugal, o crescimento da dívida teve origem em mecanismos de corrupção e em investimentos faraónicos.


"Pagar ou não pagar – eis a questão da Grécia. Será que é correto pagar religiosamente dívidas que foram mal contraídas? É este hoje o dilema com que se debate o governo em Atenas. Em Portugal, por outro lado, o governo não hesita: assume de forma acrítica o pagamento de empréstimos ruinosos e fá-lo à custa do sofrimento dos cidadãos.

As dívidas públicas deveriam ser um fator de desenvolvimento. Os estados deveriam contrair dívida para, através de investimentos virtuosos, garantirem o bem-estar dos povos.

Mas, nos últimos anos, na Grécia como
em Portugal, o crescimento da dívida teve origem em mecanismos de corrupção, em investimentos faraónicos e inúteis, em empréstimos mal negociados. O estado adquiriu submarinos, num negócio marcado pela corrupção, construíram-se dez estádios de futebol caríssimos para o Euro 2004 e alguns estão agora a apodrecer; sucessivos governos contraíram empréstimos a taxas próprias de agiotas, de quase 6%, quando poderiam fazê-lo a 3%. Além disso, o Estado nacionalizou os prejuízos do BPN e dispõe-se a perder mais de dois mil milhões com a venda do Novo Banco. E ainda negociou parcerias público-privadas, garantindo taxas de rentabilidade milionárias aos privados, por décadas, muito para além do tempo do mandato de quem decidiu. Um regabofe!




Com este tipo de governação, corrupta, os grupos económicos do regime (Mota-Engil, EDP, Lena, Lusoponte...) garantem a sua prosperidade. E o povo, eterno prejudicado, assume os prejuízos. Com sofrimento, reduções salariais, aumento de impostos, redução de serviços de saúde e educação.

Para nos deixarmos de ver gregos, doravante deve ser estabelecido, como regra no Orçamento de Estado, um limite máximo a destinar ao pagamento de dívida. E, além disto, é imperioso que negócios do estado com custos demasiado elevados ou cujos pagamentos se prolonguem muito para além do tempo dos mandatos de quem os decide deverão ser referendados pelo povo.
Já que os governos querem defender os grupos económicos, defendamos nós o futuro dos nossos filhos.



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Paulo Morais é licenciado em Matemática, tem um MBA em Comércio Internacional e é doutorado em Engenharia e Gestão Industrial pela Universidade do Porto. Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, de 2002 a 2005, tendo sido responsável pelos pelouros do Urbanismo, Acção Social e Habitação. Regressou então ao ensino e ao seu combate de sempre pela denúncia dos mecanismos de corrupção em Portugal. É professor na Universidade Portucalense e investigador no InescPorto. Integrou o grupo de trabalho para a revisão do Índice de Percepções da Corrupção, levada a cabo pela Transparency International. Foi perito no Comité Europeu Económico e Social. É perito do Conselho da Europa em missões internacionais sobre boa governação pública, luta anti-corrupção e branqueamento de capitais.

Publicou os livros “Porto de Partida, Porto de Chegada”, “Mudar o Poder Local” e “Da Corrupção à Crise”. É docente do ensino superior nas áreas da Estatística e Matemática e director do Instituto de Estudos Eleitorais da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias do Porto. É vice-presidente da Direcção - Transparência e Integridade, Associação Cívica (TIAC), com o mandato suspenso desde 13 de Março de 2015, a seu pedido, por período indeterminado. Pediu a suspensão do mandato de vice-presidente da TIAC para se candidatar à presidência da República.