sexta-feira, junho 27, 2008

A concertação social


Agência Financeira - 25-06-2008:

Os parceiros sociais saíram satisfeitos da reunião de concertação social, onde foi assinado um acordo tripartido em torno do novo Código do Trabalho.

Apesar da CGTP ter batido com a porta, ao abandonar a reunião logo de manhã, a verdade é que a UGT, liderada por João Proença, manteve-se até ao fim e acabou por congratular-se com o acordo.

«Este é um acordo bom para os trabalhadores», disse o líder da União à saída da reunião. «Foi um processo duro e de discussão sindical mas teve bons resultados. Achamos que se introduziram alterações significativas e que a revisão do código é essencial. Este acordo vem no bom sentido e terá um impacto social e económico significativo», reforçou o dirigente.

Para João Proença o que está em causa é a luta pelo trabalho digno em Portugal. «Este acordo responde ao combate à precariedade laboral, reforça a negociação colectiva sem vazios e melhora os instrumentos de reforço da lei», acrescentou.



Rádio Clube - Política - 29-05-2008:

Louçã acusa Sócrates de manipular sindicatos

Francisco Louçã acusa o Governo de manipular os sindicatos e de se aproveitar de João Proença, líder da UGT para explicar ao Partido Socialista o acordo laboral assinado entre governo e sindicatos.

Em resposta, o primeiro-ministro recusou a ideia de manipular os sindicatos, negou que alguma vez tenha usado João Proença para fazer passar as ideias do Governo e acusou Francisco Louçã de mentir.
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quarta-feira, junho 25, 2008

A boçalidade internauta versus a propaganda dos «media de referência»

Expresso - 21/06/2008

Texto de João Pereira Coutinho

A melhor forma de enfrentar o «culto do amador» está em procurar o profissional em nós. Porque somos nós o verdadeiro «filtro»

"Conhecem o «teorema do macaco infinito»? A ideia pertence a T.H. Huxley, que no século XIX afirmava que o macaco seria capaz de escrever uma peça de Shakespeare. Bastava, para tal, que dispuséssemos de macacos infinitos aos quais pudéssemos confiar máquinas de escrever infinitas. Um dia eles acabariam por medrar qualquer coisa de sublime."

"Andrew Keen regressa ao teorema de Huxley em livro que deu polémica nos EUA e foi agora editado entre nós pela Guerra & Paz. Intitula-se «O Culto do Amadorismo». O título, como se costuma dizer, é todo um programa: entregue à multidão ignara - à geração YouTube, à geração Blogspot, à geração Wikipédia; no fundo, aos «macacos infinitos» -, a Internet está a arrasar com o mérito intelectual e artístico; a promover a ignorância e a boçalidade em larga escala; e a cultivar um narcisismo repulsivo em que milhões de alienados usam a rede para exporem os seus delírios."

"O problema, no fundo, está na ausência de filtro, capaz de separar a qualidade da mediocridade. Num jornal clássico, existe um editor; na televisão, existe um programador; nos meios de comunicação, existem profissionais que julgam e seleccionam. A Internet é uma selva epistemológica e moral que, acredita Keen, só será espaço frequentável quando os mecanismos de julgamento e selecção tradicionais forem exercidos por profissionais cibernéticos."

"Entendo o argumento de Keen. Mas é difícil concordar com o tom alarmista do autor. A Internet é um caos? Sem dúvida. Mas por cada vídeo idiota no YouTube, existem preciosidades musicais, históricas ou até filosóficas que seriam impensáveis há uma década. A melhor forma de enfrentar o «culto do amador» está em procurar, nas famílias ou nos amigos, nos livros ou nas escolas, o profissional em nós. Porque somos nós o verdadeiro «filtro» cibernético; os editores pessoais da informação que procuramos e recusamos; os programadores privados das imagens que nos inspiram ou repugnam."

"A Internet mata a cultura tradicional? Pelo contrário: a Internet exige-a como nunca."

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Numa edição anterior do Expresso, João Pereira Coutinho empunhava armas contra o que considerava:

"A guerra contra o cliché"

"Eu não sei se é possível escrever poesia depois de Auschwitz. Mas sei que transformar Auschwitz em poesia transporta um risco fatal: converter o horror em sentimentalismo e o sentimentalismo em cliché. Foi o que aconteceu com o 11 de Setembro de 2001. Ou, melhor, com o 11 de Setembro de 2006, que acompanhei na imprensa e nas televisões. Com um saco de enjoo ao lado. Foram artigos emocionais. Fotografias pretensamente épicas, acompanhadas por frases pretensamente profundas. As últimas palavras dos mortos para amigos ou familiares, expostas em público como se fossem propriedade colectiva. Sem falar dos repulsivos "documentários ficcionais" que transformam o drama em caricatura. Não sei se a roupa interior das vítimas teve direito a espiolhagem mediática, mas tudo é possível e, pior, tudo é provável. Esta orgia macabra de dor não é apenas a consagração «pop» de um acto imperdoável - uma verdadeira vitória para os fanáticos, subitamente promovidos a vilões de matiné. Transformar o 11 de Setembro em «videoclip» é também uma forma de lhe retirar dignidade trágica. A dignidade que só a memória e o silêncio são capazes de preservar".


Comentário:

João Pereira Coutinho, no primeiro artigo, tece loas à Internet e contesta o «pessimismo» de Andrew Keen, para quem a Internet «promove a ignorância e a boçalidade em larga escala». Coutinho considera que cada um de nós deve procurar em si mesmo, nos amigos, nos livros e nas escolas, o verdadeiro «filtro» cibernético, o editor que existe em cada um de nós, graças ao qual todos nós poderemos atravessar incólumes a selva epistemológica e moral de que fala Andrew Keen.

Mas como chama a atenção Michael Parenti, os «editores profissionais», os das televisões, os dos jornais, os dos livros, inclinam-se consistentemente em direcção a determinados interesses. Uma das tácticas preferidas deste «jornalismo» dá pelo nome de «Supressão pela Omissão»:

"Meios de comunicação que parecem à primeira vista sensacionalistas e intrusivos, são, na realidade, silenciosos e evasivos. Mais insidioso que o furo sensacionalista é a evasiva astuciosa. Histórias verdadeiramente sensacionais (que não sensacionalistas) são desvalorizadas e evitadas completamente. Às vezes, a supressão inclui não apenas detalhes vitais mas toda a história, mesmo aquelas mais importantes."

É será por isso que perante as controvérsias que na Internet têm envolvido os atentados do 11 de Setembro e o Holocausto Judeu, João Pereira Coutinho apela à nossa sensatez editorial, ao nosso filtro da «qualidade de informação», por forma a que a «boçalidade em larga escala» não se espraie irresponsavelmente, e que os delírios repulsivos de milhões de alienados não conspurquem «versões históricas» há muito adquiridas e cuja "dignidade só a memória e o silêncio serão capazes de preservar".

Conhecem o «teorema do macaco infinito»? Ou a proposição do João Pereira Coutinho?
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segunda-feira, junho 23, 2008

Propaganda de Guerra - a obsessão do jornal "The Daily Telegraph" pelo número 700 mil

No dia 22 de Março de 1916, ou seja durante a Primeira Guerra Mundial, o jornal britânico "The Daily Telegraph" publicava um artigo em que reivindicava falsamente que os alemães tinham assassinado 700,000 sérvios em câmaras de gás. No dia 25 de Junho de 1942, ou seja durante a Segunda Guerra Mundial, o mesmo jornal informou que os alemães tinham assassinado 700,000 judeus na Polónia em câmaras de gás.


The Daily Telegraph – 22 de Março de 1916

Atrocidades na Sérvia - 700,000 vítimas

«Os Governos Aliados obtiveram provas e documentos, que serão publicados em breve, que provam que a Áustria e a Bulgária foram culpadas de crimes horríveis na Sérvia, onde os massacres cometidos foram piores do que os perpetrados pela Turquia na Arménia.»

«O Governo Italiano publicou hoje o testemunho de dois prisioneiros italianos que fugiram da Áustria através da Sérvia, e que se refugiaram na Roménia. O que estes dois prisioneiros viram e tiveram conhecimento, contudo, não era nada comparado com as provas fornecidas pelos próprios sérvios, e comunicadas pelo Sr. Pasitch ao Governo Italiano e ao Papa. De acordo com informação fidedigna, as vítimas dos austríacos e dos búlgaros ultrapassaram as 700.000. Em todas as regiões, cidades e aldeias, a população foi reduzida com recurso a massacres. Mulheres, crianças e velhos foram encerrados em igrejas pelos austríacos, e esfaqueados com baionetas ou sufocados com recurso a gases asfixiantes. Numa igreja de Belgrado, 3.000 mulheres, crianças e velhos foram asfixiados dessa maneira.»

«Refugiados sérvios, sem estarem sob juramento, afirmaram que estiveram presentes quando foi feita uma distribuição de bombas e máquinas para a produção de gás asfixiante aos búlgaros pelos alemães e pelos austríacos, que ensinaram os búlgaros a forma de utilizar estes instrumentos para exterminar a população sérvia. Os búlgaros usaram este método em Nish, Pirot, Prizrend e Negotin, cujos habitantes morreram por asfixia. Meios semelhantes foram empregues pelos austríacos em várias partes do Montenegro.»



Vinte e seis anos depois:

The Daily Telegraph – 25 de Junho de 1942

Alemães matam 700,000 judeus na Polónia

«Câmaras de gás móveis - Mais de 700.000 judeus polacos foram chacinados pelos alemães no maior massacre da história mundial. Para além disso, tem sido levado a cabo um sistema de morte pela fome pelo qual, o número de mortos, como os próprios alemães admitem, atinge um número semelhante.»

«Os mais horríveis detalhes do assassínio em massa, mesmo a utilização de gás venenoso, são revelados num relatório enviado secretamente para o Sr. S. Zygielboim, representante judeu do Conselho Nacional Polaco em Londres, por um grupo operacional na Polónia.»



Comentário:

Em duas Guerras Mundiais, o mesmo jornal - "The Daily Telegraph" - repete quase textualmente a mesma notícia: o mesmo vilão - a Alemanha; a mesma arma - o gás; o mesmo número de vítimas – 700 mil. Apenas mudou a nacionalidade das últimas – Sérvios na Guerra de 1914-1918 e Judeus na Guerra de 1939-1945.

O Daily Telegraph faz questão de reaproveitar as matrizes de caracteres tipográficos das reportagens que compõe nas suas rotativas, mesmo vinte e seis anos depois.
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quarta-feira, junho 18, 2008

A «falsa» piscina de Auschwitz e a «falsa» sala de chuveiros de Dachau

A «falsa» piscina de Auschwitz


Marc Klein, professor de medicina na universidade de Estrasburgo e ex-prisioneiro em Auscwitz, menciona por duas vezes a piscina de Auschwitz (que ainda hoje existe) nas suas recordações do campo em 1947. Num artigo intitulado «Auschwitz I, Campo de Concentração» [Auschwitz I Stammlager] (De l'Universitè aux camps de concentration: Telmoignages strasbourgeois, Paris, les Belles-lettres, 1947, p. 453), Klein escreveu:

"As horas de trabalho eram alteradas aos Domingos e feriados, quando a maior parte dos kommandos [de trabalho] tinham tempo livre. A chamada era feita por volta do meio-dia; as tardes eram dedicadas ao descanso e à escolha de actividades culturais e desportivas. Partidas de futebol, basquetebol, e pólo aquático (numa piscina ao ar livre dentro do recinto dos prisioneiros) atraíam multidões de espectadores. Deve-se realçar que apenas os prisioneiros que estivessem em boa forma e bem alimentados, dispensados dos trabalhos mais duros, podiam participar neste jogos que recebiam os mais vigorosas aplausos dos outros prisioneiros".

Ao lado da piscina em Auschwitz I, encontra-se uma tabuleta com uma indicação em polaco, inglês e hebreu, um alerta com a intenção de lembrar ao visitante que a piscina era de facto um simples reservatório de água para os bombeiros. Diz o seguinte:

"Reservatório de água dos bombeiros construído sob a forma de uma piscina, provavelmente no princípio de 1944" [Fire brigade reservoir built in the form of a swimming pool, probably in early 1944].


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A «falsa» sala de chuveiros de Dachau

De 1945 a 1960 os meios de comunicação e os tribunais Aliados afirmaram que câmaras de gás homicidas tinham sido usadas em Dachau, Mauthausen e Hartheim. Aparentemente, não existiam falta de provas desse facto. Foi particularmente chamada a atenção para a "câmara de gás" de Dachau e para as suas vítimas.

Um dos dias mais decisivos do julgamento de Nuremberga foi aquele no qual a acusação exibiu um filme sobre os campos de concentração alemães. O horror supremo chegou com a "câmara de gás" de Dachau. O orador explicou o funcionamento do dispositivo que supostamente gaseou "provavelmente 100 pessoas de cada vez". É difícil exagerar o quanto a exibição desse filme influenciou a imaginação das pessoas, incluindo a maior parte dos acusados alemães. É provável que a exibição do filme em Nuremberga tenha sido um dos eventos que mais ajudaram a incitar a opinião pública contra os alemães.


Hoje, qualquer visitante da "câmara de gás" de Dachau pode ler num painel a seguinte frase em cinco línguas diferentes:


CÂMARA DE GÁS – disfarçada de "sala de chuveiros" – nunca foi usada como câmara de gás

A fotografia deste painel pode ser observada no site de "The Holocaust History Project" [O Projecto de História de Holocausto].


Comentário:

Não se percebe porque construiram os nazis uma câmara de gás em Dachau, disfarçando-a de sala de chuveiros e nunca a tendo utilizado como câmara de gás.

E também não se compreende porque razão construiram os nazis um reservatório de água para os bombeiros em Auschwitz, disfarçando-o de piscina equipada com uma prancha de saltos e nunca o tendo utilizado como reservatório de água para bombeiros.

Certos desígnios nazis parecem, de facto, insondáveis.
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segunda-feira, junho 16, 2008

Mário Lino brinda as Mota Engis com 40 mil milhões de euros

Miguel Sousa Tavares: «Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»


Diário Económico Online/Lusa - 20/05/2008:

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, afirmou estimar que o plano de investimento em infra-estruturas para os próximos dez anos vá aumentar o nível de actividade no sector da construção de sete para 11 mil milhões de euros por ano.

(...) Os projectos de investimento em grandes infra-estruturas lançados pelo Governo para os próximos 10 anos ascendem a quase 40 mil milhões de euros.

(...) "Estamos perante uma situação que é urgente mudar radicalmente e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar arduamente, afrontando muitas vezes incompreensões só justificáveis por preconceitos contra o que se tem, inapropriadamente designado por 'política do betão', e por obstáculos só justificáveis por quem põe interesses particulares, nomeadamente politico-partidários, à frente dos interesses do país", afirmou.



Comentário:

Quando um quinto dos portugueses (1,8 milhões) tem emprego precário, quando existem dois milhões de pobres em Portugal, quando se contam por várias centenas de milhares o número de desempregados no nosso país, «os mesmos de sempre» voltam a apostar em «obras» criminosamente inúteis e dispendiosas.
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quarta-feira, junho 11, 2008

Arábia Saudita - um Estado fantoche fabricado por Banqueiros Internacionais

Uma mulher é enterrada até à cintura para ser apedrejada até à morte

Como os Banqueiros Internacionais criaram um Estado fantoche chamado Arábia Saudita, possuidor dos mais vastos recursos petrolíferos do planeta, recorrendo a um agente britânico, Ibn Saud (donde o nome - Saudi Arabia) e à sua «irmandade», e implantando à força nesse território uma seita feudal implacável – o Wahabismo – por forma a acautelar qualquer tipo de sublevação popular que possa colocar em causa o estrito controlo do petróleo.

Sobre o Wahabismo, consultar o site islâmico «Wahabismo Exposto»:

«Wahabismo Exposto é um web site Islâmico independente, nossa principal intenção é, através da informação, mostrar a beleza, seriedade e compromisso com a justiça e paz que são intrinsecamente associados à Mensagem Islâmica. «Desmistificando falsas informações, trazendo a verdade à superfície e mostrando a falta de fundamentos islâmicos naquilo que indivíduos infiltrados dentro da Comunidade Islâmica (Ummah) tentam fazer crer e valer como correcto. Tais indivíduos são os Wahabis e todas as Seitas oriundas ou dos mesmos ou que se espelham no seu modus operandi de uma forma geral (Salafi, Neo-Salafi, Deobandi, etc...).»

«Nós convocamos a Comunidade Islâmica e a todos os interessados à realizar uma pesquisa intensa e uma reflexão sincera sobre o que se tem sido ensinado e defendido por esses elementos, actividades que eles levam por diante e têm-se associado ao Islão por aqueles que são mal informados ou mesmo aqueles que possuem interesses contrários ao Islão de uma forma ou de outra. Atitudes como a violência ofensiva, desrespeito à vida de inocentes, mal trato e desrespeito às mulheres, ofensas contra outras religiões, ganância, corrupção, hipocrisia, traição aos oprimidos, compromisso com o colonialismo e neo-imperialismo, ajuda com segundas intenções, criação de intrigas, todas são ligadas aos Wahabis e têm-se espalhado entre a Comunidade Islâmica através das acções dos mesmos e de seus pupilos, ambas atitudes que vem sendo incessantemente mostradas na TV e nas Revistas, que fazem que o Islão, uma Mensagem de Paz, Justiça e Amor, seja associada com Guerras criminosas, Injustiça e Ódio, além da truculência e falta de racionalidade defendidas por esses elementos. Certamente isso não é Islão, e devemos em um esforço conjunto livrar nossa Comunidade e o mundo de uma forma geral da influência e acção desses corruptores.»



Arábia Saudita - o estado fantoche dos Rothchild e dos Rockefeller


A maior parte do plano dos Banqueiros Internacionais para o século XX implicava a destruição do Império Otomano e dependia em boa parte do auxílio aos intriguistas Salafistas. Ainda mais importante era o papel desempenhado pelo estado fantoche da Arábia Saudita, que se veio a tornar o patrocinador do terrorismo salafista. Os sauditas viriam a tornar-se numa peça importante da estratégia para tornar o mundo dependente do petróleo controlado pelos Rockefeller, não apenas incrementando a procura e os lucros, mas aumentando o estrangulamento sobre os governos e as economias mundiais.

Tal como foi mostrado na obra «Os Rothchilds, Winston Churchill e a Solução Final» ("The Rothchilds, Winston Churchill and the Final Solution"), de Clifford Shack, nenhum assunto naval afectaria mais a política externa Britânica do que o debate crucial sobre se a Marinha Real deveria ou não ser convertida da propulsão a carvão para a propulsão a petróleo. O petróleo era não apenas superior ao carvão, mas também o ramo francês dos Rothschilds era, com os Rockefellers, os administradores supremos do negócio do petróleo, tendo formado um cartel mundial com a Standard Oil.

Muitos pensavam que tal conversão era pura estupidez, porque tal significaria que a Marinha não mais poderia contar com o seguro e protegido carvão Galês, mas teriam de depender de distantes e pouco seguros abastecimentos de petróleo da Pérsia, como o Irão era conhecido na altura.

A importância de garantir o fornecimento de petróleo à marinha britânica assumiu um papel central, já que o petróleo ainda não tinha sido descoberto nas suas possessões árabes no Golfo. Em Junho de 1914, Churchill apresentou uma lei que propunha que o governo britânico investisse numa companhia de petróleo, da qual adquiriram depois 51% da Anglo- Persian, que na realidade já era possuída em parte pelo governo britânico, e era financiada em parte pelo banco dos Rothschilds. A Grã Bretanha adquiriu a sua primeira concessão petrolífera, e manteve o seu envolvimento secreto. No Verão de 1914, a Marinha Britânica funcionava já totalmente a petróleo e o governo britânico já tinha assumido o papel de accionista maioritário na petrolífera Anglo-Persian. A companhia cresceu rapidamente, passando a denominar-se primeiro Anglo-Iranian, e finalmente British Petroleum, ou BP.

A Anglo-Persian não era a única companhia que fornecia petróleo à Inglaterra, como Churchill afirmou no Parlamento em 1913, "Não devemos ficar dependentes de nenhuma qualidade, de nenhum processo, de nenhum país, de nenhuma rota ou de nenhum campo. Segurança e certeza no petróleo assentam em variedade e variedade apenas". A Alemanha já se expandiu para a Turquia e para o sul da África. Mas, o movimento da Alemanha para leste já fora limitado pelo controlo britânico de importantes rotas marítimas. Portanto, a Alemanha chegou a acordo com o Império Otomano para a construção de uma linha de caminho de ferro de Berlim a Bagdade. Este acordo era especialmente alarmante, já que dava acesso directo à Alemanha ao petróleo do Médio Oriente, contornando o canal do Suez controlado pelos britânicos. A Grã-Bretanha já tinha impossibilitado o desenvolvimento da linha férrea até ao Golfo Pérsico ao concluir um acordo secreto com o clã Sabath, do Kuwait, outra família secretamente constituída por judeus, parentes dos sauditas através da tribo Anza, para estabelecer o Kuwait como um "protectorado britânico", portanto separando-o do Império Otomano.

(...) [Na estratégia contra o Império Otomano] a Inglaterra utilizou enganosamente a ajuda de Sharif Hussayn de Meca, que pertencia à dinastia Hashemita, descendentes do Profeta, que tradicionalmente administravam os dois locais sagrados de Meca e Medina. Sharif Hussayn era inicialmente aliado dos Otomanos e dos Alemães, mas ficou consternado pela crescente discriminação dos jovens turcos contra os não turcos do Império Otomano. Foi finalmente convencido pelos Britânicos que a sua ajuda seria recompensada com a criação de um império Árabe, abrangendo toda a área entre o Egipto e a Pérsia, com a excepção das possessões imperiais e interesses no Kuwait, Aden, e a costa Síria.

Contudo, de acordo com a perspicaz duplicidade que sempre caracterizou a sua política estrangeira, os britânicos ofereceram-lhe garantias contrárias aos planos que tinham em mente. Os Britânicos também renovaram a sua relação especial com a seita Wahabista, e com o seu chefe, Abdul Aziz ibn Saud. No seguimento do colapso da primeira revolta saudita às mãos de Mohammed Ali Pasha, o movimento Wahabista foi em grande parte reconstituído, mas disputas internas pela sucessão acabaram por dissolvê-lo em 1891. O pai de Ibn Saud, Abdul-Rahman, fugiu com a família para o Kuwait, deixando Riade sob a ocupação otomana. Em Janeiro de 1902, Ibn Saud chefiou uma incursão para recuperar o controlo de Riade.

Os Britânicos procuraram o apoio de Ibn Saud através da ajuda diplomática de "Abdullah" St. John Philby, que supostamente se convertera ao Islão Wahabista, embora também fosse um agente duplo nazi. Em 1915, os Britânicos assinaram com Ibn Saud um "tratado de amizade e cooperação", que seria apoiado com financiamento britânico. Em 1917, o governante saudita estava a receber cinco mil libras por mês.

Por instigação de Lawrence da Arábia, Faisal, o filho de Hussayn, comandou a revolta árabe contra os otomanos. Faisal tomou Damasco em 1918. Cinco dias depois da conquista de Damasco pelas forças de Faisal, entrou em vigor um armistício com o império otomano. O governo otomano colapsou completamente, e o império foi dividido entre as potências vitoriosas. A França e a Grã-Bretanha obtiveram o controlo da maior parte do Médio Oriente enquanto à Itália e à Grécia foi-lhes dado grande parte da Anatólia.

O povo turco recusou aceitar este pacto, contudo, e sob o comando de Mustafa Kemal Ataturk (na foto), o remanescente do movimento dos jovens turcos formou um governo em Ankara, e criou um exército que forçou os gregos e os italianos a sair da Anatólia, enquanto os britânicos e franceses recusaram intervir. Em Salónica, na Grécia, o centro da franco-maçonaria turca, e do movimento dos jovens turcos, muitos judeus alegaram que Ataturk era um «convertido» [Doenmeh], da comunidade de judeus secreta descendentes dos seguidores do falso Messias Shabbetai Zevi que se converteu ao Islão. E em 1923, quando a República da Turquia foi fundada, foi Ataturk quem foi eleito o primeiro presidente da república. Então, em 1924, o califado islâmico foi formalmente abolido, chegando ao fim treze séculos de lei islâmica.

A vitória das forças aliadas contra os turcos otomanos marcaram o princípio do fim da Primeira Guerra Mundial, e as potências centrais renderam-se uma a uma, assinando um armistício a 11 de Novembro de 1918. No fim da guerra, Faisal continuou o seu avanço, e acabou por tomar o que é hoje a Jordânia, grande parte da península arábica e partes do sul da Síria. Contudo, sem conhecimento de Hussayn, os britânicos negociaram secretamente o pacto Sykes-Picot, para dividir o Médio Oriente de acordo com os termos redigidos pelos Rothschild. Divisões arbitrárias foram criadas, existindo muitas delas ainda hoje, incluindo a criação da Síria e do Líbano como protectorados franceses. Hussayn foi traído, e conseguiu apenas o domínio do Iraque, o qual, com a Transjordânia e o Kuwait, eram efectivamente entidades britânicas, tal como a Palestina, o que foi acordado com os sionistas.

O mandato para a Palestina foi delineado por Felix Frankfurter, o proeminente sionista americano, que mais tarde se tornou conselheiro chefe do Presidente Roosevelt na Casa Branca, e também do Supremo Tribunal de Justiça dos Estados Unidos, e ajudou a fundar a União das Liberdades Civis Americanas (ACLU).

Com a desculpa de que faltava disciplina aos combatentes de Hussayn para manter a região, os britânicos deram apoio ao seu agente Ibn Saud (na foto). Por isso, depois da Primeira Guerra Mundial, com o colapso do império otomano, e com o apoio britânico, Ibn Saud e a sua «irmandade», as tropas de choque do Wahabismo, partiram para a conquista da totalidade da península arábica. Como foi descrito por Algar, no wahabismo: Um Ensaio Fundamental:

«Longe de ter sido um processo espontâneo e autónomo, a propagação do controlo saudita através da península arábica deve antes ser situada na reconfiguração geral do Médio Oriente que estava então em marcha, em grande parte sob os caridosos auspícios dos britânicos, sempre generosos com as terras que não são suas. Seguiu o mesmo padrão da divisão das terras árabes do Crescente Fértil em unidades artificiais; a implantação do sionismo na Palestina sob a protecção do mandato britânico; o estabelecimento da República Turca "secular", e a subida da dinastia Pahvi no Irão

A conquista Wahabista da peninsula arábica, contudo, teve um custo de 400,000 mortos e feridos. Cidades como Taif, Burayda e al Hufa sofreram todas massacres perpetrados por Ibn Saud. É afirmado que os governadores de várias províncias nomeadas por Ibn Saud levaram a cabo 40,000 execuções públicas e 350,000 amputações. O primo de Ibn Saud, Abdullah ibn Musallim ibn Jilawi, o mais brutal da família, atacou a população Xiita, executando milhares de pessoas.

Não obstante, depois de uma visita à recém conquistada península arábica, Rashid Rida publicou um livro elogiando Ibn Saud como o salvador dos lugares santos, um praticante da verdadeira lei islâmica e, dois anos mais tarde, uma antologia das teses Wahabistas. No fim de contas, o salafismo e o wahabismo partilhavam princípios fundamentais. Antes de tudo, um desdém por todos os desenvolvimentos no Islão subsequentes às duas primeiras gerações de muçulmanos, o repúdio do sufismo, a não participação em nenhuma escola do pensamento islâmico (Madhhabs), ou em nenhuma das quatro escolas seguidas pelo Islão Sunita.

Por volta de 1924, os Wahabistas, através do incitamento de "Abdullah" Philby (na foto), reconquistaram Meca, e expulsaram os hashemitas. Seguiram-se protestos contra o vandalismo Wahabista e a crueldade campeou através do mundo muçulmano, mas em 1926, Ibn Saud convocou uma conferência internacional para ratificar o seu domínio sobre Haramayn. E, finalmente, em 1932, o Reino da Arábia Saudita foi oficialmente criado, com o encorajamento britânico. Mesmo muito antes de se tornar rei, o monarca inglês nomeado cavaleiro Ibn Saud, recebeu a Ordem de Bath, uma ordem de cavalaria fundada por Jorge I, o neto de Frederico Eleitor do Palatinado, e a mais alta honra concedida aos não pertencentes à Família Real.

Com a ajuda de Jack Philby, Allen Dulles, um expresidente do Council on Foreign Relations (CFR), que mais tarde viria a ser director da CIA, então a trabalhar para a fima de Sullivan e Cromwell, ajudou as companhias de petróleo de Rockefeller a conquistar a Arábia Saudita, que se tornaria no maior recurso petrolífero do planeta, responsável por quase metade da produção total de petróleo. Em 1933, os sauditas garantiram concessões de petróleo à California Arabian Standard Oil Company (CASOC), empresa afiliada da Standard Oil da California, (Socal, hoje Chevron), dirigida por John D. Rockefeller Jr., um dos membros fundadores do Council on Foreign Relations (CFR).

Em 1936, a Socal e a Texas Oil Company criaram uma sociedade, que mais tarde se iria chamar Aramco, ou a Arabian-American Oil Company. À Socal e à Texaco foram acrescentadas a Standard de New Jersey e a Socony-Vacuum, as predecessoras da Exxon Móbil. Os parceiros da Aramco, Junto com a British Petroleum (BP), a Royal Dutch Shell, e a Gulf Oil uniram-se num cartel para controlar o preço do petróleo, conhecido colectivamente como as Sete Irmãs. Com a família real saudita, elas controlam as maiores reservas de petróleo do mundo.

Em 1945, Roosevelt encontrou-se com Ibn Saud a bordo do navio USS Quincy no Egipto, para formar uma importante aliança económica entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita. Roosevelt agiu de acordo com o conselho de Harold Ickes, então o coordenador do petróleo para a defesa nacional, e um Departamento de Estado que em Dezembro de 1942 realçou, "É nossa firme convicção que o desenvolvimento dos recursos petrolíferos da Arábia Saudita devem ser vistos à luz do amplo interesse nacional". Os sauditas, contudo, seriam incapazes de ceder ao pedido de Roosevelt para aprovar um incremento da colonização judaica da Palestina, devido à tarefa precária que os sauditas se atribuíram a si próprios de fingir defender o Islão, apesar de apoiarem os interesses americanos na região, e travar o resto do mundo árabe de empreenderem acções de agressão contra Israel. Sob as condições que foram estipuladas, seria permitida a entrada ao pessoal técnico e militar americano na Arábia Saudita. Uma base aérea militar norte-americana foi construída em Dharan em 1946. A Inglaterra, contudo, manteve a maior responsabilidade de manter os interesses ocidentais por mais uma década. Em troca, os sauditas declararam guerra às potências do Eixo, fazendo-o um mês depois do encontro com Roosevelt, e foi-lhes permitido serem incluídos na conferência da fundação das nações Unidas.
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quinta-feira, junho 05, 2008

Arno J. Mayer - As fontes de informação para a investigação das câmaras de gás são simultaneamente raras e não fiáveis

Arno J. Mayer é Professor de História Europeia na Universidade de Princeton (EUA) e especializou-se na história diplomática do século XX. Arno nasceu numa família judaica luxemburguesa em 1926; o seu pai era sionista. Fugindo da sua terra natal em Maio de 1940, a família conseguiu ficar um passo à frente dos invasores alemães, conseguindo chegar ao Norte de África, depois Lisboa, e finalmente os Estados Unidos. Os seus avós maternos foram enviados para Theresienstadt; o avô morreu lá mas a avó sobreviveu.

Em 1988 Arno J. Mayer publica o livro «Porque não escurecem os Céus? A 'Solução Final' na História» [Why Did the Heavens Not Darken? The 'Final Solution' in History - by Arno J. Mayer, New York: Pantheon, 1988, Hb., 492 pages].


Arno J. Mayer afirma no livro que acredita que existia uma política para o extermínio de Judeus e que as câmaras de gás homicidas eram uma realidade, mas ao mesmo tempo faz obervações com as quais muitos revisionistas concordariam:

"As fontes de informação para a investigação das câmaras de gás são simultaneamente raras e não fiáveis ... ninguém nega as muitas contradições, ambiguidades, e erros nas fontes de informação existentes." (p. 362)
["Sources for the study of the gas chambers are at once rare and unreliable ... there is no denying the many contradictions, ambiguities, and errors in the existing sources."]


"A maior parte do que se sabe [sobre as câmaras de gás] é baseado em depoimentos de oficiais nazis e carrascos em julgamentos no pós-guerra e na memória de sobreviventes e espectadores. Este testemunho deve ser filtrado cuidadosamente, uma vez que pode ser influenciado por factores subjectivos de grande complexidade." (p. 362-363)
["Most of what is known is based on the depositions of Nazi officials and executioners at postwar trials and on the memory of survivors and bystanders. This testimony must be screened carefully, since it can be influenced by subjective factors of great complexity."]


"Não se pode negar a existência de muitas contradições, ambiguidades, e erros nas fontes de informação existentes [sobre as câmaras de gás]." (p. 363)
["there is no denying the many contradictions, ambiguities, and errors in the existing sources".]


"De 1942 a 1945, certamente em Auschwitz, mas provavelmente por todo o lado, foram mortos mais judeus pelas chamadas causas 'naturais' do que pelas não 'naturais'." (p. 365)
["from 1942 to 1945, certainly at Auschwitz, but probably overall, more Jews were killed by so-called 'natural' causes than by 'unnatural' ones"]


O livro de Arno Mayer desencadeou algumas reacções muito desfavoráveis. Daniel Jonah Goldhagen de Harvard, num artigo intitulado "Falsa Testemunha" (False Witness), acusa Mayer de falsificação, distorção, revisionismo e de ter criado uma chalaça da memória e da história.

Ora, este mesmo Daniel Jonah Goldhagen foi um dos mais acérrimos defensores de Benjamin Wilkomirski autor do livro «Fragments». «Fragments» foi acolhido por muitos como um clássico da literatura do Holocausto. Foi traduzido numa dúzia de idiomas e ganhou o Jewish National Book Award, o prémio do Jewish Quarterly, e o prémio Mémoire de la Shoah. Wilkomirski, vedeta dos documentários televisivos, convidado de conferências e seminários sobre o Holocausto, angariador de fundos para o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, depressa se tornou cabeça de cartaz do Holocausto.

Aclamando «Fragments» como uma «pequena obra-de-arte», Daniel Goldhagen foi o principal defensor de Wilkomirski nos meios académicos. No entanto, historiadores reconhecidos como Raul Hilberg cedo denunciaram o livro como embuste. Hilberg também colocou as perguntas que se impunham depois de o denunciar: «Como pôde este livro passar por relato autobiográfico aos olhos de várias editoras? Como pode ter valido ao Sr. Wilkomirski convites do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, assim como de universidades famosas? Como é possível não termos um controlo de qualidade decente, quando se trata da avaliação do material sobre o Holocausto que está por editar?»

Meio charlatão, meio louco, Wilkomirski passou toda a guerra na Suíça. Nem sequer é judeu. Em Outubro de 1999, o editor alemão de Wilkomirski retirou «Fragments» do mercado, reconhecendo publicamente por fim que não se tratava de um órfão judeu, mas de um indivíduo nascido na Suíça e chamado Bruno Doessekker.


Comentário:

O cientista político e escritor Daniel Jonah Goldhagen está descontrolado e não sabe o que diz.

Por um lado, defende com unhas e dentes um mentiroso como Wilkomirski que nunca pôs os pés num campo de concentração. Por outro, ataca ferozmente Arno J. Mayer por este afirmar que "as fontes de informação para a investigação das câmaras de gás são simultaneamente raras e não fiáveis" ... e que "ninguém nega as muitas contradições, ambiguidades, e erros nas fontes de informação existentes"”.

Se dúvidas houvesse, Wilkomirski seria uma boa prova das dúvidas de Mayer.
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terça-feira, junho 03, 2008

Como se lança um concurso para um TGV no valor de 1.450 milhões de euros no começo de um Europeu de Futebol

Enquanto as televisões apontam as suas câmaras para a carreira da selecção nacional de futebol no Euro 2008, o governo aproveita para lançar elefantes brancos abjectamente dispendiosos e inúteis que vão endividar o país por gerações:



Media Manipulation (Wikipedia):

Manipulação Mediática consiste num tipo de relações públicas no qual os políticos criam uma imagem ou uma argumentação que favorece os seus interesses particulares. Tais tácticas incluem o uso de falácias lógicas e técnicas de propaganda, e envolvem muitas vezes a supressão de informação ou pontos de vista, induzindo outras pessoas ou grupos de pessoas a parar de ouvir determinados argumentos, ou simplesmente desviando-lhes a atenção para outro lado.

Desvio de atenções graças a um acontecimento especial (Distraction by phenomenon): é uma estratégia arriscada mas efectiva pela qual o público pode ser distraído por longos períodos de um assunto importante por outro assunto que ocupa mais tempo nos meios de comunicação. Quando a estratégia resulta, pode-se ter uma guerra ou outro evento mediático desviando a atenção de comportamentos reprováveis ou de menor honestidade por parte dos líderes.





Miguel Sousa Tavares (Expresso 07/01/2006)

«Todos vimos nas faustosas cerimónias de apresentação dos projectos [Ota e TGV], [...] os empresários de obras públicas e os banqueiros que irão cobrar um terço dos custos em juros dos empréstimos. Vai chegar para todos e vai custar caro, muito caro, aos restantes portugueses. O grande dinheiro agradece e aproveita.»

«Lá dentro, no «inner circle» do poder - político, económico, financeiro, há grandes jogadas feitas na sombra, como nas salas reservadas dos casinos. Se olharmos com atenção, veremos que são mais ou menos os mesmos de sempre.»
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segunda-feira, junho 02, 2008

Quem tem nas mãos o monopólio do poder financeiro mundial?

Henry Ford (1863 – 1947) foi o americano fundador da Ford Motor Campany e pai das modernas linhas de montagem e da produção em massa. O seu automóvel Modelo T revolucionou o transporte e a indústria americana. Ford foi um inventor prolífico e registou 161 patentes. Na qualidade de dono da Companhia Ford tornou-se um dos homens mais ricos e mais conhecidos do mundo.

Em 1918, Ford comprou um pouco conhecido semanário: «The Dearborn Independent». No princípio dos anos 20 este semanário publicou um conjunto de quatro volumes de artigos considerados anti-judaicos, cumulativamente intitulados «O Judeu Internacional» - «The International Jew».

Segue-se um excerto do primeiro artigo [The Dearborn Independent, 22 Maio de 1920]:

Existe no mundo de hoje, ao que tudo indica, uma força financeira centralizada que está a levar a cabo um jogo gigantesco e secretamente organizado, tendo o mundo como tabuleiro e o controlo universal como aposta. As populações dos países civilizados perderam toda a confiança na explicação de que «as condições económicas» são responsáveis por todas as mudanças que ocorrem. Sob a camuflagem da «lei económica» muitíssimos fenómenos foram justificados, os quais não se deveram a nenhuma lei económica a não ser a do desejo egoísta humano operado por meia dúzia de homens que têm o objectivo e o poder de trabalhar a uma vasta escala com nações como vassalas.

Embora qualquer coisa possa ser nacional, hoje ninguém acredita que a finança seja nacional. Ninguém acredita hoje que a finança internacional esteja em competição. Existem algumas instituições bancárias independentes, mas poucas verdadeiramente autónomas. Os grandes senhores, os poucos cujos espíritos abarcam claramente o plano em toda a sua extensão, controlam numerosos bancos e companhias fiduciárias, e um é usado para isto e outro usado para aquilo, mas não existe antagonismo entre eles, não sancionam os métodos uns dos outros, não há competição nos interesses do mundo dos negócios. Existe tanta concordância nas políticas das principais instituições bancárias de cada país como existe nas várias secções do Serviço Postal dos Estados Unidos – e pela mesma razão, são operadas pelas mesmas fontes e com os mesmos objectivos.

Imediatamente antes da Primeira Grande Guerra, a Alemanha comprou maciçamente algodão na América e grandes quantidades desse produto foram exportadas. Quando a Guerra chegou, a propriedade das enormes quantidades de algodão mudou, de um dia para o outro, de nomes Judeus em Hamburgo para nomes Judeus em Londres. Em pouco tempo o algodão começou-se a vender em Inglaterra a um preço inferior ao que era vendido nos Estados Unidos, o que teve como consequência baixar o preço do algodão na América. Quando os preços desceram o suficiente, o algodão foi todo adquirido por compradores já preparados de antemão, e então os preços subiram novamente para valores elevados. Entretanto, os mesmos poderes que tinham engendrado o, aparentemente sem motivo, fortalecimento e enfraquecimento do mercado do algodão, utilizaram a Alemanha como fonte de mão-de-obra barata. Alguns grupos controlam o algodão, emprestam-no à Alemanha para ser manufacturado, deixam lá uma pequena quantidade como pagamento pelo trabalho utilizado, e depois lucram na totalidade do mundo com a mentira de que o "algodão está escasso". E quando, refazendo o percurso de todos estes métodos anti-sociais e extraordinariamente injustos até à sua fonte, e se chega à conclusão que todas as partes responsáveis têm todas uma característica comum, será de espantar que o aviso vindo do outro lado do mar – "Esperem até a América despertar para a realidade Judia" – tem um novo significado?

Certamente, as razões económicas já não conseguem explicar as condições em que o mundo se encontra hoje em dia. Nem sequer a explicação usual da "crueldade do capital". O capital tem-se esforçado como nunca para ir ao encontro das exigências do trabalho, e o trabalho chegou ao extremo de obrigar o capital a novas concessões – mas qual é a vantagem para cada um deles? O trabalho tem até agora acreditado que o capital era o céu por cima dele, e tem feito o céu recuar, mas vejam, existe um céu ainda mais alto que nem o capital nem o trabalho se deram conta nas suas lutas um com o outro. Esse céu ainda não recuou até agora.

Aquilo a que chamamos capital aqui na América é normalmente dinheiro usado na produção, e referimo-nos de forma errada ao fabricante, ao gerente do trabalho, ao fornecedor de ferramentas e empregos – referimo-nos a ele como o “capitalista”. Mas não. Ele não é o capitalista no verdadeiro sentido do termo. Porque, ele próprio tem de ir ao capitalista pedir o dinheiro que precisa para financiar os seus projectos. Existe um poder acima dele – um poder que o trata muito mais duramente e o controla de uma maneira mais implacável que ele alguma vez se atreveria a fazer com o trabalho. Essa, na verdade, é uma das tragédias dos nossos tempos, que o "trabalho" e o "capital" lutem um com o outro, quando as condições contra as quais cada um deles protesta, e com as quais cada um deles sofre, não está ao seu alcance o poder para o remediar, a não ser que arranjassem uma forma de arrancar à força o controlo mundial de um grupo de financeiros internacionais que forjam e controlam estas condições.

Existe um super-capitalismo que é totalmente sustentado pela ficção de que o ouro é riqueza. Existe um super-governo que não é aliado de governo nenhum, que é independente de todos eles, e que, no entanto, tem as suas mãos em todos eles. Existe uma raça, uma parte da humanidade, que ainda nunca foi recebida como uma parte bem-vinda, e que teve sucesso em alcandorar-se a um lugar de poder que a mais orgulhosa raça de gentios nunca reivindicou – nem sequer em Roma nos tempos do seu mais poder orgulhoso. Há uma convicção crescente nos homens de todo o mundo de que a questão laboral, a questão dos salários e a questão da terra não pode ser solucionada antes deste assunto de um governo super-capitalista internacional estar resolvido.

"Os despojos pertencem ao vencedor" diz um velho ditado. E, de certo modo, é verdade que se todo este poder de controlo foi adquirido e mantido por uns poucos homens de raça judia, então ou eles são super-homens contra quem é inútil resistir, ou são homens comuns a quem o resto do mundo tem permitido obter um grau de poder indevido e perigoso. A não ser que os Judeus sejam super-homens, os Gentios devem culpar-se a si mesmos pelo que tem sucedido, e devem procurar uma rectificação com uma análise da situação e um exame justo das experiências de outros países.


O que é que poderá ter levado a um homem como Henry Ford a acreditar na existência de uma conspiração mundial Judaica? Ford culpou os financeiros Judeus por terem fomentado a Primeira Guerra Mundial. Contratou ex-investigadores de serviços de informações militares para juntarem provas que provassem que os Judeus controlavam a finança mundial, que organizações Judaicas manipulavam a diplomacia para causar guerras que matavam cristãos e que enriqueciam os Judeus, etc.

Curiosamente, Eça de Queirós, quarenta anos antes de Henry Ford, sugere também uma suspeita de conspiração Judaica ao mais alto nível:


Eça de Queirós

Cartas de Inglaterra 1877-1882

O motivo do furor anti-semítico é simplesmente a crescente prosperidade da colónia judaica, colónia relativamente pequena, apenas composta de quatrocentos mil judeus; mas que pela sua actividade, a sua pertinácia, a sua disciplina, está fazendo uma concorrência triunfante à burguesia alemã.

A alta finança e o pequeno comércio estão-lhe igualmente nas mãos: é o judeu que empresta aos estados e aos príncipes, é a ele que o pequeno proprietário hipoteca as terras. Nas profissões liberais absorve tudo: é ele o advogado com mais causas e o médico com mais clientela: se na mesma rua há dois tendeiros, um alemão e outro judeu, o filho da Germânia ao fim do ano está falido, o filho de Israel tem carruagem! Isto tornou-se mais frisante depois da guerra: e o bom alemão não pode tolerar este espectáculo do judeu engordando, enriquecendo, reluzindo, enquanto ele, carregado de louros, tem de emigrar para a América à busca de pão.

Mas o pior ainda na Alemanha é o hábil plano com que fortificam a sua prosperidade e garantem o luxo, tão hábil que tem um sabor de conspiração: na Alemanha, o judeu, lentamente, surdamente, tem-se apoderado das duas grandes forças sociais – a Bolsa e imprensa. Quase todas as grandes casas bancárias da Alemanha, quase todos os grandes jornais, estão na posse do semita. Assim, torna-se inatacável. De modo que não só expulsa o alemão das profissões liberais, o humilha com a sua opulência rutilante e o traz dependente pelo capital; mas, injúria suprema, pela voz dos seus jornais, ordena-lhe o que há-de fazer, o que há-de pensar, como se há-de governar e com que se há-de bater!

Tudo isto ainda seria suportável se o judeu se fundisse com a raça indígena. Mas não. O mundo judeu conserva-se isolado, compacto, inacessível e impenetrável. As muralhas formidáveis do Templo de Salomão, que foram arrasadas, continuam a pôr em torno dele um obstáculo de cidadelas. Dentro de Berlim há uma verdadeira Jerusalém inexpugnável: aí se refugiam com o seu Deus, o seu livro, os seus costumes, o seu Sabbath, a sua língua, o seu orgulho, a sua secura, gozando o ouro e desprezando o cristão. Invadem a sociedade alemã, querem lá brilhar e dominar, mas não permitem que o alemão meta sequer o bico do sapato dentro da sociedade judaica.

Só casam entre si; entre si, ajudam-se regiamente, dando-se uns aos outros milhões – mas não favoreceriam com um troco um alemão esfomeado; e põem um orgulho, um coquetismo insolente em se diferençar do resto da nação em tudo, desde a maneira de pensar até à maneira de vestir. Naturalmente, um exclusivismo tão acentuado é interpretado como hostilidade – e pago com ódio.»



Comentário:

Tudo isto nos leva a pensar duas vezes nas palavras do senador e candidato a presidente norte-americano Barry Morris Goldwater (1909 – 1998) - (Barry Goldwater, With No Apologies, page 231):

"Uma organização em mãos privadas, a Reserva Federal (banco central norte-americano) não tem nada a ver com os Estados Unidos."

"A maior parte dos americanos não compreende de todo a actividade dos agiotas internacionais. Os banqueiros preferem assim. Nós reconhecemos de uma forma bastante vaga que os Rothschildse e os Warburgs da Europa e as casas de J. P. Morgan, Kuhn, Loeb e Companhia, Schiff, Lehman e Rockefeller possuem e controlam uma imensa riqueza. A forma como adquiriram este enorme poder financeiro e o empregam é um mistério para a maior parte de nós. Os banqueiros internacionais ganham dinheiro concedendo crédito aos governos. Quanto maior a dívida do Estado político, maiores são os juros recebidos pelos credores. Os bancos nacionais da Europa são na realidade possuídos e controlados por interesses privados."

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