quinta-feira, maio 31, 2012

Para Christine Lagarde, directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), só há duas coisas importantes na vida: os impostos… e a respectiva colecta...



A carismática Lagarde (na foto com uma barba de três dias)

Christine Lagarde, dona de um corpo atlético e de um rosto que uma natureza madrasta não quis favorecer, costuma optar por guarda-roupas em tom pastel e é amante das grifes francesas. Christine é facilmente vista com bolsas Hermès, sapatos Louboutin, vestidos e tweeds Chanel, e é cliente habitual da Dior.

A directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde tem um rendimento anual de 380 889 euros [323 257 euros de salário, ao qual acrescem as despesas de representação no valor de 57 889 euros], ou seja, 31 740 euros mensais. O seu estatuto de funcionária internacional permite-lhe não pagar impostos nenhuns.



Guardian: Quando analisa as contas gregas e exige medidas que sabe podem significar que as mulheres não terão acesso à assistência no parto, que os doentes deixam de poder aceder a medicamentos que lhes salvam a vida, e que os idosos vão morrer sozinhos por falta de cuidados - deixa de pensar em tudo isso e concentra-se nas contas?

Christine Lagarde: Não, penso sobretudo nas crianças da escola de uma pequena aldeia no Níger, que apenas têm duas horas de escola por dia e que partilham, cada três, uma cadeira, felizes por estar a aprender. Tenho-as no meu pensamento o tempo todo. Porque acho que elas precisam ainda mais do que as pessoas em Atenas. [...] Sabe que mais? No que diz respeito a Atenas, eu também penso naquelas pessoas que estão sempre a tentar fugir aos impostos.

Guardian: E pensa mais nesses do que naqueles que estão a lutar pela sua sobrevivência, sem emprego nem serviços públicos?

Christine Lagarde: Penso em todos por igual. E acho também que todos têm que se ajudar colectivamente. [...] Pagando os seus impostos. Sim.

Guardian: E os filhos deles, que não podem ser responsabilizados?

Christine Lagarde: Bem, os pais deles são responsáveis, certo? Por isso devem pagar os seus impostos.



Crianças gregas com fome


Comentário

Christine Lagarde, quando confrontada com a situação que a instituição para a qual trabalha, o FMI, criou na Grécia, utilizou inteligentemente o problema escolar das crianças no Níger para relativizar o drama social e humano em que a Grécia se encontra.

Evidentemente que se Christine Lagarde fosse confrontada pelo Guardian sobre o problema escolar das crianças no Níger, a directora do Fundo Monetário Internacional relativizaria provavelmente desta maneira:

Guardian: Quando analisa as contas nigerianas e exige medidas que sabe poderem significar que as crianças desse país, embora felizes por aprender, podem ter de reduzir o período de aulas para apenas meia-hora por dia e que os bancos da escola vão ter de ser presumivelmente partilhados por oito alunos - deixa de pensar em tudo isso e concentra-se nas contas?

Christine Lagarde: Não, penso sobretudo nas crianças-soldado que lutam em guerras e conflitos armados no Uganda, na Libéria, na República Democrática do Congo e no Sudão, e cuja vida é dura e perigosa, pois precisam de transportar explosivos e aprender a manejar pistolas, espingardas e metralhadoras. Penso também nas meninas desses países que frequentemente são obrigadas a satisfazer os desejos sexuais de soldados nos acampamentos. Penso nos miúdos que são obrigados, sob pena de morte, a assassinar amigos e membros da própria família. Penso nos garotos a serem doutrinadas para matar e obedecer sob a influência de drogas e bebida alcoólica. Tenho-os no meu pensamento o tempo todo, porque acho que eles precisam ainda mais do que as crianças do Níger. [...] E sabe que mais? No que diz respeito ao Níger, eu também penso naquelas pessoas que estão sempre a tentar fugir aos impostos.

Guardian: E pensa mais nessas pessoas do Níger que estão sempre a tentar fugir aos impostos, do que nos miúdos nigerianos que estão a lutar por mais horas de aulas e por bancos mais compridos ou carteiras individuais?

Christine Lagarde: Penso em todos por igual. E acho também que todos têm que se ajudar colectivamente. [...] Pagando os seus impostos. Sim.

Guardian: E os filhos desses pais nigerianos, que não podem ser responsabilizados?

Christine Lagarde: Bem, os pais deles são responsáveis, certo? Por isso devem pagar os seus impostos.



Jovem aluno do Níger numa sala de aula sem quaisquer condições


E se a entrevista se prolongasse e Christine Lagarde fosse confrontada pelo Guardian sobre o problema das crianças-soldado que lutam em guerras e conflitos armados no Uganda, na Libéria, na República Democrática do Congo e no Sudão, a mulher-homem Lagarde talvez abordasse o assunto da seguinte forma:

Guardian: Quando analisa as contas do Uganda, da Libéria, da República Democrática do Congo e do Sudão e exige medidas que sabe poderem significar que as crianças-soldado desses países tivessem de matar, não apenas os amigos e a família mais chegada, mas fossem também obrigados a assassinar as famílias desses amigos e sua própria família mais alargada (primos em 3º grau, tios-avós, sobrinhos afastados, etc.), - deixa de pensar em tudo isso e concentra-se nas contas?

Christine Lagarde: Não, partindo do princípio que existiu de facto um holocausto judeu, e estou bastante inclinada a acreditar nisso, penso sobretudo nas crianças judias que foram levadas directamente para as câmaras de gás. Tenho-as no meu pensamento o tempo todo. Porque acho que elas precisavam ainda mais do que as crianças-soldado do Uganda, da Libéria, da República Democrática do Congo e do Sudão. [...] Sabe que mais? No que diz respeito ao Uganda, à Libéria, à República Democrática do Congo e ao Sudão, eu também penso naquelas pessoas que estão sempre a tentar fugir aos impostos.

Guardian: E pensa mais nessas pessoas do Uganda, da Libéria, da República Democrática do Congo e do Sudão que estão sempre a tentar fugir aos impostos, do que nas crianças-soldado que estão a lutar por deixar de ser escravos sexuais e assassinos e a tentar levar uma infância normal?

Christine Lagarde: Penso em todos por igual. E acho também que todos têm que se ajudar colectivamente. [...] Pagando os seus impostos. Sim.

Guardian: E os filhos desses pais ugandeses, liberianos, congoleses e sudaneses, que não podem ser responsabilizados?

Christine Lagarde: Bem, os pais deles são responsáveis, certo? Por isso devem pagar os seus impostos.



Criança-soldado algures no Uganda, na Libéria, no Congo ou no Sudão


E a entrevista a madame Lagarde poderia continuar indefinidamente...

segunda-feira, maio 28, 2012

PPPs - Quando a corrupção política e o roubo à escala nacional fazem lei




Para calar de vez um país inteiro que não pára de exigir a renegociação dos contratos das Parcerias Público Privadas (PPPs), o Governo publicou o Decreto-Lei n.º 111/2012 de 23 de Maio, que garante ad eternum lucros fabulosos às partes privadas das «parcerias». Muitos destes contratos, considerados chocantes e desumanos pelo juiz jubilado do Tribunal de Contas, Carlos Moreno, possuem cláusulas blindadas e têm taxas de rentabilidade para os privados entre os 8 e os 13 por cento – sempre garantidos, faça chuva, faça sol.

O Decreto-Lei n.º 111/2012, de 23 de Maio, que tem por objecto a definição de normas gerais aplicáveis à intervenção do Estado na definição, concepção, preparação, lançamento, adjudicação, alteração, fiscalização e acompanhamento global das parcerias público-privadas determina que "da aplicação do presente diploma não podem resultar alterações aos contratos de parcerias já celebrados, ou derrogações [anulações] das regras neles estabelecidas, nem modificações a procedimentos de parceria lançados até à data da sua entrada em vigor."


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Um dia antes da publicação deste Decreto-Lei, o Professor Universitário Paulo Morais escrevia premonitoriamente o seguinte:

O povo é que paga


Paulo Morais, Professor Universitário



Os contratos das parcerias público-privadas são negócios ruinosos para o Estado. É hoje evidente que os valores pagos pelas PPP têm de ser brutalmente reduzidos. Não se entende por isso a inacção do governo e do Parlamento, que permitem que continue a sangria de verbas que jorram, sem controlo, dos cofres do Estado para os bolsos dos concessionários.

Ao longo de anos, sucessivos governos assinaram contratos em que garantiram rentabilidades milionárias para os concessionários. Ao mesmo tempo, colocaram todos os riscos do negócio do lado do Estado. Se não há trânsito nas Scut, é mesmo assim devida uma taxa de disponibilidade diária, garantida pelo ex-secretário de Estado Paulo Campos aos privados. Se as taxas de juro sofrem variações, o Estado indemniza, como aconteceu com a ponte Vasco da Gama, com compensações da ordem das dezenas de milhões.

Em suma, em qualquer circunstância... os concessionários ganham e o povo paga.

Neste cenário, a paralisia do governo é angustiante. Há já um ano, o memorando assinado com a troika exigia a revisão do valor dos contratos, mas até hoje o governo nada fez, a poupança é até agora nula.

Já ao nível da Assembleia da República, foi recentemente constituída uma comissão para avaliar as PPP, mas esta não dá garantias de independência. Sem qualquer pudor, os partidos nomearam para seus membros deputados como o social-democrata Emídio Guerreiro, o socialista Manuel Seabra ou o centrista Altino Bessa, parlamentares cujos interesses no imobiliário os torna parceiros num sector cujos actores dominantes são exactamente os concessionários das PPP.

Governo e Parlamento dão assim sinais claros de quererem que tudo fique na mesma. Até porque a reavaliação das PPP nem sequer seria um processo complexo. Para cada caso, basta comparar o valor agregado de todas as rendas, vencidas e vincendas, com o duma avaliação independente das infra-estruturas. A confrontação de verbas obrigará a que as rendas sejam fortemente reduzidas. Enquanto as negociações não forem conclusivas, os pagamentos devem ser imediatamente suspensos e, não se chegando a acordo, o Estado pode expropriar por utilidade pública.


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Comentário

Como continuar a conviver pacificamente com tamanha podridão política, legislativa e judicial?


quinta-feira, maio 24, 2012

Prescrito ao invés de Proscrito



Tribunais aliados da corrupção

Por Daniel Oliveira
Publicado no Expresso Online

Apesar de provado o crime de corrupção no processo de Isaltino Morais referente às contas na Suíça ele não será condenado. Usando todas as manobras processuais possíveis, que apenas estão disponíveis a cidadãos com capacidade financeira e bons advogados, o autarca conseguiu que um crime provado e repetidamente confirmado por todas as instâncias prescrevesse. Isaltino não está, obviamente, preocupado com a sua imagem pública. Percebe-se porquê. Já depois de ter sido condenado foi reeleito pelos munícipes que ele próprio roubou. Interessa-lhe apenas não ser preso. Não será.

Num dos poucos casos em que um cidadão resolveu fazer alguma coisa contra a corrupção a história tive um fim bem diferente. Ricardo Sá Fernandes gravou uma tentativa de suborno. Gravou-a para se defender de qualquer acusação futura que, de facto, veio a surgir. A pedido do Ministério Público voltou a encontrar-se com Domingos Névoa. E, no início, conseguiu uma condenação: Domingos Névoa tentou subornar o irmão do advogado para este se calar em relação ao processo de compra dos terrenos da Feira Popular. No fim tudo se tornou mais difícil e Névoa conseguiu da justiça o mesmo tratamento que foi dado a Isaltino Morais.

Mas a história estava só no princípio. Quando chegou ao fim, Ricardo Sá Fernandes foi condenado. Para ser condenado por gravação ilícita (contrariando decisões anteriores), os juízes do Tribunal da Relação de Lisboa até alteraram matéria de facto dada como assente. E consideraram que foi Ricardo Sá Fernandes que, indo ao encontro, criou o perigo de corrupção.

A justiça envia mensagens, nas suas decisões, a toda a sociedade. Ela foi recebida com estes dois desfechos judiciais. A corrupção não só é legal em Portugal como é incentivada pelos tribunais. Mais: quem se atreva a combatê-la corre o risco de sentir sobre si a mão pesada dos juízes.



O Procurador Geral da República (PGR), Pinto Monteiro, e a Procuradora Geral Adjunta, Cândida Almeida, têm sido incansáveis em refrear quaisquer processos que envolvam peixe graúdo.


Com a candura do costume, a Procuradora Geral Adjunta Cândida Almeida disse, sobre o caso Isaltino Morais: "O nosso sistema é muito bom, agora o abuso que dele é feito é que é muito mau". Um sistema de justiça que aceita sistematicamente ser vítima de abuso até pode ser teoricamente excelente. Mas é, objetivamente, um aliado do crime. Acontece que, como se viu no caso de Sá Fernandes, o sistema lá encontra formas de ser imaginativo para chegar a condenações. Infelizmente, fá-lo contra os que tentam combater o abuso de que se diz vítima.

terça-feira, maio 22, 2012

A EDP beneficia de favores políticos sem limite por parte de políticos sem vergonha


O estado da EDP



Texto de Paulo Morais, Professor Universitário




O poder da EDP em Portugal atingiu uma dimensão perigosa. Enquanto consumidores de electricidade, estamos hoje indefesos perante um domínio absoluto e arbitrário.

Na factura de electricidade, a par dos seus consumos, as famílias são coagidas a financiar as empresas de energias renováveis, os gastos perdulários em painéis solares ou os investimentos em antenas de energia eólica. Ao onerar as contas de energia com taxas e mais taxas, em benefício próprio ou em proveito do lóbi da energia, a EDP está a exercer um poder tributário, privilégio dos estados.

A sua fúria despesista, a expensas do povo, não pára. A nova e malfadada barragem do rio Tua irá gerar lucros milionários para a EDP porque tem uma rentabilidade garantida pelo Estado, pela via do défice tarifário que todos pagamos.


Eduardo Catroga

Acresce que a EDP arroga-se estar à margem da lei. Bem recentemente lançou uma campanha publicitária utilizando ilegalmente crianças, visando a venda de serviços que não têm relação directa com a sua faixa etária. O que é interdito, nos termos da lei da publicidade. A EDP emprega trabalho infantil, lesa a dignidade das crianças, mas fica impune. O que só é possível porque dispõe de uma enorme influência sobre o poder político. Eduardo Catroga, em nome do PSD, advogava a redução das rendas pagas à empresa, para logo a seguir defender, enquanto presidente da eléctrica, a manutenção do seu pagamento. A ministra Assunção Cristas e o deputado Mesquita Nunes estão ligados ao escritório de advogados que assessora a sociedade nos seus maiores processos, enquanto tutelam e fiscalizam negócios em que o estado tem favorecido descaradamente a empresa. O deputado Pedro Pinto é consultor de empresas intimamente dependentes da EDP. E muitos mais.

Há muitos políticos de duas caras. Duas caras… e muitas coroas. Por outro lado, todos quantos se opõem ao poder da eléctrica, como o ex-secretário de estado Henrique Gomes, que pretendia reduzir-lhe as rendas em 165 milhões, são convidados a "demitirem-se".


Há muitos políticos de duas caras... e muitas coroas

Como a EDP beneficia de favores políticos sem limite por parte de políticos sem vergonha, estamos condenados à servidão a uma organização que já não é só uma empresa eléctrica. É um estado dentro do estado.

quarta-feira, maio 16, 2012

A retrocracia míope do líder neonazi grego versus a crença cega dos jugulares na «verdade oficial do holocausto» imposta pelos vencedores da II Guerra


Artigo publicado no blogue Jugular:


Terça-feira, 15 de Maio de 2012

Postado por Shyznogud





4 comentários:

De Comentador-1 a 15 de Maio de 2012 às 15:00

Não te admires se aparecerem por aqui pessoas a defender o mesmo.
Já tive oportunidade de ler noutro blog alguém a por em causa o nº de pessoas assassinadas nos campos de extermínio nazi, inclusive apresentava cálculos e tudo. Fiquei estupefacto pois o que estava em causa não era o extermínio em si mas sim o nº de pessoas assassinadas.


De Comentador-2 a 15 de Maio de 2012 às 16:36

Fique descansada, Shyznogud. Se este nazi se atrever a atacar os judeus gregos, será prontamente estripado e dado de oferenda a uns simpáticos suínos. Suínos gregos, claro. Há que respeitar as sensibilidades de cada um. :)


De Comentador-3 a 15 de Maio de 2012 às 18:43

Ninguém lhe dá um tiro entre os olhos?


De Comentador-4 a 15 de Maio de 2012 às 22:28

Não percebo a panca deste senhor com os fundamentalistas islâmicos. só vejo aqui razões pra ele e um tal primeiro-ministro iraniano serem melhores amigos. só coisas em comum, alguém que lhes faça um arranjadinho sff.

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Comentário meu, colocado ontem, que o autor do blogue decidiu censurar:

O judeu Elie Wiesel


Elie Wiesel é um judeu nascido na Roménia a 30 de Setembro de 1928. Aos 15 anos é deportado para Auschwitz, onde esteve prisioneiro durante dez meses, e depois para Buchenwald. Sobrevivente dos campos de concentração nazis, torna-se cidadão americano em 1963 e obtém uma cátedra de ciências humanas na universidade de Boston. Em 1980, Elie Wiesel funda o Conselho para o Holocausto americano. Condecorado em França com a Legião de Honra, recebeu a Medalha do Congresso americano, recebeu o título de doutor honoris causa em mais de cem universidades e recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1986. O Comité norueguês do Nobel denominou-o "mensageiro para a humanidade."

As suas obras, quase 40 livros, edificadas para resgatar a memória do Holocausto e defender outros grupos vítimas de perseguições receberam igualmente vários prémios literários. Em Outubro de 2006, o Primeiro-ministro israelita Ehud Olmert propôs-lhe o cargo de Presidente do Estado de Israel. Elie Wiesel recusou a oferta explicando que não era mais do que um "escritor". Elie Wiesel preside, nos EUA, desde 1993, à Academia Universal de Culturas.






Elie Wiesel, no seu livro autobiográfico «Noite», onde descreve os dez meses em que esteve prisioneiro no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, não refere uma única vez nenhuma das cinco enormes câmaras de gás que [supostamente] funcionaram em Auschwitz-Birkenau. Ele diz, realmente, que os Alemães executaram Judeus, mas... com fogo, atirando-os vivos para as chamas incandescentes, perante muitos olhos de deportados.


Excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

«Não muito longe de nós, chamas elevavam-se dum fosso, gigantescas chamas. Eles estavam a queimar algo. Um camião aproximou-se da cova e descarregou a sua carga – crianças pequenas. Bebés! Sim, eu vi – vi-o com os meus próprios olhos... Aquelas crianças nas chamas. (É surpreendente que eu não tivesse conseguido dormir depois daquilo? Dormir era fugir dos meus olhos.)»


«Um pouco mais longe dali estava outra fogueira com chamas gigantescas onde as vítimas sofriam "uma lenta agonia nas chamas". A coluna de Wiesel foi conduzida pelos Alemães a três passos da cova, depois a dois passos. A dois passos da cova foi-nos ordenado para virar à esquerda e ir-mos em direcção aos barracões.»


E quando os Russos estavam prestes a tomar conta de Auschwitz em Janeiro de 1945, Elie e o seu pai escolheram ir para a Alemanha com os nazis em retirada em vez de serem libertados pelo maior aliado de América. Se tivessem permanecido no campo, teriam podido, dentro de dias, contado ao mundo inteiro tudo sobre o extermínio dos judeus perpetrado pelos nazis em Auschwitz - mas, Elie e o pai escolheram, em vez disso, viajar para oeste com os nazis, a pé, de noite, num Inverno particularmente frio, e consequentemente continuarem a trabalhar para a defesa do Reich.

Outro excerto do livro «Noite» de Elie Wiesel:

«- O que é fazemos, pai?
Ele estava perdido nos seus pensamentos. A escolha estava nas nossas mãos. Por uma vez, podíamos ser nós a decidir o nosso destino: ficarmos os dois no hospital, onde podia fazer com que ele desse entrada como doente ou como enfermeiro, graças ao meu médico, ou, então, seguir os outros.
Tinha decidido acompanhar o meu pai para onde quer que fosse.
- E então, o que é que fazemos pai?
Ele calou-se.
- Deixemo-nos ser evacuados juntamente com os outros – disse-lhe eu.
Ele não respondeu. Olhava para o meu pé.
- Achas que consegues andar?
- Sim, acho que sim.
- Espero que não nos arrependamos, Elizer!»



A escolha aqui feita em Auschwitz por Elie Wiesel e o seu pai, em Janeiro de 1945, é de extrema importância. Em toda a história do sofrimento judeu às mãos dos nazis, que altura poderia ser mais dramática do que o precioso momento em que um judeu podia escolher entre a libertação pelos Soviéticos ou fugir com os genocidas nazis para a Alemanha, continuando a trabalhar para eles e ajudando-os a preservar o seu regime demoníaco?



Associated Free Press - 23.04.2009 - O presidente Barack Obama e o prémio Nobel da Paz, Elie Wiesel, numa cerimónia em Israel, em Abril de 2009, que lembrou os seis milhões de judeus massacrados durante a Segunda Guerra Mundial:

Barack Obama e Elie Wiesel


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Quanto a Nikos Mihaloliakos, líder do partido neonazi grego Aurora Dourada, que negou a existência das câmaras de gás nazis (tal como fez o prisioneiro judeu Elie Wiesel), colocou a questão que todos os historiadores, que tivessem um pingo de honestidade e não se limitassem a papaguear a «estória» escrita pelos vencedores, deveriam fazer:

"Auschwitz, que Auschwitz? Eu não fui. O que aconteceu lá? Você estava lá?"

Considero o líder do partido neonazi grego, Nikos Mihaloliakos, um retrocrata (cracia - governo -- retro – anacrónico).

A solução para combater uma «Democracia Representativa» corrupta, que representa os grandes interesses financeiros e não as populações, não está em voltar atrás no tempo à procura de um «Estadista» impoluto, honesto e santo (como se alguma vez tivesse existido algum…).

A solução para combater as «Democracias Representativas» corruptas (e são todas) é apostar, através dos novos Media – sobretudo a Internet, em Democracias Semi-Representativas e Democracias Directas. A tecnologia hoje existente já o permite.

Nada de Ditadores, Reis ou Faraós...

segunda-feira, maio 14, 2012

Novas Oportunidades



Uma bala certeira num assassino corrupto pode ser uma oportunidade [de todo um povo] para mudar de vida e não tem de ser visto como [algo] negativo. Muito pelo contrário...


11-05-2012

O primeiro-ministro considerou esta sexta-feira que o desemprego pode ser «uma oportunidade para mudar de vida» e não tem de ser visto como negativo.

Presente no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, para a tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, Pedro Passos Coelho lamentou que os portugueses tenham «aversão ao risco», dando como exemplo que a maioria dos jovens licenciados prefiram trabalhar por conta de outrem «do que empreendedores».

Para o primeiro-ministro, esta é uma conceção que «tem de ser alterada»: «Estar desempregado não pode ser, para muita gente, como é ainda hoje em Portugal, um sinal negativo. Despedir-se ou ser despedido não tem de ser um estigma, tem de representar também uma oportunidade para mudar de vida, tem de representar uma livre escolha também, uma mobilidade da própria sociedade

Pedro Passos Coelho realçou durante o seu discurso que terão que aumentar os níveis de competitividade da generalidade dos portugueses, apesar das condições atuais: «No curto prazo, no meio da crise em que estamos, claro que é preferível ter trabalho, mesmo precário, do que não ter, claro que é preferível trabalhar mais do que não trabalhar, vender mais barato do que não vender, mas o modelo para o futuro tem de ser o de acrescentar valor.»


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A manter-se ou a agravar-se a actual situação de desemprego e de pobreza, há quem aposte que não faltará nuito para que o PM se encontre a chiar e a guinchar como um láparo à beira do tacho.


Três formas pouco lamechas de lidar com um Primeiro-ministro que se obstina em enviar um povo inteiro para a miséria enquanto entrega as riquezas do país à Finança Internacional...


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Jornal ionline - 17 Fev 2012

Portugal. Há 885 novos desempregados por dia

Desemprego jovem disparou 61% em 2011, quando em todo o período entre 2002 e o final de 2010, cresceu 29%

No final de 2011, o desemprego oficial bateu os recordes e chegou a 14%, fruto de um salto trimestral nunca antes visto: mais 1,6 pontos. E a tendência, como se antecipa nas previsões do governo e da troika, é piorar.

Mas o cenário real é bem mais gravoso do que aquele que a taxa de desemprego oficial mostra. Juntando aos 771 mil desempregados – valor refere-se às pessoas sem emprego que durante o período do inquérito procuraram trabalho –, os inactivos disponíveis ou desencorajados – que não procuraram emprego –, e os trabalhadores a tempo parcial, o total chega a 1,24 milhões de pessoas sem emprego ou sem emprego a full-time. Um número que corresponde a uma taxa de desemprego ajustada de 22,6%.



Num país em que os políticos, legisladores e comentadores mediáticos estão na sua esmagadora maioria a soldo do Grande Dinheiro, só existe uma solução para resolver a «Crise»... Somos 10 milhões contra algumas centenas de parasitas...


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No Jornal Expresso de 1/9/2007, o jornalista Fernando Madrinha explica de que forma a Banca subsidia e utiliza a política e os políticos para saquear este país:

[...] «Não obstante, os bancos continuarão a engordar escandalosamente porque, afinal, todo o país, pessoas e empresas, trabalham para eles. [...] os poderes do Estado cedem cada vez mais espaço a poderes ocultos ou, em qualquer caso, não sujeitos ao escrutínio eleitoral. E dizem-nos que o poder do dinheiro concentrado nas mãos de uns poucos é cada vez mais absoluto e opressor. A ponto de os próprios partidos políticos e os governos que deles emergem se tornarem suspeitos de agir, não em obediência ao interesse comum, mas a soldo de quem lhes paga as campanhas eleitorais.» [...]


segunda-feira, maio 07, 2012

O juiz de Portalegre, o juiz de Minnesota, as hipotecas de casas e as perpétuas vigarices da Banca


Melhor do que a sentença do juiz de Portalegre, em que este considera que a entrega de uma casa ao banco liquida o empréstimo em dívida, foi a sentença do juiz Martin V. Mahoney, em 1969, no Estado de Minnesota (EUA), em que este considerou que o comprador da uma casa tinha o direito de não pagar as prestações que devia ao banco porque este, na realidade, não lhe tinha emprestado nada.




SIC Notícias - 28.04.2012

Tribunal de Portalegre diz que entrega de casa ao banco liquida empréstimo

Uma sentença inédita do tribunal de Portalegre determinou que a entrega de uma casa ao banco liquida o empréstimo em dívida. Um dos argumentos utilizado pelo juiz foi que havia um enriquecimento injustificado por parte do banco.

A casa, situada no centro de Portalegre, tinha sido avaliada e comprada em 2006 por 117.500 euros. Na altura, o banco acabou por emprestar mais dinheiro, sendo que a dívida total dos proprietários do imóvel ficou em perto de 130 mil euros.

O ano passado, por causa de um processo de divórcio, os proprietários decidiram entregaram a casa. O banco comprou-a por 82 mil e avisou o casal que teria de pagar 46 mil euros de remanescente.

O tribunal de Portalegre vem agora dizer que ao entregar a casa ao banco, o casal ficou com a dívida totalmente liquidada.

Segundo o Diário de Noticias, que teve acesso à sentença, o juiz entendeu que o banco, ao adquirir o imóvel pelo preço que estipulou, não pode reivindicar mais nenhum dinheiro.

O magistrado vai mais longe e considera haver "enriquecimento injustificado" por parte dos bancos, quando depois de receberem os imóveis por incumprimento, os avaliam e compram por valores muito abaixo da avaliação que fizeram.

A sentença concluiu que a entrega da chave liquidou o empréstimo.

Esta decisão inédita em Portugal já foi adoptada por um tribunal espanhol em 2009. Nesse acórdão, os juízes espanhóis sublinharam a responsabilidade das instituições bancárias na crise mundial que obrigou e está a obrigar muitas famílias a entregarem casas por não as poderem pagar.


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A seguir é descrito o caso do americano Jerome Daly que ganhou em tribunal o direito de não pagar as prestações da casa que devia ao banco porque este, na realidade, não lhe tinha emprestado nada:

Em 1969, houve um caso na justiça do Estado de Minnesota (EUA) envolvendo um homem chamado Jerome Daly, que recorreu da execução da hipoteca da sua casa [apreensão judicial da casa para garantir o pagamento da dívida], pedido pelo banco que lhe tinha feito um empréstimo para que ele a comprasse. O argumento utilizado por Daly foi de que o contrato da hipoteca exigia que ambas as partes, ele e o banco, dispusessem de uma forma legítima de propriedade para a transacção. Em linguagem legal, tal é chamado de contraprestação [Nos contratos bilaterais, a prestação a que uma das partes se obriga sendo correspondente à prestação da outra parte].

O Sr. Daly explicou que, na verdade, o dinheiro não era propriedade do banco, porque tinha sido criado a partir do nada no momento em que o empréstimo foi assinado. O que os bancos fazem, ao emprestar dinheiro, é aceitar notas promissórias em troca de créditos. As reservas não são alteradas pelas transacções do empréstimo, mas os créditos de depósitos são considerados novas adições ao total de depósitos do sistema bancário. Por outras palavras: O dinheiro não surge a partir de bens existentes. O banco está simplesmente a inventá-lo, não pondo nada de seu, excepto um passivo teórico em papel.




À medida que o processo em tribunal avançava, o presidente do banco, o Sr. Morgan, testemunhou. E no memorando pessoal do juiz, este escreveu que o presidente do banco admitiu que, de forma combinada com o Banco da Reserva Federal, o banco criou o dinheiro e o crédito como uma entrada contabilística. O dinheiro e o crédito apareceram quando o criaram. O Sr. Morgan admitiu que não existia nenhuma lei ou estatuto na lei americana que lhe dava o direito de fazer isso. Deve existir uma contraprestação legal que seja um meio de pagamento para sustentar a nota promissória. O júri chegou à conclusão de que não existia nenhuma contraprestação legal e concordou. O Sr. Morgan acrescentou poeticamente: "Só Deus pode criar alguma coisa de valor a partir do nada".

E perante esta revelação, o tribunal rejeitou a reivindicação do banco para a execução da hipoteca e o Sr. Daly manteve a sua casa.

As implicações da decisão deste tribunal são imensas, porque cada vez que se pede dinheiro emprestado a um banco, seja um empréstimo com garantia hipotecária ou uma compra com o cartão de crédito, o dinheiro que nos é dado não é apenas contrafeito (falsificado), mas é também uma forma ilegítima de contraprestação e portanto invalida o contrato de o reembolsar, porque, para começar, o banco nunca possuiu esse dinheiro.

Infelizmente estas vitórias legais são suprimidas e ignoradas. E o jogo da perpétua transferência de riqueza e da dívida perpétua continua.

First National Bank of Montgomery vs. Jerome Daly

(clicar na imagem para aumentar)



MEMORANDUM do Juiz MARTIN V. MAHONEY

(clicar na imagem para aumentar)



domingo, maio 06, 2012

A fraude da alternância democrática dos Dois-Partidos (que de facto constituem um partido único) já foi topada pelos gregos



Em qualquer «Democracia» os dois partidos do «Arco da Governação», que se sucedem ininterruptamente no Poder, não passam de um único partido que obedece exclusivamente ao Polvo Financeiro.


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6/5/2012 às 21:59

Nas eleições gregas de hoje, o partido Nova Democracia (PSD) foi o mais votado com quase 21%, seguido do partido de Coligação de Esquerda com 15,2%. O PASOK (PS) ficou-se pelos 14,6%, os Gregos Independentes rondou os 10% e o Partido Comunista 8,2%.


Para o [comentador venal] professor Marcelo Rebelo de Sousa, para quem esta «é a má notícia da noite», depois deste resultado, «a Grécia está um pandemónio» e «ninguém sabe» o que vai acontecer ao país daqui para a frente...



DN Globo - 04-05-2012

O comentador político grego Antonis Delatollas prevê em entrevista à Lusa que os dois principais partidos não devem garantir em conjunto a maioria absoluta nas legislativas de domingo e terão muitas dificuldades em garantir um parceiro para governar.

"Será muito difícil os dois principais partidos, os socialistas do PASOK e os conservadores da Nova Democracia (ND), formarem um governo, mesmo em coligação", disse em entrevista telefónica à Lusa Antonis Delatollas, 49 anos, comentador político e diretor da revista política e satírica semanal "To Pontiki" (O Rato), publicado em Atenas.

"Vão necessitar do apoio de um terceiro partido e que terá de ser pró-memorando e não anti-memorando. Mas será muito difícil encontrar esse parceiro, porque a maioria dos restantes partidos são contra o memorando [segundo plano de resgate assinado com a União Europeia e Fundo Monetário Internacional, avaliado em 130 mil milhões de euros]", afirmou.

"Assim, será um duro despique para saber quem formará um governo na Grécia"

Esta fragmentação política vai penalizar sobretudo o "bloco central" formado entre os socialistas do PASOK e os conservadores da Nova Democracia (ND).

Desde novembro, os dois partidos integram um "governo de transição" responsável pelas mais recentes negociações com os credores internacionais e que implicou duras medidas de austeridade.


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The Establishment's Two-Party Scam

Establishment - é um termo usado para referir genericamente a tradicional elite dominante ou elite do poder e as estruturas da sociedade que ela controla.

Texto de Chris Gupta

Esta fraude consiste na fundação e financiamento pela elite do poder de dois partidos políticos que surgem aos olhos do eleitorado como antagónicos, mas que, de facto, constituem um partido único. O objectivo é fornecer aos eleitores a ilusão de liberdade de escolha política e serenar possíveis sentimentos de revolta contra a elite dominante.


Dr. Stan Monteith: "De há muito, o principal problema da vida política americana tem sido tornar os dois partidos congressionais (o partido Republicano e o partido Democrata) mais nacionais. O argumento de que os dois partidos deviam representar políticas e ideias opostas, uma, talvez, de Direita e a outra de Esquerda, é uma ideia ridícula aceite apenas por teóricos e pensadores académicos. Pelo contrário, os dois partidos devem ser quase idênticos, de forma a convencer o povo americano de que nas eleições pode "correr com os canalhas", sem na realidade conduzir a qualquer mudança profunda ou abrangente na política."


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É sobejamente reconhecido que as corporações internacionais contribuem com largas somas de dinheiro para ambos os partidos políticos, mas será possível que ambos os partidos sejam controlados essencialmente pelas mesmas pessoas? Teria George Wallace razão quando afirmou:

"... não existe diferença nenhuma entre Republicanos e Democratas."

"... A verdade é que a população raramente é envolvida na selecção dos candidatos presidenciais; normalmente os candidatos são escolhidos por aqueles que secretamente mandam na nossa nação. Assim, de quatro em quatro anos o povo vai às urnas e vota num dos candidatos presidenciais seleccionados pelos nossos 'governantes não eleitos.' Este conceito é estranho àqueles que acreditam no sistema americano de dois-partidos, mas é exactamente assim que o nosso sistema político realmente funciona."


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O Professor Arthur Selwyn Miller foi um académico da Fundação Rockefeller. No seu livro «The Secret Constitution and the Need for Constitutional Change» [A Constituição Secreta e a Necessidade de uma Mudança Constitucional], escreveu:

"... aqueles que de facto governam, recebem as suas indicações e ordens, não do eleitorado como um organismo, mas de um pequeno grupo de homens. Este grupo é chamado «Establishment». Este grupo existe, embora a sua existência seja firmemente negada; este é um dos segredos da ordem social americana. Um segundo segredo é o facto da existência do Establishment – a elite dominante – não dever ser motivo de debate. Um terceiro segredo está implícito no que já foi dito – que só existe um único partido político nos Estados Unidos, a que foi chamado o "Partido da Propriedade." Os Republicanos e os Democratas são de facto dois ramos do mesmo partido (secreto)."


O Professor Miller usou nesta frase "(secreto)" porque sabia que ao povo Americano nunca será permitido tomar conhecimento que na realidade só existe um partido político nos Estados Unidos.



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Professor Carroll Quigley


Nenhum debate do Governo Invisível Americano ficaria completo sem mencionar o Professor Carroll Quigley, o mentor de Bill Clinton quando este era um estudante na Universidade de Georgetown. O Presidente Clinton referiu-se bastantes vezes ao Professor Quigley nos seus discursos. O Professor Quigley deu aulas tanto na Universidade de Harvard como na de Princeton antes de se fixar na Universidade de Georgetown.

Embora Quigley fosse um devotado liberal, estamos em dívida para com ele pelas suas revelações acerca da origem da Elite do Poder que governa a nossa nação e o mundo. No seu livro «Tragedy and Hope: A History Of The World In Our Time» - [Tragédia e Esperança: uma história do Mundo dos nossos dias], Quigley revela que os Governantes não Eleitos da América têm por objectivo controlar-nos, utilizando "especialistas" para subverter o nosso processo eleitoral:

"... É cada vez mais claro que, no século XX, o especialista substituirá o magnata industrial no controlo do sistema económico tal como irá substituir o votante democrático no controlo do sistema político. Isto porque o planeamento vai inevitavelmente substituir o laissez faire… De forma optimista, podem sobreviver para o indivíduo comum os elementos da escolha e liberdade no sentido em que ele será livre de escolher entre dois grupos políticos antagónicos (mesmo que estes grupos tenham pouca latitude de escolha política dentro dos parâmetros da política estabelecida pelos especialistas), e o indivíduo tenha a oportunidade de escolher mudar o seu apoio de um grupo para outro. Mas, em geral, a sua liberdade e poder de escolha serão controlados entre alternativas muito apertadas"...

quarta-feira, maio 02, 2012

Martins, Ladrão, o teu lugar é na prisão...


Alexandre Soares dos Santos


Presidente do Conselho de Administração do grupo Jerónimo Martins (que engloba o Pingo Doce)



No Cinco Dias:



Não entendo a facilidade com que se critica aqueles que foram hoje ao Pingo Doce. Confesso que se soubesse da promoção a tempo a minha conta bancária era a primeira a recomendar uma visita ao merceeiro.

Tratados como consumistas invertebrados, figurados como zombies, a crítica esquece que a miséria vai trazer imagens bem mais bárbaras do que as que o Jerónimo Martins nos proporcionou hoje.

A responsabilidade deve ser exclusivamente imputada a quem usou os consumidores como moeda de troca para uma provocação indigna e não às centenas de pessoas desesperadas por arrancar uma preciosa poupança à austeridade que lhes anda a ser imposta.

A única crítica que se pode fazer a quem foi ao Pingo Doce é o de ainda não estarem capazes de sair de lá sem pagar um euro pelas suas compras, mas como há uma década na Argentina estamos muito perto de isso começar a acontecer. Os mesmos que hoje apontam o dedo aos zombies serão os primeiros a acusar quem rouba, saqueia e resgata o direito a matar a fome, de serem vândalos inconsequentes, jovens sem princípios, onde o único valor que os move é o amor à desordem, aos motins e às barricadas.

Há que agradecer o treino ao Jerónimo Martins com o sorriso da serpente e recordar o que se gritou bem alto à porta do Pingo Doce da Almirante Reis, que convenientemente fechou à passagem da manifestação do 1º de Maio: "Martins, Ladrão, o teu lugar é na prisão". O escárnio (e a devida resposta) deve ser dirigido apenas a quem o merece.


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No Vias de Facto:

Os descontos de 50% no Pingo Doce