quinta-feira, janeiro 26, 2012

Hitler ter-se-á suicidado no seu bunker em Berlim ou fugido no fim da II Guerra Mundial?

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Sem legendas em português (locução em inglês)



Segundo os registos oficiais, Adolf Hitler suicidou-se no seu bunker subterrâneo enquanto as tropas aliadas atacavam Berlim no fim da Segunda Guerra Mundial. Mas ninguém o viu efectivamente morrer. Nenhum corpo foi apresentado. Nenhumas fotografias foram tiradas. Alguns acreditam que Hitler conseguiu escapar.

Então, nos anos noventa os russos revelaram provas secretas recolhidas do bunker de Hitler décadas antes que afirmam provar que ele terá morrido ali. Entre as provas está uma parte de um crânio. Investigadores tiveram acesso a esta prova e os resultados foram surpreendentes.



Comentário

Se Hitler fugiu, tão tarde, não o teria podido fazer sem o apoio explícito dos Aliados - soviéticos, americanos ou ambos.
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segunda-feira, janeiro 23, 2012

“O Estado-mercadoria e o fim da democracia”, onde se denuncia a dominação absoluta dos especuladores internacionais (leia-se o monopólio bancário) sobre o poder democrático

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DESVARIOS




"Eis o resultado da situação a que chegamos: «lixo»". A afirmação é do professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Mário Vieira de Carvalho, em artigo publicado no Público (18/4/2011) com o sugestivo título "O Estado-mercadoria e o fim da democracia", onde denuncia a dominação absoluta dos especuladores internacionais sobre o poder democrático, na pretensão de substituir a política pela economia, escondendo, de facto, uma agenda política que ultrapassa em muito a racionalidade económico-financeira proclamada. "São milhões de pessoas, Estados inteiros oferecidos em holocausto à gula do capitalismo de casino" diz o professor, para quem a subversão da democracia e do seu caráter profundamente plebiscitário é assim explicada: "Nunca a ideologia de dominação foi tão sofisticada. Já não lhe basta «assegurar» o sentido do voto. Pretende também torná-lo obsoleto." Trata-se, portanto, de um grave risco para o sistema democrático que está na base da nossa vida colectiva.

"Lixo" é a designação com que as agências de rating mimoseiam os países que falham em cumprir as exigências da sua (e dos organismos institucionais que lhes dão a devida cobertura) gula desmedida. Entidades predadoras das riquezas nacionais e de toda e qualquer ideia de coesão social, para quem a ética rima com ambição desmedida custe a quem custar, estes especuladores financeiros emparceiram com governos voluntariamente reféns desta descarada chantagem. Só assim se pode compreender, por exemplo, a conversão da dívida de bancos privados em dívida pública (veja-se, entre nós, o caso do escandaloso resgate financeiro do BPN) ou da viabilização de interesses megalómanos nas tristemente célebres Parcerias Público-Privadas. Trata-se, portanto, de um grave risco para o contrato social que esteve na origem das sociedades modernas e de uma ameaça direta aos direitos mais básicos da população.

O negócio da notação financeira é extremamente lucrativo. As receitas das duas maiores empresas do ramo, as norte-americanas Moody’s Corporation e a Standard & Poor’s (S&P) – curiosa designação: mediania e pobreza! – amealharam mais de 8 mil milhões de dólares (5570 milhões de euros) em receitas no ano de 2009 – um ano após o despoletar da crise mundial do subprime – tendo tido um incremento de lucros de cerca de 30% no primeiro caso e 20% no segundo, relativamente ao ano transato (novo aumento de lucros respectivamente de 10% e 13% ocorreu em 2010), aumentos alimentados pela dívida crescente dos países rotulados. Os governos destes países, apostados em resgatar a qualquer preço o setor privado e conseguir a liquidez necessária, emitiram montantes cada vez mais elevados de dívida pública e caíram no âmbito de atuação da notação financeira. Estas agências nada produziram, mas certamente muito destruíram, amealhando enormes quantidades de riqueza e movimentando verbas astronómicas. Com efeito, o retorno financeiro dos prestamistas – erradamente designados por investidores – que recorrem aos cálculos destas empresas nada tem a ver com qualquer atividade produtiva, mas com a compra, a juros proibitivos e mercê de todo o tipo de benefícios, das dívidas soberanas dos diversos países em dificuldades. Simples agiotagem, portanto.

Embora estas empresas tenham sido alvo de inúmeros processos criminais ligados à emissão de notações de risco enganadoras ou à classificação em alta de ativos tóxicos (com o conveniente compadrio das instituições bancárias nacionais e internacionais) e mesmo por violação de leis estaduais norte-americanas, mantêm uma valorização das suas ações na Bolsa nova-iorquina inversamente proporcional à enorme tragédia social que têm vindo a provocar. Foi assim, de resto, que se fez a propaganda desenfreada de fundos financeiros de risco (hedge funds) baseados nas hipotecas subprime que estiveram na origem da bolha imobiliária dos inícios do século XXI, com as dramáticas consequências conhecidas. Em 2006, nas vésperas da crise ser detonada (agosto de 2007), 80% dos títulos de subprime receberam a nota máxima (AAA) equivalente ao rating das obrigações do Tesouro dos EUA (nessa altura, 40% das receitas anuais da Moody’s, S&P e Fitch já provinham da notação financeira dos produtos subprime). Quando faliram, os gigantes americanos do mercado de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, a maior companhia de energia estadounidense Enron ou o conglomerado segurador AIG, apresentavam igualmente os ratings mais elevados. O Banco de Investimentos Lehman Brothers, o 4º maior dos EUA, quando em setembro de 2008 já estava com dificuldades em saldar as suas dívidas, foi classificado pela Fitch e a S&P com AA (Público, 26/6/2011). Agindo sem rigor, nem transparência, divulgando informação fraudulenta, depreciando concorrentes e favorecendo com classificações máximas aqueles que lhes solicitavam os respectivos serviços de consultadoria, fez-se, isso sim, a promoção da irresponsabilidade, da ganância e do aventureirismo, atitudes que dificilmente podem ser compagináveis com uma ética da responsabilidade tantas vezes invocada pelos dirigentes governamentais um pouco por todo o mundo. Com efeito, haverá algo de mais totalmente leviano do que a prossecução de políticas públicas conducentes às portas da bancarrota, como foi o caso de Portugal? Tal estado de coisas foi, aliás, feito com a complacência e cumplicidade despudorada das instâncias financeiras internacionais como o Banco Mundial ou, sobretudo, o FMI, que viu os seus próprios proventos aumentar graças aos empréstimos concedidos aos países europeus em crise – Irlanda, Grécia e agora Portugal –, tendo revisto em alta, em mais de 60%, os resultados operacionais para o ano de 2011 em relação a 2010. Trata-se, portanto, de um retorno direto aos pressupostos daquilo que foi designado por "capitalismo selvagem" que há 200 anos a esta parte fazia o esplendor da Inglaterra vitoriana, mas no presente a uma escala incomparavelmente alargada e proveitosa.

O que sobra de todos estes desvarios? A certeza de que, à medida que a crise se agrava, não só aqueles que a provocaram não são responsabilizados, como se converteram nos seus principais beneficiários.
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quarta-feira, janeiro 18, 2012

As maiores sociedades de advogados do país constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional

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Correio da Manhã - 10 Janeiro 2012

Texto de Paulo Morais, Professor Universitário


Poder & Associados

As grandes sociedades de advogados adquiriram uma dimensão e um poder tal que se transformaram em autênticos ministérios-sombra.

É dos seus escritórios que saem os políticos mais influentes e é no seu seio que se produz a legislação mais importante e de maior relevância económica.

Estas sociedades têm estado sobre-representadas em todos os governos e parlamentos.

São seus símbolos o ex-ministro barrosista Nuno Morais Sarmento, do PSD, sócio do mega escritório de José Miguel Júdice, ou a centrista e actual super-ministra Assunção Cristas, da sociedade Morais Leitão e Galvão Teles.

Aos quais se poderiam juntar ministros de governos socialistas como Vera Jardim ou Rui Pena.

Alguns adversários políticos aparentes são até sócios do mesmo escritório. Quando António Vitorino do PS e Paulo Rangel do PSD se confrontam num debate, fazem-no talvez depois de se terem reunido a tratar de negócios no escritório a que ambos pertencem.

Algumas destas poderosas firmas de advogados têm a incumbência de produzir a mais importante legislação nacional. São contratadas pelos diversos governos a troco de honorários milionários. Produzem diplomas que por norma padecem de três defeitos.

a) São imensas as regras, para que ninguém as perceba;

b) São muitas as excepções para beneficiar amigos;

c) E, finalmente, a legislação confere um ilimitado poder discricionário a quem a aplica, o que constitui fonte de toda a corrupção.

Como as leis são imperceptíveis, as sociedades de jurisconsultos que as produzem obtêm aqui também um filão interminável de rendimento.

Emitem pareceres para as mais diversas entidades a explicar os erros que eles próprios introduziram nas leis. E voltam a ganhar milhões. E, finalmente, conhecedoras de todo o processo, ainda podem ir aos grupos privados mais poderosos vender os métodos de ultrapassar a Lei, através dos alçapões que elas próprias introduziram na legislação.

As maiores sociedades de advogados do país, verdadeiras irmandades, constituem hoje o símbolo maior da mega central de negócios em que se transformou a política nacional.



Comentário

Por aqui se vê como a teoria de Montesquieu da separação de poderes:

1) Poder Legislativo - com a função de elaborar leis;

2) Poder Executivo - com a tarefa de implementá-las e executá-las;

3) Poder Judicial - com a missão de julgar e decidir em função delas;

E que teria por objectivo contrabalançar o peso dessas entidades de forma a que nenhuma monopolizasse a soberania do Estado, se transformou num bacanal de favores, pornográfico e indiscriminado.

E assim, poderosas firmas de advogados, verdadeiras irmandades sobre-representadas em todos os governos e parlamentos, são contratadas pelos diversos governos para produzir a mais importante legislação nacional e cujos diplomas são imensos, confusos e imperceptíveis (para que ninguém os perceba), e discricionários, cheios de excepções e de alçapões (para facilitar e promover a corrupção).

Donde se conclui que, na prática, os famosos «três poderes independentes» não passam de um único polvo mafioso promíscuo com três braços. Tudo em alegre, democrática e lucrativa consonância.


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segunda-feira, janeiro 16, 2012

Uma velha de 70 anos (mas com alguma coisita de seu) defende a eliminação de idosos enfermos e sem cheta

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Manuela Ferreira Leite: «Alguém com setenta ou mais anos terá sempre direito a hemodiálise, se pagar


Excerto do Programa Contracorrente (35 segundos)





Durante o debate, a jornalista Ana Lourenço questionou o sociólogo António Barreto: "não acha abominável que se discuta se alguém com setenta anos tem direito a hemodiálise ou não?"

António Barreto moveu a cabeça dubitativo...

Manuela Ferreira Leite: Tem sempre direito, se pagar!

António Barreto: Abominável é sempre...

Manuela Ferreira Leite: Tem sempre direito, se pagar! O que não é possível é manter-se um Sistema Nacional de Saúde como o nosso, que é bom, gratuito para toda a gente. Para se manter isso, o Sistema Nacional de Saúde vai-se degradar em termos de qualidade de uma forma estrondosa. Então, nem para ricos, nem para pobres.

O socialista e antigo comissário europeu António Vitorino, que também estava no programa, reagiu dizendo: "A mim choca-me pessoalmente a frase da doutora Manuela Ferreira Leite, que é quem tem mais de 70 anos e quer fazer hemodiálise paga. Não era, de certeza absoluta, esta a frase que ela queria exactamente dizer, na medida em que não é possível dizer que as pessoas que precisam de fazer hemodiálise e que tenham dinheiro é que podem passar para além da meta de 70 anos. Não é possível definir a questão nesses termos porque estamos a tratar de um problema de direitos humanos".

A declaração de António Vitorino obrigou Manuela Ferreira Leite a reformular a sua intervenção, afirmando que "racionar significar sempre alguma coisa que não é para todos", mas que "racionamento não é exclusão" e que, por isso, apenas queria dizer que "uns têm [a hemodiálise] gratuitamente, outros não" – consoante a capacidade financeira.


Actualmente a hemodiálise é paga pelo Estado através daquilo a que se chama um "preço compreensivo", isto é, as instituições que prestam este tipo de cuidados recebem um valor global por semana e por doente, que abrange tanto o tratamento como os eventuais exames complementares de diagnóstico necessários. Os preços variam entre os 450 e os 470 euros por semana, o que significa que, por mês, o valor se aproxima dos 1900 euros. Em Portugal, cerca de 90% das unidades de tratamento são privadas. No país existem cerca de 14 mil pessoas que sofrem de doenças renais, das quais quase dez mil fazem diálise.

Posteriormente, em declarações à Antena 1, Carlos Silva, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, reagiu mostrando-se incrédulo com as declarações de Ferreira Leite. "Essa senhora não sabe o que está a dizer. Só se for a família dela que pode fazer isso", afirmou, lembrando que um doente sem este tratamento morre em poucos dias. E criticou a postura de Ferreira Leite, recordando que a social-democrata foi a mesma pessoa que sugeriu "que se podia suspender a democracia durante seis meses".


Comentário

Estou convencido que é desejo de muitas centenas de milhares de portugueses que essa social-democrata, de nome Manuela Ferreira Leite, venha, no curto prazo, a padecer de uma doença letal, dolorosa e prolongada, dessas em que a medicina, mesmo a tecnologicamente mais avançada e dispendiosa, se revele completamente incapaz de obviar um longo e dorido estertor final. Que a Manuela tenha a sua "ração" de sofrimento e desespero (não obstante a sua conta bancária), é da mais elementar justiça.
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quinta-feira, janeiro 05, 2012

O fiscalista Tiago Caiado Guerreiro na SIC Notícias - "Nós não temos um combate à corrupção. Temos normas de branqueamento, que é uma coisa diferente..."

No I online de 9 Dezembro de 2011: «O PS vai propor alterações à lei do financiamento dos partidos e pretende reduzir as verbas destinadas às campanhas eleitorais. Os socialistas aproveitam para avançar com esta medida no âmbito do pacote “transparência e prevenção da corrupção” que apresentam hoje no parlamento.»

Sobre esta medida do PS, o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro, a quem nos anos mais próximos não deverá ser permitido voltar a pôr os pés numa televisão, explicou, de forma desassombrada, no programa «Opinião Pública» da SIC Notícias, como, em Portugal, as leis anticorrupção são feitas, não para combater a corrupção, mas para que não seja possível apanhar os corruptos...

Um vídeo que não aconselho ninguém a perder:



Palavras do fiscalista Tiago Caiado Guerreiro:

«Temos normas que tornam totalmente impossível apanhar um corrupto em Portugal. As normas são feitas exactamente para não ser possível apanhar as pessoas em situação de corrupção e não se conseguir provar em tribunal. Estes casos todos, que estão em tribunal, não vão dar em nada, porque a norma, mesmo que eles fossem filmados no acto de corrupção, seria difícil provar em tribunal com as normas que temos, quanto mais com advogados competentes (do lado dos corruptos).

Por outro lado, temos o Ministério Público que está organizado, e que sem culpa disso, para não conseguir investigar a corrupção, e também uma polícia judiciária que não tem meios para investigar a corrupção. Se juntarmos a isto, tribunais pouco treinados e normas que não funcionam, então isto é o paraíso dos corruptos. Aliás, todos nós conhecemos casos, ao longo do país todo, de fortunas inexplicáveis que continuam inexplicáveis e que apareceram de repente, após o exercício de cargos políticos ou em ligação com o Poder. Por isso,

… Agora, um conjunto enorme de medidas em vez de normas claras e transparentes sobre o que é que é a corrupção, e isto não é difícil de fazer, é copiar o que existe, por exemplo, nos cinco países menos corruptos do mundo, são normas que são muito transparentes, são normas que, ao contrário do que aqui está previsto, não se aplicam a toda a população portuguesa. Aplicam-se só a detentores de cargos políticos, por isso são muito mais focadas naqueles que têm o risco de praticar a corrupção e permite, por isso, um enfoque muito mais fácil da polícia judiciária, do ministério público, dos tribunais e dos outros órgãos de fiscalização.

… Todos nós sabemos que muita gente sai dos cargos públicos, políticos, e depois vai para a frente de grandes empresas e alguns deles criam grandes fortunas, quer dizer, tudo coisas que são inexplicáveis e inaceitáveis em sociedades civilizadas, excepto neste país, onde se pode bater sempre no contribuinte mas tratamos maravilhosamente bem os corruptos… Eu espero que isto não seja mais uma vez o que tem sido feito, que sempre que eles alteram as normas de corrupção, tornam-nas mais incompreensíveis e mais impossíveis de aplicar pelos tribunais e pela investigação.

Nós não temos um combate à corrupção. Temos normas de branqueamento, que é uma coisa diferente. Temos normas que permitem aos corruptos saírem de um julgamento todos praticamente ilibados... Há casos que eu acho terríveis. As parcerias público-privadas são de certeza casos de polícia e o BPN, são dois casos paradigmáticos em Portugal.»
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