quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Cartoons = Psyops




Os partidos da oposição criticaram hoje o conteúdo do comunicado do ministro dos Negócios Estrangeiros sobre as polémicas caricaturas do profeta Maomé, acusando Freitas do Amaral de ter omitido a condenação da violência e a solidariedade para com a Dinamarca.


Quem é afinal este Freitas do Amaral que se recusa a condenar a violência contra os «cartoons dinamarqueses»?

No seu livro «Do 11 de Setembro à crise do Iraque», Freitas do Amaral teve a lata de afirmar:

A administração Bush segue métodos «de extrema-direita», comparáveis aos de Hitler, Salazar, Franco e outros «ditadores e extremistas que colocam a soberania nacional acima do Direito Internacional». No prefácio de um livro agora concluído - Do 11 de Setembro à crise do Iraque -, Freitas desafia os aliados a terem «coragem e espinha dorsal para não se sujeitarem a ser mandados». E avisa que a Europa «tem o dever de tentar travar o belicismo americano».

A comparação de Bush com Hitler assenta no alegado desrespeito dos EUA pelo Direito Internacional e pela ONU, na sua convicção de que têm como missão dominar o mundo, na recusa em reconhecer aos terroristas o estatuto de prisioneiros de guerra e na reedição da «aliança entre o trono e o altar».

Recusando estar a virar à esquerda, Freitas lembra que «pode ser-se pró-americano e conjunturalmente anti-Bush».
Na Rússia, Zhirinovsky afirmou que os cartoons ofensivos constituem uma planeada "psyop" (operação, na qual, informação fabricada para influenciar a opinião pública é disseminada em território inimigo) levada a cabo pelos Estados Unidos com o objectivo de provocar um contencioso entre a Europa e o Mundo Islâmico.

A possibilidade de motins fabricados deve ser cuidadosamente considerada. Os três cartoons mais ofensivos que causaram a indignação nem sequer foram publicados no jornal «Danish Jyllands-Posten» mas foram acrescentados e distribuídos por imãs dinamarqueses que «circularam as imagens pelos seus irmãos nos países muçulmanos – segundo o London Telegraph.

É também muito suspeito que Muçulmanos na cidade de Gaza e noutros lados tenham tido acesso a um fornecimento completo de bandeiras dinamarquesas para queimar em frente dos media mundiais logo que a controvérsia rebentou.


Comentário:

Freitas recusa-se a condenar a Dinamarca. Será que existe de facto uma enorme maquinação por forma a preparar um ataque ao Irão? Ao nível da «Gripe da Aves»? Ao nível das «armas de destruição maciça do Iraque»? Ao nível do «11 de Setembro»?

Não faço idéia. Reconheço apenas que depois de tudo isto (e mesmo antes), se visse uma dinamarquesa à minha frente, com ou sem cartoons, nem sei o que é que lhe fazia...

8 comentários:

Diogo disse...

Não te armes em esquisito Marujo. Desde que devidamente acompanhada por um cartoon (ou qualquer outro documento), tinhamos fita. Ou eu não me chamasse Sofocleto.

H. Sousa disse...

Só vim aqui para anunciar o próximo jogo, a realizar no Estádio das Trevas, entre as equipas de Cristo e de Maomé.

Anónimo disse...

Sofocleto... O senhor raciocine... A dinamarquesa ou a Dinamarca têm alguma culpa que um jornal tenha publicado cartoons ofensivos? Pense no caso de Portugal se, por exemplo, o "24 horas" jornal de eleição da maioria dos portugueses tivesse publicado esses cartoons, gostaria o senhor de ser confrontado na rua por muçulmanos? Vá lá pense um bocadinho antes de escrever.

Diogo disse...

Meu caro Antonio Duval:

Todo este estardalhaço acerca dos cartoons de Maomé não passa de uma artimanha fabricada, de cima a baixo, por uma qualquer agência secreta norte-americana, com o objectivo de acirrar animosidades entre muçulmanos e europeus. E a grande maioria embarca candidamente no jogo. Revolta pelas imagens insultuosas ao Profeta do lado dos muçulmanos. Revolta pelos atentados à liberdade de expressão do lado dos europeus. Mas para que o estratagema tenha pleno sucesso, é necessário que de um lado e do outro da barricada hajam cúmplices dos verdadeiros autores. Para incendiarem ainda mais os ânimos e para manterem acesa a polémica.

O objectivo final da geração fabricada de ódios é o suporte à agenda americana do «Choque de Civilizações» e da «Guerra ao Terrorismo», leia-se: conquista dos territórios ricos em petróleo de Médio oriente e do Cáspio (que incluem o Irão a curto prazo) e o estabelecimento nesse locais de bases militares permanentes, para o controlo da Rússia, da China e da Índia.

Como vê meu caro Duval, eu penso sempre um bocadinho antes de escrever o que quer que seja. Quanto à dinamarquesa, se for roliça, de olhos azuis e tranças loiras, não retiro uma palavra àquilo que disse...

Diogo disse...

Meu caro Duval:

Quando afirmei que a grande maioria embarca candidamente no jogo, não me referia apenas a pessoas simples como é o caso do Pedro Romano que teve a amabilidade de nos oferecer os seus comentários. Também gente razoavelmente informada cai, desgraçadamente, na teia de mentiras e manipulações dos produtores da «Guerra ao Terrorismo».

Anónimo disse...

Não posso crer no que acabei de ler. É óbvio que não me vou estender mais nesta discussão.Porém gostaria de defender o outro comentador, que não me parece ser uma pessoa simples mas sim no mínimo uma pessoa inteligente e sensata. Digo que é uma pessoa sensata pois observou bem o senhor e este blog.
Cumprimentos

Ant.º das Neves Castanho disse...

Pessoas simples e complexas (tod@s diferentes, tod@s iguais...), comentadores ou apenas leitores: os terroristas são como os cães assassinos, a culpa não é dos bichos, mas sim dos donos.

Se pensarmos um pouquinho, sobretudo aqueles para quem a liberdade de expressão só passou a ser sagrada no Verão quente de 75, neste caso lamentável a liberdade de expressão do jornal não está em causa, mas a utilidade da condenação dos extremistas. É como condenar os adeptos de uma claque por se enfurecerem com panos do estilo "Fulano de tal: filho da puta!". Claro que não têm razão, mas dizer isso e continuar a mostrar agressividade, ainda que "bem educada", serve para quê?

E não se esqueçam que a boa educação também é um conceito social, relativizável...

As sociedades ocidentais, já que se têm como "superiores", bem podiam dar os bons exemplos!

Anónimo disse...

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