No reino da precariedade
14.Agosto.2013
Um milhão de britânicos com contratos «zero horas»
Os contratos «zero horas», que não dão qualquer garantia ao trabalhador, tornaram-se uma prática corrente no Reino Unido, revela um recente estudo de um instituto britânico.
Em algumas empresas do Reino Unido os contratos «zero horas» representam a esmagadora maioria dos vínculos laborais. É o caso da cadeia McDonalds, onde 90 por cento dos trabalhadores (precisamente 82 200 pessoas) estão nestas condições, isto é, tanto podem trabalhar 70 horas por semana como nenhuma, sendo remunerados nessa correspondência.
O empregador não lhes dá qualquer garantia, mas exige-lhes disponibilidade total em função das suas necessidades.
Deste modo, a multinacional do hambúrguer pode dar-se ao luxo de com apenas 1200 trabalhadores efectivos servir diariamente 2,5 milhões de refeições em terras de sua majestade.
A Sports Direct é outra cadeia comercial muito conhecida que mantém 20 mil trabalhadores com contratos «zero horas», ou seja, 90 por cento da mão-de-obra. O mesmo modelo é aplicado nas lojas Boots ou na Subway.
Como explica uma reportagem do jornal espanhol Público.es., não é raro o trabalhador ser convocado de manhã ao serviço e pouco depois ser enviado para casa porque a afluência de clientes ficou abaixo das expectativas.
O assunto tornou-se num tema quente da actualidade britânica depois de o CIPD (Chartered Institute of Personnel and Development), um instituto especializado em recursos humanos, ter publicado, dia 5, um relatório segundo o qual o universo de trabalhadores nestas condições é quatro vezes maior do que os números oficiais indicam.
Assim, enquanto as estatísticas britânicas apontam para a existência de 250 mil «contratos zero», o estudo do CIPD estima que os números reais rondarão um milhão de pessoas.
Um caso de sobre-exploração
Por seu turno, o CIPD, que se baseou num inquérito a mais de mil empregadores, mostra que o recurso a esta modalidade de precariedade absoluta se tornou comum em muitos sectores de actividade.
Os resultados revelam que 19 por cento dos empregadores inquiridos empregaram pelo menos uma pessoa nestas condições.
No chamado sector do voluntariado esta percentagem sobe para 34 por cento, no sector público para 24 por cento e no sector privado em geral fica-se nos 17 por cento.
Na hotelaria, restauração e entretenimento, 48 por cento dos empregadores admitiram recorrer aos «contratos zero», na educação, 25 por cento, e na saúde, 27 por cento.
É ainda significativo que 25 por cento das empresas com mais de 250 trabalhadores utilizem este tipo de contratos, enquanto o mesmo sucede em apenas 11 por cento das pequenas empresas.
A maioria dos empregadores (54%), que reconhecem utilizar este tipo de contratos, afirmam que eles representam pouco mais de dez por cento do total de trabalhadores, sendo que a percentagem média é de 16 por cento.
Com base nestas respostas, o CIPD estima que entre três a quatro por cento dos empregados cobertos pelo inquérito têm contratos «zero horas», o que equivale a um milhão de trabalhadores em todo o Reino Unido.
Além disso, as informações fornecidas por 148 trabalhadores com este tipo de contratos mostram que 14 por cento dos patrões frequente ou muito frequentemente não lhes oferecem o número de horas suficiente para manterem padrões básicos de vida.
Por outro lado, 38 por cento dos trabalhadores consideram que têm um emprego a tempo inteiro, trabalhando 30 ou mais horas por semana.
A verdade é que os contratos «zero horas» estão muito longe de servirem apenas estudantes ou pessoas que desejam trabalhar algumas horas por semana, finalidade para que teriam sido criados.
Segundo o sindicato Unison, a grande maioria destes trabalhadores sujeita-se a estes contratos, sem quaisquer benefícios, como direito a férias, cobertura em caso de doença, seguro de saúde ou indemnização por despedimento, apenas porque não tem outra opção.
5 comentários:
Caro Diogo
É isso que os filhas das putas dos ladrões da Assembleia dos Deputados Ladrões de Portugal querem ..............
Eles estão a esticar a corda .... qualquer dia arrebenta, e depois é vê-los a fugir para Espanha e Alemanha, SAFADOS !!!
Mas nosso povo não tem jeito, são carneiros ..... MÉ MÉEEEEEE MÉEEEEEEEEEEEEEEEEE , dá-lhes muito FUTEBOL , FADOS , FÁTIMA E NOVELAS MORANGOS COM MERDA.
TENHO VERGONHA DE SER PORTUGUES !!!!!!
Abraços.
Ramiro Lopes Andrade
Caro Ramiro,
Os filhos da puta de cá também já esticaram a corda quase ao limite. Mas quando a coisa rebentar (cá e noutros lados), de nada lhes valerá fugir para a Espanha, Alemanha ou outro sítio qualquer. Porque as trombas deles estarão escarrapachadas na Internet e sei que os outros cidadãos europeus também estarão mortinhos para lhes deitar a unha.
Abraço
Ainda há corda para esticar?
Tudo o que eles vos fizeram,vos fazem,a vós e a todos os que vocês amam não é suficiente já para ter partido a corda?
Se vos puserem merda num prato,com talheres e um mordomo a servir, não deixa de ser merda.
Se vos forem ao cu com vaselina e festinhas estão-vos a ir ao cu na mesma.
Se vos oferecerem uma cela dourada para "viverem", não deixa de ser uma cela.
Vocês negoceiam a escravidão como se ele fosse digna de ser negociável.
Recusem a escravidão,vinguem-se,revoltem-se.
Relacionado com o post:
http://sol.sapo.pt/inicio/Vida/Interior.aspx?content_id=84196
Há muita gente a suicidar-se devido a questões laborais.
Mas é assim, já que alguns decidem suicidar-se, porque não o fazem prendendo uma bomba á cintura(como os jhiadistas) e ir explodir-se no gabinete da administração?
Não era boa ideia?
Um membro do Golden Dawn, aqui há dia é que disse bem, quando o entrevistador lhe perguntou a propósito da elevada taxa de suicídios na Grécia devido á crise:
"O que você tem a dizer ás pessoas que pretendem suicidar-se".
Ele respondeu de forma seca:
"Kill the Bankers, not yourself".
Diogo,
já deves saber que acabaram com a rede TOR (?)
.....
Sied'
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