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segunda-feira, janeiro 16, 2012

Uma velha de 70 anos (mas com alguma coisita de seu) defende a eliminação de idosos enfermos e sem cheta

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Manuela Ferreira Leite: «Alguém com setenta ou mais anos terá sempre direito a hemodiálise, se pagar


Excerto do Programa Contracorrente (35 segundos)





Durante o debate, a jornalista Ana Lourenço questionou o sociólogo António Barreto: "não acha abominável que se discuta se alguém com setenta anos tem direito a hemodiálise ou não?"

António Barreto moveu a cabeça dubitativo...

Manuela Ferreira Leite: Tem sempre direito, se pagar!

António Barreto: Abominável é sempre...

Manuela Ferreira Leite: Tem sempre direito, se pagar! O que não é possível é manter-se um Sistema Nacional de Saúde como o nosso, que é bom, gratuito para toda a gente. Para se manter isso, o Sistema Nacional de Saúde vai-se degradar em termos de qualidade de uma forma estrondosa. Então, nem para ricos, nem para pobres.

O socialista e antigo comissário europeu António Vitorino, que também estava no programa, reagiu dizendo: "A mim choca-me pessoalmente a frase da doutora Manuela Ferreira Leite, que é quem tem mais de 70 anos e quer fazer hemodiálise paga. Não era, de certeza absoluta, esta a frase que ela queria exactamente dizer, na medida em que não é possível dizer que as pessoas que precisam de fazer hemodiálise e que tenham dinheiro é que podem passar para além da meta de 70 anos. Não é possível definir a questão nesses termos porque estamos a tratar de um problema de direitos humanos".

A declaração de António Vitorino obrigou Manuela Ferreira Leite a reformular a sua intervenção, afirmando que "racionar significar sempre alguma coisa que não é para todos", mas que "racionamento não é exclusão" e que, por isso, apenas queria dizer que "uns têm [a hemodiálise] gratuitamente, outros não" – consoante a capacidade financeira.


Actualmente a hemodiálise é paga pelo Estado através daquilo a que se chama um "preço compreensivo", isto é, as instituições que prestam este tipo de cuidados recebem um valor global por semana e por doente, que abrange tanto o tratamento como os eventuais exames complementares de diagnóstico necessários. Os preços variam entre os 450 e os 470 euros por semana, o que significa que, por mês, o valor se aproxima dos 1900 euros. Em Portugal, cerca de 90% das unidades de tratamento são privadas. No país existem cerca de 14 mil pessoas que sofrem de doenças renais, das quais quase dez mil fazem diálise.

Posteriormente, em declarações à Antena 1, Carlos Silva, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, reagiu mostrando-se incrédulo com as declarações de Ferreira Leite. "Essa senhora não sabe o que está a dizer. Só se for a família dela que pode fazer isso", afirmou, lembrando que um doente sem este tratamento morre em poucos dias. E criticou a postura de Ferreira Leite, recordando que a social-democrata foi a mesma pessoa que sugeriu "que se podia suspender a democracia durante seis meses".


Comentário

Estou convencido que é desejo de muitas centenas de milhares de portugueses que essa social-democrata, de nome Manuela Ferreira Leite, venha, no curto prazo, a padecer de uma doença letal, dolorosa e prolongada, dessas em que a medicina, mesmo a tecnologicamente mais avançada e dispendiosa, se revele completamente incapaz de obviar um longo e dorido estertor final. Que a Manuela tenha a sua "ração" de sofrimento e desespero (não obstante a sua conta bancária), é da mais elementar justiça.
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