quarta-feira, julho 13, 2005

O recurso ao terrorismo de Estado

Revista Visão - Rui Costa Pinto - Segunda, 11 Julho 2005

Depois do 11 de Setembro, em Nova Iorque, e do 11 de Março, em Madrid, as promessas de combate ao terrorismo foram ridicularizadas por mais um bárbaro ataque a uma das capitais mais seguras do mundo.

A invasão do Iraque, um gesto irresponsável com consequências imprevisíveis, fazia antever um atentado brutal contra os interesses e as vidas dos súbditos de Sua Majestade, que, infelizmente, se veio a confirmar.

O recurso ao terrorismo de Estado em nome do combate ao terrorismo, as políticas belicosas, a restrição dos direitos individuais e a colocação de uma câmara de vigilância em cada esquina não são suficientes para travar os fundamentalistas.

O ataque de 7 de Julho é a prova de que não se consegue combater o terrorismo apenas com medidas de segurança.

De nada serve agitar fantasmas étnicos e religiosos para explicar o que não tem explicação.

A grande lição dos atentados, em Londres, é simples: enquanto a guerra, a exploração e a fome ocuparem uma parte do planeta, os países ricos não podem garantir a segurança dos cidadãos.

Ironicamente, as bombas falaram mais alto, no momento em que os países mais poderosos do planeta se preparavam para dar um passo de gigante na luta contra o genocídio do povo africano.

O perdão da dívida dos países mais pobres do mundo, a duplicação da ajuda ao continente africano, o compromisso de acabar com os subsídios aos produtos agrícolas europeus e norte-americanos e a constituição de um fundo para a Autoridade Palestiniana mereciam ser as estrelas da agenda internacional, pois são a forma mais credível de combater as bases do terrorismo.

A história está cheia de exemplos de lutas terroristas que começaram a enfraquecer a partir do momento em que o progresso económico e a justiça social falaram mais alto.

Os defensores de políticas musculadas, cinicamente, ainda continuam a clamar por mais medidas excepcionais de segurança, ignorando que os assassinos de milhares e milhares de inocentes apenas conseguem sobreviver à custa da desfaçatez de uma ordem internacional falida e do pragmatismo de um sistema financeiro mundial que fecha os olhos à especulação bolsista e às off-shores.

Tal como se soube, agora, vinte anos depois, que o Presidente François Mitterrand deu ordem para explodir o Rainbow Warrior, mais tarde ou mais cedo saber-se-à a quem serviu a estratégia politicamente criminosa de combater o terrorismo apenas pela força das armas.



Comentário:

Mas já se sabe ó Rui Costa Pinto. Basta falares com o Fernando Madrinha, o José Cutileiro, o João Pereira Coutinho ou o João Carlos Espada, todos eles escribas do Expresso, com uma avença paga em dólares pela Agência Central de Esperteza (não me recordo do acrónimo em inglês), para quem diligentemente trabalham.

Deduzo que, pela manifesta pobreza semântica, ideológica e gramatical, seja o Pereira Coutinho a auferir o rendimento mínimo desinformativo. Em Langley, aparentemente, não se desbarata o dinheiro dos contribuintes com mentecaptos de além-mar, seja em Portugal, em Inglaterra, em Israel ou na Austrália.