Jornal Expresso – 24 de Março de 2007
João Coutinho lamenta a timidez da política externa americana (para combater o terrorismo):
«O 11 de Setembro foi o resultado lógico de quem passara vinte anos em fuga.»
(...) «É neste contexto que se entendem as palavras de Bush no quarto aniversário da guerra do Iraque. A retirada pode inaugurar um “contágio de violência” que põe em risco a segurança do Ocidente? Pois pode. Aconteceu no passado: quando a cada recuo se sucedeu um avanço; e a cada avanço se sucedeu um novo recuo. Repetir os erros é ignorar a natureza simbólica, e não apenas política ou militar, desta longa guerra com uma doutrina armada. Tocar e fugir, ontem como hoje, não costuma impressionar a besta.»
Miguel Monjardino exorta os europeus a alimentar o complexo militar-industrial americano (para combater o terrorismo):
«Uma Europa Segura num Mundo Melhor. A Estratégia de Segurança Europeia.»
(...) «se quisermos mesmo começar a discutir o nosso papel para as próximas décadas temos de pensar em termos estratégicos, ou seja, em objectivos políticos e meios disponíveis. A Estratégia de Segurança Europeia aponta três grandes objectivos para uma Europa que ambiciona vir a ser um actor global - (1) lidar com as ameaças do terrorismo, proliferação de armas não-convencionais, conflitos regionais e estados-falhados, (2) melhorar a segurança na vizinhança da Europa e (3) ajudar a construir uma ordem internacional baseada num multilateralismo eficaz. Estamos a falar de uma visão muito ambiciosa para o nosso futuro.»
(...) «E também estou a falar de meios militares. Isto choca muita gente que ignora aquilo que é preciso ter e fazer para manter coisas extremamente apetecíveis e desejadas como a paz, a liberdade, a segurança e a prosperidade. A dura verdade para as próximas décadas é que uma Europa povoada de países e eleitorados com vocação para Cruz Vermelha e uma visão apenas piedosa das relações internacionais não terá capacidade para defender os seus interesses. Estas são as regras do jogo. Está interessado em participar?»
José Cutileiro incita-nos à tomada de medidas securitárias (para combater o terrorismo):
(...) «Mas com mais de meio século de defesa assegurada pelo arsenal americano muitos europeus engordaram, passaram a achar naturais o sossego e conforto em que vivem - e talvez não aguentem a pedalada.»
(...) «os riscos do terrorismo islâmico e os da proliferação de armas nucleares ou químicas (os primeiros já sentidos na carne por alguns de nós e exigindo ambos vigilância permanente) convencem governos europeus da urgência de aprofundar a cooperação dos seus tribunais e das suas polícias. Ou, pelo contrário, interesses agrícolas imediatos bloqueiam visão comercial a longo prazo; xenofobia e populismo recusam novos alargamentos; espertezas nacionalistas continuam a impedir a formação de um poder europeu para negociar energia com a Rússia e a entorpecer agilidade intra-europeia na justiça - e a Europa ficará mais pobre e mais fraca.»

«O 11 de Setembro foi o resultado lógico de quem passara vinte anos em fuga.»
(...) «É neste contexto que se entendem as palavras de Bush no quarto aniversário da guerra do Iraque. A retirada pode inaugurar um “contágio de violência” que põe em risco a segurança do Ocidente? Pois pode. Aconteceu no passado: quando a cada recuo se sucedeu um avanço; e a cada avanço se sucedeu um novo recuo. Repetir os erros é ignorar a natureza simbólica, e não apenas política ou militar, desta longa guerra com uma doutrina armada. Tocar e fugir, ontem como hoje, não costuma impressionar a besta.»

«Uma Europa Segura num Mundo Melhor. A Estratégia de Segurança Europeia.»
(...) «se quisermos mesmo começar a discutir o nosso papel para as próximas décadas temos de pensar em termos estratégicos, ou seja, em objectivos políticos e meios disponíveis. A Estratégia de Segurança Europeia aponta três grandes objectivos para uma Europa que ambiciona vir a ser um actor global - (1) lidar com as ameaças do terrorismo, proliferação de armas não-convencionais, conflitos regionais e estados-falhados, (2) melhorar a segurança na vizinhança da Europa e (3) ajudar a construir uma ordem internacional baseada num multilateralismo eficaz. Estamos a falar de uma visão muito ambiciosa para o nosso futuro.»
(...) «E também estou a falar de meios militares. Isto choca muita gente que ignora aquilo que é preciso ter e fazer para manter coisas extremamente apetecíveis e desejadas como a paz, a liberdade, a segurança e a prosperidade. A dura verdade para as próximas décadas é que uma Europa povoada de países e eleitorados com vocação para Cruz Vermelha e uma visão apenas piedosa das relações internacionais não terá capacidade para defender os seus interesses. Estas são as regras do jogo. Está interessado em participar?»

(...) «Mas com mais de meio século de defesa assegurada pelo arsenal americano muitos europeus engordaram, passaram a achar naturais o sossego e conforto em que vivem - e talvez não aguentem a pedalada.»
(...) «os riscos do terrorismo islâmico e os da proliferação de armas nucleares ou químicas (os primeiros já sentidos na carne por alguns de nós e exigindo ambos vigilância permanente) convencem governos europeus da urgência de aprofundar a cooperação dos seus tribunais e das suas polícias. Ou, pelo contrário, interesses agrícolas imediatos bloqueiam visão comercial a longo prazo; xenofobia e populismo recusam novos alargamentos; espertezas nacionalistas continuam a impedir a formação de um poder europeu para negociar energia com a Rússia e a entorpecer agilidade intra-europeia na justiça - e a Europa ficará mais pobre e mais fraca.»
2 comentários:
já não compro o Expesso há mais de 10 anos - realmente não se aprende nada.
e
alem do mais, desde que apareceram os micro-ondas o papel de jornal já não é de todo necessário para manter os tachos quentes.
ou é?
pq se está a falar noutro tipo de aquecimento tachista?
Ai, ai, quando os factos não confirmam as crenças, contextualiza-se divaga-se ou assobia-se para o ar. Convém manter a fé intacta
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