terça-feira, outubro 08, 2013

Democracia Directa II - Os Media Tradicionais – instrumentos privilegiados do Grande Dinheiro para controlo dos cidadãos – estão a morrer às mãos da Internet.




Os Media Tradicionais - Jornais, Televisões, Revistas e Rádios – que têm constituído as rédeas através das quais os Poderes Financeiros nos tem ensinado como devemos pensar, como havemos de viver e como temos o dever sagrado de os engordar, têm os dias contados.


Com a queda a pique, nos últimos trinta anos, do público dos jornais, telejornais, revistas e programas de rádio de carácter político, o PODER tem vindo a ver-se privado das suas principais armas de manipulação da opinião pública - a propaganda, a censura, a omissão e a mentira.

Perdendo, a um ritmo cada vez mais acelerado, a capacidade de injectar diariamente o veneno da desinformação nas mentes das pessoas, o PODER vai paulatinamente perdendo força. Melhor, com a Internet a espalhar-se de modo avassalador, cada vez mais gente está a procurar informação nos blogues, nas redes sociais de carácter político ou a receber emails com informação desse teor.

Ou seja, o Monopólio da Mentira está a estilhaçar-se, e, com ele, o domínio dos que dele beneficiam.


No final da II Guerra Mundial, 80 % dos france­ses com­pravam um jor­nal diário. A per­cent­agem caiu para os 50% em mea­dos da década de 70 e, em 2013, não excede os 28 %.

Nos Estados Unidos, no espaço de trinta anos - desde 1980 até 2010, os três principais telejornais da noite perderam cerca de 28,9 milhões de espectadores , uma perda de 55,5% de audiências.


**********************************


Mário Soares (numa das raras ocasiões em que a boca lhe fugiu para a verdade) acerca dos Media no Programa "Prós e Contras" [27.04.2009]:

Mário Soares: [...] «Pois bem, agora um jornal, não há! Uma pessoa não pode formar um jornal, precisa de milhares de contos para formar hoje um jornal e, então, para uma rádio ou uma televisão, muito mais. Quer dizer, toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de pessoas, não mais do que meia dúzia de pessoas

Fátima Campos Ferreira: «Grupos económicos, é

Mário Soares: «Grupos económicos, claro, grupos económicos. Bem, e isso é complicado, porque os jornalistas têm medo. Os jornalistas fazem o que lhes mandam, duma maneira geral. Não quer dizer que não haja muitas excepções e honrosas mas, a verdade é que fazem o que lhes mandam, porque sabem que se não fizerem aquilo que lhe mandam, por uma razão ou por outra, são despedidos, e não têm depois para onde ir.» [...]


**********************************

O Declínio dos Telejornais (e a ascensão da Internet)

[Nos EUA] Pela medida mais tangível e financeiramente significativa - a audiência total - a história de 2010 foi familiar: a audiência para programas de notícias da rede global continuou o seu declínio desde há um quarto de século.

Em 2010, uma média de 21,6 milhões de pessoas assistiu a um dos três programas noticiosos da rede de assinaturas por noite durante o ano.

Isto é uma perda de 752 mil espectadores, ou 3,4%, a partir da audiência média do ano anterior, de acordo com a análise dos dados do PEJ Nielsen Media Research.

Também marca uma aceleração no declínio da audiência dos noticiários da noite em comparação com os dois anos anteriores. Depois de perder cerca de um milhão de espectadores por ano, durante 20 anos, os noticiários da noite perderam 273.000 espectadores em 2008 e 565 mil em 2009.

Ou seja, os três noticiários da noite comerciais perderam cerca de 28,9 milhões de espectadores desde 1980, ou 55,5% do público que que tiveram no seu auge.




**********************************

O Declínio da Imprensa Escrita (e a ascensão da Internet)

A indústria da Imprensa como a conhecemos está a morrer, e de uma forma bastante dramática. Os números falam por si mesmo!

A situação é bastante óbvia – as vendas nas bancas de jornais estão a decrescer a uma taxa alarmante, enquanto que as receitas provenientes do online parecem não descolar.

Ora vejamos as recentes estatísticas publicadas pela Newspaper Association of America referentes ao mercado Norte Americano – Annual Newspaper Advertising Expenditures statistics:



2000: o negócio da Imprensa gerou receitas anuais de 48,67 mil milhões de dólares, alcançando o recorde máximo da indústria – toda a receita foi proveniente da venda de jornais impressos.

2000 – 2005: a receita dos jornais impressos começou o seu longo declínio, com as receitas anuais a cairem dos 48,67 para os 47,41 mil milhões de dólares (-3% ao ano), e o online cresceu ao ponto de siginificar 2,03 mil milhões de dólares em 2005

2005 – 2010: a venda de jornais impressos continuou a cair vertiginosamente e em 2010 geraram 22,80 mil milhões de dólares anuais (-50% face a 2005), enquanto que o online cresceu até aos 3,04 mil milhões de dólares (+50% ao ano face a 2005)

2010 – 2012: o cenário continuou a piorar, com as vendas dos jornais impressos a gerarem apenas 18,94 mil milhões de dólares em 2012 (-17% face a 2010) e com as receitas online a exibirem um tímido crescimento, totalizando em 2012 3,37 mil milhões de dólares (+11% face a 2010)

Resumindo, o mais impressionante não é a queda dos jornais impressos, mas sim o crescimento do digital – entre 2000 e 2012 a indústria dos Jornais viu as suas receitas anuais encolherem 60%, com as vendas dos jornais impressos a caírem a uma taxa superior ao crescimento das receitas provenientes do online.


• As receitas provenientes da publicidade presente nos Jornais impressos representa tipicamente 80% das receitas de um jornal metropolitano diário.


Principais áreas onde os comerciantes esperam diminuir os gastos em publicidade



Conseguirá a indústria da Imprensa sobreviver?

Com o passar do tempo, as versões impressas tornar-se-ão obsoletas enquanto a Internet se está a tornar no medium dominante.

Os leitores do material impresso tendem a preferir o modelo superficial de distribuição em massa, enquanto os leitores do online valorizam tópicos/ áreas de interesse específicos, cobertos com compreensão e análises profundas.

No mundo de hoje ninguém quer esperar até ao dia seguinte para saber o que aconteceu. Informação é poder, por isso quanto mais cedo estiver do nosso lado melhor. Os blogs e as redes sociais de notícias de maior sucesso estão a atrair cada vez mais leitores através da cobertura/ transmissão de eventos em tempo real (utilizando para tal vídeo, áudio, fotos), permitindo que o público possa fazer comentários e/ou debater os temas entre si (tal como os emails de informação que circulam por uma infinidade de internautas).

O jornalismo não está a morrer, está a evoluir. O jornalismo tem vindo a adaptar-se à era digital e, obviamente, às necessidades dos leitores. O jornalismo digital está a crescer a um ritmo impressionante, potenciado pelas redes sociais e pelos blogs de notícias.

O antigo jornalista dos Media Tradicionais, que possuía o exclusivo da informação manipulada que lhe era passada através do crivo monopolista das agências noticiosas, está paulatinamente a ser substituído pelo novo jornalista, que pode ser qualquer cidadão com ligação à Internet, que assiste directamente aos acontecimentos, que os analisa de forma independente, que os aprofunda, que os relaciona e que os comunica urbi et orbi através da Rede.

Em suma, e cada vez mais, os jornalistas seremos todos nós. Libertando-nos da mentira, da omissão, da distorção e da propaganda, ininterruptamente disseminada pelos Media Tradicionais nas garras do Poder Financeiro (Jornais, Televisões, Revistas e Rádios), a Internet está a revelar-se uma ferramenta capital no caminho para a Democracia Direta.


5 comentários:

J. Lopes disse...

Tenho TV Cabo. Quando vejo a SIC Notícias, a RTP Informação e a TVI24 é apenas para medir o grau de desinformação que por ali grassa. As caras e os argumentos daqueles comentadores, sempre os mesmos, até me dão vómitos.

Carlos Marques disse...

Confesso que não tenho contribuído muito como jornalista. Mas toda a minha visão do mundo mudou graças a outros internautas. Quero que a televisão se «cosa», tantas são as mentiras.

menvp disse...

A liberdade de expressão na internet traz perigos, sim... mas... a implementação do lápis azul (vulgo censura) na internet TRAZ PERIGOS MUITO MUITO MAIORES!...

Diogo disse...

Lopes, a propaganda paga é um nojo. Sobretudo quando nos damos conta dela.


Carlos Marques, na Internet há de tudo, é preciso saber separar o trigo do joio. Nos Media Tradicionais é só joio.


Menvp, implementar o lápis azul na Internet é capaz de ser muito mais difícil do que parece.

Tiago disse...

Os bloggers e os jornalistas independentes que valem a pena ler são normalmente tendenciosos, às vezes excessivamente otimistas ou pessimistas e muitas vezes exagerados. Mesmo os mais experientes e brilhantes vêm as notícias por um determinado ângulo, são influenciados pelos seus próprios sentimentos e distorcem as notícias por causa de sua maneira especial de pensar.

Mas uma coisa é um blogger ou um jornalista que se esforça por ser o mais fidedigno e honesto possível, outra é um jornalista a quem pagam para publicar coisas que ele sabe perfeitamente serem mentira.

Esta é a grande diferença entre a Internet e os Media tradicionais.