segunda-feira, junho 08, 2015

O Fim do Emprego - «Bem pensado – mas nunca substituirão o cavalo», disseram os cépticos quando viram os primeiros automóveis.


No principio do século XX só um louco imaginaria que no seu tempo de vida poderia ser trivial viajar a 10 km de altitude a 1000 km/h, que seria banal uma transplantação do coração, fígado, pulmões, etc., que com um telemóvel poderia falar em tempo real com outra pessoa no outro lado do mundo (vendo a sua imagem no ecrã), ou que poderia ter quase todo o conhecimento do mundo na ponta dos dedos (num computador ligado à Internet).

Uma resposta aos que se agarram desesperadamente a um paradigma que surgiu com a revolução industrial – O Emprego – quando se percebe que este está a agora desaparecer em todo o lado a uma velocidade vertiginosa. Tudo devido à evolução tecnológica exponencial a todos os níveis.

O fim do emprego trará também o fim do capitalismo e, a cereja em cima do bolo, o fim do parasitismo financeiro.


The Benz Patent Motor Car Velocipede Of 1894


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* Nos primeiros tempos da aviação, o astrónomo americano William Pickering, que predisse a existência de Plutão, preveniu o público de que: «A mente popular imagina frequentemente gigantescas máquinas voadoras atravessando o Atlântico a grandes velocidades e transportando numerosos passageiros como um moderno paquete… Parece-me seguro afirmar que tais ideias são totalmente visionárias, e mesmo que uma máquina conseguisse atravessar o Atlântico com um ou dois prisioneiros, os custos seriam proibitivos…» Três décadas mais tarde, em Julho de 1939, foi inaugurada a primeira linha aérea transatlântica com um hidroavião Boeing 314, o Yankee Clipper da Pan American, transportando 19 passageiros.





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* Em 1924, o engenheiro electrotécnico inglês Alan Archibald Swinton, um dos pioneiros do de raios catódicos, fez uma palestra na Radio Society da Grã-Bretanha sobre «Visão à Distância». Diria então: «Provavelmente não valerá a pena que alguém se dê ao trabalho de consegui-la.» Quatro anos mais tarde, a General Electric Company inaugurava, no estado de Nova Iorque, a primeira rede de televisão do Mundo.




* «História dos Grandes Inventos - Selecções do Reader’s Digest – 1983, pág 62».


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A automação e a inteligência artificial têm tido um desenvolvimento avassalador. A máquina, de forma crescente, possui mais dados, mais conhecimento e melhor capacidade de decisão. Cada vez é mais inteligente e mais autónoma. E cada vez menos precisa de ser dirigida pelo homem.

A tecnologia está cada vez mais próxima de produzir sozinha. O desenvolvimento tecnológico é exponencial em todos os campos que se considere. Donde, no binómio homem-máquina na produção, o homem tem cada vez menos peso. Em breve não terá praticamente nenhum e a máquina produzirá sozinha.

Nessa altura, a fábrica totalmente automatizada não poderá ser privada. Porque não existirão trabalhadores com salários, e sem salários não há poder de compra. Sem poder de compra não há vendas. Sem vendas não há lucros. Sem lucros não há empresas privadas. Qualquer empresa automatizada, seja o que for que produza, terá necessariamente de pertencer ao grupo, à comunidade, à sociedade.

O número crescente de desempregados a par do desenvolvimento exponencial do hardware e do software estão aí para prová-lo. Vamos acelerar a transição ou vamos permanecer agarrados a um passado de emprego condenado ao desastre social?

É a tecnologia que está a substituir o homem no trabalho. É por isso que o velho paradigma do emprego está moribundo. É necessário criar rapidamente, com o auxílio da tecnologia, um mundo mais justo, mais redistributivo e mais humano.




Comentário

O processo paradigmático acima descrito não tem necessariamente de ficar à espera de uma revolução tecnológica completa que o conclua. Muito sofrimento humano pode ser evitado com revoltas, ora pacíficas, ora violentas, consoante os casos, contra a vermina financeira (e respetivos serviçais – na política, na justiça e nos media) que carcome, devora e parasita a humanidade.
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18 comentários:

Anónimo disse...

Uma otica muito interessante. A duvida esta em que fazer de tanta gente ociosa? Dai fica facil imaginar horrores. Como alguns que ja temos assistido ainda de forma disfarcada.

Manuel Galvão disse...

Esta é a real origem do aumento brutal de desemprego no Primeiro Mundo. Não foi a crise económica que gerou desemprego nem há recuperação económica, por muito vigorosa que seja, que crie os empregos necessário. Isto porque a taxa de destruição de empregos com origem no aumento tecnológico da produtividade será sempre superior às tímidas taxas de crescimento da economia. Isto nos próximos 20 anos, se antes não ocorrer uma guerra em grande escala que faça diminuir drasticamente o denominador da fração Taxa de Desemprego

Diogo disse...

Anónimo - Não haverá «ociosos». Haverá apenas pessoas a gozar a vida das mais variadas formas (desde que aborreçam ninguém).



Manuel Galvão - Embora algumas crises financeiras e económicas tenham sido deliberadas (ex: 1929 e 2008) para que determinadas elites se apropriem dos bens das pessoas , há um movimento paralelo que está a acabar com os empregos - que é a evolução tecnológica exponencial.

E se aceitarmos como certo que a evolução tecnológica vai continuar a um ritmo exponencial, então o homem será irremediavelmente corrido das actividades produtivas (só o fará se quiser e como hobby).

Sem trabalhadores não há salários, sem salários não há vendas, sem vendas não há lucros, e sem lucros não há propriedade privada dos meios de produção.

João disse...

Ola Diogo
Não me valem os exemplos dos cientistas americanos, que são do mais estupido que há.

Tudo o que dizem é visionario.

E como uma religião procuram meter medo: Olha que a maquina acaba contigo. Tens de te portar bem.

Não reivindiques.

O fim dos empregos já fora admitido com a revolução industrial.

Mas enganaram-se.

Agora são as maquinas automatizadas que não perdem 1 segundo.

No entanto a maquina sempre será dirigida pelo homem.

A unica maquina perfeita.

Não existe inteligencia artificial.E para mim nem existe inteligencia nenhuma.

Existe sim troca de conhecimentos e de tecnicas e a capacidade inventiva do ser humano, faz toda a diferença.

Não darem a maxima importancia ao homem é denegri-lo.É desumaniza-lo.

Poucos escritos dão valor ao homem e suas criações.

Não interessa às minorias que o homem e particularmente os escravos dos trabalhadores de que são mais importantes de que qualquer maquina.

Oito horas de trabalho por 500 € é miseravel comparado com o que ganha o presidente do banco de portugal ( letra minusculo não é erro.

Ser um sem abrigo é perigoso para o capitalista.Pode-se pegar.

O especialista de um qualquer trabalho ou maquina ou tecnica é perigoso não se escravizar e não ir trabalhar.

O homem, unico ser que é e que é humano. Os outros são animais. O homem não é um animal.

É um ser humano diferente de todos os seres vivos.

E o homem é um ser infalivel naquilo que faz e faz bem.

As maquinas são vulneraveis e precisam de chips que podem ser pirateados e precisam de energia.

O homem, ser humano, é autonomo na prudução de energia para pensar.

1 abraço

Diogo disse...

Caro João,

João: Não me valem os exemplos dos cientistas americanos, que são do mais estúpido que há. Tudo o que dizem é visionário. E como uma religião procuram meter medo: Olha que a máquina acaba contigo. Tens de te portar bem. Não reivindiques. O fim dos empregos já fora admitido com a revolução industrial. Mas enganaram-se.

Diogo: A evolução tecnológica exponencial é uma realidade sob qualquer aspecto que a queiras considerar. E se assim é, todo o trabalho humano vai desaparecer mais cedo ou mais tarde (espero que mais cedo). Já reparaste que 99,999% do trabalho não dá prazer nenhum a quem o faz?


João: Agora são as máquinas automatizadas que não perdem 1 segundo. No entanto a maquina sempre será dirigida pelo homem. A única máquina perfeita.

Diogo: O homem não é nenhuma máquina perfeita, nem o deverá ser. O homem existe para desfrutar a vida e não para passar 8 horas a fazer trabalhos que o odeia.


João: Não existe inteligência artificial. E para mim nem existe inteligência nenhuma. Existe sim troca de conhecimentos e de técnicas e a capacidade inventiva do ser humano, faz toda a diferença.

Diogo: A inteligência é a capacidade de resolver problemas. O homem tem alguma mas a evolução tecnológica exponencial fará com que a máquina seja infinitamente mais inteligente. O nosso cérebro é um computador biológico e limitado. O computador tecnológico está a aumentar a sua capacidade a uma velocidade exponencial. Compara o poder de cálculo de um cérebro humano com o Excel...


João: Não darem a máxima importância ao homem é denegri-lo. É desumaniza-lo. Poucos escritos dão valor ao homem e suas criações.

Diogo: Estás enganado. o Homem é o ser mais importante deste nosso mundo. Toda a tecnologia funcionará em benefício dele...


João: Não interessa às minorias que o homem e particularmente os escravos dos trabalhadores de que são mais importantes de que qualquer máquina. Oito horas de trabalho por 500 € é miserável comparado com o que ganha o presidente do banco de portugal (a letra minúsculo não é erro). Ser um sem abrigo é perigoso para o capitalista. Pode-se pegar. O especialista de um qualquer trabalho ou máquina ou técnica é perigoso não se escravizar e não ir trabalhar.

Diogo: Isto é porque ainda é preciso trabalhar para viver. Mas repara: Sem trabalhadores não há salários, sem salários não há vendas, sem vendas não há lucros, e sem lucros não há propriedade privada dos meios de produção.


João: O homem, é único ser que é e que é humano. Os outros são animais. O homem não é um animal. É um ser humano diferente de todos os seres vivos.

Diogo: Discordo. O homem é apenas o mais evoluído dos animais. Os outros animais também raciocinam, também sentem alegria e tristeza, amor e ódio, etc.


João: E o homem é um ser infalível naquilo que faz e faz bem. As maquinas são vulneráveis e precisam de chips que podem ser pirateados e precisam de energia. O homem, ser humano, é autónomo na produção de energia para pensar.


Diogo: Discordo em absoluto. Não há homens infalíveis e que não precisem de energia (senão tiverem energia, morrem). Mas o homem devia ser a Entidade mais importante para todos os homens.

Anónimo disse...

Diogo, sou o anonimo la de cima. Voce realmente cre que isto sera para 7 bilhoes de seres humanos? Que toda a mensagem de que o planeta nao suporta toda a exploracao que praticamos e uma mensagem sem significados obscuros? Que os detentores do sistema produtivo deitarao ao lixo 300 anos de saques, corrupcao, guerras e que resolveram deixar a tecnologia seguir por um campo aberto e, conforme exposto, em beneficio de todo e qualquer ser humano? Se assim realmente acontecer, devemos considerar que nos nossos dias ha alguma forca muito bem camuflada, que ninguem consegue perceber sua existencia, forca esta tao ou mais poderosa do que estes sociopatas que se apoderaram das nacoes. So assim poderemos atingir tal grau de sociedade e, ainda assim, nao sem muito sofrimento. Siceramente, esperar que alguma coisa desta envergadura parta de seres que se acostumaram a sabotar qualquer tentativa de tornar o homem livre nao me parece coerente.

Filipe Bastos disse...

Este é talvez o tema mais premente das próximas gerações, embora nenhum governo actual lhe ouse tocar. E no entanto, é inevitável: os empregos vão continuar a diminuir, e a população a aumentar.

Há tempos, deu no 60 Minutos uma reportagem sobre a Amazon. Mostraram uns armazéns gigantescos em que tudo, ou quase tudo, é automatizado. Chega a encomenda, um robô vai buscar o artigo à estante, embala, envia, etc. Até já ensaiam entregas por "drone", directamente na casa do cliente.
Cada armazém destes empregaria largas centenas de pessoas. Agora emprega uns poucos que zelam pelas máquinas. Um dia até eles serão substituídos. E os donos, claro, felizes e bilionários.

Na China - na CHINA - já há fábricas a substituir a mão-de-obra por máquinas. Estas saem ainda mais baratas: trabalham todo o dia, não comem, não adoecem, não têm filhos, não se queixam, não reivindicam nada.
Como o Deep Blue e o "Exterminador Implacável" nos ensinaram há muito, a máquina é imbatível. Só perde em filmes, porque dá jeito às audiências. De contrário, nada a fazer.

A máquina é o futuro, e - como o Diogo diz - ainda bem. Porque o ser humano pode e deve esperar mais da vida do que trabalho. A questão é que a técnica avança muito mais depressa do que a sociedade, as mentalidades, a ganância, o poder, a finança, os "mercados"... e certa canalha prefere que tudo continue assim.

Anónimo disse...

já se percebeu que o crucial são os empregos, a questão é como consegui-los.

Anónimo disse...

Penso que a questão não é o que a máquina pode proporcionar ao ser humano. É mais do que óbvio que o trabalho nada tem de digno e edificante. Ele subtrai toda real potencialidade humana. Principalmente na nossa atual sociedade, onde praticamente o homem vive para o trabalho e pouquíssima coisa mais. O que me deixa perplexo no artigo é que há um vazio de questionamentos. É com o consentimento desta elite que aí está, que construiremos este novo mundo? Esta elite que provocou escamoteadamente tantos genocídios, permitirá que 7 bilhões de almas vivam para usufruir deste novo mundo? Aqui as coisas me parecem ilógicas. Se ainda tivermos Estado, aí as coisas poderão ficar muito esquisitas, porque esta elite já se encontra encastelada nele há tempos. É muito complicado fazer previsões em relação ao futuro da humanidade, focando somente os avanços tecnológicos.

Diogo disse...

Caro Anónimo de Cima (é por estas que é muito mais prático arranjar um nickname), eu penso o seguinte:

1 - Muitos animais, mas sobretudo o Homem possuem um computador biológico – o cérebro. No entanto, só o cérebro Humano é capaz de raciocinar – no sentido de resolver problemas – é, digamos, o único inteligente. (Embora outros animais tenha também essa capacidade, mas num grau muito mais pequeno).

2 – O homem inventou as máquinas e entre elas o computador-máquina.

3 – Toda a tecnologia está a evoluir a uma velocidade exponencial.

4 – O computador- máquina está a evoluir a uma velocidade exponencial.

5 – Dentro de poucos anos, este computador- máquina será infinitamente mais inteligente que nós. E da mesma forma o grau tecnológico.

6 - Dentro de poucos anos, seremos todos imortais, seremos todos pequenos Deuses, e a necessidade humana de «Poder», que tanto sofrimento tem causado, não fará qualquer sentido.

Diogo disse...

Filipe Bastos: «Este é talvez o tema mais premente das próximas gerações, embora nenhum governo actual lhe ouse tocar. E no entanto, é inevitável: os empregos vão continuar a diminuir, e a população a aumentar.»

Diogo: Os empregos vão desaparecer e quando a abastança e o conhecimento chegar aos pobres do planeta, o aumento de população vai parar.


Filipe Bastos: «Há tempos, deu no 60 Minutos uma reportagem sobre a Amazon. Mostraram uns armazéns gigantescos em que tudo, ou quase tudo, é automatizado. Chega a encomenda, um robô vai buscar o artigo à estante, embala, envia, etc. Até já ensaiam entregas por "drone", directamente na casa do cliente. Cada armazém destes empregaria largas centenas de pessoas. Agora emprega uns poucos que zelam pelas máquinas. Um dia até eles serão substituídos. E os donos, claro, felizes e bilionários.»

Diogo: E os donos, claro, felizes e bilionários?». Se as máquinas substituem o homem em todo o tipo de trabalho, seja manual, seja intelectual, deixará de haver empregos e salários. Então os «Donos» venderão a sua produção a quem?


Filipe Bastos: «Na China - na CHINA - já há fábricas a substituir a mão-de-obra por máquinas. Estas saem ainda mais baratas: trabalham todo o dia, não comem, não adoecem, não têm filhos, não se queixam, não reivindicam nada. Como o Deep Blue e o "Exterminador Implacável" nos ensinaram há muito, a máquina é imbatível. Só perde em filmes, porque dá jeito às audiências. De contrário, nada a fazer.»

«A máquina é o futuro, e - como o Diogo diz - ainda bem. Porque o ser humano pode e deve esperar mais da vida do que trabalho. A questão é que a técnica avança muito mais depressa do que a sociedade, as mentalidades, a ganância, o poder, a finança, os "mercados"... e certa canalha prefere que tudo continue assim.»


Diogo: A Canalha não pode fazer nada porque o avanço tecnológico é exponencial e a Canalha também precisa dele – para evitar a morte, para usufruir bens que os humanos nunca conseguiriam imaginar, etc..

O «Poder» é apenas um instinto – como o da auto-defesa, do medo, da agressividade, da caça, do sexo, etc. O «Poder» serve para beneficiar um animal dentro do grupo – quanto maior for o seu status, maiores serão os nacos de comida que lhe cabem, mais férteis serão as fêmeas que terá, etc., etc., etc.

Este instinto será inútil e os seus resquícios serão substituídos por outras actividades – as batalhas não foram substituídas pelo futebol?

Diogo disse...

Anónimo das 04:03,

Leia os meus dois comentários seguintes.

João disse...

Ola Diogo

Estamos em desacordo e lamento que n vejas a realidade.

Só existe evolução tecnologica por força da capacidade humana de inovar.

Aliás há quem defenda que n se inventa nada.

Tudo existe já na natureza.

Só que tecnicamente ainda se não chegou lá.

Repito: o Homem é a unica maquina perfeita.

Tudo o mais que existe depende dele.

Cuidado que o mundo não existe.

Se tentares defenir o que é o mundo não consegues.

O homem é o ser vivo mais importante da natureza e do planeta terra.

Não te esqueças que o trabalho é uma invenção recente e do capital.

Nos primordios os homens n trabalhavam. Recoletavam.

E foi uma das épocas mais longas.

Alguns homens alem de continuarem a ter de trabalhar, já são e vão ser ainda mais e cada vez mais escravos.

Das elites que manipulam os bens essenciais.

A monsanto é uma dessas empresas que quer dominar os outros atraves do controle da produção de sementes.

Geneticamente modificadas e que mais ninguem pode reproduzir.

Os indios sul americanos dizem que se acaba o milho acaba a vida.

O excel é um armazem de dados fornecidos.Que só conhece aqueles dados.

O tecnico consegue ver os enganos. A maquina diz-te que é erro. E ali fica eternamente.

Nenhuma maquina pode substituir o ser humano e a sua capacidade inventiva.

Diogo disse...

João: Estamos em desacordo e lamento que n vejas a realidade. Só existe evolução tecnológica por força da capacidade humana de inovar.

Diogo: Estás enganado. A inteligência artificial já começou a dar os primeiros passos, está a começar a correr e logo a seguir a voar à velocidade da luz e para além dela...

A inteligência é a capacidade de resolver problemas. A inteligência artificial já o começa a fazer a passos largos. Hoje em dia já ninguém bate o programa de xadrês «Deep Blue». E não é apenas porque tem uma base de dados monstruosa. É porque tem algoritmos que lhe permitem determinar a melhor jogada a fazer.


João: Aliás há quem defenda que n se inventa nada. Tudo existe já na natureza. Só que tecnicamente ainda se não chegou lá.

Diogo: Errado! Na natureza nunca houve fogões, relógios, automóveis, computadores. Nada disto existe na natureza senão forem intentados por seres com u certo grau de inteligência.


João: Repito: o Homem é a única máquina perfeita. Tudo o mais que existe depende dele.

Diogo: O Homem é uma máquina biológica. Com as suas qualidades e imperfeições . Mas o Homem dependo de tudo aquilo que existe e não o contrário. O Universo não depende nem do homem nem de ninguém.


João: Cuidado que o mundo não existe. Se tentares definir o que é o mundo não consegues.

Diogo: Consigo! o Mundo é tudo o que existe...


João: O homem é o ser vivo mais importante da natureza e do planeta terra. Não te esqueças que o trabalho é uma invenção recente e do capital. Nos primórdios os homens n trabalhavam. Recolectavam. E foi uma das épocas mais longas. Alguns homens alem de continuarem a ter de trabalhar, já são e vão ser ainda mais e cada vez mais escravos. Das elites que manipulam os bens essenciais. A Monsanto é uma dessas empresas que quer dominar os outros através do controle da produção de sementes. Geneticamente modificadas e que mais ninguém pode reproduzir. Os índios sul americanos dizem que se acaba o milho acaba a vida.

Diogo: Absolutamente de acordo quanto à primeira parte (atenção que recolectar, apanhar frutos e raízes, caçar -> é trabalhar). O que é novo é o emprego. Trabalhar para outrem em troca de um salário.

Ora, o que acontece, é que a evolução tecnológica exponencial vai acabar com o emprego a curto, médio prazo. E sem empregos não há salários. Sem salários não há poder de compra. Portanto, os capitalista vão vender o quê a quem?

A Monsanto é um dos monopólios (entre muitos outros) que está a aproveitar os últimos dias. Mas como empresa produtora de dividendos está quase morta.


João: O Excel é um armazém de dados fornecidos. Que só conhece aqueles dados. O técnico consegue ver os enganos. A maquina diz-te que é erro. E ali fica eternamente. Nenhuma máquina pode substituir o ser humano e a sua capacidade inventiva.

Diogo: Falso! o Excel é uma calculadora avançada (e já possuidor de algoritmos de inteligência artificial).

O computador biológico que todos os humanos têm na cabeça tem muitas limitações. Não passa de um pequeno aglomerado de neurónios, axónios e sinapses.

O computador-máquina tem possibilidades de expansão infinitas. Deixemo-lo pensar e trabalhar para nós (que o inventámos).

Anónimo disse...

Nickão (pronto, meu nickname).

Com toda sinceridade Diogo, não sei se me agradaria viver eternamente sob os auspícios deste novo deus tecnológico. Se for de fato como imaginamos, uma viragem total e absurda sob o controle de uma máquina que estará criando e planejando e talvez experimentando, qual será o valor humano deste momento em diante? O que podemos esperar da psicologia de uma máquina? Vidas prisioneiras em virtualidades individuais onde poderemos estar cada um dentro de uma matrix própria, sem relacionamentos reais? Quais serão nossas competências? Artes, sexo, esportes, contemplação, espiritualidade? Que tipo de exemplo de espiritualidade este mundo terá à nos oferecer? Viver eternamente. Assistir ao milésimo carnaval na Marquês de Sapucaí, ou ao 800o. título brasileiro do Santa Cruz. Quem sabe a 2000a. black friday. Desculpe, não haverá comércio e muito menos dinheiro. De qualquer modo este mundo será enfadonho.

Diogo disse...

Caro Nickão,

Temos a tendência de antropomorfizar tudo. E quando pensamos em inteligência artificial, imaginamos imediatamente uma propensão irresistível das máquinas inteligentes para obter e utilizar o «Poder» - “que nos irá escravizar”.

Esquecemo-nos de que o «Poder» é uma pulsão instintiva animal que favorece a sobrevivência do indivíduo ou da espécie, tal como o acasalamento, a busca de alimento, construção de refúgios, o medo, a agressividade, etc.

O «Poder», ao dar ao indivíduo uma posição mais elevada na estrutura social, garante-lhe mais comida, mais possibilidades de acasalamento, etc.


Ora, uma ou muitas máquinas quase infinitamente inteligentes não precisam destes instintos nem emoções para nada. Serão máquinas que colocarão as suas capacidades praticamente infinitas de trabalho e de inteligência ao serviço do Homem.

Essas máquinas, podem oferecer-nos a imortalidade e sugerir-nos e provocar-nos todo o tipo de sensações que queiramos.

Todas as nossas sensações acontecem no cérebro. Todos nós já sonhámos muito realisticamente com situações de conflito, de amor, de sexo, com as mais diversas actividades, etc.

Portanto, a máquina inteligente poderá proporcionar-lhe uma infinidade de sensações e de actividades virtuais (e algumas reais) que se prolongarão por toda a eternidade. E de enfadonho é que este mundo não terá nada.

Anónimo disse...

Diogo, quero deixar registrado que não estou a demonizar os avanços que a tecnologia vem sofrendo. Não se trata disso. E devo deixar claro que não sou competente para afirmar do que a tecnologia será capaz. Na minha percepção parece-me que até mesmo sentimentos humanos uma i.a. poderá experimentar e não estou sozinho neste raciocínio. O filme "Ex Machina" tem a pretensão de explorar esta tese. Certo, há no argumento o clichê hollywoodiano da máquina subjugando o homem, mas não está implícito um sentimento de poder superhumano, de deidade na própria concepção da i.a.? Será que realmente não se ambiciona algo instintivamente igual ao que somos e assim nos assemelharmos à qualquer presumível deus criador? Entendo-se como "instintivamente igual" até mesmo nossas imperfeições.

Bem, segundo a física quântica as possibilidades de uma existência são infinitas. Podemos vivenciar várias experiências com a teoria dos multiversos e universos paralelos. Portanto, talvez tudo realmente seja algo como experimentações virtuais. Nessa não posso discordar nem tão pouco afirmar o que seja uma existência real de uma virtual. Agora, quanto ao enfadonho não tenho a mesma convicção que você. Não sou frequentador de templos religiosos. Na verdade me considero agnóstico, mas acredito na eternidade da alma e penso que para realmente evoluirmos nossa alma precisa se desfazer da matéria. Bom, é melhor ficar por aqui. Estou entrando num assunto que cada um tem suas convicções. Mas a brincadeira que fiz sobre o 800o. título brasileiro do Santa Cruz penso ser válida. Muitos afirmam que todas as estórias já foram contadas. Todos os filmes já foram feitos. Todos os quadros já foram pintados. O que será de um mundo de vidas infinitas? Nele chegaremos ao limite nas músicas: todas já foram compostas. Ou será que ao entrarmos em cada cômodo dos ofícios humanos encontraremos novas portas que nos conduzirão à novos cômodos? Para alguém que com 53 anos anda cansado de assistir ano após ano a repetição dos mesmos eventos: carnaval, esportivos, natal, páscoa, dia das mães, dia dos pais, dia dos namorados, ano novo, black friday, novo windows, novo smartphone, a moda da semana, as caras e bocas do fenômeno pop do momento, contas e mais contas (principalmente estas)... Não sei se me ficaria bem uma vida eterna.

Obrigado pela atenção Diogo.

Nickão.

Diogo disse...

Nickão,

Você continua a ver o futuro como um prolongamento de presente com letras ainda maiores. Nada de mais errado. No mundo futuro (chame-lhe real ou virtual), não haverá cansaço de coisa nenhuma. Por dois motivos:

1 - O cansaço é um estado de espírito que uma máquina que lhe controlasse as sensações nunca permitiria que acontecesse. Você podia estar uma eternidade a fazer amor com o mesmo entusiamo da primeira vez

2 - Por outro lado, uma máquina que lhe controlasse as sensações podia inventar uma infinidade de «atividades» que lhe proporcionassem o máximo de prazer.

Abraço